Enviado pelo amigo Sidnei Munhoz que recebeu do seu colega (EUA) Frank D. McCan. Frank MacCann é autor entre outros livros Soldados da Pátria, publicado pela Editora Companhia das Letras, sobre o exército brasileiro da república a 1937. É apaixonado pelo Brasil. Foi publicado no Blog do Andre Gustavo Stumpf (Jornal de Brasília)
O professor Frank McCann, da Universidade de New Hampshire, atento observador político da campanha eleitoral em seu país escreve outro artigo para este Blog. Frank McCann é autor de vários livros sobre as relações militares entre Brasil e Estadois Unidos. Eles viaja com freqüência ao Brasil e a Brasília. Segue seu mais recente artigo, na íntegra:
Desafios da campanha eleitoral nos EUA
Frank McCann
“Enquanto a campanha presidencial continua distante dos principais assuntos do país, me pergunto o que os brasileiros pensam sobre o assunto? Se acham confusa e contraditória, eles estão na bastante companhia da maioria dos norte-americanos. Aqui é natural acreditar em honestidade, argumentação lógica, respeito por qualificação e experiência. No entanto, os discursos eleitorais estão derivando para emoções, desejos, vontades, e atribuindo menor importância à realidade.
Não existe uma boa e completa explicação para esse momento incrível. Ela vem de muito tempo. Os republicanos estão vendo tudo muito claro: a maioria da população os enxerga como reflexo da administração Bush.Eles estão desesperados para mudar de assunto e encobrir o desastre do atual governo. Mas não conseguem apontar para uma situação de maior segurança para o cidadão. Sete anos depois do 11 de Setembro, Osama Bin Laden ainda é presumivelmente perigoso. As Forças Militares norte-americanas não estão respondendo ao desafio na medida correta. Levará anos para reorganizá-las.
As Guardas Nacionais dos estados não estão trabalhando direito na prevenção e no socorro aos desastres locais porque deixaram seus equipamentos no Iraque. E não têm recursos agora para adquirir novos equipamentos. A dívida nacional é tão grande que ninguém consegue descrever seu tamanho, nem as suas origens. O pior é que a maior parte dessa a conta está na mão dos chineses, que não são exatamente muito amigos ou aliados. Técnicos, especialistas e analistas não possuem experiência para tratar de uma dívida desse tamanho e com essa complexidade. Então, os políticos apenas evitam falar sobre o assunto.
A taxa de desemprego é 6.1% para agosto, mas quem é do ramo acha que é muito maior. Isso significa que 9,4 milhões de americanos estão sem trabalho. Os grandes bancos estão lutando para não quebrar. Americanos procuram conselhos via telefone sobre o problema nos computadores, a compra de celulares e outros serviços logo provavelmente terão vozes com sotaque indiano dizendo o que fazer. Diariamente esse lembrete que empregos estão sendo mandados para outros países está deixando o governo furioso com as companhias que estão traindo seu país por dinheiro.
Esse é um grande país e os americanos estão acostumados a se mudar de cidade com facilidade.As famílias são divididas de costa a costa. Viagem aqui não é luxo e sim uma necessidade. O alto custo da gasolina fez com que viagens longas tenham preços proibitivos. As empresas de aviação que antes eram símbolos de tecnologia e da eficiência norte-americana agora estão desconfortáveis. De resto, algumas delas estão mudando de nome para Balkan Air ou Aeroflot. As ferrovias que foram tão sabotadas e maltratadas, não fazem parte dos planos da classe média. Nelas, viagens transcontinentais não são mais levadas em consideração.
E sempre que um passageiro tira os sapatos na segurança do aeroporto, vem à sua memória a falha do governo em combater o terrorismo. A resposta de McCain para tudo isso foi abraçar a mais nova governadora do Alaska. Ele sabe que não pode ganhar sem criar algum tipo de distração para os eleitores, além de esconder a realidade da dura queda no padrão de vida norte-americano. As crenças extremas de Sarah Palin parecem ser provocativas contra fanáticos mulçumanos. Será que ela realmente espera que Cristo volte como ela insinua, será ela integrante de alguma Cruzada? Não importa o que ela realmente seja.
