Poesia enviada pela Adelina. Adelina foi minha aluna no Curso de Ciências Biológicas. Ontem nos encontramos e ela me disse que tem lido poesia, sobretudo, de Pablo Neruda. Esses encontros me deixam bem. Fico feliz que uma bióloga goste de poesia.
A pele da bétula
A pele da bétula
Pablo Neruda
COMO UMA pele de bétula
És prateada e perfumada:
Tenho que contar com teus olhos
Ao descrever a primavera.
Mesmo não sabendo o teu nome
Não há primeiro tomo sem mulher:
Os livros se escrevem com beijos
(e eu lhes rogo que se calem
para que se aproxime a chuva).
Quero dizer que entre dois mares
A minha altura pendurou-se
Como uma bandeira abatida.
E por minha amada sem olhar
Estou disposto até a morrer
Embora se atribua minha morte
Ao meu deficiente organismo
E à tristeza desnecessária
Depositada nos roupeiros.
O certo é que o tempo se escapa
E com voz de viúva me chama
Desde estes bosques esquecidos.
COMO UMA pele de bétula
És prateada e perfumada:
Tenho que contar com teus olhos
Ao descrever a primavera.
Mesmo não sabendo o teu nome
Não há primeiro tomo sem mulher:
Os livros se escrevem com beijos
(e eu lhes rogo que se calem
para que se aproxime a chuva).
Quero dizer que entre dois mares
A minha altura pendurou-se
Como uma bandeira abatida.
E por minha amada sem olhar
Estou disposto até a morrer
Embora se atribua minha morte
Ao meu deficiente organismo
E à tristeza desnecessária
Depositada nos roupeiros.
O certo é que o tempo se escapa
E com voz de viúva me chama
Desde estes bosques esquecidos.
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