GO: menino de 8 anos passa em vestibular da Unip
Márcio Leijoto
Márcio Leijoto
Direto de Goiânia
O estudante João Victor Portelinha de Oliveira, 8 anos, que cursa o quinto ano do ensino fundamental, em Goiânia (GO), foi aprovado no vestibular para o curso de Direito da Universidade Paulista (Unip).
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Mesmo faltando sete anos para concluir os estudos, sua fama de "nerd" deve aumentar ainda mais na escola particular Imaculada Conceição, onde ele é conhecido por ser um bom aluno. Seus colegas de classe estão na faixa dos 10 anos e, mesmo assim, suas notas são boas.
A Unip tem um dos maiores campus do País - entre as instituições particulares de ensino superior. Foi tudo muito rápido. Na quinta-feira da semana passada, João Victor fez a inscrição no vestibular pela Internet.
No dia seguinte, compareceu com o documento de identidade nas instalações da faculdade e fez uma prova de múltipla escolha, mais a redação, em um computador em uma sala sozinho. O resultado veio já na segunda-feira, dia 3: João Victor - que nunca teve uma aula de Física, Química ou Filosofia - estava entre os novos calouros da Unip.
Ontem, os pais pagaram os R$ 506,86 da matrícula, mesmo sem saber se o filho poderá freqüentar as aulas. Hoje o estudante foi na Unip fazer a inscrição.
Em entrevista à imprensa, o garoto disse que achou a prova fácil. Afirmou ter pegado "uns livros" do pai para ler antes do exame, e que fez uma revisão do que aprendeu até então. "Eu fiz uma revisão do que aprendi da 1ª à 4ª série. Não sabia nada de Física, sabia algumas de Matemática e nada de Química", disse.
João Victor disse sonhar em ser juiz "quando crescer" e que já se enxerga como um calouro de Direito. Os pais de João Victor esperam que o filho possa cursar a faculdade paralelamente ao ensino fundamental e médio.
O Conselho Estadual de Educação (CEE) informou ontem que o garoto não pode ser matriculado em uma instituição de ensino superior. O artigo 44, inciso II da lei federal 9394/1996 (Lei de Diretrizes de Base da Educação) diz que para cursar o ensino superior é preciso que a pessoa tenha concluído o ensino médio e ser classificada em processo seletivo. Há casos na Justiça, entretanto, de estudantes que ainda não concluíram o ensino médio e conseguem o direito de se matricularem em cursos superiores para os quais foram aprovados.
O estudante João Victor Portelinha de Oliveira, 8 anos, que cursa o quinto ano do ensino fundamental, em Goiânia (GO), foi aprovado no vestibular para o curso de Direito da Universidade Paulista (Unip).
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Mesmo faltando sete anos para concluir os estudos, sua fama de "nerd" deve aumentar ainda mais na escola particular Imaculada Conceição, onde ele é conhecido por ser um bom aluno. Seus colegas de classe estão na faixa dos 10 anos e, mesmo assim, suas notas são boas.
A Unip tem um dos maiores campus do País - entre as instituições particulares de ensino superior. Foi tudo muito rápido. Na quinta-feira da semana passada, João Victor fez a inscrição no vestibular pela Internet.
No dia seguinte, compareceu com o documento de identidade nas instalações da faculdade e fez uma prova de múltipla escolha, mais a redação, em um computador em uma sala sozinho. O resultado veio já na segunda-feira, dia 3: João Victor - que nunca teve uma aula de Física, Química ou Filosofia - estava entre os novos calouros da Unip.
Ontem, os pais pagaram os R$ 506,86 da matrícula, mesmo sem saber se o filho poderá freqüentar as aulas. Hoje o estudante foi na Unip fazer a inscrição.
Em entrevista à imprensa, o garoto disse que achou a prova fácil. Afirmou ter pegado "uns livros" do pai para ler antes do exame, e que fez uma revisão do que aprendeu até então. "Eu fiz uma revisão do que aprendi da 1ª à 4ª série. Não sabia nada de Física, sabia algumas de Matemática e nada de Química", disse.