Os eleitores de McCain estão fazendo o melhor para deixa-la longe das perguntas dos jornalistas. Nenhum comentarista faz perguntas sérias a McCain. A campanha republicana limita-se a atacar Barack Obama por coisas que ele nunca falou ou descreve suas propostas políticas de maneira completamente destorcida. Obama, que tem bastante experiência, acabou tentando refazer sua imagem perante o público aparecendo em séries de comédia na televisão.
Depois dos desastres nacionais, os americanos não querem que seus lideres se mostrem sérios ou preocupados. Preferem que eles demonstrem descontração, belos sorrisos e contem piadas. Seu amigo senador, candidato à vice-presidente, tem feito o público pensar se Hillary Clinton não teria sido uma escolha melhor para assumir o cargo de número dois da Casa Branca.
Nenhum dos candidatos à presidência está propondo de maneira realista a vitória contra o terrorismo.Bush disse que a única maneira de fazer com que a democracia se estabilizasse é combater e acabar com o terrorismo. Mas com certeza ele não pode encontrar os lideres adversários. A política externa caracterizada pelo realismo pragmático no passado foi substituída por fantasia e desejos. O norte-americano tem plena consciência disso e percebe que o processo político não concedeu a ele as oportunidades necessárias.
Qual seria meu conselho aos brasileiros? Primeiro não façam o que nós estamos fazendo. Segundo, o declínio americano pode ser bom para o Brasil, se os seus líderes agirem certo e mantiverem o foco no Brasil”.
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Outro texto do Frank, mas esse está em inglês (acho que no mesmo blog deve ter em portugês).
O professor Frank McCann, da Universidade de New Hampshire, atento observador político da campanha eleitoral em seu país escreve outro artigo para este Blog. Frank McCann é autor de vários livros sobre as relações militares entre Brasil e Estadois Unidos. Eles viaja com freqüência ao Brasil e a Brasília. Segue seu mais recente artigo, na íntegra:
Desafios da campanha eleitoral nos EUA
Frank McCann
“Enquanto a campanha presidencial continua distante dos principais assuntos do país, me pergunto o que os brasileiros pensam sobre o assunto? Se acham confusa e contraditória, eles estão na bastante companhia da maioria dos norte-americanos. Aqui é natural acreditar em honestidade, argumentação lógica, respeito por qualificação e experiência. No entanto, os discursos eleitorais estão derivando para emoções, desejos, vontades, e atribuindo menor importância à realidade.
Não existe uma boa e completa explicação para esse momento incrível. Ela vem de muito tempo. Os republicanos estão vendo tudo muito claro: a maioria da população os enxerga como reflexo da administração Bush.Eles estão desesperados para mudar de assunto e encobrir o desastre do atual governo. Mas não conseguem apontar para uma situação de maior segurança para o cidadão. Sete anos depois do 11 de Setembro, Osama Bin Laden ainda é presumivelmente perigoso. As Forças Militares norte-americanas não estão respondendo ao desafio na medida correta. Levará anos para reorganizá-las.
As Guardas Nacionais dos estados não estão trabalhando direito na prevenção e no socorro aos desastres locais porque deixaram seus equipamentos no Iraque. E não têm recursos agora para adquirir novos equipamentos. A dívida nacional é tão grande que ninguém consegue descrever seu tamanho, nem as suas origens. O pior é que a maior parte dessa a conta está na mão dos chineses, que não são exatamente muito amigos ou aliados. Técnicos, especialistas e analistas não possuem experiência para tratar de uma dívida desse tamanho e com essa complexidade. Então, os políticos apenas evitam falar sobre o assunto.
A taxa de desemprego é 6.1% para agosto, mas quem é do ramo acha que é muito maior. Isso significa que 9,4 milhões de americanos estão sem trabalho. Os grandes bancos estão lutando para não quebrar. Americanos procuram conselhos via telefone sobre o problema nos computadores, a compra de celulares e outros serviços logo provavelmente terão vozes com sotaque indiano dizendo o que fazer. Diariamente esse lembrete que empregos estão sendo mandados para outros países está deixando o governo furioso com as companhias que estão traindo seu país por dinheiro.
