TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

domingo, 27 de fevereiro de 2011


Do Blog de Roberto Romano AQUI


CREIO que é mais do que importante, mais do na hora termos a memória da resistência daqueles que militaram pela vida e pela democracia. Os tempos atuais são tempos da desmemória, da arrogância, da matança da amizade, da não temperança....


Ontem a noite, assisti no Canal Brasil (infelizmente pago) o documentário CONDOR sobre a operação militar do Uruguai, Argentina,Brasil, Chile que assassinou milhares de militantes. Essa história não pode se perder.


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domingo, 27 de fevereiro de 2011
Estado de São Paulo.
Advogados criam a sua ‘memória da resistência'
Profissionais que enfrentaram a ditadura ao defender militantes nos anos de maior repressão vão criar centro de documentação
26 de fevereiro de 2011 19h 53


Marcelo Godoy - O Estado de S. Paulo
Profissionais que enfrentaram a ditadura ao defender militantes nos anos de maior repressão vão criar centro de documentação


Arquivo/AE
Julgamento de Lula em São Paulo em 1981: regime o acusava por greves ilegais
Conservar a história dos profissionais que lutaram contra a ditadura militar. Esse é o objetivo de um grupo de advogados que decidiu montar um centro de documentação com os depoimentos de advogados de presos políticos no Brasil durante a ditadura militar.

O material reunido em São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Recife deve servir de base para um documentário a ser dirigido por César Chalone (responsável pela fotografia do filme Cidade de Deus).

Um dos depoimentos já foi gravado. É do criminalista e diretor de teatro Idibal Pivetta. Depois devem vir os de Belisário dos Santos Junior, José Carlos Dias e Tales Castelo Branco. "Nossa ideia é entregar o arquivo para uma universidade, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para qualquer pesquisador ter acesso", disse Belisário, um dos idealizadores do projeto.

De 1970 a 1983, o criminalista Belisário acostumou-se aos corredores das auditorias militares - defendeu estudantes, sindicalistas e militantes políticos como o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Só uma parte do que ele e outros defensores fizeram nesses anos está registrado nos processos. O que ficou fora, na lembrança de advogados e clientes, é um mundo cheio de denúncias contra o arbítrio das leis de segurança nacional e contra as torturas, os desaparecimentos e os assassinatos.

"Vivíamos como em uma peça de teatro: de conflito em conflito", afirmou Belisário. Havia pouco mais de uma dezena desses advogados em cada cidade importante do País. Eram poucos, mas estavam entre eles o católico Sobral Pinto, o professor Heleno Cláudio Fragoso, Pivetta e jovens como José Carlos Dias. Por tradição, não cobravam pelo trabalho. Muitas vezes foram ameaçados ou acabaram na cadeia por causa dos clientes.

O criminalista Tales Castelo Branco, de 75 anos, era um deles. Entre os seus mais de 50 clientes acusados de delitos políticos estavam o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, a arquiteta Lino Bo Bardi e o engenheiro Ricardo Zarattini Filho, então militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR).

"Advogar era assumir riscos. Um dia, o Zé Celso ligou para meu escritório. Disse que ia para o Dops, que o haviam convocado", disse Tales. O advogado foi encontrá-lo. Ao chegar, um investigador que Tales defendera em um processo o chamou de lado. "O senhor é advogado do moço do teatro?" Tales disse que sim. "Então tira ele daqui que ele vai ficar (preso)." O advogado pegou o cliente pelo braço e o mandou fugir. Da recepção do Dops, Zé Celso partiu para o exílio em Moçambique e em Portugal.

Risco. Tão arriscado quanto dar fuga a um cliente era apresentá-lo à Justiça Militar. Era 1968 quando a arquiteta Lino Bo Bardi teve a prisão decretada. Lina abrigara em sua casa uma reunião do que os militares chamavam de "cúpula da subversão em São Paulo". "Ela era simpatizante e emprestou a casa. Enquanto eles se reuniam, ela ficou trabalhando em sua prancheta", disse Tales. Quando tudo foi descoberto, ela foi se refugiar em Milão, sua terra natal.

Seu marido, o então diretor do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Pietro Maria Bardi, procurou o advogado. "Tive de convencê-lo a chamá-la de volta. Tinha certeza de que revogariam a prisão se ela voltasse." Tales estava certo. Lina retornou, e a Justiça Militar a absolveu.

Tales sofreu ameaças, mas nunca foi preso como Idibal Pivetta, que passou 94 dias no Destacamento de Operações de Informações (DOI), no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e no presídio do Hipódromo, na zona leste. Pivetta defendeu quase 600 acusados de participação em grupos armados e outro tanto que militava em partidos ilegais.

Também entrou com cerca de 400 ações na Justiça para passaporte para os exilados, como o dramaturgo Augusto Boal, que viveu na Argentina, Portugal e França.

Pivetta, que trabalhava com teatro universitário, encenava na zona leste a peça Rei Momo quando foi detido por agentes do DOI, que considerou o espetáculo subversivo. No DOI, Pivetta encontrou cerca de 20 clientes, a maioria alunos da geologia da USP. "Imagine a situação: eu, o advogado que devia tirá-los dali, estava preso", afirmou.

Gritos. Em 1973, Pivetta ficou na cela onde antes estivera o estudante Alexandre Vannucchi Leme, morto pouco antes pela polícia. O advogado não foi fisicamente torturado, mas presenciou muitos que foram. "O pior era a rotina, escutar os gritos."

Tão importante quanto conseguir sentenças mais brandas e absolvições de clientes era mostrar às autoridades que a prisão de alguém não era mais um segredo. "Muitas vidas foram salvas desse jeito", disse Belisário.

