TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A história real....


Esse Natal foi um tanto rápido. Gosto de curtir o clima, visitar amigos, levar lembranças e brindar um ano a mais em nosso calendário humano. Estou com o presente do Balestra no carro. Da dona Nilza também. Ainda não fui ver minha mãe em Porto Ferreira, SP. Ontem fiquei no hospital uma parte da tarde. Maridão doente.

Assisti ao filme de David Linch agora de manhã. A história real. História de Alvin Straigt, em 1994, que percorreu 260 milhas em um aparador de gramas, de Laurens, Iowa para Mount Zion, Wisconsin para ver seu irmão, Lyle, com o qual estava rompido. É a história de uma amizade entre irmãos. É a história da velhice. É a história de uma travessia real e de uma travessia interna. Como disse Alvin, o personagem, "engoli meu orgulho e fui ver meu irmão. Irmão é irmão".

É impossívei assistir ao filme e não pensar em nossas travessias. Em 2003, mais precisamente em 3 de agosto de 2003, em meu aniversário, sai de carro em direção ao interior de São Paulo, em uma corrida de quase 700 Km para encontrar meu pai. Ele estava com câncer. Nunca havia feito uma travessia real e, ao mesmo tempo, interna nessas condições. Cortar, em um carro velho, o estado do Paraná e parte do estado de São Paulo foi uma trajetória para me pensar como filha, mãe, pessoa... A gente se torna mais madura, às vezes, em uma pequena viagem. Pequena na realidade e extensa psicologicamente. O filme de David Linch mostra isso. Vale a pena ver. Vale a pena sentir.

Direção:
David Lynch Ano: 1999 País: Estados Unidos, França, Inglaterra
Gênero: Aventura, Drama
Duração: 112 min. / cor
Título Original: The Straight Story
Richard Fainsworth é o ator. Fantástico. Velho com câncer, Fainsworth é a face da ternura diante da morte. Morreu dois meses após a filmagem. Suicidio.

Obrigada, Sponhozl!


Obrigada, grata, grazie, merci....

sábado, 20 de dezembro de 2008

Crise, que crise?


Dados escabrosos e não é de filmes de terror!

Os dados estão no Blog do Noblat (link ao lado)

- Em São Paulo: vereadores comprarão 164 carros novos. Preço: R$1,8 milhões.


- Vereador brasileiro custa mais que políticos de parlamento da Alemanha, França, Reino Unido. (e não é melhor do que eles). Os dados são da ONG Transparência Brasil. Link ao lado.


- deputados do Paraná aprovam ÀS PRESSAS (ontem) plano de aposentadoria para eles próprios e funcionários da casa.


- no Rio, 1 vereador tem 20 cargos a mais e R$1,5 milhão a mais..


E vc

AINDA ACREDITA EM CRISE?

Dinheiro público para cópulas privadas....


Do Blog do Ricardo Noblat
Um candidato à família Magalhães
Adolescente de 14 anos entra na Justiça para ser reconhecido como filho do ex-deputado Luis Eduardo Magalhães e fazer jus à sua herança e à de seu suposto avô, Antonio Carlos Magalhães
De Leonardo Coutinho e Sandra Brasil:
Um personagem até agora desconhecido entrou na divisão do espólio do senador baiano Antonio Carlos Magalhães, que morreu em julho de 2007. Trata-se de um adolescente que completou 14 anos na semana passada e que, desde setembro, reclama judicialmente sua condição de neto e, portanto, herdeiro de ACM. Seu advogado alega que o cliente nasceu de um relacionamento extraconjugal do deputado Luis Eduardo Magalhães, o terceiro filho do senador.
O mais brilhante político de sua geração, Luis Eduardo presidiu a Câmara durante os dois primeiros anos da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso, capitaneou a revisão da Constituição e era um potencial candidato ao Palácio do Planalto quando sucumbiu a um infarto em 1998, com apenas 43 anos. Elegante, simpático e bon vivant, era tratado por seus pares como um príncipe e deixou órfãos Paula, Carolina e Luis Eduardo, filhos de Michelle Marie, com quem se casou em 1976.
O pretenso quarto filho de Luis Eduardo reivindica não só uma parte da fortuna do avô como uma nova partilha da herança do deputado e o direito de usar o sobrenome Magalhães. Para isso, entrou com dois processos. Na Bahia, pediu a "reserva de quinhão" na partilha de ACM. Na 7ª Vara de Família do Distrito Federal, move um processo de investigação de paternidade.
A mãe do adolescente é Siméa Maria de Castro Antun, que foi assessora parlamentar de Luis Eduardo. Nascida no Acre, ela trabalhava como modelo em Brasília no fim dos anos 80. Era conhecida na capital como garota-propaganda das lojas Gavi, uma rede de móveis populares. No processo, Siméa relata que conheceu Luis Eduardo aos 20 anos. O deputado a teria abordado em abril de 1989, durante uma convenção do antigo PFL na qual ela trabalhava como recepcionista. Siméa diz que o deputado a abordou, deu-lhe um cartão de visita e ofereceu-lhe um emprego em seu gabinete.
Quatro dias depois, a moça já estava na folha de pagamento da Câmara. O romance começou na seqüência. Foram necessários apenas dois meses para que ela se mudasse para o apartamento funcional de Luis Eduardo. "O casal convivia de segunda a quinta-feira, relacionando-se afetiva e sexualmente, pois às sextas-feiras, geralmente, o investigado seguia para o seu estado, a Bahia", descreve José Alfaix, advogado do filho de Siméa.
O processo traz relatos de testemunhas que afirmam que a assessora morou com o chefe, a quem chamava de Luigi, até fevereiro de 1994. Naquele mês, Siméa engravidou. De acordo com sua versão, o deputado sugeriu que ela abortasse. Ela se recusou e voltou para a casa dos pais. Por ordem do amante, deixou de comparecer ao gabinete, mas continuou recebendo o salário do Congresso.
Suas testemunhas contam que Luis Eduardo, no entanto, jamais a deixou desassistida. "O deputado custeou o pré-natal e o parto. Quando o menino nasceu, impressionou a todos: era a cópia do pai", declara Ana Lúcia de Oliveira, amiga de Siméa. A ex-secretária do parlamentar, Marlene Vieira, é uma peça-chave no caso. Ela filmou o parto. A gravação foi anexada aos autos, mas Marlene, que hoje é secretária do senador ACM Junior, irmão de Luis Eduardo, não está entre as testemunhas.
Zeloso de sua imagem de homem público, o deputado evitou visitar a criança no hospital. Esperou para conhecê-la na casa dos pais de Siméa. Depois que a moça e seu filho se instalaram em um apartamento alugado, o casal rea-tou o romance. Três anos depois, o político engordou a renda do garoto concedendo dois aumentos à sua mãe. Uma testemunha afirma que, momentos depois da morte prematura de Luis Eduardo, o empresário João Carlos Di Genio, da Unip e do Colégio Objetivo, contou ao senador ACM que Luis Eduardo havia deixado um filho não registrado. Conforme esse relato, ACM convocou Siméa e disse-lhe: "Filho do meu filho é meu neto. Não se preocupe, pois o futuro financeiro e educacional do menino estará garantido". Para cumprir a promessa, aceitou-a como sua assessora. ACM Júnior, suplente do pai no Senado, manteve-a nos quadros do Congresso. Siméa recebia do Erário um salário de 8.255 reais para ficar em casa cuidando do filho. Só foi demitida na última terça-feira, depois que VEJA instou o senador ACM Júnior a esclarecer o assunto. "Herdei essa situação. No momento em que tive a informação de que ela não freqüentava o trabalho, não tive alternativa a não ser exonerá-la", justificou. ACM Júnior manteve Siméa nos quadros do Senado mesmo depois que ela orientou seu filho a processar os Magalhães.
Nos autos, Siméa conta que planejava não reivindicar a herança da família. Ao contrário, pretendia esperar que o adolescente atingisse a maioridade para decidir se requereria ou não o nome e parte da fortuna do pai e do avô. Diz que mudou de idéia depois que leu notícias sobre a disputa entre os herdeiros oficiais de ACM pelo espólio dele, estimado em 345 milhões de reais. Assinante da revista leia mais em Um candidato à família Magalhães

Ah, Museu criacionista...


Do Blog Rerum natura Portugal

O HUMOR CIENTÍFICO DE DAVID MARÇAL NO "INIMIGO PÚBLICO"
Encontrado fóssil de costela muito semelhante a uma mulher e um dente de lobo vegetariano.