Esse é um grande país e os americanos estão acostumados a se mudar de cidade com facilidade.As famílias são divididas de costa a costa. Viagem aqui não é luxo e sim uma necessidade. O alto custo da gasolina fez com que viagens longas tenham preços proibitivos. As empresas de aviação que antes eram símbolos de tecnologia e da eficiência norte-americana agora estão desconfortáveis. De resto, algumas delas estão mudando de nome para Balkan Air ou Aeroflot. As ferrovias que foram tão sabotadas e maltratadas, não fazem parte dos planos da classe média. Nelas, viagens transcontinentais não são mais levadas em consideração.
E sempre que um passageiro tira os sapatos na segurança do aeroporto, vem à sua memória a falha do governo em combater o terrorismo. A resposta de McCain para tudo isso foi abraçar a mais nova governadora do Alaska. Ele sabe que não pode ganhar sem criar algum tipo de distração para os eleitores, além de esconder a realidade da dura queda no padrão de vida norte-americano. As crenças extremas de Sarah Palin parecem ser provocativas contra fanáticos mulçumanos. Será que ela realmente espera que Cristo volte como ela insinua, será ela integrante de alguma Cruzada? Não importa o que ela realmente seja.
Os eleitores de McCain estão fazendo o melhor para deixa-la longe das perguntas dos jornalistas. Nenhum comentarista faz perguntas sérias a McCain. A campanha republicana limita-se a atacar Barack Obama por coisas que ele nunca falou ou descreve suas propostas políticas de maneira completamente destorcida. Obama, que tem bastante experiência, acabou tentando refazer sua imagem perante o público aparecendo em séries de comédia na televisão.
Depois dos desastres nacionais, os americanos não querem que seus lideres se mostrem sérios ou preocupados. Preferem que eles demonstrem descontração, belos sorrisos e contem piadas. Seu amigo senador, candidato à vice-presidente, tem feito o público pensar se Hillary Clinton não teria sido uma escolha melhor para assumir o cargo de número dois da Casa Branca.
Nenhum dos candidatos à presidência está propondo de maneira realista a vitória contra o terrorismo.Bush disse que a única maneira de fazer com que a democracia se estabilizasse é combater e acabar com o terrorismo. Mas com certeza ele não pode encontrar os lideres adversários. A política externa caracterizada pelo realismo pragmático no passado foi substituída por fantasia e desejos. O norte-americano tem plena consciência disso e percebe que o processo político não concedeu a ele as oportunidades necessárias.
Qual seria meu conselho aos brasileiros? Primeiro não façam o que nós estamos fazendo. Segundo, o declínio americano pode ser bom para o Brasil, se os seus líderes agirem certo e mantiverem o foco no Brasil”.
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Outro texto do Frank, mas esse está em inglês (acho que no mesmo blog deve ter em portugês).
We knew for a long time that the emperor had no clothes, now we know that he has no money. It is a classic example of imperial “over reach”. The Bush gang told Americans that they could fight two foreign wars supposedly against terrorism, holders of weapons of mass destruction (the famous WMDs)s, and Islamic fascism, with minimal pain and sacrifice. What the gang did not say was that it would bankrupt the country.
Paul Kennedy laid out the dangers to powers that over extended themselves in his monumental study The Rise and Fall of the Great Powers (NY: Random House, 1987). Spain, Britain, Germany, Japan, Russia each wasted its time at the pinnacle of power by overestimating its military reach and underestimating the costs. The book’s message was a warning that the United States ignored in the Reagan years with pointless adventures in Central America, Grenada, clandestine war in Afghanistan, and an arms race seeking to bankrupt the Soviet Union.
In a cruel three-day invasion of Panama Emperor Bush I burned millions of dollars to eliminate his old CIA agent Manuel Noriega, to warn Latin Americans not to get too uppity, and to test new methods of attack, which he used again a year later in the Persian Gulf to drive another embarrassing former ally, Saddam Hussein, out of Kuwait . Bush II followed suit with his pointless invasion of Iraq. Now one-time enemy China holds most of the debt of the United States and American bankers and investment houses no longer know how to function in a competitive world economy.