Depois da anistia, em 1979, a atividade dos advogados na Justiça Militar minguou. Passariam pelo banco dos réus toda a cúpula do PCB e Luiz Inácio Lula da Silva, enquadrado pelas greves que comandou no ABC. Foi assim até o fim do regime, em 1985. "Foram anos terríveis. Ninguém dormia em paz", lembra Pivetta.

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'Na ditadura, advogar era denunciar tortura'
Belisário dos Santos Júnior, membro da Comissão Internacional de Juristas, fala ao 'Estado'
26 de fevereiro de 2011 20h 04


Marcelo Godoy - O Estado de S. Paulo
Nascido em 1948, em São Paulo, Belisário dos Santos Junior militou na Juventude Estudantil Católica (JEC) e era estudante de direito na Faculdade do Largo São Francisco, da USP, quando começou a defender presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). Secretário da Justiça de Mário Covas (1995 a 2001), ele hoje é integrante da Comissão Internacional de Juristas.


'O clamor público salvava vidas', diz advogado
É possível comparar a atuação dos advogados de presos políticos no Brasil com os de outros países da América Latina?

Advogados de direitos humanos no Brasil atuavam na área penal. Advogar era denunciar tortura ou atuar na defesa dos processos criminais. No Peru, eram os defensores das grandes lides trabalhistas. Na Bolívia, os advogados dos mineiros. No Chile, ficavam na resistência em associações internacionais, assim como no Uruguai. Ali não havia advogados de dentro, pois eles eram perseguidos. Na Argentina, quem não saiu desapareceu.

Como era defender um cliente sabendo que ele podia ser condenado à morte?

A gente tinha no fundo uma convicção de que a pena de morte não seria aplicada. Tínhamos a confiança de que no Superior Tribunal Militar e no STF essa pena não seria aplicada e essa confiança foi justificada no caso do Ariston Lucena (militante da Vanguarda Popular Revolucionária condenado à morte pela auditoria militar de São Paulo pela morte do tenente da PM Alberto Mendes Junior), quando o ministro Alcides Carneiro e outros juízes disseram que aquela era uma situação de guerra, que a morte do tenente não era um vilipendio ao oficialato. Eles se recusaram a aplicar a pena de morte.

Era possível, então, advogar, mesmo sem o habeas corpus?

Sim. Nós inventamos a comunicação de prisão. Uma coisa que devia ser feita pela autoridade competente, os advogados faziam. O clamor público salvava vidas. Quando alguém era preso, a primeira coisa que se fazia era ligar para o advogado, para a imprensa, para o STM.

O falso rombo da previdência



Repetindo o que a mídia oculta...


Assunto: baile que as jornalistas globais levam de Lavinas

Em http://www.futepoca.com.br/


Sexta-feira, Novembro 05, 2010
Globo News, previdência e a pauta do governo Dilma
A entrevista da GloboNews com a professora Lena Lavinas, da UFRJ, cumpre duas funções
. Primeiro, mostra como a grande mídia está tentando novamente influenciar a agenda do governo eleito, inserindo uma pauta conservadora no debate, apesar da clara mensagem das urnas em favor de políticas de combate à desigualdade. Aqui, cabe lembrar que o pessoal de esquerda (também conhecido como "nóis") precisa cumprir o mesmo papel e puxar o governo para a pauta que nos interessa, especialmente uma ação mais forte no combate à desigualdade.

Aliás, já que a presidenta está falando em reforma tributária, que o debate passe pela introdução de maior progressividade nos impostos, diminuindo a carga sobre os mais pobres (e a classe média deve se beneficiar aqui, creio, do alto de minha ignorância tributária) e aumentando sobre os mais ricos. Se houver conhecedores do tema entre os leitores, por favor, contribuam.

A segunda razão para ver o vídeo é dar destaque mais uma vez à absoluta contradição entre a chamada "Dilma terá que lidar com rombo milionário na previdência" e a argumentação da professora, que nega desde o início a existência do tal rombo. Nesse ponto, destaque para o baile que as jornalistas globais levam de Lavinas, que dá uma verdadeira aula sobre previdência e seguridade social.

A terceira razão é a supracitada aula sobre um tema dos mais importantes para quem acredita na construção e consolidação de um aparato de proteção social no Brasil. Não consegui achar um jeito de reproduzir o vídeo direto aqui, por isso vai o link:

http://globonews.globo.com/videos/v/dilma-tera-que-lidar-com-rombo-bilionario-na-previdencia/1366939/


Por Nicolau às 17:38

Encantaram-se....

Morreu essa madrugada, Moacyr Scliar. Encantou-se. Foi-se. Antes, já tinha ido, o sarcástico, gentil e querido Maurício Tratengberg
E o querido Florestan Fernandes



SOCORRO! estou me sentindo muito órfã!

Hoje acordei assim...


Alice # 44 / As sombras coloridas por MARIA JOÃO FREITAS AQUI

Estou sentada dentro de mim. Se não estivesse a desenhar um ângulo de 90º, acreditava que tinha perdido para sempre a minha estrutura geométrica no tempo e no espaço. Chamo-me por fora, como se estivesse perdida. Oiço-me por dentro, enquanto espero que alguém me devolva o corpo. Parece que estou longe do chão. Os sapatos caíram há muito. Primeiro, foi o do pé esquerdo, aquele que costuma imitar o outro pé, antes de entrar em novas realidades. Vejo-me como se tivesse olhos transparentes. Tornei-me uma voz. Acho que é o fio de voz que me mantém presa ao tecto que já foi chão. Talvez seja o cinema dos outros. Pelo sim, pelo não, seguro o gato como quem segura uma evidência. A única certeza que tenho neste mundo. Apesar dele ser o Cheshire Cat, aquele que me coloca em permanente dúvida com as perguntas ambíguas pontuadas pelo seu sorriso trocista. Ainda agora, confirmou que o seu livro preferido é A República de Platão e disse-me que o nome verdadeiro desta sala é caverna. Parece que não caio porque estou presa e se há luz, foi porque alguém a ligou para tornar as sombras coloridas.
Publicada por Maria João Freitas Etiquetas: Alice

Teste de Rorschach

De Maria João Freitas, Blog a Namorada de Wittgenstein aqui

As nuvens são o teste de Rorschach de Deus.