O registo fóssil finalmente apoia a ciência criacionista: "um igual e Deus desempata com voto de qualidade", gracejou um neo-criacionista ao IP. Os artefactos genesioliticos (do genesis) foram descobertos durante as escavações do Museu da Criação, em Cincinatti. "Foi só construir o Museu à volta, nem houve necessidade de retirá-los do lugar. Acaso? Evidentemente que não, isto é o que eu chamo design inteligente. Já reparou que os evolucionistas encontram supostos fósseis de dinossauros e putativos antecessores do homem a milhares de quilómetros dos sues museus de história natural?" Durante as escavações foram também descobertos um dente de lobo vegetariano que habitava o Jardim do Éden e um pedaço da arca de Noé.

Do acervo do Museu da Criação constam ainda cerca de 1500 litros da água do grande dilúvio aprisionada nas calotes polares, um trilho de pegadas de Jesus Cristo sobre as águas, gafanhotos egípcios e uma oliveira à prova de água, capaz de sobreviver 150 dias submersa (encontrada no Alqueva) descendente do ramo com que voltou a pomba que Noé soltou para saber se já havia pé.

David Marçal

dos senATORES do Paraná


O Messias nos lembra:

Dos três senadores do Paraná, dois votaram a favor e um contra a PEC (vergonhosa) dos vereadores. Contra: Álvaro Dias; a favor: Flávio Arns e Osmar Dias.

Natal na Má-ringa ou crise, que crise?

Charge: Cesar Marquesini
Na Má-ringa:

Do Blog do Rigon

Confirmado aumento de gasto com CCs
A imprensa maringaense deve repercutir amanhã o cálculo feito pelo vereador Humberto Henrique (PT), de que a criação de novos cargos de confiança na prefeitura deve resultar num aumento de R$ 3 milhões.O vereador também notou que no orçamento do próximo ano a prefeitura está destinando, pela primeira vez, R$ 4 milhões para o aeroporto e não criou nenhuma taxa para os usuários do local, como fez para o tratamento do lixo da cidade. Segundo ele, somando a estimativa de gastos com CC’s e o recurso criado para atender o aeroporto, o valor é quase o suficiente para bancar o tratamento do lixo. É, o problema parece ser mesmo de má gestão. PS - Recentemente, a prefeitura injetou mais de R$ 1 milhão na SBMG, novo sugadouro do dinheiro público. E ainda vão enfiar mais R$ 11,5 milhões no Parque do Japão. Prioridade é isso aí.
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COMENTÁRIO: prioridade, não; roubo, sim! Roubo deslavado. Enojante, nojo, nojo, nojo....

Natal...

(tradução: Você pode imaginar o que seria viver sem dinheiro?)

Compro, as vezes, em uma loja de bairro. A loja é um armazém típico de cidade interiorana pequena. Lá tem copo, cadeira, blusas de malha, brinquedos. Passei por lá semana passada. Ao meu lado, no balcão, uma mãe e uma filha adolescente. A mãe queria comprar um brinquedo para o filho. Era para ele aprender a ler; estava com dificuldade na escola. O brinquedo parecia um computador. CR$135,00. Muito caro. Ela queria dividir o preço. Para isso, precisava dar CR$30,00 de entrada. Não tinha. A filha queria um vestido. CR$ 35,00. Era caro. Pouco depois quando eu saia, as duas caminhavam de volta para casa, cabeças baixas.

Putz!


A foto é da Daliana Antônio. Simplesmente genial. Daliana esteve em Brasília e captou a essência política local: lugar de bons negócios. Com o dinheiro público, é claro!

...


do Sponholz!


Nunca imaginei que fôssemos (tema acento?) ouvir um presidente dizer: comprem! o espírito natalino na Má-ringa não é esse. A cidade está vazia. Anunciada a crise, o prefeito fora da mídia (está em férias?), os vereadores rindo a toa com o auxílio dim-dim dos senATORES, o estado turístico de Santa Catarina inundado pela chuva (e devastado pela ganância dos imobiliaristas, predadores dos morros e Mata Atlântica), com soldados do exército e povo roubando do povo em Santa Catarina...
(como vimos na TV), quem sai para comprar? Aliás, os lojistas aumentaram muito o preço das mercadorias. E eu pergunto aos vereadores, senATORES, prefeitos: crise, que crise?

Um BOM NATAL....

Na foto com a sogrona...
... um NATAL nota dez aos amigos e colegas blogueiros! Ao amigos que me enviam tanta colaboração...BOA!

Ao professor Roberto Romano, um intelectual que ousa e cultiva um saboroso Blog. Agora em novo endereço: http://silncioerudoasatiraemdenisdiderot.blogspot.com/

Ao Sponholz, arquiteto e chargista, sempre querido. Aos artistas como Miran, Novaes, Lane, Mangabeira, Rico... sempre risos. Ao Balestra, fofo amigo, letrista, palavreador, ao Rigon, da Má-ringa, que detecta essa cidade e, como disse o Balestra, parece uma padaria, sempre com pãozinho. Aos amigos Giulio, lá na Itália, ao Grozny, no RJ, à Bete na Bahia, ao Lino Resende, no ES, Mary, da Feminista, à meninada jovem da Má-ringa,ao Acir Vidal, de SC (fofo), ao Cecilio, em SP, Wilson Rezende, Glória Reis, em Minas Gerais, Issamu, Maringa, ao querido Messias Mendes, da Má-ringa, Renato Santos Passos, brasileiro que migra para Portugal, ao professor Mário Araujo, Orlando Tambosi, SC, Ronaldo Feraz, RJ, à Denise, agora na Coréia, Fabio Mayer, em Curitiba, ao Almir Feijó...e minha quieta e amiga Rô Kimura! (desculpe-me pela demora em falar com vc)

tanta gente boa... um abraço para o Sidnei Munhoz, Zé de Arimathéia, Ana Cristina, Tânia, Marcos Danhone, Marta do CCE... e por aí caminhando com essa gentarada boa!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

TETAS: na Má-ringa vereadores mamam mais...

Caneca de vereador
Do Blog do RIGON, da Má-ringa

Câmara cria novo mecanismo para gastar
A Câmara Municipal de Maringá só perde para a de Curitiba em número de assessores e é certamente uma das poucas que gastam com propaganda - e gasta bem, em campanhas travestidas de civismo. Não bastasse isso, o vereador Walter Guerlles (PR), que já teve má experiência com a criação da verba de gabinete, agora cria mais um canal para gastar dinheiro público: uma publicação mensal com informações do Legislativo (o projeto aqui). Tudo indica que será uma grande teta.Para justificar, o projeto diz que a tal publicação será distribuída em bancas, órgãos públicos e escolas, para que a população possa acompanhar os trabalhos legislativos. Além de o pessoal ter a internet, que é mais em conta, e o gasto normal nos veículos de comunicação (até esses dias o Legislativo pagava R$ 80 mil para publicar seus balanços mensais), o povo, caro vereador, já sabe como a nossa câmara funciona: ela só diz "sim senhor", quem legisla é o prefeito, que na maioria das vezes não ouve a população, fazendo a Turma do Amém aprovar projetos em regime de urgência, como aconteceu com a taxa de tratamento de lixo. Guerlles, que ajudou a criar uma superestrutura de televisão no Legislativo, pisou no tomate de novo.

Eçe braziu...

O senado brasileiro não teve seu franguito, mas suas avestruzes, os vereadores.


Ai que saudade da ditadura....

Enviado pelo Amigo Antonio Morales

Os vereadores agradecem os senATORES


Crise, que crise?


Os senATORES brasileiros mostram a cara: deslavada! Haja paciência com um bando de senhores que brincam com o dinheiro meu, seu, nosso. 7 mil vereadores que puseram a mais nada mais são que um ninho de paus mandados para os próprios senATORES. Ouvimos economistas, empresários falando de "flexibilização" do trabalho, de redução de salários, de aumentar a jornada de escravidão. E os senATORES? Brincam de fazer mais gastos. Gastos para vereadores, um dos cargos mais duvidosos desse Braziu. SenATO: creche de terceira idade!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Crise? que crise?

Quem ganha com a crise? Os políticos e empresários já sabem: eles próprios. Já está cansando o discurso dos economistas: diminuir os salários e aumentar o trabalho. Bella roba!