Americans had been told that the government could use its military muscle as it wished without harming their wellbeing. They could have both guns and butter to go with their overpriced and inefficient cars and their million-dollar homes and sky-high college tuitions. Emperor Clinton used folksy hillbilly tones to lull the population, but he did manage to eliminate the huge Reagan-Bush I debts and stood aside for Bush II confident that the nation’s finances were in order.
Bush II’s task was to turn the nation’s wealth over to his oil and gas cronies who had manipulated his coronation. Confused at first as to how to do this he floundered until the enemies that the previous emperors had made around the world managed their revenge by flying commercial jets into the World Trade Center towers on Sept. 11, 2001. It was an act of great symbolism on many levels. Unhappily it removed the constraints on the Bush gang and they decided to respond, not by eliminating those responsible but by expanding on the Panama model to take out the bothersome (but innocent of this) Hussein. In a flash they also thrust aside normal book keeping and tossed millions, billions, and then trillions of dollars to their sponsors, now masquerading as civilian contractors. The Vice Emperor defied the people’s delegates citing his singularity and superiority to reject questioning.
The Bushites declared that the people should have houses, even if they could not pay for them. Bush II’s cronies moved money from bank to bank to bank in an elaborate shell game to hide where it really was. When so much of it disappeared into the players’ pockets that the game no longer worked and it looked as if the entire system could collapse they said don’t worry the Treasury would cover the losses. Suddenly, the economy which they deemed sound the week before, was in danger and the nation’s future was at stake so the people’s delegates were told that they had to approve whatever the Emperor’s cabinet wanted or it would be the Great Depression II. Not only is the emperor naked, the Treasury is too. The moral of this fable is that mixing guns and butter is very slippery business.
Paul Kennedy laid out the dangers to powers that over extended themselves in his monumental study The Rise and Fall of the Great Powers (NY: Random House, 1987). Spain, Britain, Germany, Japan, Russia each wasted its time at the pinnacle of power by overestimating its military reach and underestimating the costs. The book’s message was a warning that the United States ignored in the Reagan years with pointless adventures in Central America, Grenada, clandestine war in Afghanistan, and an arms race seeking to bankrupt the Soviet Union.
In a cruel three-day invasion of Panama Emperor Bush I burned millions of dollars to eliminate his old CIA agent Manuel Noriega, to warn Latin Americans not to get too uppity, and to test new methods of attack, which he used again a year later in the Persian Gulf to drive another embarrassing former ally, Saddam Hussein, out of Kuwait . Bush II followed suit with his pointless invasion of Iraq. Now one-time enemy China holds most of the debt of the United States and American bankers and investment houses no longer know how to function in a competitive world economy.
Americans had been told that the government could use its military muscle as it wished without harming their wellbeing. They could have both guns and butter to go with their overpriced and inefficient cars and their million-dollar homes and sky-high college tuitions. Emperor Clinton used folksy hillbilly tones to lull the population, but he did manage to eliminate the huge Reagan-Bush I debts and stood aside for Bush II confident that the nation’s finances were in order.
Bush II’s task was to turn the nation’s wealth over to his oil and gas cronies who had manipulated his coronation. Confused at first as to how to do this he floundered until the enemies that the previous emperors had made around the world managed their revenge by flying commercial jets into the World Trade Center towers on Sept. 11, 2001. It was an act of great symbolism on many levels. Unhappily it removed the constraints on the Bush gang and they decided to respond, not by eliminating those responsible but by expanding on the Panama model to take out the bothersome (but innocent of this) Hussein. In a flash they also thrust aside normal book keeping and tossed millions, billions, and then trillions of dollars to their sponsors, now masquerading as civilian contractors. The Vice Emperor defied the people’s delegates citing his singularity and superiority to reject questioning.
The Bushites declared that the people should have houses, even if they could not pay for them. Bush II’s cronies moved money from bank to bank to bank in an elaborate shell game to hide where it really was. When so much of it disappeared into the players’ pockets that the game no longer worked and it looked as if the entire system could collapse they said don’t worry the Treasury would cover the losses. Suddenly, the economy which they deemed sound the week before, was in danger and the nation’s future was at stake so the people’s delegates were told that they had to approve whatever the Emperor’s cabinet wanted or it would be the Great Depression II. Not only is the emperor naked, the Treasury is too. The moral of this fable is that mixing guns and butter is very slippery business.
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