Eu, hein!

Imagem: cap-tirada do Blog de Joana Lopes.
O debate sobre o salário mínimo mostra a ínfima intelligensia do país. O Itamar, ex-presidente dessa república de tiriricas, queria um salário mínimo de R$600,00 e desafiou o governo. Palavras, palavras, captura de votos. Nós queríamos um salário mínimo real, de R$2.000,oo, senhor ex-presidente. Os gritos do mineiro Itamar me fizeram lembrar quando ele fez um contrato de aumento de salário com os metalúrgicos. Para que a greve parasse conversou com os metalúrgicos em greve, negociou e depois que o mandato passou para o FHC, este não cumpriu o acordo; Itamar disse que o acordo era de botequim. Tinha sido selado num papel escrito a mão. Ita-mar a pior.

Os xatos, chatos e çxatos


Tem gente que é tão chata, tão xata, tão xata tão chata que se você pisar nela... não a esmaga... cabe no vão entre o chão e a sola de seu sapato (Marta, ins-pirada no conto de Balzac, Os funcionários públicos)

Taí!


do Solda

Panis et circenses


do SOLDA
SEm comentários!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Por que hoje é sábado...

Arrumação, Elomar

um tiquinho só ....

Hoje eu acordei assim...



Sete Cantigas Para Voar
Vital Farias


Cantiga de campo
de concentração
a gente bem sente
com precisão

mas recordo a tua imagem
naquela viagem
que eu fiz pro sertão
eu que nasci na floresta
canto e faço festa
no seu coração
Voa, voa, azulão.
Voa, voa, azulão.

Cantiga de roça
de um cego apaixonado
cantiga de moça
lá do cercado
que canta a fauna e a flora
e ninguém ignora
se ela quer brotar
bota uma flor no cabelo
com alegria e zelo
para não secar
Voa, voa no ar
Voa, voa no ar
Cantiga de ninar
a criança na rede
mentira de água
é matar a sêde:
diz pra mãe que eu fui pro açude
fui pescar um peixe
isso eu num fui não
tava era com um namorado
pra alegria e festa
do meu coração
Voa, voa azulão
Voa, voa azulão

Cantiga de índio
que perdeu sua taba
no peito esse incêndio
céu não se apaga
deixe o índio no seu canto
que eu canto um acalanto
faço outra canção
deixe o peixe, deixe o rio
que o rio é um fio de inspiração
Voa, voa azulão (3x)

Vital Farias.... sublime

Veja [Margarida]
Vital Farias
Composição: Vital Farias


Eu vou partir, pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gostar de mim

Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim

Veja você, arco-íris já mudou de cor
E uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Com esse gosto de sabão...na boca
Arco-íris já mudou de cor
E uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Eu não quero ver...

Veja meu bem, gasolina vai subir de preço
E eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim...ou é o fim...

Eu vou partir, pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gostar de mim

Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim

Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim

Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim



Duke

Pater
Paixao

Solda aqui

Sublime!

Edu Lobo e Chico Buarque, Valsa brasileira

Subia na montanha

"EU, SURPREENDIa O SOL"

"ANTES DO SOL RAIAR"

"CHEGANDO ASSIM MIL DIAS ANTES DE TE CONHECER"


Frank
J. Bosco
Tiago Recchia

Marco Jacobsen

Julio

Julio, o Cortazar

Si la personalidad humana no adquiere toda su fuerza, toda su potencia, entre las cuales lo lúdico y lo erótico son pulsiones fundamentales, ninguna revolución va a cumplir su camino.

1971, marcha contra a guerra do Vietnã...

Peter, Paul and Mary

Na Praça... contra tiranos, contra a mentira, a guerra .... na praça!

Os Tiriricas...


Ontem, a noite, ao deitar ouvi a notícia: o deputado federal e artista folk vai para a Comissão de Educação. Recentemente, quase cassado (e caçado) por ser considerado analfabeto, o deputado Tiririca é indicado por seu partido - o PR - sabe se lá o que significa essa sigla, para compor a Comissão de Educação. Nada contra o Tiririca. Nadinha. O que percebo é a esculhambação do seu partido. Pega o Tiririca, elege-o e o indica à Comissão de Educação. Resta ler as intenções do PR. Ou as não intenções. O que o PR pensa que é educação? Mas, será apenas o PR? Ou todos os partidos e todos os seus deputados? Educação, óh! Isso sem falar que o PSB, partido socialista brasileiro (sic) indicou o Romário para a Comissão de Turismo e Desporto. Taí, Braziu!

Primavera arabe

Cap-tirado do Blog de Joana Lopes aqui

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nise


“É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade.” Nise da Silveira

Somos....

...


Horoscópula
Professor Thimpor (Solda)
AQUI


Áries (21 março/20 abril)


Todas as pessoas nascidas neste período são propensas à velhice com o passar dos anos, principalmente aquelas que comemoram aniversário todo ano, um após o outro. É de cansar qualquer um. Nesta fase a posição do Sol é bastante propícia para o cultivo de piolho em cabeças de alfinetes, mas sem exageros. Quanto à caspa, não esquente a cabeça: Napoleão (aquele que andava com a mão direita sobre o seio) tinha caspa no sovaco e nunca reclamou. Evite negócios arriscados, andar no arame sem rede e sogra mal humorada. Arivederci.