O direito à ciência

Cap-tirado do Blog do Roberto Romano. Clique aqui

Suplemento ALIÁS
Deus não freqüenta laboratório
E pesquisador não é divindade. Com base nisso, educadora critica criacionismo nas aulas de ciências
Mônica Manir - O Estado de S.Paulo
- Enquanto pilota um carro automático, Roseli Fischmann explica como conduz sua vida: com teoria e prática juntas, sem o revezamento entre uma e outra concebido pelo filósofo Gilles Deleuze, porque há uma pancada de muros a enfrentar. Um deles é o debate acerca do Estado laico, sobre o qual escreveu um livro de bolso para a coleção Memo, do Memorial da América Latina, lançado neste ano. Um troco diante de uma carreira que inclui coordenar a área de Filosofia e Educação da pós em Educação da USP, comanda o grupo de pesquisa do CNPq "Discriminação, Preconceito, Estigma" e ter redigido o conteúdo do tema transversal Pluralidade Cultural dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Quando se anuncia, como nessa semana, que escolas confessionais estão adotando o criacionismo em aulas de ciências, Roseli aciona o pisca-alerta, apesar de o assunto não lhe ser tão novo assim. Em 2004, para citar um exemplo, a Secretaria de Educação do Rio definiu que o criacionismo seria discutido de forma "superficial" nas escolas públicas estaduais. Outros Estados tornaram o ensino religioso obrigatório nas mesmas escolas públicas, não necessariamente com essa "superficialidade", mas sempre contra a Constituição, como ela insiste em lembrar. Não fosse ilegal, seria improdutivo. Para Roseli, religião e ciência são como água e óleo: operam com lógicas impossíveis de se misturar. "Ninguém sai ganhando porque os cientistas podem pensar que são deuses, e quem fala de Deus pode pensar que é cientista." Abaixo, Roseli desenvolve sua teoria sobre como essa história pode ou não evoluir.
FALÍVEIS E MORTAIS
"Levar o criacionismo para as aulas de ciências misturado aos conceitos da teoria evolucionista é uma distorção. Não dá para confundir as lógicas. O campo da ciência não é o da salvação, nem o da iluminação, nem o do ser infalível. Ele tem uma marca: é produzido por seres humanos, num acúmulo de conhecimento histórico, e não de forma dogmática, de uma vez para sempre, fruto da revelação. Somos falíveis e mortais. Ao ensinar ciências, os professores podem inclusive dizer às crianças: "Isto é fruto da construção humana, e você pode ser parte dessa construção". Assim se desenvolve nos alunos a possibilidade de questionar, e uma boa dúvida é a pérola do mundo científico. Se, do ponto de vista religioso, existe alguém infalível, isso é para as pessoas que acreditam. Quem acreditar será respeitado por isso, mas não se pode querer que todo o mundo esteja dentro dessa lógica. Ninguém, enfim, ganha misturando as duas frentes porque os cientistas podem pensar que são deuses, e quem fala de Deus pode pensar que é cientista.
O DIREITO À CIÊNCIA
"Vale lembrar que a Constituição estabelece em seu artigo 23, como competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, "proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência". O item primeiro do artigo 27 da Declaração dos Direitos Humanos também afirma que "todo ser humano tem o direito de participar do processo científico e de seus benefícios". O mesmo artigo trata ainda da propriedade intelectual. Escrita há 60 anos, a declaração já estava preocupada tanto com aquele que cria, descobre e investiga quanto com o benefício social da ciência. Então voltamos à imposição do criacionismo de algumas escolas no currículo de ciências. Não oferecer o conhecimento científico é sonegar esse direito às crianças e aos adolescentes.
SEM PROPAGANDA ENGANOSA
"A legislação no Brasil ampara a abertura e o funcionamento de escolas com identidade religiosa definida, e não acho isso ruim. Vivemos uma pluralidade no Brasil. Ruim seria imaginar todo mundo obrigado à religião ou todo mundo obrigado à não-religião. É um direito de escolha dos pais matricular os filhos em colégios batistas, presbiterianos, católicos, judaicos, islâmicos. Só que isso significa uma coisa: que valores serão passados. Não há propaganda enganosa nesse sentido. E os colégios não passarão valores só por meio das aulas, até porque, na escola confessional, a parte verbal não é a principal forma de transmitir os princípios religiosos. Existem as normas, a convivência, os uniformes, a escolha dos professores, os símbolos pelas paredes. Como aquilo é um espaço privado, seria incoerente lutar contra esses símbolos ou contra uma reza antes da aula, por exemplo. Se os pais não querem aquilo, devem procurar outra instituição. O que não pode ser feito é que, em nome da escolha dos pais, a escola extravase esses valores além da aula de religião, pois ela desempenha uma função social. Essa escola passou por um processo de autorização, submete-se a uma supervisão e, portanto, deve estar ajustada às normas vigentes. Ou seja, precisa ficar muito claro qual é o núcleo de estudo da parte científica, qual é o núcleo da parte religiosa - e isso para o bem da escola, dos alunos, da ciência e da religião.
JÁ NA ESCOLA PÚBLICA...
"O debate sobre o ensino religioso nas escolas públicas é extremamente polêmico, embora a letra da Constituição seja muito clara: ele é facultativo. Facultativo para o aluno seria a população fazer uma escolha, mas, em primeiro lugar, os pais não podem decidir se desejam isso ou não. Daí o professor ministra a aula quando quiser, do jeito que quiser e segundo a própria fé. Ele não diz às crianças: "Vou falar sobre religião, saiam da sala se quiserem". Claro que haverá boas intenções, e todo professor é bem-intencionado, porém vai passar uma série de conhecimentos do ponto de vista dele. Outra questão é o cristianismo como única possibilidade, algo compulsório, com as crianças batendo o pé em casa que precisam rezar o Pai-Nosso antes da refeição porque a professora mandou. Dizem que um pouco de oração não faz mal a ninguém. Só que dentro da escola pública faz, sim. Eis o lugar onde a criança vai aprender a respeitar o público, onde dizemos ao mundo que tipo de sociedade nós queremos, e ali a criança não pode sofrer preconceito. Algum tempo atrás, investigamos uma escola que classificava o candomblé como folclore. Outras tratavam o judaísmo e o budismo como lenda ou mito. Do ponto de vista antropológico é uma coisa, mas uma criança de 6, 7 anos não está estudando antropologia. Então, se não há como fazer bem-feito, e não há porque as pessoas não têm formação, é melhor deixar isso para as famílias e as comunidades.
INCONSTITUCIONAL
"Nos diferentes Estados, você tem as mais diversas situações. Alguns transformaram o ensino religioso em obrigatório, o que é inconstitucional. Outros o tornaram compulsório no ensino médio, o que também não pode. Estão sendo criando grupos de interesses, associações de professores de religião. No Rio de Janeiro são fortíssimos, em Santa Catarina também. Todos persistem em situação irregular, pois o governo não poderia contratá-los. Diz um artigo da Constituição que é vedado ao Estado colaborar com qualquer religião. Como essas escolas são supervisionadas pela Secretaria de Educação, ela não poderia fechar os olhos para isso, mas fecha. Há outra situação muito séria acontecendo: professores dando aula de ensino religioso dizendo que aquilo que fazem não é religião, mas área de conhecimento, o que é um absurdo. Nessa área, a pessoa é capaz de falar daquilo que crê ou não crê. Se houver um bom curso de história, naturalmente virá à tona a história das religiões, não tem jeito. Agora, se não houver, e dependendo do autor da versão, pode-se esperar muito preconceito.
DOGMAS, NÃO. PARADIGMAS
"Não digo que a ciência seja um campo sem problemas. Ao contrário. Os debates são absolutamente ferozes. Thomas Kuhn, no livro A Estrutura das Revoluções Científicas, coloca que a ciência se constrói historicamente por paradigmas. Com o tempo surgem novas idéias, novas propostas, que vão corroendo essa estrutura até que surja um novo modelo. Aquele vigente nem sempre é tolerante para com as visões mais recentes. O que Kuhn diz é que a classe científica, que justamente por precisar da transformação deveria ser a mais aberta a mudanças, se manifesta muitas vezes resistente. Há egos, interesses financeiros pesados, falta de ética... Mas são as novidades que, em geral, promovem o avanço científico. É claro que nem todo incompreendido é portador de uma novidade. Às vezes o incompreendido realmente não está falando nada. De qualquer forma, precisa dar satisfação aos seus pares, eles o apertam, lhe põe questões. Agora, se você me perguntar se a atual estrutura de avaliações está sendo benéfica para a ciência, eu diria que não. Está muito formal, publica artigos apenas dentro de determinadas revistas. Kuhn é crítico: diz que muitas vezes essas publicações se remetem a grupos e fica difícil você circular ali dentro. Continua impiedoso quando lembra que, assim que a novidade se impõe, a primeira coisa que o grupo antigo faz é dizer que pertenceu ao novo desde criancinha. Muitas vezes quem lutou para implantar a novidade perde seu valor. Que nós, seres humanos, somos complexos para mudar, nós somos. Mas esse é o tempero humano da ciência.
MULTIVERSIDADE
"Falando não de heresias, mas de intolerâncias no mundo científico, Norberto Bobbio citou o seguinte: em vez de trabalhar para a idéia de universo, devemos lutar pelo multiverso. Nesse sentido, inclusive, a expressão universidade não seria a ideal... Precisamos de outros olhares para poder enxergar o mesmo fenômeno. Ou seja, a nossa visão sempre será limitada. Hanna Arendt, num ensaio sobre amizade, ainda diz que a base da democracia não é a fraternidade. A fraternidade tem afeto demais. A base da democracia é a amizade, no sentido de que posso chegar para um amigo e dizer: "Esta é a minha versão", enquanto o outro rebaterá: "E esta é a minha", sem que ninguém se mate por isso. A idéia de comunidade científica é importante, uma comunidade de valores em busca do aperfeiçoamento do saber humano. O que justifica que uma pessoa oriente uma dissertação, uma tese? É a continuidade. Isso pode, inclusive, ser dito pelo professor nas aulas de ciências desde muito cedo. As histórias das descobertas são encantadoras. Não é só o lado anedótico da maçã na cabeça de Newton nem de Arquimedes gritando "Eureca!" na banheira, muito menos de cientistas aloprados, mas narrações de luta de pessoas com família, contas a pagar, problemas de saúde, sonhos e talvez uma religião. Ninguém pode ser acusado de incoerência se for um grande cientista e um crente, seja de qual doutrina for. É um direito dessa pessoa.
DESIGN INTELIGENTE

