Do Blog terapia Zero
Detesto esse capitalismo pela metade em que a gente vive aqui. Onde as pessoas não têm capacidade de desviar da burrice para ganhar mais dinheiro.
Como hoje. Quando resolvi comprar fraldas.
História nº 1
Eu não sou daquelas pessoas cricri com marcas, grifes etc. Todos os meus relógios são sempre de camelô. A maioria dos óculos escuros também. Compro roupas em lojas de departamentos, se me agradam. Realmente não estou nem aí.
Mas tem certas coisas que não. Papel higiênico, por exemplo. Só compro do mais caro, que acho que realmente é melhor. A mesma coisa para as fraldas da Mathilde. Depois de passar por todas as marcas disponíveis no mercado (graças ao fantástico chá de fraldas que fizemos, e que rendeu por um ano), considero 3 delas as melhores: Huggies Natural Care, Pampers Total Comfort e Turma da Mônica Soft Touch. Esta última eu quase não compro porque só vende um pacote pequeno, e eu prefiro comprar pacotes maiores. A Huggies tem sido difícil de achar no mercado, então tenho comprado mais da Pampers, essa modalidade do pacote verde.
Eu compro as marcas mais caras, mas isso não quer dizer que eu não pesquise para saber onde está mais barato. É por isso que vocês podem me encontrar, na farmácia ou supermercado, com a calculadora na mão, fazendo a conta de quanto custa cada fralda, para decidir se vou levar o pacote Mega, com 48, ou Hiper, com 60 (ao contrário do que pensaria o senso comum, nem sempre o pacote com maior quantidade tem preço unitário menor -- vá entender), ou quanto custa o metro de papel higiênico, para decidir se compro 1 pacote com 16 rolos de 30m ou 2 pacotes com 4 rolos de 50m.
Assim sou eu, tentando valorizar meu dinheiro. E por isso não me furto a andar um pouco mais para chegar à loja mais barata.
Então hoje, na hora do almoço, como em casa o último pacote de fralda já está no fim, decidi que iria até a Droga Raia, que fica a umas 6 quadras do meu trabalho e a umas 12 quadras da minha casa. Porque a Droga Raia não só tem a Pampers verde (a Drogaria Pacheco, por exemplo, não tem, apesar de existir uma filial em cada esquina) como tem uma promoção ótima, caindo o preço de $45 para $32 se você comprar 4 pacotes Hiper (o maior pacote que há, com 60 fraldas, no caso do tamanho G). Eu compro sempre nessa promoção.
Cheguei lá, vi que eles tinham os pacotes Hiper tamanho G, e que a promoção continua de pé. Quando já estava pronta pra pagar, resolvi confirmar que entregavam em domicílio, visto que eu não andaria nem meia quadra, quanto menos 12, carregando 240 fraldas além da minha barriga gigante. "Ah, não. A senhora tem que ligar para a Central e fazer o pedido por telefone", me disse a caixa, estendendo um papelzinho impresso com o número.
Só isso já fez meu humor azedar, pelo desperdício da caminhada. Saí da farmácia e liguei para a Central da Droga Raia. Lá, a atendente confirmou meu nome, CPF, RG, endereço e telefone (!), antes de ouvir meu pedido. "Quero 4 pacotes de Pampers Total Comfort Hiper tamanho G". "Ok... Hmm, senhora, esta fralda está em falta, não tenho no estoque". "Mas eu acabei de sair da loja que fica mais próxima à minha casa, e eles tinham!". "Não importa. Infelizmente não poderei atender seu pedido".
E fim de papo. Ou seja, ninguém fez o mínimo esforço para realizar uma venda de R$128. Nem a loja, nem a Central de Atendimento.
História nº 2
Há alguns meses foi com o laptop do marido. Um Sony Vaio comprado via Amazon numa viagem aos EUA, ano passado. Estava dando um pau, desligando sozinho. Levou na assistência técnica e o diagnóstico foi superaquecimento, causado por um defeito na ventoinha (!). Era um desses defeitos reconhecidos pela fábrica, que portanto nem cobra para conserta. Bem. Lá ficou o computador na assistência técnica uma semana. Duas semanas. Três semanas. E nada da peça chegar, e marido aqui sem computador para trabalhar. Lá pelas tantas entendemos que não havia a menor previsão da tal peça chegar e do conserto se realizar.