Touro (21 abril/20 maio)


Período favorável às operações financeiras e compra de jóias roubadas. As taurinas irão engravidar mais facilmente, três ou quatro vezes mais. E o tempo de gestação será de somente seis semanas, o que pode acarretar indisposição física, ligeira depreciação social e possível perseguição de parentes. Nesta época do ano todos os nativos de Touro se inclinam para as artes, mas é bom não inclinar demais senão o pessoal aproveita. Fuja do carteado, especialmente truco e pife. Um poquerzinho pode, desde que acompanhado de canapés e um bom uísque. Não empreste o violino de maneira alguma: é uma conspiração da vizinhança para acabar com o barulho no bairro. Como já disse no meu livro: “Vizinho não entende nada de música clássica. Vizinho só serve pra emprestar o cortador de grama”. Passem bem.


Gêmeos (21 maio/20 junho)


O Sol neste signo fortifica o intelecto, a pleura e o reumatismo. Mercúrio governa mas é muito mal assessorado, o que significa uma tremenda bagunça no astral dos geminianos. Convém lembrar uma afirmação do meu livro: “As geminianas gordinhas vivem num mar de felicidades em meio à um deserto de dificuldades”. Bom tempo para cultivar dinheiro-em-pencas, brotoeja e salsão, se não chover. No horóscopo feminino a tendência do período é para o lado esquerdo de quem entra, segunda porta. A pedra preciosa das geminianas é a esmeralda rachada, seguida de lápis-lazúli e jacinto alguma coisa. O sexo masculino, os geminianos, não têm pedras preciosas. Têm pedra nos rins. Geminiano não presta! Geminiano não tem vergonha na car! Geminiano é safado! Geminiano não é flor que se cheire! Geminiano não vai para o céu!


Câncer (21 junho/21 julho)


Todo mundo sabe que câncer não tem cura: não adianta consultar os astros! Mas vamos lá que a morte é certa. Período desfavorável para a saúde, apatia e lentidão no agir. Dores contínuas, enfermeiras pra lá e pra cá. Junta Médica desanimada. Parentes que nunca apareceram vão surgir a todo instante. Os mais afoitos vão querer que o testamento seja assinado o mais rápido possível. O quarto já está reservado pra outro paciente, sabia? E esse padre, o que é que ele tá fazendo aí na tua cabeceira? Os nativos de Câncer geralmente morrem cedo, antes das 8 da manhã, o que é lastimável, quando se tem o dia inteiro pela frente. No último capítulo do meu livro eu pergunto: “Existe vida antes da morte?” Descansem em paz.


Leão (22 julho/22 agosto)


O Sol é muito forte neste signo, portanto, é aconselhável chapéu para os cavalheiros e guarda-sol ou sombrinha para as damas. Período indicado para o tratamento das infecções do trato urogenital. Segundo o critério autorizado dos especialistas é indispensável o esvaziamento da bexiga em cada micção. Mas, com as bexigas vazias, como é que fica o aniversário das crianças? Amizades novas e originais irão surgir, aromatizadas artificialmente, sabor morango e pêssego. De brinde o novo e delicioso sabor amargura. Lembrando meu livro: “Ser mãe é o pai descer ao paraíso”. No mais, um cafuné.


Virgem (23 agosto/22 setembro)


Aviso aos nativos de Virgem: a Europa estaria a um passo de nós se no meio não existisse um negócio cheio d’água chamado Oceano Atlântico. Já pensou? Paris, Roma, Londres, tudo aqui pertinho? Pois é. Vamos aos astros. Maior estímulo e atividade nos negócios relacionados com bebidas. Excelente período para encher a cara, vender os vasilhames ou montar um boteco na esquina, desses que vendem quibe estragado e cerveja morna. O Sol está no signo de Virgo, tendo como governante o planeta Merthiolate, interino de Mercúrio para os assuntos mais urgentes. É bom levar bóia. Mata a fome e não deixa morrer afogado. Parodiando eu mesmo no meu livro: Quem com ferro fere, domingo será feriado”.


Libra (23 setembro/22 outubro)


As pessoas nascidas sob este signo gostam muito de balançar o coreto. Usam meia furada no dedão, são desprezíveis e passam dias, semanas e até meses sem tomar um único banho! Diante de um quadro de Picasso têm fortes acessos de tosse, chegando mesmo ao desmaio, provocado pela falta de ar e pela falta de imaginação. Não sabem pronunciar a palavra adrede, sabendo, contudo, pronunciar otorrinolaringologista em cima de uma moto 500 cilindradas a 300 km por hora, dependendo da companhia. Grande atividade com o sexo oposto, já que com o mesmo não deu certo e foi constrangedor. Vide meu livro: “Me Tarzan, You Jane”, onde explico tudo tintim por tintim. Como já disse o sujeito que mora no porão: “Comigo é mais embaixo”.


Escorpião (23 outubro/21 novembro)


Marte governa as operações cirúrgicas, consultas médicas e dentistas, formigas e tamanduás, tirivas e papagaios, empregados e patroas. O domicílio de Marte fortifica os dentes, o cadarço do sapato esquerdo e a fita no cabelo. Todas as pessoas nascidas sob este signo são portadoras de boa saúde, desde que não fiquem doentes. Quando estão dormindo nunca estão acordadas e quando vão ao cinema só o fazem pra assistir um filme. Podem ser encontradas em todos os lugares onde estejam, não ocorrendo o mesmo onde não estejam. Comem com a boca, respiram pelo nariz e enxergam com os olhos. Quando bebem, ficam ligeiramente embriagadas e se exageram o porre é inevitável. Geralmente acham que a Terra é redonda, meio achatada nos pólos. Nada a recomendar. Como já disse o Lupa e eu fiz questão de botar no meu livro: “A vingança é a herança maior que o meu pai me deixou”.


