TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

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Por Giulio Sanmartini, Itália, BLOG Prosa e Política
Lula Não é Bobo

O discurso de Lula na TV, ontem, foi soft. Não há novidade nenhuma em um governante ser ufanista, não é mesmo? “Nunca antes isso”, “nunca antes aquilo” etc e tal. Enquanto a realidade econômica do mundo for esta que aí está, Lula será este que está aí. Eis uma boa síntese.
A verdade é a seguinte: inflação baixa e crescimento econômico, ainda que nada espantoso, fazem um bem danado ao governo. E lhe permitem vender como verdadeiras algumas empulhações. Uma delas é grosseira: os tais programas sociais estariam na base da formação do tal mercado de massas no país, o que é mentira.
Esse mercado existe por causa do crescimento. E o crescimento existe porque Lula deixou rodando o modelo que herdou do seu antecessor, embalado, agora, pela expansão da economia mundial. Ele sabe disso. Isso é fato. Mas a propaganda lhe permite contar outra história. E seria demais exigir de Lula que dissesse a verdade.
A parte do Brasil que dá certo é justamente aquela que prova a falência de todas as teses petistas.
Eles eram contra o regime de metas de inflação. Mantido.
Eles achavam o superávit primário mera doação de dinheiro a banqueiros. Foi ampliado.
Eles eram contra as privatizações – aderiram
.
Na parte que lhes cabe ser original, fazem besteira: elevação desnecessária de gastos públicos, por exemplo. Somados ao aquecimento da demanda, a inflação se anuncia como o problema de 2008.
Lula também canta as glórias da elevação da renda – que, atenção, já conheceu picos mais elevados no governo FHC, ainda não-superados pelo lulismo, com a diferença notória de que o mundo, agora, joga a favor do Brasil.

Nos oito anos de FHC, cinco crises jogaram contra.
É bem provável que Lula termine o seu segundo mandato sem que nada (que NÃO dependesse de sua intervenção) tenha dado errado – não sei se atentam para a sutileza.
Ao lamentar a não-aprovação da CPMF, afirmou:
“Na saúde, no começo de dezembro, lançamos o PAC, que destinaria até 2010 mais R$ 24 bilhões para o setor. Entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares, inclusive com dentistas e oculistas. Infelizmente, esse processo foi truncado com a derrubada da CPMF, responsável em boa medida pelos investimentos na saúde. Como democrata, respeito a decisão tomada pelo Congresso. E estou convencido de que o governo, o Congresso e a sociedade, juntos, encontrarão uma solução para o problema.”
É uma variante daquela sua afirmação formidável de que a Saúde estava “próxima da perfeição”. As crianças brasileiras conheceriam agora o nirvana, mas os malvados do Congresso impediram.
Os tocadores de tuba queriam que ele pegasse mais pesado, que saísse demonizando as oposições.
Mas ele, que burro não é, preferiu o caminho do ufanismo.
Entendam bem: se Lula insistisse na história de que a Saúde pode caminhar para o caos, haveria de se lhe perguntar o óbvio: o que seu governo fez com a CPMF até agora? Então ele prefere falar dos supostos benefícios adicionais que deixarão de existir sem a contribuição.
Lula é melhor do que os tocadores de tuba e os jornalistas “dualéticos”.
Pelos menos não é burro.


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3 comentários:

Anônimo disse...

Marta começa 2008 e vejo melhoras pois vejo lutas, vejo enfrentamento contra as injustiças, contra os corruptos e ladrões do dinheiro do povo, vejo lutas por um mundo socialista,vejo luta pela educação,pela justiça, desejo um ótimo 2008 e que você continue esta grande professora e lutadora que você é.

Anônimo disse...

Eh burro ele nao eh. Ele soh eh malandro e mentiroso. Este texto eh muito perigoso, ele nao pode ser lido por nossos comparsas/companheiros completamente imbecis, eles nao estao acostumados com gente que pensa.

Cervo™ $$$$$$$$$$$$$$ Servo™

Lúcio Lopes disse...

Cara Marta Bellini:
Perdoe-me, Lula não é burro para um torneiro-mecânico ou um sindicalista pelego. Para um presidente da República ele é um idiota incompetente que utiliza sua capacidade de negociador corrupto (cooptações imorais) para governar.
Acerca das crises da Era FHC, em minha conta são seis:
1- Crise Mexicana, O Efeito Tequila. Dezembro de 1994;
2- Crise Asiática. Maio de 1997;
3- Crise Russa. Agosto de 1998;
4- Crise “Pão-de-Queijo”. Janeiro de 1999 (a moratória declarada pelo governador mineiro e ex-presidente Itamar Franco);
5- Crise Argentina. Em 2001;
6- Crise cambial brasileira, Risco Lula. Em 2002.

Todas estas crises ocasionaram fuga de capital estrangeiro e disparada do dólar, entre outros efeitos indesejáveis.

Um abraço, parabéns pelo blog e um Feliz 2008.

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