Marido então, enfezado com o prejuízo de não poder trabalhar direito, resolveu comprar a peça (um ventiladorzinho) nos EUA, já que um amigo nosso, entendido de computador, estava em Miami e poderia trazer.
Mas na loja da Sony.com a peça estava out-of-stock. Então íamos comprar no E-Bay quando resolvemos, antes, ligar para o SAC da Sony dos EUA para perguntar se isso resolveria o problema ou se continuaria a mesma coisa. Então peguei o telefone e liguei para a Sony nos EUA. Depois de muitos menus "press 2, press 5, press 7, press 8" etc., fui atendida por alguém. Expliquei o problema. Ele me pediu o número de série. Eu dei. Ele me perguntou se eu conhecia um tal Mr [Nome de Marido]. Fiquei assim meio "Oh", tipo cacete-caraca-sinistro, e disse que sim, que ele aliás estava ali ao meu lado. Porque, por algum motivo, eles tinham lá o nome dele associado àquele número de série. (MEDO)
Passado esse choque, o cara me explicou tudo muito bem explicado. Aí eu falei que na loja do site Sony.com a peça constava como esgotada. Aí ele disse "Hold on, senhora, vou lhe passar para o nosso departamento de vendas, talvez eles tenham a peça, sim". E me transferiu. E a ligação NÃO caiu. Aí atendeu outro alguém que me disse "Sim, eu tenho a peça em estoque! A senhora quer comprar?". Eu respondi que sim. Então passei o nome e o número do cartão do marido, o nome e endereço do nosso amigo em Miami, e pedi para realizar a entrega expressa, de um dia para o outro.
E foi assim, amigos, sem ninguém me perguntar o meu CPF, nem confirmar o nome do meu pai e da minha mãe, nem perguntar o nome da primeira escola em que eu estudei. Foi assim, dando um número de cartão e um endereço, tudo pelo telefone numa única ligação, que a peça chegou lá em Miami no dia seguinte, nosso amigo trouxe, ele mesmo instalou a ventoinha nova e consertou o computador. E a cobrança no cartão de crédito veio direitinho.
Aí, caramba, digam o que quiserem, mas isso é saber ganhar dinheiro e deixar o cliente satisfeito. O resto é conversa mole.
Como hoje. Quando resolvi comprar fraldas.
História nº 1
Eu não sou daquelas pessoas cricri com marcas, grifes etc. Todos os meus relógios são sempre de camelô. A maioria dos óculos escuros também. Compro roupas em lojas de departamentos, se me agradam. Realmente não estou nem aí.
Mas tem certas coisas que não. Papel higiênico, por exemplo. Só compro do mais caro, que acho que realmente é melhor. A mesma coisa para as fraldas da Mathilde. Depois de passar por todas as marcas disponíveis no mercado (graças ao fantástico chá de fraldas que fizemos, e que rendeu por um ano), considero 3 delas as melhores: Huggies Natural Care, Pampers Total Comfort e Turma da Mônica Soft Touch. Esta última eu quase não compro porque só vende um pacote pequeno, e eu prefiro comprar pacotes maiores. A Huggies tem sido difícil de achar no mercado, então tenho comprado mais da Pampers, essa modalidade do pacote verde.
Eu compro as marcas mais caras, mas isso não quer dizer que eu não pesquise para saber onde está mais barato. É por isso que vocês podem me encontrar, na farmácia ou supermercado, com a calculadora na mão, fazendo a conta de quanto custa cada fralda, para decidir se vou levar o pacote Mega, com 48, ou Hiper, com 60 (ao contrário do que pensaria o senso comum, nem sempre o pacote com maior quantidade tem preço unitário menor -- vá entender), ou quanto custa o metro de papel higiênico, para decidir se compro 1 pacote com 16 rolos de 30m ou 2 pacotes com 4 rolos de 50m.
Assim sou eu, tentando valorizar meu dinheiro. E por isso não me furto a andar um pouco mais para chegar à loja mais barata.
Então hoje, na hora do almoço, como em casa o último pacote de fralda já está no fim, decidi que iria até a Droga Raia, que fica a umas 6 quadras do meu trabalho e a umas 12 quadras da minha casa. Porque a Droga Raia não só tem a Pampers verde (a Drogaria Pacheco, por exemplo, não tem, apesar de existir uma filial em cada esquina) como tem uma promoção ótima, caindo o preço de $45 para $32 se você comprar 4 pacotes Hiper (o maior pacote que há, com 60 fraldas, no caso do tamanho G). Eu compro sempre nessa promoção.