Sagitário (22 novembro/21 dezembro)


Sagitário é domicílio do planeta Júpiter e isso reduz o diâmetro do munhão da biela em cerca de dois vírgula dezessete e meio, ocasionando vômitos e diarréia nos sagitarianos, frágeis na longitudinal da árvore das manivelas. O período é negro para a ovalização do munhão do mancal principal, reduzindo a folga do platinado. O número de dentes da marcha age com muita perseverança e será a causa do triunfo nos empreendimentos. A folga axial máxima do anel de compressão aumentará no final do período, graças à influência de Júpiter, que governa os negócios relacionados com a gargulante da marcha-lenta. É o que eu já disse no meu livro: “O diâmetro do pino do êmbolo depende do clima”.


Capricórnio (22 dezembro/20 janeiro)


Este período não é nada favorável às amizades, especialmente aquelas cultivadas em banco de praça ou carro funerário. O Sol neste signo esquenta o sangue das carpas, excelente para curar asma, bronquite, pneumonia e, pasmem! impotência sexual. Evite guardas-de-trânsito, leões-de-chácara, empada estragada e jogo da seleção. No meu último livro há um pensamento que define os nativos de Capricórnio: “Pior do que dor do parto só chute abaixo do umbigo”.


Aquário (21 janeiro/19 fevereiro)


O planeta que rege Aquário é Urano, portanto, besteira maior é impossível. As pessoas nascidas sob este signo passam a maior parte do tempo dormindo ou cochilando. Os apelidos mais constantes para os aquarianos são: “Soneca”, “Roncador” e “Só mais 5 minutos”. Perigo de falta de água no bairro durante uma semana. Economize o precioso líquido. Por exemplo, tome banho na água em que foi lavada a roupa. Com essa água (do banho), lave o cachorro, com a do cachorro, a calçada, com a da calçada, o carro e com a do carro lave as crianças. E assim por diante. Exatamente como ensino no meu livro.

Peixes (20 fevereiro/20 março)

Disposição inclinada à fantasia de Pierrô Degolado. Isso ocorre com frequência nos nativos de Peixes. Sendo sexo feminino, a disposição é para Colombina Escrachada. Lindo, não? Nesta fase as doenças se manifestam com muito mais facilidade. Prováveis enfermidades: piqueniquelose primária, camembertite acentuada e roqueforterium crônico. É bom não comer muito queijo, se possível só os furinhos que eles mandam junto. Em meu livro há um capítulo especial sobre queijos: “Eu não me queijo”. Sem mais, um vinho rosé. (1978)

Kagadafi

Solda aqui

O poder pira!


Frank

Do Blog de Roberto Romano
O BOM E CORDIAL POVO BRASILEIRO, NUMA SAÚDE DE PRIMEIRO MUNDO...
São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Uma em 4 mulheres relata maus-tratos durante parto

Queixa é mais frequente em hospital público, mas ocorre também em particular

Agressões vão de exames dolorosos a xingamentos e gritos; secretário diz que situação é intolerável

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

Chorando em um hospital, agulhada pelas dores das contrações do parto, mulheres brasileiras ainda têm de ouvir maus-tratos verbais como: "Na hora de fazer não chorou, não chamou a mamãe. Por que tá chorando agora?"; ou "Não chora não que no ano que vem você está aqui de novo"; ou ainda "Se gritar, eu paro agora o que estou fazendo e não te atendo mais".
Uma em cada quatro mulheres que deram à luz em hospitais públicos ou privados relatou algum tipo de agressão no parto, perpretada por profissionais de saúde que deveriam acolhê-la e zelar por seu bem-estar.
São agressões que vão da recusa em oferecer algum alívio para a dor, xingamentos, realização de exames dolorosos e contraindicados até ironias, gritos e tratamentos grosseiros com viés discriminatório quanto a classe social ou cor da pele.
Os dados integram o estudo "Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado", realizado em agosto de 2010 pela Fundação Perseu Abramo e pelo Sesc e divulgado agora.
A Folha obteve com exclusividade o capítulo "Violência no Parto", que pela primeira vez quantificou à escala nacional, a partir de entrevistas em 25 unidades da Federação e em 176 municípios, a incidência dos maus-tratos contra parturientes.
Coordenado pelo sociólogo Gustavo Venturi, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, o estudo constatou uma situação que Janaina Marques de Aguiar, doutora pela Faculdade de Medicina da USP, já tinha captado em estudos qualitativos. "Quanto mais jovem, mais escura, mais pobre, maior a violência no parto."
O estudo mostra, por exemplo, que as queixas são mais frequentes no caso de o local do parto ser a rede pública, com 27% das mulheres reportando alguma forma de violência. Em 2009, foram quase 2 milhões de partos feitos nas unidades do Sistema Único de Saúde. Quando a mulher dá à luz em um serviço privado, as queixas caem a 17%.
Ressalta no estudo a diferença de tratamento em municípios pequenos, médios e grandes. Quanto maior o município, maior a incidência de queixas.
Segundo Sonia Nussenzweig Hotimsky, docente da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a diferença pode ser atribuída à "industrialização" do parto nos grandes hospitais. "Em uma cidade pequena, as pessoas acabam se conhecendo e o tratamento tende a ser mais humanizado".
Desde 2004, o Ministério da Saúde tem entre suas prioridades a humanização do parto. Mesmo assim, até hoje não conseguiu nem sequer universalizar o direito das parturientes a um acompanhante de sua confiança, conforme lei de 2005.
Segundo Helvécio Magalhães Jr., secretário de Atenção à Saúde do ministério, a situação "é intolerável". Segundo ele, "a humanização do parto está no centro da política de saúde do governo". Sobre a lei do acompanhante, o secretário diz que é essencial seu cumprimento até para "coibir os abusos".
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Comentário:
Quando em 11 de novembro de 1989 nasceu minha querida filhota Julia, aqui na Ma-ringá, fui atendida em um hospital particular. O médico era muito bom. Mas a equipe que o ajudou... Um dos médicos levou seu filho pequeno para assistir um parto que foi difícil. Durante a cesárea os médicos ficaram conversando sobre o futebol do dia seguinte. Eu e a pequena que nascia eramos um saco de musculos que se retraiam de medo e de dor.

