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terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu sou o dono! (He Man brasileiro)!



Postado por Roberto Romano Gazeta do Povo, 24/04/2011

Triste tradição
Políticos confundem o público e o privado

Publicado em 24/04/2011 Caroline Olinda


Pode parecer óbvio que usar um carro oficial para ir a um compromisso particular não é correto, assim como nomear um filho para o cargo de assessor parlamentar ou usar a verba de transporte aéreo para pagar a viagem de férias da família. Mas situações como essas, em que o público e o privado se misturam, são comuns no país. Entranhado na nossa sociedade, o chamado patrimonialismo é uma característica da política brasileira que tem origem na colonização, foi reforçado durante o reinado e persiste até hoje.

Essa cultura ajuda a explicar diversos escândalos políticos recentes. Como o caso da ex-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, que perdeu o cargo no ano passado depois da revelação de que o filho, Israel Guerra, usaria a influência da mãe no Palácio do Planalto para intermediar negócios de empresas privadas com o governo federal.

O nepotismo é outro sintoma dessa confusão entre público e privado que os nossos políticos fazem. A situação do Paraná ainda mostra que esse problema não tem relação com corrente política ou partido e atinge a todos. Eleito com o discurso de ser o contraponto do ex-governador Roberto Requião (PMDB), o tucano Beto Richa manteve a mesma prática do peemedebista e nomeou parentes para cargos em seu governo – a mulher, Fernanda Richa, foi para a Secretaria de Família e Assistência Social e o irmão, Pepe Richa, é secretário de Infraestrutura e Logística.

A resistência dos políticos em prestar contas à população do que fazem com o dinheiro público é mais uma mostra desse problema na cultura política brasileira. Graças à pressão de setores da sociedade, a resistência à transparência tem sido derrubada, aos poucos. Mas ainda é comum encontrar deputados que ficam até mesmo ofendidos quando são questionados sobre o uso que fazem da verba de ressarcimento ou ministros que não gostam de explicar o motivo de gastos realizados com cartões corporativos.

“Avançamos a passos lentos nessa questão. Mas ainda há muitos problemas [relacionados à confusão entre público e privado], como a falta de transparência e o nepotismo”, comenta o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). As duas ditaduras enfrentadas pelo país no século 20 são apontadas pelo professor Roberto Romano, do Depar­­­tamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), como fatores recentes que ajudaram a manter o patrimonialismo na política do Brasil.

Patrimonialismo

O professor explica, no entanto, que essa característica brasileira tem origem ainda no período colonial, quando o mundo vivia o período absolutista e a prática patrimonialista se firmou. As revoluções antiabsolutistas, no entanto, não foram acompanhadas pelo Brasil. “Dom João VI chegou com a ideia de instalar aqui nos trópicos um estado antir­revolucionário”, comenta Ro­­mano, que resume: “A nossa história política é absolutista”.

Além dos fatores históricos, a dificuldade para superar essa característica também passa por limitações de líderes políticos atuais. “A nossa sociedade foi construída assim e nossas lideranças são incapazes de defender o discurso liberal [marcado pela impessoalidade e busca da maior eficiência]. Não porque teriam problemas com o eleitorado em geral, mas porque encontrariam dificuldades com suas bases de apoio”, comenta o cientista social Alberto Carlos de Almeida, autor do livro A Cabeça do Brasileiro.

Na obra, Almeida constata que o brasileiro médio é favorável ao patrimonialismo e isso está relacionado também ao nível de escolaridade de cada um. Pelas pesquisas do autor, a tolerância à prática é maior entre os que passaram menos tempo na escola. Isso não significa, porém, que não existe espaço para o discurso e a prática contraria, acredita Almeida. Para ele, um político que se der conta disso poderá conseguir muitos apoios. “Mas no atual cenário político, não há ninguém que sinalize nesse sentido”, comenta.

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Professor ROMANO:


Nós, sabemos, que em todo lugar o patrimonialismo está presente. Inclusive nas Universidades.


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