João Victor disse sonhar em ser juiz "quando crescer" e que já se enxerga como um calouro de Direito. Os pais de João Victor esperam que o filho possa cursar a faculdade paralelamente ao ensino fundamental e médio.
O Conselho Estadual de Educação (CEE) informou ontem que o garoto não pode ser matriculado em uma instituição de ensino superior. O artigo 44, inciso II da lei federal 9394/1996 (Lei de Diretrizes de Base da Educação) diz que para cursar o ensino superior é preciso que a pessoa tenha concluído o ensino médio e ser classificada em processo seletivo. Há casos na Justiça, entretanto, de estudantes que ainda não concluíram o ensino médio e conseguem o direito de se matricularem em cursos superiores para os quais foram aprovados.
Indignação
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás (OAB-GO) pediu a "imediata intervenção" do curso de Direito da Unip pelo Ministério da Educação (MEC). Em nota à imprensa, a entidade disse que o fato "materializa o alerta que a OAB-GO vem fazendo há tempos sobre a mercantilização do ensino jurídico, que não está sendo tratada pelas autoridades com a devida urgência que requer".
A OAB-GO não descarta a possibilidade de casos semelhantes na Unip e pede uma investigação do MEC.
Em um primeiro momento, a assessoria da Unip informou que o estudante participou do vestibular na condição de treineiro, "numa prática adotada por várias universidades públicas e privadas". Mas depois, ao ser informada que os pais do garoto já fizeram a matrícula, a universidade afirmou que vai devolver o dinheiro pago porque o garoto não tem o diploma de conclusão do ensino médio.
Os pais não informaram se pretendem recorrer na Justiça caso a faculdade não aceite a inscrição.
A assessoria da Unip não considerou que a aprovação de João Victor se deva ao baixo nível de exigência do processo seletivo e, sim, à inteligência do estudante.
"O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua. Este fato o torna merecedor de um acompanhamento especial em seus estudos".
Redação Terra
A OAB-GO não descarta a possibilidade de casos semelhantes na Unip e pede uma investigação do MEC.
Em um primeiro momento, a assessoria da Unip informou que o estudante participou do vestibular na condição de treineiro, "numa prática adotada por várias universidades públicas e privadas". Mas depois, ao ser informada que os pais do garoto já fizeram a matrícula, a universidade afirmou que vai devolver o dinheiro pago porque o garoto não tem o diploma de conclusão do ensino médio.
Os pais não informaram se pretendem recorrer na Justiça caso a faculdade não aceite a inscrição.
A assessoria da Unip não considerou que a aprovação de João Victor se deva ao baixo nível de exigência do processo seletivo e, sim, à inteligência do estudante.
"O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua. Este fato o torna merecedor de um acompanhamento especial em seus estudos".
Redação Terra
3 comentários:
Mas é uma pouca vergonha heim Marta!
Imagino o nível das provas aplicadas por essas instituições!
Abraços
Bom, já tem gente esperneando sobre a UNIP, sobre o nível do vestibular, sobre o ridículo de aprovar um menino de 8 anos em prova de múltipla escolha...
Agora, eu sou mãe. Cadê o pai e a mãe desse menino, hein? Que história mais mal contada é essa? Meu filho nunca foi parar nas manchetes de jornais aos 8 anos (nem nunca), porque a responsável por ele era responsável por ele.
Sabe quem vai carregar a cruz de ter que ser um gênio? É justo isso? Como é que uma criança é exposta desse jeito e ninguém questiona o malefício que isso trará a ela?
Ola Marta, sei que este episodio tem algum tempo, mas a UNIP e nível de ensino continua piorando cada vez mais. Para tentar resolver alguma coisa em relação ás provas que expoem a faculdade eles resolveram, "limpar" a classe de 4o ano de Direito, para assim melhorar o % da exame da OAB. O "remédio" aplicado é o seguinte: aulas bem superficiais, se atendo somente a leitura do código, sem muitos comentários, quando chega a prova, as perguntas são profundas, com base em jurisprudencias e casos praticos. Ou seja, muita gente vai desisitir por aqui....e não podemos fazer nada PODER é Poder.
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