Brasil: país dos homens cordiais?

Imagem: Tarsila
São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

cap-tirado do Blog de Roberto Romano

Estudo revela alta no número de negros assassinados no país

Mapa da Violência 2011, com dados do Ministério da Saúde, será divulgado hoje

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O número de negros e pardos assassinados no Brasil aumentou entre 2002 e 2008, enquanto os brancos viveram uma situação de maior segurança -o número de vítimas de homicídio entre eles caiu no mesmo período.
No ano de 2002, em cada grupo de 100 mil negros, 30 foram assassinados; em 2008, esse número saltou para 33,6. Já entre os brancos, o número de mortos, que era de 20,6 por 100 mil habitantes, caiu para 15,9.
Os números são do Mapa da Violência 2011, que reúne dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O estudo, realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, será divulgado hoje em Brasília.
O trabalho inclui também mortes por acidente de trânsito e suicídios ocorridos de 1998 a 2008. Os dados por raça só passaram a ser compilados em 2002.
A categoria negro resulta da soma de pretos e pardos utilizada pelo IBGE.
Entre os jovens, a situação é de maior disparidade. A taxa de homicídios entre os brancos de 15 a 24 anos caiu 30%; entre os negros na mesma faixa etária, subiu 13%.
Em 2002, a cada grupo de 100 mil pessoas, 39,3 jovens brancos morreram; em 2008, foram 30,2. Já entre os jovens negros, a taxa, de 62,4 em 2002, subiu para 70,6.


São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
FOLHA DE SÃO PAULO cap-tirado do Blog de Roberto Romano

aqui
Educação perde R$ 1 bi; corte atinge universidade

Reitores foram avisados de que haverá corte de 10% nos recursos para custeio

Para João Batista de Sousa, da UnB, "é um valor alto" pois "os recursos do governo já não são suficientes"

DE BRASÍLIA

Do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento anunciado pela equipe econômica, R$ 1 bilhão deverá vir do Ministério da Educação, dos R$ 70 bilhões autorizados inicialmente para a pasta.
O MEC ainda não definiu quais dos seus programas perderão recursos, mas uma parte da conta ficará para as universidades federais.
Na semana passada, o secretário de Educação Superior da pasta, Luiz Cláudio Costa, pediu a reitores que avaliassem a possibilidade de cortar 10% dos recursos para custeio -como água, luz e assistência estudantil- e 50% do dinheiro destinado a diárias e passagens.
A decisão deixou contrariado o dirigente da UnB (Universidade Federal de Brasília). Em nota divulgada na semana passada no site da universidade, o reitor em exercício, João Batista de Sousa, afirma que o valor pode comprometer as atividades da instituição.
"É um valor alto, ainda mais se considerarmos que os recursos do governo já não são suficientes para manter as nossas atividades", diz.
Apesar do corte, a pasta assegura, por outro lado, que estão garantidas as nomeações para técnicos e professores de universidades.
A presidente Dilma Rousseff já assinou medida provisória permitindo a contratação de professores em caráter temporário para novas universidades ou unidades de instituições já existentes.
O MEC informou que essas vagas durarão no máximo dois anos e que ao final do período haverá concurso.
O contingenciamento do Orçamento da Educação no ano passado foi maior do que o anunciado agora (cerca de R$ 2 bilhões), mas boa parte do dinheiro foi liberada ao longo do ano. (ANGELA PINHO)

Hoje é sexta-feira....

Dia de arrasar

Comemorar

a vida

nas ruas

nos becos

nos quartos ocultos


TOBRUK por Leonardo Ferrari, psicanalista, Curitiba AQUI

Um regimento dos granadeiros italianos desembarca em Trípoli entre 10 e 12 de outubro de 1912. Fotografia in La Repubblica, 25/2/11.

Eu sou um Afrika Korps. Estou em Tobruk. Meu sangue alemão dos Schmitz e dos Schwertners ferve, arde, quer vingar meu avô italiano ferido neste deserto, picado por um escorpião feroz. Foi em 1920 quando ele desembarcou na Líbia, transferido para as Tropas Coloniais em Trípoli. Durou 2 anos no deserto inclemente até que um escorpião o picasse. Ele sobreviveu à picada. Eu não. Eu sucumbi, eu padeço, eu grito esta dor. Eu manco. Meu avô derrotado por um escorpião. Inaceitável. Eu embarco agora nos Afrika Korps, eu luto em alemão para vingar os italianos humilhados, os italianos aprisionados. É outra guerra, você já está no Brasil, não importa. Eu viro um rato do deserto, logo eu, um leão, mas eu comando todos os Panzers, eu os faço correr, eu mato, eu venço. Ali onde meu avô sucumbiu, eu conquisto. Ali onde meu avô não foi, eu agora herói, eu Wüstenfuchs, raposa, o marechal de campo, O Libertador, Eu, Erwin Rommel, Führioso. Não haverá mais escorpiões neste deserto vermelho, esburacado, revirado, cemitério a céu aberto. É por você, vovô, é para você. Blitzkrieg. Eu construo falsos tanques com pedaços de árvores e restos de carros, eu, o rei das ilusões, eu ponho os ingleses para correr, amedrontados, despedaçados, ossos espalhados pela areia. Perguntem pelo meu nome em Mersa Brega, em Tripolitania, em Cirenaica, em Benghazi. Perguntem por mim em Bardia, em Salum, em Tobruk. Querido nono, é o que eu te ofereço. Nenhum ferrão irá mais te machucar. Eu, ferreiro, asseguro

A morte resistente ...


