Do Blog do Josias de Souza
O fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, conhecido como Bida, arrostara no ano passado uma condenação exemplar. Amargaria 30 anos de cana por ter encomendado a morte da missionária americana Dorothy Stang. Levado a novo júri, nesta terça-feira (6), o culpado virou inocente.
Reza a legislação brasileira que, quando condenados a mais de 20 anos de cadeia, os réus têm direito a um segundo julgamento. Além de Bida, foi re-julgado agora o personagem que acionou o gatilho que levou a missionária à cova: Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, que fora condenado a 28 anos de prisão.
O que mudou entre um julgamento e outro? Mudaram as versões. Tome-se o exemplo de Amair Feijoli Cunha, o Tato. Ele freqüenta as folhas do processo na condição de elo de ligação entre Bida, o fazendeiro mandante –ou ex-mandante— e Fogoió, o pistoleiro.
Pois bem. Réu confesso, o intermediário Tato, já condenado a 18 anos de prisão, foi ouvido como testemunha diante do novo júri. E desdisse o que dissera no primeiro julgamento. Antes, sustentara que o fazendeiro Bida o havia procurado, para que contratasse o pistoleiro Fogoió. Dissera que a irmã Dorothy fora passada nas armas mediante pagamento de R$ 50 mil.
Agora, Tato disse que mentira nos depoimentos anteriores. Não houve nenhuma encomenda do fazendeiro. Para sensibilizar os jurados, Tato diz ter encontrado Jesus. Converteu-se a uma denominação evangélica. Agora, sim, está dizendo a verdade.
Funcionou. Por cinco votos a dois, os jurados absolveram o fazendeiro Bida. Os mesmos jurados mantiveram a condenação imposta anteriormente ao pistoleiro Fogoió: 28 anos de calabouço.
Noves fora o fato de que o Brasil vai ao noticiário internacional em posição constrangedora, restou sobre o cadáver da missionária um processo judicial reduzido a cinzas. Restaram condenados um intermediário que não tinha o que intermediar e um assassino que, sem os R$ 50 mil da recompensa, não tinha razão para matar.
Quanto ao júri, desce à crônica policial na condição de representantes da sociedade, convocados para dar crédito a mentiras. Ou posto de outro modo: o júri validou um feixe de verdades que esqueceram de acontecer. No mais, só o espanto (!), o assombro (!!), a estupefação (!!!).
Reza a legislação brasileira que, quando condenados a mais de 20 anos de cadeia, os réus têm direito a um segundo julgamento. Além de Bida, foi re-julgado agora o personagem que acionou o gatilho que levou a missionária à cova: Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, que fora condenado a 28 anos de prisão.
O que mudou entre um julgamento e outro? Mudaram as versões. Tome-se o exemplo de Amair Feijoli Cunha, o Tato. Ele freqüenta as folhas do processo na condição de elo de ligação entre Bida, o fazendeiro mandante –ou ex-mandante— e Fogoió, o pistoleiro.
Pois bem. Réu confesso, o intermediário Tato, já condenado a 18 anos de prisão, foi ouvido como testemunha diante do novo júri. E desdisse o que dissera no primeiro julgamento. Antes, sustentara que o fazendeiro Bida o havia procurado, para que contratasse o pistoleiro Fogoió. Dissera que a irmã Dorothy fora passada nas armas mediante pagamento de R$ 50 mil.
Agora, Tato disse que mentira nos depoimentos anteriores. Não houve nenhuma encomenda do fazendeiro. Para sensibilizar os jurados, Tato diz ter encontrado Jesus. Converteu-se a uma denominação evangélica. Agora, sim, está dizendo a verdade.
Funcionou. Por cinco votos a dois, os jurados absolveram o fazendeiro Bida. Os mesmos jurados mantiveram a condenação imposta anteriormente ao pistoleiro Fogoió: 28 anos de calabouço.
Noves fora o fato de que o Brasil vai ao noticiário internacional em posição constrangedora, restou sobre o cadáver da missionária um processo judicial reduzido a cinzas. Restaram condenados um intermediário que não tinha o que intermediar e um assassino que, sem os R$ 50 mil da recompensa, não tinha razão para matar.
Quanto ao júri, desce à crônica policial na condição de representantes da sociedade, convocados para dar crédito a mentiras. Ou posto de outro modo: o júri validou um feixe de verdades que esqueceram de acontecer. No mais, só o espanto (!), o assombro (!!), a estupefação (!!!).
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