"Da mesma forma, uma religião não precisa ser racional. Até pode dar contribuições importantes nesse campo, como a criação de universidades. Mas, no caso que motivou nossa conversa, do criacionismo nas aulas de ciências, parece inveja de irmão mais velho, que criou os irmãos mais novos porque eram órfãos, mas que não admite que esses mais novos saiam de casa. Eles já saíram faz tempo. Não adianta querer que voltem. As religiões tendem a tomar a rédea da vida da sociedade tanto por uma visão controladora, quanto por medo de serem banidas da cena pública pela secularização. A secularização veio e ficou, mas as religiões não vão ser banidas. Se tiverem confiança na sua mensagem e na possibilidade de atingir as pessoas, não precisam disso. Existe o medo infundado de que a ciência leve ao ateísmo, então as religiões começam a esgrimir com esses grupos usando expressões como design inteligente, que defende que a complexidade dos seres não pode ser fruto do acaso. Há outras críticas mais interessantes a fazer internamente do que criar um nome midiático como esse."
Postado por Roberto Romano
ENTRE A DEMOCRACIA E A RAZÃO DE ESTADO, COMO A CHINESA, A PRUDÊNCIA MANDA ESCOLHAR A DEMOCRACIA. MAS NEM TODOS TÊM PRUDÊNCIA....

Nofa!


Feliz aniversário, Mãe!

Minha mãe, ROSA, faz aniversário hoje. Viva! Eu a chamo de Rosinha, minha canoa. Cuida de muitos. Criou seis filhos. E isso em um tempo em que se amarrava cachorro com linguiça! Não foi mole não! Feliz Aniversário, mãe! Receba aí em Porto Ferreira nosso abraço!
Bjus

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Má-ringa: uma cidade no armário!

Do Blog do Rigon
Novo beijo gay é repreendido em Maringá
Atualizado - Primeiro, foi o beijo entre duas mulheres; agora, dois homens que se beijaram dentro de um bar em Maringá receberam repreensão. O site Maringay traz detalhes.
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COMENTÁRIO: tenho certeza! absoluta! Quem desdenha quer. Creio que na Má-ringa temos uma enorme legião de homens e mulheres que, SUPOSTAMENTE, odeiam gays. Supostamente, porque, depois de FREUD, as condenações às ações sexualizadas, são nada mais nada menos que DESEJOS recalcados. Vão me dizer que quando vêem duas mulheres ou dois homens se beijando todos não sentem um "frisson". Alguns mais afoitos além de condenar querem matar. MAS, Dr Freud já disse: o desejo cria recalques.
Novo beijo gay é repreendido em Maringá
Atualizado - Primeiro, foi o beijo entre duas mulheres; agora, dois homens que se beijaram dentro de um bar em Maringá receberam repreensão. O site Maringay traz detalhes.
Novo beijo gay é repreendido em Maringá
Atualizado - Primeiro, foi o beijo entre duas mulheres; agora, dois homens que se beijaram dentro de um bar em Maringá receberam repreensão. O site Maringay traz detalhes.
Novo beijo gay é repreendido em Maringá
Atualizado - Primeiro, foi o beijo entre duas mulheres; agora, dois homens que se beijaram dentro de um bar em Maringá receberam repreensão. O site Maringay traz detalhes.

Deu na Folha e a Mary comenta...