Fotografia AFP/ONG OneDayOnEarth in El País, 24/2/2011. Homens cavam fossas comuns para as vítimas da repressão em Trípoli, na Líbia.

De Leonardo Ferrari, psicanalista, Curitiba, AQUI


2011/2/20. Morto sem nome. Resta a cifra. Nem rosto, nem filho, nem pai, conhecido nenhum, mãe não vista. Morto sem pranto. Uma cifra inscrita num espelho. É o que furou a pedra. Números. Letras não. Esse Yorick não será mais identificado. Nada além da cifra. 2011/2/20.

Hoje au acordei assim...


... um gato com preguiça...

Zeca Afonso. 1983. Coliseu. Ultima ceia.

E nós aguentando os políticos e seus aumentos de salários...

Libia, revolta, revolução ...
No Iraque, hoje, Dia da cólera



Os vampiros


Um gesto de fidelidade e inconformismo de Joana Lopes AQUI


É especialmente virulenta a crónica de Manuel António Pina, no JN de hoje. Que sirva como um grito de urgência e de alerta, quase 50 anos depois de Zeca Afonso ter lançado «Os Vampiros» (1963).


Vampiros e eunucos


Há 24 anos, feitos ontem, morreu José Afonso. Entretanto, vindos "em bandos, com pés de veludo", os vampiros foram progressivamente ocupando todos os lugares de esperança inaugurados em 1974, e hoje (basta olhar em volta) os "mordomos do universo todo/ senhores à força, mandadores sem lei", enchem de novo "as tulhas, bebem vinho novo" e "dançam a ronda no pinhal do rei", tendo, em tempos afrontosamente desiguais, ganho inaceitável literalidade o refrão "eles comem tudo, eles comem tudo/ eles comem tudo e não deixam nada".


Talvez, mais do que legisladores, artistas como José Afonso sejam, convocando Pound, "antenas de raça". Ou talvez apenas olhem com olhos mais transparentes e mais fundos. Ou então talvez a sua voz coincida com a voz colectiva por transportar alguma espécie singular de verdade. Pois, completando Novalis, também o mais verdadeiro é necessariamente mais poético.


O certo é que a "fauna hipernutrida" de "parasitas do sangue alheio" que José Afonso entreviu na sociedade portuguesa de há mais de meio século está aí de novo, nem sequer com diferentes vestes; se é que alguma vez os seus vultos deixaram de estar "pousa[dos] nos prédios, pousa[dos] nas calçadas". E, com ela, o cortejo venal dos "eunucos" que "em vénias malabares à luz do dia/ lambuzam da saliva os maiorais".


Lembrar hoje José Afonso pode ser, mais do que um ritual melancólico, um gesto de fidelidade e inconformismo.



Líbia!

do Blog de Joana Lopes AQUI

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Transcendental



Balada Para un Loco
Astor Piazzolla
Composição: Astor Piazzolla

Letra Horácio Ferrer

canta: AMELITA BALTAR


Las tardecitas de Buenos Aires tienen ese que se yo, viste?
Salgo de casa por Arenales, lo de siempre en la calle y en mi...
Cuándo, de repente, detras de un árbol, se aparece el.
Mezcla rara de penultimo linyera

**********
Tradução livre de Lorene Gonçalves Soares de Balada para um Louco:
cap-tirada do Blog da Aline
As tardezinhas de Buenos Aires têm esse... sei lá o quê...

Viste?

Sais de tua casa por Arenales.

O de sempre: na rua e em mim.

Quando, de repente

de trás de uma árvore,

aparece ele.


Mescla rara de penúltimo vagabundo

e de primeiro clandestino em viagem a Vênus:

meio melão na cabeça,

as riscas da camisa pintadas na pele,

duas meias solas fincadas nos pés,

e uma bandeirinha de táxi livre, levantada em cada mão.


Ah, ah!


Parece que só eu o vejo:

porque ele passa entre as pessoas

os manequins lhe piscam;

os semáforos lhe dão três luzes celestes

e as laranjas do fruteiro da esquina lhe lançam suas flores.


E assim, meio dançando e meio voando,

tira o melão, me saúda, me dá uma bandeirinha,

e me diz:


(Canto)

Já sei que estou maluco, maluco, maluco.

Não vês que vai a lua rodando por Callao;

que um bando de astronautas e meninos, com uma valsa

dançam ao meu redor.

Dança! Vem! Voa!


Já sei que estou maluco, maluco, maluco.

Eu vejo Buenos Aires do ninho de um pardal;

e a ti, te vi tão triste.

Vens! Voa! Sente!

A louca ilusão que tenho para ti:


Louco, louco, louco,

Tão logo anoiteça em tua portenha solidão,

pela beirada de teu lençol eu virei,

com um poema e um trombone,

a desvelar-te o coração.


Louco, louco, louco,

Como um acrobata demente saltarei,

sobre o abismo do seu decote, até sentir

que enlouqueci teu coração de liberdade.

