Agora falando sério...

O debate sobre a escolha de diretores das escolas municipais tem sidobem raso na Má-ringa. Há várias questões. A primeira é a da escolha. É razoável ter eleições para diretor. Isso não significa que teremos o melhor diretor. É apenas o exercício da escola contra os diretores indicados pelos vereadores. No geral, os vereadores querem indicar os diretores que foram seus cabos e vassouras eleitorais. E, em geral, esses diretores e seus vereadores são semi-analfabetos. O que entendem de políticas públicas educacionais os vereadores? Nada. Infelizmente. A mendicância intelectual da maioria começa quando abrem a boca: não conhecem sequer a língua pátria.

Outra questão é o programa. Um programa para uma gestão escolar exige um diretor bem avançado. Ser diretor para manter a vidinha das regras e leis que existem há séculos, qualquer um pode. Geralmente um diretor faz reuniões, recebe alunos que são considerados "infratores" etc... aquela vidinha de burocrata. MAS, o que uma escola precisa? Penso que um diretor deve lutar por:

1 - uma boa biblioteca. Boa significa livros não didáticos. Livros como os de Carl Sagan, Oliver Sacks... computadores, Cds, vídeos. E uma sala muiiito boa. Não nas valas das escolas. Uma boa biblioteca dispensa a compra de livros didáticos que, cada vez mais, substituem os livros e emburrecem as crianças.

2 - período integral. Países da Europa e mesmo da América Latina mantêm escolas em tempo integral. A escola dividida em períodos é UMA INVENÇÃO nossa. É para poupar "esforços" e não gastar em mais prédios escolares, em professores... ENFIM, é uma coisa de país pobre e corrupto. É melhor ter muitos alunos em uma escola com dois períodos do que diminuir os Ccs e Fgs dos administradores. Ou não?

3 - menos horas aulas aos professores e mais estudos. Professores sobrecarregados se tornam um fardo para as crianças. Não estudam, não leem, não gostam de dar aulas.

4 - a escola deve educar as gerações para o país. A educação formal é algo sério; não é mera repetição de lições péssimas dos livros didáticos. Os livros didáticos devem ser banidos das escolas. Devemos ter laboratórios de ciências, de línguas... para que o conhecimento seja um prazer e não um modo de encher a cabeça dos meninos com baboseiras.

ENFIM, o diretor deve saber ao menos que UTOPIAS existem. E existem vários, inúmeros estudos para se ler. Existem muitas escolas diferentes neste mundo tão igual.

Não é qualquer vereador ou administrador que pode falar ou fazer escola. O resto é escracho mesmo.

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A ilustração com a imagem da Marie Curie é para lembrar que esta ilustre cientista deu aulas para seus filhos e filhos de amigos. Suas aulas foram publicadas no livro editado pela USP. Vale a pena ler. Professores que professam a fé no conhecimento são poucos. Muitos são os vereadores que querem por cabresto na boca dos outros.

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O livro é de 2007. Fonte: EDUSP Título: Aulas de Marie Curie: Anotadas por Isabelle Chavannes em 1907 / Isabelle Chavannes .

Você pode adquirir nas livrarias das Universidades por R$29,90.