Imagem: escultura de Salvador Dali
Texto que curti. Do Blog da Mary, A feminista


Um artigo na Folha Mais de ontem. De um historiador. Falando do absurdo que é tirarem aulas de história do ensino médio pra colocar sociologia. Existe uma luta meio coorporativa nisso. Que tem a ver com mercado de trabalho. Pra sociólogo e historiador. Mas eu concordo com ele.
Eu acho que história é mais importante que sociologia no ensino médio. Ele diz, no artigo, que a escola pública vai ficar com 200 horas de história e a particular continuará com as 500 horas. E que daí o aluno da pública não passa mesmo no vestibular. E isso é mesmo argumento. Mas eu não me importo tanto com isso. Me parece um pouco instrumental demais.
O caso é que eu não consigo imaginar qual sociologia pode ser importante pro ensino médio. Ou pelo menos eu não conheço essa sociologia. E acho que a história dá conta desse conteúdo. Que supostamente a sociologia vai trabalhar. Por que qual conceitos serão trabalhados com o aluno? Eu imagino que é luta de classes e desigualdade social. Um marxismo a la igreja católica. Isso que eu imagino. Você vai falar o que de Weber? Vai falar de burocracia? Se é um aluno que nem entendeu ainda como se constituiu o estado moderno, fica difícil. TODO curso de sociologia que eu dei, tem que abrir com revolução industrial e francesa. Não tem jeito. Porque se trata desse sujeito e das relações que ele estabelece. Dentro da cidade e dentro da fábrica. Não existe sociologia em outro lugar. Só na cidade e na fábrica. Mas existe sociologia rural, tem gente que diz. E existe mesmo. Mas é sempre pra ver contradição e estrutura a partir da modernidade. Eu acho que é bem o Weber mesmo que define assim, sociologia a ciência que estuda as relações sociais
Eu acho a mais perfeita definição essa. Principalmente porque sempre eu considero que a estrutura social é formada unicamente por relações sociais. Daí você olha todas as relações pra chegar na estrutura. É que a gente fala da estrutura direto, porque já sabemos. Então PARECE que a estrutura tem autonomia sobre as relações. Mas cada vez mais eu me convenço. Não tem. A grande ideologia e o grande fato social. Não tem isso. Daí que eu pergunto. Qual tipo de sociologia a gente ensina pra moleque? A estrutura e as relações da escola? Da família? Fica difícil demais. Não ser doutrinador. E não ser funcionalista.
Daí trata de noticiário. Você pega essa menina presa por pixar a Bienal. Vários analistas podem dizer coisas. Mas todos têm que usar sociologia. Não existe explicação possível fora da estrutura autoritária e classista do direito brasileiro. Você pode chamar um advogado pra falar. E ele vai explicar tecnicamente que ela esta presa e o Daniel Dantas não. E que isso se explica assim e assado. Mas se você quiser olhar mesmo, precisa de sociologia. Cidadãos protegidos e desprotegidos. Um moço hoje na Folha disse da ironia dela passar o dia que se comemorou aniversário dos Direitos Humanos na cadeia. Mas filosofia não dá conta. É sociologia mesmo pra dar conta. Mesmo quando a discussão emboca pro lado se grafite é arte. Precisa falar, né? De expressão estética da periferia não ser legimitimada. Então só sociólogo pode falar? Não. Porque a maioria dos advogados e artistas plásticos conhecem esse pano de fundo. Quem não conhece, pode até esclarecer pontos técnicos. Mas soam absolutamente esquecíveis. Eu me lembro quando meu pai dizia "oh, porque o Estado de Direito..." e eu o corrigia "o Estado Liberal de Direito...". E ele caía na risada. Eu tô um pouco chocada com os artistas, nesse caso. Tipo a Adriana Varejão, que é um gênio da espécie. Ela foi no jornal e falou. Bah, pixo não é arte. E essa não é a discussão. Ela se revela uma burra quando diz isso. Pra usar sociologia. Ela se mostra num profundo estado de alienação. Porque não é difícil incorporar essa sociologia. Não é difícil perceber o viés de classe na estrutura. Quem não dá conta faz, geralmente, por alinhamento político de direita. Embora às vezes inconsciente. Extrema fidelidade à classe de origem. Ou à classe que gostaria de pertencer. Isso é o patético. Pessoas de classe média fazendo a defesa da elite. E algumas pessoas fazem o contrário. Tipo o Suplicy, que percebeu. Ou os dois Waltinhos. Que jamais fariam papelão de querer prisão de pixadora.
O caso todo é que eu não vejo isso como domínio da sociologia. Eu acho que ela atravessa mesmo, as disciplinas todas. E você chegar dizendo "vamos discutir a estrutura da família" é um erro. Porque aliena mais ainda. Tipo fica a impressão de que aquela família é a única possível. É necessário que você veja uma família medieval. E compare com a sua. E, quando for o momento, você dá o salto e faz a análise sociológica. Que é tão rica. Porque escrutina. A história está suficientemente sociologizada, me parece. Pra permitir esse salto, se o aluno quiser dá-lo. Porque a prisão da menina só é verdadeiramente absurda porque nós nos livramos de reis. Nós deixamos de ser súditos. Nós escolhemos a república. Nós lutamos pela livre expressão. E por esses espaços de livre expressão. Como deveriam ser as bienais. São instuídos pra isso. A estrutura pede isso. De repente, a estrutura dá um coice desse tamanho em todos nós. Que ficamos ué. Reprimida por um dos guardiões, a menina. E como você consegue ter toda a dimensão da coisa só fazendo análise do episódio? Eu acho impossível. É preciso ter mesmo consciência histórica do significado. Senão sociologia vira a disciplina que coloca policial como malvado. E pobre como coitadinho. Vira humanismo de boteco. E, sinceramente. Não merece esse destino. Ela existe pra perceber e escancarar as camadas. Não pode ter destino maniqueísta.

Gato


Até o gato se espanta.

E a nota zero vai...


... para os deputados e senadores, sobretudo, àqueles chupins que querem impor um número maior de vereadores nas câmaras das cidades... Se esses vereadores ainda tivessem brio, honestidade ...qualidade, enfim... mas são um bando de ... nem preciso dizer dizer!
Aliás, o vereador da Má-ringa que propôs a extinção de eleições para diretores das escolas públicas municipais é um grande puxa-sacos da administração. Além de puxa-saco é um herdeiro da política colonial portuguesa que se instaurou aqui em 1500. Não sabe o que é isso, vereador? Vá ler Os donos do poder! Com todo perdão ao livro, é claro! NOTA zero para o sr vereador. ZERO!

E la nave va...


Uma semana sem nenhum post. Ainda não fechei o ano de 2008 no trabalho. Tenho encontrado amigos e vou abraçando o pessoal no caminho. Fim de ano, uma medida social e cultural que nos dá aparente pausa. Consegui dar alguns recuerdos para alguns dessa grande família que curto: amigos, petit família, colegas, alunos.... AOS blogueiros queridos! Força, bom natal, BOM ano novo.
Amiga que se aposenta; amiga que vai trabalhar em outra universidade. Colegas novos em 2009. Cést la vie. O que apoquenta é a corrupção deste Braziu. No mais vamos caminhando. Beijos atodos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Governador vai para a cadeia....

Foto: Spencer Green, FSP
...nos EUA, é claro.

Rod Blagojevich, governador de Illinois, acusado de corrupção; Obama diz desconhecer alegações
O rapaz, espertinho, queria emprego para sua mulher, para ele e a parentalha toda.

