Por Josias de Souza
Rascunho de algumas notícias do dia passado a sujo
Vão abaixo pequenos relatos de tudo o que se ouve a respeito do que houve. Coisas que entram pelo olho e saem pelo olvido:
Armistício: sob a presidência interina de Tião Viana (PT-AP), os líderes partidários do Senado celebraram um acordo. Prevê a suspensão das hostilidades. Uma trégua, não o fim da guerra. Até segunda ordem, as votações serão retomadas. Já nesta terça-feira (16), vão a voto duas medidas provisórias (abrem créditos extraordinários para o governo) e nove autoridades que, embora já indicadas por Lula, dependem da aprovação dos senadores para tomar posse. Como toda guerra, a do Senado também fez vítimas. A primeira delas foi a instituição, posta de joelhos. A segunda foi a paciência do brasileiro, ferida de morte. Chegou-se a tudo isso sem eliminar a causa do conflito. Renan ‘Cocalheiros’, embora já arrancado do pé continua rolando pelos corredores do Senado. Já não tem, aparentemente, a pretensão de retomar o comando, mas pega em armas pelo mandato.
Vozes da África: desde a República do Congo, onde se encontra, Lula tenta pôr ordem em sua tropa. Num instante em que a soldadesca do PT, assanhada, cobiça a presidência do Senado, o general manda dizer que a cadeira, pela lógica, pertence ao PMDB. Presidente interino do ilógico, Tião Viana, prudente, apressou-se em tachar de “inoportuno” o debate sucessório. Da boca pra fora, excluiu-se da encrenca: “Eu não sou candidato.” O governismo tenta conter o inevitável movido pelo receio de que a refrega pelo assento de Renan Calheiros conspurque a discussão da CPMF, prioridade zero de Lula. Preventivamente, o Planalto envia reforços ao Senado, num movimento que deve prosseguir nos próximos dias.
A fila andou: nos próximos dias, as malfeitorias imputadas a Renan Calheiros dividirão o espaço do noticiário com uma mega-fraude. Coisa de bilhões. Depois de uma investigação de dois anos, a Receita, a PF e o Ministério Público deflagraram na madrugada desta terça a Operação Persona. Envolve um esquema de desvios no setor de comércio exterior. Valendo-se de laranjas, empresários brasileiros vinham maquiando encomendas a uma multinacional norte-americana de equipamentos de alta tecnologia (os nomes dos envolvidos não foram, por ora, divulgados). A esperteza vinha injetando no Brasil 50 toneladas de mercadorias. Nos últimos cinco anos, os negócios somaram US$ 500 milhões. Como os valores eram mutretados, sonegou-se ao fisco algo como R$ 1,5 bilhão.
Choque de realismo: o grão-tucano Geraldo Alckmin, candidato derrotado do PSDB na eleição de 2006, informou que não pretende candidatar-se de novo à presidência da República em 2010. Um informe desnecessário, já que ninguém, nem mesmo os companheiros de partido de Alckmin, contam com a participação dele no pleito.
Escrito por Josias de Souza às 16h29
Vão abaixo pequenos relatos de tudo o que se ouve a respeito do que houve. Coisas que entram pelo olho e saem pelo olvido:
Armistício: sob a presidência interina de Tião Viana (PT-AP), os líderes partidários do Senado celebraram um acordo. Prevê a suspensão das hostilidades. Uma trégua, não o fim da guerra. Até segunda ordem, as votações serão retomadas. Já nesta terça-feira (16), vão a voto duas medidas provisórias (abrem créditos extraordinários para o governo) e nove autoridades que, embora já indicadas por Lula, dependem da aprovação dos senadores para tomar posse. Como toda guerra, a do Senado também fez vítimas. A primeira delas foi a instituição, posta de joelhos. A segunda foi a paciência do brasileiro, ferida de morte. Chegou-se a tudo isso sem eliminar a causa do conflito. Renan ‘Cocalheiros’, embora já arrancado do pé continua rolando pelos corredores do Senado. Já não tem, aparentemente, a pretensão de retomar o comando, mas pega em armas pelo mandato.
Vozes da África: desde a República do Congo, onde se encontra, Lula tenta pôr ordem em sua tropa. Num instante em que a soldadesca do PT, assanhada, cobiça a presidência do Senado, o general manda dizer que a cadeira, pela lógica, pertence ao PMDB. Presidente interino do ilógico, Tião Viana, prudente, apressou-se em tachar de “inoportuno” o debate sucessório. Da boca pra fora, excluiu-se da encrenca: “Eu não sou candidato.” O governismo tenta conter o inevitável movido pelo receio de que a refrega pelo assento de Renan Calheiros conspurque a discussão da CPMF, prioridade zero de Lula. Preventivamente, o Planalto envia reforços ao Senado, num movimento que deve prosseguir nos próximos dias.
A fila andou: nos próximos dias, as malfeitorias imputadas a Renan Calheiros dividirão o espaço do noticiário com uma mega-fraude. Coisa de bilhões. Depois de uma investigação de dois anos, a Receita, a PF e o Ministério Público deflagraram na madrugada desta terça a Operação Persona. Envolve um esquema de desvios no setor de comércio exterior. Valendo-se de laranjas, empresários brasileiros vinham maquiando encomendas a uma multinacional norte-americana de equipamentos de alta tecnologia (os nomes dos envolvidos não foram, por ora, divulgados). A esperteza vinha injetando no Brasil 50 toneladas de mercadorias. Nos últimos cinco anos, os negócios somaram US$ 500 milhões. Como os valores eram mutretados, sonegou-se ao fisco algo como R$ 1,5 bilhão.
Choque de realismo: o grão-tucano Geraldo Alckmin, candidato derrotado do PSDB na eleição de 2006, informou que não pretende candidatar-se de novo à presidência da República em 2010. Um informe desnecessário, já que ninguém, nem mesmo os companheiros de partido de Alckmin, contam com a participação dele no pleito.
Escrito por Josias de Souza às 16h29
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