Cheguei lá, vi que eles tinham os pacotes Hiper tamanho G, e que a promoção continua de pé. Quando já estava pronta pra pagar, resolvi confirmar que entregavam em domicílio, visto que eu não andaria nem meia quadra, quanto menos 12, carregando 240 fraldas além da minha barriga gigante. "Ah, não. A senhora tem que ligar para a Central e fazer o pedido por telefone", me disse a caixa, estendendo um papelzinho impresso com o número.
Só isso já fez meu humor azedar, pelo desperdício da caminhada. Saí da farmácia e liguei para a Central da Droga Raia. Lá, a atendente confirmou meu nome, CPF, RG, endereço e telefone (!), antes de ouvir meu pedido. "Quero 4 pacotes de Pampers Total Comfort Hiper tamanho G". "Ok... Hmm, senhora, esta fralda está em falta, não tenho no estoque". "Mas eu acabei de sair da loja que fica mais próxima à minha casa, e eles tinham!". "Não importa. Infelizmente não poderei atender seu pedido".
E fim de papo. Ou seja, ninguém fez o mínimo esforço para realizar uma venda de R$128. Nem a loja, nem a Central de Atendimento.
História nº 2
Há alguns meses foi com o laptop do marido. Um Sony Vaio comprado via Amazon numa viagem aos EUA, ano passado. Estava dando um pau, desligando sozinho. Levou na assistência técnica e o diagnóstico foi superaquecimento, causado por um defeito na ventoinha (!). Era um desses defeitos reconhecidos pela fábrica, que portanto nem cobra para conserta. Bem. Lá ficou o computador na assistência técnica uma semana. Duas semanas. Três semanas. E nada da peça chegar, e marido aqui sem computador para trabalhar. Lá pelas tantas entendemos que não havia a menor previsão da tal peça chegar e do conserto se realizar.
Marido então, enfezado com o prejuízo de não poder trabalhar direito, resolveu comprar a peça (um ventiladorzinho) nos EUA, já que um amigo nosso, entendido de computador, estava em Miami e poderia trazer.
Mas na loja da Sony.com a peça estava out-of-stock. Então íamos comprar no E-Bay quando resolvemos, antes, ligar para o SAC da Sony dos EUA para perguntar se isso resolveria o problema ou se continuaria a mesma coisa. Então peguei o telefone e liguei para a Sony nos EUA. Depois de muitos menus "press 2, press 5, press 7, press 8" etc., fui atendida por alguém. Expliquei o problema. Ele me pediu o número de série. Eu dei. Ele me perguntou se eu conhecia um tal Mr [Nome de Marido]. Fiquei assim meio "Oh", tipo cacete-caraca-sinistro, e disse que sim, que ele aliás estava ali ao meu lado. Porque, por algum motivo, eles tinham lá o nome dele associado àquele número de série. (MEDO)
Passado esse choque, o cara me explicou tudo muito bem explicado. Aí eu falei que na loja do site Sony.com a peça constava como esgotada. Aí ele disse "Hold on, senhora, vou lhe passar para o nosso departamento de vendas, talvez eles tenham a peça, sim". E me transferiu. E a ligação NÃO caiu. Aí atendeu outro alguém que me disse "Sim, eu tenho a peça em estoque! A senhora quer comprar?". Eu respondi que sim. Então passei o nome e o número do cartão do marido, o nome e endereço do nosso amigo em Miami, e pedi para realizar a entrega expressa, de um dia para o outro.
E foi assim, amigos, sem ninguém me perguntar o meu CPF, nem confirmar o nome do meu pai e da minha mãe, nem perguntar o nome da primeira escola em que eu estudei. Foi assim, dando um número de cartão e um endereço, tudo pelo telefone numa única ligação, que a peça chegou lá em Miami no dia seguinte, nosso amigo trouxe, ele mesmo instalou a ventoinha nova e consertou o computador. E a cobrança no cartão de crédito veio direitinho.
Aí, caramba, digam o que quiserem, mas isso é saber ganhar dinheiro e deixar o cliente satisfeito. O resto é conversa mole.
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