Juizes no Braziu


Uma palestra, uma prisão, uma lembrança... por Roberto Romano
Quando o Unafisco (Auditores Fiscais) e Ajufe (Associação de Juízes Federais) me convidaram para o evento sobre os 20 anos da Constituição, meditei bastante e produzi um texto sobre... ....
os juízes.
As reações irritadas começaram minutos após a leitura da palestra. Quando noticiei o fato neste Blog, incluindo alguns trechos de minha fala, alguns me escreveram mensagens eletrônicas sarcásticas, afirmando que eu dirigia a crítica para o setor errado. Outros, simplesmente ignoraram o conteúdo e a forma da exposição.
O Unafisco colocou o texto (sem as notas) em sua página da internet durante bom tempo, na página de rosto, em destaque. Agora, o texto é indicado em link na mesma página de rosto : http://www.unafisco-poa.org.br/
Não raro, as pessoas se interessam pelo que produz escândalo. Antes, os ouvidos e a vista estão fechados para assuntos gravíssimos, mas que não têm o aval da grande midia. Percebo algo assim nos inúmeros contactos que mantenho com jornalistas para ser entrevistado ou para fornecer dados teóricos, empíricos, etc. Quando começo a falar sobre os pontos mais graves, que não concedem IBOPE imediato, se os jornalistas estão diante de mim, seus olhos que vagueiam pela sala mostram, à saciedade, que eles não querem ou não podem aprofundar os assuntos.
Para "o leitor médio" basta a rama. Triste, mas é assim.
Selecionei trechos da palestra de Porto Alegre, abaixo, e os publico antes da notícia sobre os juízes presos. Primeiro ponto: juiz preso não é juiz culpado, de imediato. Um julgamento sério e justo deve ser efetivado antes da sentença. Segundo: o clamor é importante, mas ficar nele mostra hipocrisia que nos torna, sempre, vítimas do nosso próprio ressentimento. E pessoas ressentidas jamais chegarão a ser justas.
Roberto Romano
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A festa na qual comemoramos os vinte anos da Constituição, deve passar pelo crivo dos fatos, os ditos “assuntos desagradáveis” que irritam os poderes e os assim denominados formadores da opinião pública. Quando temos a prova de que a lei impera num país ? Quando juízes asseguram os direitos, tanto no plano do indivíduo quanto no dos grupos. É naquele crivo que sabemos se a Constituição tem alma ou é letra à espera de sopro vital. No regime democrático a fonte do ânimo é a soberania popular. Se ela não existe no efetivo, o corpo do Estado não passa de uma vã estrutura somática. E conhecemos bem o jogo de palavras de origem grega sobre o puro soma e o sema. Sem o segundo, que só aparece em regime de liberdade e autonomia popular, resta o corpo morto de leis e instituições.
(...) Na República existe um retrato irônico do juiz que ronca durante os trabalhos (405c). Seria interessante acompanhar o dia a dia dos tribunais para saber quantos juízes brasileiros roncam, seja porque não escutam os reclamos do cidadão comum (o termo consagrado é leigo, como nas organizações religiosas hierocráticas), seja porque não perdem tempo para ler todas as peças dos processos, seja porque já têm, a priori, a sentença antes de ouvir as partes. Se o Legislativo responde, de um modo ou de outro, ao cidadão, se o Executivo é obrigado a fazer o mesmo, os juízes respondem, quando assumidos como prejudiciais apenas aos seus pares, em julgamentos sigilosos cujos frutos são verdadeiros arcana para o mundo civil. (...) O princípio das propostas platônicas é exposto nas seguintes frases das Leis: “No caso em que um magistrado tenha ajuizado algo de modo injusto (adikos, de errado, não reto, injusto) tratando-se dos danos de um litigante, sua penalidade diante da vítima do referido prejuízo deverá ser o dobro do valor reclamado.
E todo aquele que desejar, poderá ir às cortes comuns contra os magistrados por causa de decisões injustas, nos casos trazidos diante deles”. (846 b). A lingua usada por Platão nas sentenças citadas (ho boulómenos, “Todo aquele que desejar”) é a mesma usada nos termos legais áticos, quando se descreve uma graphé (ação) que podia ser assumida por pessoas outras, além da que foi diretamente afetada. Mas Platão é mais duro ainda. Ele prevê ações contra dirigentes por abuso judicial e administrativo. Todos os juízes, além dos dirigentes menores do Estado, seriam sujeitos a processos por violação da lei. “Nenhum juiz ou dirigente deve ser isento de responsabilidade (anipeutinos) pelo que faz como juiz ou dirigente, exceto aqueles cujo juízo é final”. No entanto, até mesmo no caso de Siracusa Platão propõe um arkhé hipeutinos basiliké, um poder real responsável (Carta Oitava, 355 e).
( ) Platão formaliza um sistema preciso de distribuição do poder judiciário sem paralelo em seu tempo. Ele difere da ordem estritamente democrática, pois não entende as cortes populares como supremas. E também diverge da oligarquia e da aristocracia, pois em sua proposta os dirigentes superiores do Estado são responsáveis e não possuem privilégios como os usufruídos pela Gerusia de Esparta, ou mesmo pelo Areópago ateniense antes de Solon. Ele planeja, portanto, algo que teve relevância estratégica no mundo moderno e determina a estabilidade política com a balança entre as forças opostas, algo fundamental em Montesquieu. É platônica a noção de uma prática de checks and balances essenciais no Estado posterior ao absolutismo. A última e importante medida a ser notada nas teses de Platão é a publicidade dos atos : “A votação deve ser pública. Durante o julgamento os juízes devem sentar-se uns perto dos outros em ordem de idade e diretamente diante do acusado e do acusador; e todos os cidadãos que possuam tempo, devem seguir os trabalhos” (Leis, 855 d).
O filósofo, diz Glenn Morrow, procura evitar algo como o sistema secreto da Star Chamber, algo usado pelos soberanos ingleses para impor despoticamente o seu poder contra as leis estabelecidas e as práticas judiciarias comuns. (...) Volto ao nosso fato comemorativo. Os senhores analisam a nossa Constituição, como ela nasceu e quais os seus obstáculos reais. Peço então o máximo cuidado com o juiz, que serve como intermediário entre a lei e os cidadãos, sujeitos legítimos do mesmo ordenamento legal
Poderíamos recitar infinitos casos brasileiros que mostram a cumplicidade de juízes com sistemas injustos ou mesmo iníquos de poder. As duas ditaduras que desgraçaram a nação no século 20 tiveram sustento em propaganda, força física, auxílio de muitos magistrados, causídicos, constitucionalistas. Passadas as formas de imposição ditatorial, com o retorno ao mando civil e advinda a Constituição cidadã, milhares de pessoas no Brasil passam por torturas, escravidão, sequestros de seus bens por planos econômicos que são verdadeiros golpes de Estado brancos, e não encontram abrigo em togas que deveriam servir para protegê-las. Vemos, por outro lado, que movimentos sociais recebem apodos infamantes de instituições que deveriam investigar sine ira et studio, mas que chegam às propostas de criminalizar movimentos sociais, sem julgamento. Quando injustiças tremendas são cometidas, é fácil acusar governos, parlamentos, exércitos, polícias. Mas é preciso ser mais prudente e verificar a culpa de todos os envolvidos, das camadas populares aos juízes. É o que afirma Stolleis, quase no final de seu pungente livro sobre o ensino jurídico na Alemanha, antes e depois do nazismo. A história do Holocausto está germinada à narrativa do ensino e pesquisa sobre a constituição, que o reflete em todos os aspectos. “Estado, ‘administração’, ‘sistema judiciário’ e o exército, estiveram envolvidos como atores diretos, ajudantes, ou como testemunhas silenciosas que apoiavam ou apenas se resignaram”.
Da lista não escapam “os inumeráveis participantes que garantiram as estruturas e permitiram que os aparelhos permanecessem operando, como por exemplo os engenheiros do Reichsbahn , os oficiais da Wehrmacht, os que sabiam de tudo nos ministérios, os juízes, os promotores, e os acadêmicos também, comentadores que traduziram a nova injustiça para os velhos princípios dogmáticos e os tornou utilizáveis numa forma percebida como ‘normal’ (...) O que eles fizeram pode não ter sido criminoso no sentido legal, mas sem suas inumeráveis contribuições para a divisão do trabalho, o crime do Holocausto não teria sido possível”. Com os exemplos do passado e do que assistimos no Brasil –basta recordar a notícia com que iniciei estas considerações– temos muitas e ponderáveis razões para exigir que o poder dos juízes receba fortes contrapesos dos demais poderes e, sobretudo, que eles sejam obrigados a prestar contas ao povo soberano. Aquele mesmo que nos textos jurídicos e nos discursos judiciários é dito “leigo” Ainda vivemos, infelizmente, no mundo hierarquizado de Dionisio Areopagita.
Nele, o cosmos natural e político vai dos seres mais próximos do divino, anjos e arcanjos e deles aos sacerdotes. Abaixo dos quais vive o laós, composto pelos mortais comuns que só merecem receber lições e governo. Esta escala sagrada foi destruída por Lutero e pelas Revoluções inglêsa (século 17), norte-americana e francesa. Parece que em muitos setores do Estado, em especial no Judiciário, ainda

Sirvamo-nos!

Faça propaganda e não se engane. Vou mandar um "deçe" para alguns políticos!

Mamma mia! Dantas corrupção!


PF usa máquina de contar dinheiro para calcular apreensão em casa de desembargador do ES

Enviado pelo Zé de Arimathéia
Folha Online

A Polícia Federal apreendeu dinheiro na casa do desembargador do TJ (Tribunal de Justiça) do Espírito Santo Elpídio José Duque, preso hoje. A quantia apreendida não foi divulgada pela PF, pois o inquérito está sob sigilo no STJ (Superior Tribunal de Justiça). No entanto, fontes que acompanharam a operação disseram que a quantia era tão grande que foi preciso pedir uma máquina de contar dinheiro do Banco do Brasil para mensurar o valor da apreensão.
A apreensão ocorreu durante a Operação Naufrágio, que prendeu oito pessoas e tenta cumprir 24 mandados de busca e apreensão no Espírito Santo. Os presos serão transferidos para Brasília. Também foram presos o presidente do TJ-ES, desembargador Frederico Pimentel, seu filho, o juiz Frederico Pimentel Filho, o desembargador Josenider Varejão Tavares, a diretora de Distribuição de Processos do TJ-ES, Bárbara Sarcinelli, dois advogados e um procurador. Esse último foi preso em flagrante durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão por porte de arma de uso restrito. Os nomes dos detidos estão sendo mantidos em sigilo, mas alguns foram divulgados pelo TJ. Os presos são suspeitos de participarem de um suposto esquema de venda e manipulação de sentenças em troca de favores e vantagens pessoais.
De acordo com a PGR (Procuradoria Geral da República), as prisões são resultado das investigações feitas no inquérito aberto pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) que apura o suposto envolvimento de desembargadores, juízes, advogados e servidores públicos em crimes contra a administração pública e a administração da Justiça no Espírito Santo. Durante as investigações, surgiram ainda evidências de nepotismo no Tribunal de Justiça capixaba. A PGR informou ainda que diálogos autorizados pelo STJ sugeriram uma possível manipulação do concurso público para o cargo de juiz do TJ-ES com o objetivo de facilitar a admissão de familiares de desembargadores daquele Tribunal. A assessoria do TJ do Espírito Santo informou à Folha Online que vai se pronunciar mais tarde sobre as prisões.
Titanic
As investigações tiveram início com a Operação Titanic, deflagrada no dia 7 de abril, que desarticulou um esquema instalado no cais do porto em Vila Velha, especializado na importação subfaturada de veículos de luxo. Na Operação Titanic, foram presas 22 pessoas, sendo 13 no Espírito Santo, três em São Paulo e seis em Rondônia, acusadas de integrar uma quadrilha que sonegou R$ 7 milhões em importações de carros, motos e mercadorias de luxo. O esquema envolvia Ivo Junior Cassol, filho do governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), acusado de tráfico de influência. Os dois líderes do esquema - Adriano Mariano Scopel e Pedro Scopel, pai e filho-- foram detidos no Espírito Santo.
TJ
O vice-presidente do TJ-ES assumiu interinamente a presidência do Tribunal no lugar de Pimentel. Em nota, o TJ informou que "até o início desta noite [...] não recebeu nenhum comunicado oficial da decisão do STJ, portanto o Tribunal não possui informações oficiais do processo e nem das prisões efetuadas pela Polícia Federal". "Os fatos ainda são muito genéricos. Quando a fase do sigilo for ultrapassada e se houver algum fato específico, as providências serão tomadas", disse o desembargador

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sublime

Regina enviou-me. Não sei quem fez a bela foto. Se soubesse diria...