Já vais ver!


(Recitado)

E, assim dizendo, o louco me convida

Para andar em sua ilusão super-esporte,

e vamos correr pelas cornijas

com uma andorinha no motor!

De Vieytes nos aplaudem
: [Vieytes é o nome de um manicômio de Buenos Aires]



“Viva! Viva!”

os loucos que inventaram o Amor;

e um anjo e um soldado e uma menina

nos dão uma valsinha dançadora.

Sai a nos saudar a gente linda.

e o louco, meu louco, sei lá!

provoca campanários com seu riso

e por fim, me olha, e canta à meia voz:

(Cantado)

Quere-me assim maluco, maluco, maluco,

Agarra-te a esta ternura de loucos que há em mim,

põe esta peruca de calhandra, e voa!

Voa comigo já!

Vem, voa, vem!

Quere-me assim maluco, maluco, maluco,

Abre-te aos amores que vamos tentar,

a mágica loucura total de reviver.

Vem, voa, vem!

Trai-lai-la-larará!

(Gritado)

Viva! Viva! Viva!

Louco ele e louca eu

Loucos! Loucos! Loucos!

Louco ele e louca eu!

******************************
y de primer polizonte en el viaje a Venus.
Medio melón en la cabeza,
las rayas de la camisa pintadas en la piel,
dos medias suelas clavadas en los pies
y una banderita de taxi libre levantada en cada mano.
Parece que solo yo lo veo,
Porque él pasa entre la gente y los maniquíes le guiñan,
los semáforos le dan tres luces celestes
y las naranjas del frutero de la esquina
le tiran azahares.
Y así, medio bailando y medio volando,
se saca el melón, me saluda,
me regalo una banderita y me dice:

(Cantado)

Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
No ves que va la luna rodando por Callao,
que un corso de astronautas y niños, con un vals,
me baila alrededor... ¡Bailá! ¡Vení! ¡Volá!

Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
Yo miro a Buenos Aires del nido de un gorrión
y a vos te vi tan triste... ¡Vení! ¡Volá! ¡Sentí!...
el loco berretín que tengo para vos.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Cuando anochezca en tu porteña soledad,
por la ribera de tu sábana vendré
con un poema y un trombón
a desvelarte el corazón.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Como un acróbata demente saltaré,
sobre el abismo de tu escote hasta sentir
que enloquecí tu corazón de libertad...
¡Ya vas a ver!

(Recitado)

Y asi diziendo, el loco me convida
a andar en su ilusión super-sport
Y vamos a correr por las cornisas
¡con una golondrina en el motor!

De Vieytes nos aplauden: "¡Viva! ¡Viva!",
los locos que inventaron el Amor,
y un ángel y un soldado y una niña
nos dan un valsecito bailador.

Nos sale a saludar la gente linda...
Y loco, pero tuyo, ¡qué sé yo!:
provoca campanarios con su risa,
y al fin, me mira, y canta a media voz:

(Cantado)

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Trepate a esta ternura de locos que hay en mí,
ponete esta peluca de alondras, ¡y volá!
¡Volá conmigo ya! ¡Vení, volá, vení!

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Abrite los amores que vamos a intentar
la mágica locura total de revivir...
¡Vení, volá, vení! ¡Trai-lai-la-larará!

(Gritado)

¡Viva! ¡Viva! ¡Viva!
Loca el y loca yo...
¡Locos! ¡Locos! ¡Locos!
¡Loca el y loca yo

Hoje eu acordei assim...

As 6:00. Liguei meu celular para ouvir Luz de Luna. A praça de Mado, Madrid, com Chavela, a praça com muita gente numa união poética de uma cantante de 90 anos e jovens. A celebração da vida. Como na Última ceia, Últimos sacramentos, última saída, última fronteira, o Juízo final, último adeus, última dança, últimas palavras... A praça contra o shopping (esse espaço privado, seco e frio, sem gente, sem excesso, sem cheiros). A praça dos encontros, das manifestações, da riqueza e miséria, das lutas, como a Praça de Tahir, no Cairo, plaza de Mayo, das Mães de Maio, praça da paz contra os ditadores chineses, a praça de Porto Ferreira em frente a igreja matriz, a praça da Má-ringa, a praça, a praça ... dos curisosos, das artes, dos berros, da sobrevivência.

Estamos cá, vivos, desfiando nossas "oportunidades": somos professores universitários, temos Unimed, temos casa própria, temos segurança, somos funcionários públicos, alguém nos banca na verdade e nas mentiras, damos conselhos aos nossos alunos (isso, estudem, publiquem, sejam ordeiros...façam seus currículos), publicamos (embora ninguém leia), ... estamos sendo empurrados para as estatísticas da imortalidade. Mas, existe a praça. , onde cada um de nós é um cada (William James) e esse cada um é intercambiável com qualquer outro. E a ideia de perdurar existe.

Filosofia simpsoniana


“Existem três frases curtas que levarão sua vida adiante: ‘Não diga que fui eu!’, ‘Oh, boa idéia chefe!’ e ‘Já estava assim quando cheguei.” Hommer Simpson

Acrescente-se mais duas: Eu não sabia. Ou "eu não sabia que não podia".

Da Nise da Silveira, mulher sem juízo

Imagem: MIRAN (frases cap-tiradas do caderno Aquariano aqui)

“Porque passei pela prisão, eu compreendo as pessoas e os animais que estão doentes, pobres, que sofrem. Eu me identifico com eles. Sinto-me um deles” . Nise da Silveira


“Desprezo as pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais têm a sabedoria da natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não se quer saber de uma pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo.”

Roque Sponholz
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