TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

...




Assim. A Paula Thomaz que matou a Daniella Perez está solta e casada e com mais filhos no Rio de Janeiro. A pena que ela sofreu NÃO ME REPRESENTA como cidadã. Como membro da sociedade brasileira, não considero que foi feita justiça.
Como parte desta imensa COMUNIDADE BRASIL noto que muita gente também não se sente REPRESENTADA pela pena aplicada à Paula Thomaz. Donde eu concluo que, PERIGOSAMENTE, movimentos justiceiros crescem de forma legítima. O que significa LEGÍTIMO para as ciências sociais? É legítimo tudo aquilo que é apoiado pelos membros de um determinado grupo como válido e justo. Eu não gosto de movimentos justiceiros. Não apóio. Não torço. Eu apenas NOTO que eles ganham legitimidade. À medida em que a Paula Thomaz tesoura uma garota e fica na cadeia 6 anos. Eu credito a legitimidade crescente desses movimentos à isso. Posso estar enganada. E o brasileiro pode ser um povo violento de nascença.
O estado de espírito que isso causa no brasileiro médio é bastante propício para saídas radicais. Como por exemplo um político qualquer que carregue a bandeira da PENA DE MORTE. Eu não apóio pena de morte. Só acho que venceria um plebiscito por 80%. Talvez um pouco menos, se os evangélicos resolvessem fazer lavagem cerebral. Mesmo assim estou certa que as pessoas MENTIRIAM pro pastor e votariam a favor. Eu não votaria. Mas me percebo como minoria nesse caso.
Não se trata de discutir EFICÁCIA de penas. Não é esse o caso. A discussão a respeito de crimes muito violentos, geralmente passionais, situa-se em outro plano. Que é de PUNIÇÃO simples. Quando a Paula Thomaz tomou a decisão de dar dezenas de tesouradas na Daniela Perez, pra mim é claro. Game Over pra ela. Ou fazemos isso a partir de transformações radicais no código penal ou vamos ter fantasias fascistas.
Mas pode ser que eu esteja enganada. Já que é uma percepção individual. Pode ser que os brasileiros estejam satisfeitos com o código penal. E a única pessoa que espume quando assiste na TV à nova vida do Guilherme de Pádua seja eu.
O caso Daniella Perez é emblemático porque, nele, a justiça FUNCIONOU. Tudo que existe na lei, foi cumprido.
E os direitos humanos, sinto muito. Eles sempre aparecem de maneira antipática. Das duas uma. Ou eles são antipáticos. Ou o estado de espírito já está bastante alterado. E toda narrativa a respeito dos direitos humanos já vem CARREGADA por conta dessa alteração do estado de espírito. O que corrobora toda a tese acima. Tese pessoal minha. E intransferível minha. E mal-estar meu. E tudo meu e meu e meu.

Um comentário:

Beth/Lilás disse...

Também participo desse seu pensamento, pois não posso aceitar penas tão leves ou até mesmo nenhuma como estamos vendo por aí, tomando o caso por exemplo, de um jovem que foi morto há poucos meses na saída de uma boate no Rio por um policial que fazia a guarda do filho de uma promotora. O caso já foi dado por encerrado e o policial tá aí, solto, leve e faceiro. Um jovem morto não significa nada para o país e para quem promulga as leis?!

Olha, o que tô vendo do alto dos meus 55 anos é o país tomando o rumo do caos. E, juro, não me importaria de conviver com o Exército tomando conta das ruas, tal como meu marido viu e sentiu em Bogotá, pois pelo menos poderíamos caminhar pelas ruas do nosso país.

Você soube que hoje que o sr.Arthur Sendas, dono da maior rede de supermercados no RJ, foi morto por uma bala na cabeça, crime efetuado por um ex-segurança? E aí, pergunto: vai preso um suejito desses e por quanto tempo?

Não sou partidária de pena de morte, quem sou eu para querer a morte de outro ser humano, mas no mínimo prisão perpétua para gente como estas, não é mesmo!
abraço carioca

Braziu!

Braziu!

Arquivo do blog

Marcadores

Eu

Eu

1859-2009

1859-2009
150 anos de A ORIGEM DAS ESPÉCIES

Assim caminha Darwin

Assim caminha Darwin

Esperando

Esperando

Google Analytics