Si...


Tim tim!

No Espírito Santos juizes, advogados e uma funiconária pública foram presos. Eita, Braziu!
Falando em dinheiro que vaza, um colega que mora em Londrina disse-me que, na época da eleição para prefeito, ganhou e "santinho" do Belinatti e enfiou no bolso. Quando chegou em casa, seu dinheiro tinha desaparecido!
Charge: cap-tirada do Blog do fofo do Acir Vidal.

ah, ah ah


Uau!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Poizé!


Enviado pelo Grozny, do RJ. saiu na Folha de SP

Em 62, EUA pediram apoio a Jango na crise dos mísseis em Cuba
Carta de John Kennedy mostra que americano solicitou ajuda política e militar ao Brasil contra a ameaça soviéticaEm manuscrito de arquivo do CPDOC, João Goulart se manifesta contra ação militar em Cuba e defende autodeterminação do paísRAPHAEL GOMIDE, DA SUCURSAL DO RIO

No auge da crise dos mísseis em Cuba, em 22 de outubro de 1962, o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, enviou carta "secreta" ao colega brasileiro João Goulart, pressionando-o por apoio diplomático, político e até militar contra o "desafio ousado e belicoso" [de instalar mísseis em Cuba] da URSS a "todos os povos livres". Segundo Kennedy, os mísseis representavam "grave (...) ameaça ao hemisfério ocidental", e os dias seguintes determinariam "o futuro da humanidade neste planeta".Kennedy propõe a Jango uma ação conjunta, que pode incluir a "participação (...) em alguma ação militar", "senão a União Soviética vai passar a violações mais e mais flagrantes contra a paz internacional e a liberdade, até que não tenhamos mais escolha a não ser a rendição absoluta ou o desencadear de um holocausto nuclear". "Temos de tomar uma posição agora; o mundo inteiro está observando."As quatro páginas da mensagem e mais 563 páginas de documentos, além de 136 fotos, integram os arquivos pessoais do presidente deposto João Goulart (1961-64), desde domingo digitalizados e disponíveis a acesso público no site do CPDOC/FGV (www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/).
O governo brasileiro não participou da malfadada intervenção em Cuba. Não se sabe se esta foi a resposta oficial do brasileiro, mas os arquivos do CPDOC contêm manuscrito em que Jango se manifesta contra a intervenção militar em Cuba e defende a autodeterminação do país. "Nunca reconhecemos a guerra como instrumento de resolver conflitos entre os países", escreveu.Os papéis digitalizados são um resumo do pensamento e das angústias do último presidente civil antes de 21 anos de regime militar. Trazem documentos pessoais, fotos e material de sua vida pública. Retratam o conturbado período de sua presidência, iniciada com a renúncia de Jânio Quadros e encerrada com sua queda, após golpe que o levou ao exílio, onde morreu, em 1976.Há relatos sobre articulações políticas do então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, para derrubá-lo, em 1963, e dos militares contra sua posse após a renúncia de Jânio, em 61. Uma carta do amigo Doutel de Andrade o alerta que ele seria preso caso voltasse da China ao país naquele momento. A fonte era o presidente da República provisório, Ranieri Mazzili.Os papéis são divididos por período histórico e compreendem as várias fases da vida do gaúcho, herdeiro político de Getúlio Vargas.
Observando virtualmente os documentos, é possível compreender a radicalização e a tensão antes do golpe, as tratativas infrutíferas de reverter o destino já no Uruguai, e enxergar a tristeza e o amargor dos anos de exílio. Até sua morte, ele escrevia manuscritos endereçados "ao povo brasileiro".
Aberto para o mundoA digitalização dos documentos foi feita com o patrocínio de R$ 3 milhões do banco Real. Segundo Suely Braga, coordenadora do setor de documentação do CPDOC, o objetivo é preservar o acervo e abrir possibilidades de consulta para o mundo.O acervo de Jango foi doado em 1990 pela família de Raul Ryff, que foi secretário de imprensa do presidente. Não existe outro arquivo privado conhecido, diz Suely Braga, embora parentes do ex-presidente tenham se referido a um baú, que se teria perdido.
Para a pesquisadora sênior do CPDOC Ângela de Castro Gomes, autora do livro "Jango -As Múltiplas Faces", o acervo "contempla tanto a dimensão de homem público quanto a pessoal" de João Goulart. "Lendo o arquivo, conseguimos sentir como aquele personagem vivia como pessoa, seu sofrimento e seu desejo de voltar ao Brasil de qualquer maneira", diz.

Crise? só no salário!


Crise, que crise?

A crise tem feito os empresários se jogarem na jugular do Estado. E nós, hein. nosfu!

Obama or not Obama.

Da Folha de São Paulo
SUCESSÃO NOS EUA / ANIVERSÁRIO
Obama não me ilude, diz Chomsky

Ícone da esquerda, pensador afirma que presidente eleito é democrata familiar de centro, como Clinton.
Aos 80 anos, que completa hoje, lingüista e teórico político americano é um dos principais intelectuais progressistas em atividade
SÉRGIO DÁVILADE WASHINGTON Noam Chomsky completa 80 anos hoje. O lingüista e teórico político do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) chega à idade redonda militando ativamente na esquerda da esquerda do espectro político dos EUA. Isso faz dele um espécime tão raro quanto foi um dia o pássaro dodô.
Outra característica o coloca na exceção: ele está desencantado com Barack Obama. Talvez desencantado não seja a palavra exata, já que ele dá a entender que nunca se encantou com o presidente eleito. Não acha que o movimento que lhe deu a vitória seja democrático.Diz que parece mais uma "ditadura por escolha".
Nascido na Filadélfia e professor emérito do MIT, onde leciona há 53 anos, Chomsky é considerado o pai da lingüística moderna. De acordo com sua teoria, chamada gramática transformacional, toda sentença inteligível contém não só suas regras gramaticais peculiares como o que batiza de "estruturas profundas", uma gramática universal que serve a todas as línguas.Na última semana, ele trocou com a Folha uma série de e-mails. Primeiro, se queixou da falta de tempo. "É com alegria que leio seu e-mail, embora com um pouco de remorso, também", diz em um. "Acontece que a época é muito difícil para mim." Noutro, se desculpa: "Sinto que terei de ser breve. Se eu não respondê-lo, a entrevista desaparecerá no caos de pedidos irrespondidos".Leia a seguir os principais trechos da correspondência:

FOLHA - Como o sr. planeja celebrar seu aniversário?
NOAM CHOMSKY - Como um dia normal.
FOLHA - Há 50 anos, quando o sr. tinha 30, esperava ver um dia um negro na Presidência dos EUA?
CHOMSKY - Não. Até há bem pouco tempo nem esperava que os dois candidatos finalistas do Partido Democrata seriam uma mulher e um afro-americano. O fato de isso ter acontecido é um tributo ao ativismo dos anos 60 e suas conseqüências, que tiveram um efeito civilizador no país. A opinião da elite européia não está inteiramente errada quando observa com espanto que "só nos EUA um milagre como esse poderia acontecer".
Pelos padrões ocidentais, a eleição de um afro-americano 150 anos após a abolição da escravidão é realmente um evento histórico, diferentemente de na Europa, que é provavelmente mais racista que aqui. As democracias sul-americanas oferecem conquistas muito mais importantes, na Bolívia e no Brasil, por exemplo. E isso vale para o resto do Sul. Mas o racismo ocidental evita o reconhecimento, mesmo a constatação, de fatos como esses.
FOLHA - O sr. acha que Barack Obama está fadado a decepcionar parte das pessoas que votaram nele -e parte da opinião pública mundial-, dadas as impossivelmente altas expectativas a seu respeito?
CHOMSKY - Aqueles que escolheram se iludir sem dúvida vão ficar desapontados. Mas não se pode culpar Obama por isso. Afastada sua "retórica altiva", que parece ter impressionado tanta gente, ele nunca se apresentou como outra coisa além de um democrata familiar de centro, mais ou menos no molde de Bill Clinton [presidente de 1993 a 2001].
A natureza da eleição é muito bem compreendida pelos chefes dos partidos. Para ilustrar, a cabeleireira de Sarah Palin recebeu o dobro do salário do conselheiro de política externa de John McCain -e ela foi decerto duas vezes mais importante para a campanha. A indústria de relações públicas, que apregoa abertamente vender os candidatos da mesma maneira que vende mercadorias, deu seu prêmio anual na categoria "melhor marketing" à venda da "marca Obama". A mídia de todas as tendências o elogia por organizar um "exército" que não contribui nada para as políticas do seu futuro governo, só espera instruções de como apoiar sua agenda, seja ela qual for.Esse modelo é, muito claramente, não-democrático, mas um tipo de ditadura por escolha, uma construção política na qual o público -"observadores intrusos e ignorantes"- são "espectadores da ação", não "participantes", conforme o defendido por teóricos progressistas da democracia [nesse caso, o analista político Walter Lippmann, 1889-1974].
FOLHA - Qual sua opinião sobre as primeiras indicações do gabinete obamista, gente como Hillary Clinton no Estado, Robert Gates permanecendo na Defesa, Timothy Geithner no Tesouro? Era esse tipo de mudança que o sr. esperava?
CHOMSKY - Eu não esperava muito, mas fiquei surpreso que as escolhas de Obama causassem tamanho desdém em seus eleitores.
Suas seleções estão tão inclinadas para a "não-mudança" e a "não-esperança" que Obama se sentiu obrigado a convocar uma entrevista coletiva, onde ele explicou que o seu governo será baseado na experiência e na visão: seu gabinete entrará com a experiência, ele dará a visão. Isso deve confortar os incréus.

domingo, 7 de dezembro de 2008

80 anos!

Hoje o fofo do Noam Chomsky faz 80 anos. Tudo isso sem se vender. Meu perfil de intelectual.

Uau!


Fotomontagem: Guto Cassiano
Lista de presentes:
Mamãe: uma rosa vermelha
Filhota: um abraço e um beijo e um brinco de R$1,99
Maridão: um lenço de nariz
Sobrinha: pacote de chocolate do vendedor de rua
netinha: um baldinho e uma pazinha
sogra: um abraço
amigos: uma festa com salgadinhos e refresco de limão
Mais do que isso só quando a marolinha passar!

Poizzé!

Do Blog do Roberto Romano
A popularidade do homem
JOÃO UBALDO RIBEIRO - Globo
Tenho andado em contato assíduo com Itaparica. Como já lhes contei aqui, arrombaram minha casa e fui obrigado a tomar providências. Creio que não contei que os ladrões não acharam nada para levar, porque felizmente nossas pratarias Rochedo e nossos cristais Cica estavam a salvo, na casa de minhas primas Saldanhas.
Sim, para não saírem desmoralizados, eles levaram toda a fiação elétrica da casa, imagino que tencionando vender o cobre por peso, sem saber que poderiam obter melhor preço em qualquer museu, já que aquela fiação, ao que sei, deve ser anterior a meu nascimento, ocorrido em meados do século passado, na mencionada casa.
Mais velha que ela, talvez, só a janela atacada, cujo arrombamento deve ter sido feito com duas leves pressões do polegar e da qual não sobrou nada. Como não se fazem mais janelas no padrão dela, sua substituta teve que ser produzida de encomenda, o que, junto com o custo das grades, me saiu um pouco caro, mas nada de importante, só os olhos da cara mesmo.E hoje estou contente, porque, como também disse antes, Itaparica não fica a dever a nenhuma grande capital e agora também todo mundo lá mora ou quer morar atrás de grades.Isso mesmo tem se repetido em todos os círculos sociais da ilha. Já se pode ter medo de ficar sozinho em casa, já se pode contar como foi o assalto e assim por diante.
Antigamente, vamos reconhecer, Itaparica era um atraso só, passavam-se anos e anos sem que ninguém matasse ou assaltasse ninguém. Nenhum carioca ou mesmo baiano de Salvador pode mais querer nos diminuir com os ares sofisticados de quem mora em cidades inseguras e está habituado a todo tipo de notícia policial. Mas não é possível agradar a todos, principalmente quando há má vontade, como — ele há de me desculpar, mas o primeiro dever do jornalista é para com a verdade — no caso de Zecamunista.
Não tem nada que o governo faça que ele não caia de pau em cima, em discursos tão ribombantes que até as prateleiras do bar de Espanha chegam a tremer. Isso mesmo, segundo eu soube, lhe foi dito por Lourenço Divino Beiço, na happy hour do bar de Espanha, onde o clima era pacífico e calmo até a chegada do incorrigível subversivo.
— Não se pode falar nada de Lula que você não esculhambe — disse Divino Beiço.
- Também assim é demais.
— Não tem nada que Lula o quê? — perguntou Zecamunista, pondo a mão em concha atrás da orelha.
— Como é que é? Não tem nada que Lula o quê?
— Não tem nada que Lula faça que você não esculhambe.
— Repita, que eu não estou percebendo bem, acho que estou ficando surdo depois de velho, repita aí, pelo amor do proletariado.
- Você já ouviu, não tem nada que Lula faça que você não esculhambe.
— Por aí se vê como você não tem razão, já começa com uma mentira.
— Mentira não, todo mundo aqui é testemunha.
— Prova testemunhal não quer dizer nada diante da lógica. E a lógica diz que eu nunca esculhambei nada que Lula fez pela simples razão de que ele nunca fez nada! Sacou, sacou? Como é que eu ia esculhambar nada?
— Olhe aí você já esculhambando, dizendo que o homem não fez nada.— E não fez mesmo! Desde o começo do governo dele que o Brasil só tem ido na embalagem, na banguela. Agora que a barra está pesando, você vai ver. E não teve mudança nenhuma, a educação não melhorou, a saúde não melhorou, a segurança não melhorou, nada melhorou! Diga aí uma coisa que melhorou.
— Ah, digo várias. Eu digo, digo assim... É porque...
— É porque o que você vai me dizer é que Zoião já pegou três bolsas família, uma da legítima e mais duas com as raparigas dele, que todo mundo, inclusive você, que não precisa, pega cesta básica, que ele já deu emprego no governo a gatos e cachorros e outras besteiras alienadas, era isso o que você ia me dizer. Eu quero saber o que é que melhorou! Estrada está pior. Porto está pior. Trem não tem. Até aviação está pior, o que é que está melhor?
— E o que é que você me diz da popularidade dele? Pronto, eu fico com essa, o que é que você me diz da popularidade dele?
— Eu digo que vocês são burros e não sabem de nada do que estão falando.
— Certo, certo, nós todos somos burros, o inteligente é você. Eu vou lhe fazer uma pergunta, uma pergunta muito simples. O que é que o sujeito quer, quando entra na política?
— Aqui é pra se fazer. O negócio é entrar, ir subindo e se fazendo pelo meio do caminho, sair pobre e magro é vergonha.
— Exatamente. Como em qualquer outra profissão. E aí eu lhe pergunto: Lula se fez ou não se fez?
— Se ele se fez? Um cara que sai do nada e que nunca estudou nem trabalhou chega a presidente da República, cercado de todas as mordomias possíveis, com tudo do bom e do melhor, claro que ele se fez.
— E então? Ele se fez muito bem mesmo, mudou muito, perdeu até a cara de pobre. E você está por cima da carne-seca, que nem ele?
— Eu? Que pergunta mais besta, eu?
— Pois é. E o inteligente é você, o burro é ele. Morda aqui, Zeca, o brasileiro admira muito é quem soube se fazer na vida.

Conjungando: nosfu!


Paguem os salários dos meninos!

Desenho: do El Roto
Participei de banca de seleção de professores da Universidade onde trabalho. Uma vaga, 62 inscritos, 29 fizeram a prova. Pelo menos 10 candidatos trabalham em privadas; quero dizer faculdades privadas. E sofrem daquele mal: precisam pedir de joelhos para que o patrão pague os salários em dia. Taí! os empresários da educação. E isso antes da crise.

Segurando a lua

A Regina, amiga fofa, enviou-me esta foto. Não sei quem é o autor dessa beleza.

Braziu!

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