



Por Marina W. Blog aqui
Amo essa história, que já contei aqui no blog talvez mais de uma vez. Como algumas pessoas começaram a ler meu blog depois disso, vou repeti-la. Prólogo: O tipo de pessoa que mais me atrai é a original - conta-se nos dedos, é mais difícil do que carisma, não é a mesma coisa que interessante. É mais. Nas mulheres, admiro as que viveram à frente do seu tempo. O que vou contar reúne as duas coisas. E um pouco de loucura, óbvio.
No dia 5 de fevereiro de 1959,a escritora norte-americana Carson McCullers, autora de Balada do Café Triste, ofereceu um almoço para que a escritora dinamarquesa e Baronesa Karen Blixen-Finecke ( tb conhecida por Isak Dinesen, autora de A Festa de Babette ) conhecesse Marilyn Monroe.
Blixen tinha 74 anos, era uma grande dama da literatura e muito rica, embora estivesse muitíssimo debilitada pela sífilis que contraiu quando estava na África , onde escreveu Out of Africa - Meryl Streep fez seu papel no cinema. Por ser anoréxica, pesava 36 quilos, só se alimentava de ostras e uvas e só bebia champanhe! Costumava ficar acordada até tarde, fumando sem parar, ingerindo anfetaminas e contando suas famosas histórias. Depois que os amigos iam embora, ela ficava falando sozinha ou entrava numa espécie de transe auto-induzido. Sente só.
McCullers tinha 42 anos e era famosa pelos dramas românticos que escrevia e, como Blixen, era chegada a aventuras. Por causa de problemas físicos e emocionais, era quase uma reclusa mas havia mais de duas décadas que todo ano relia "Out of Africa" e considerava Blixen a sua "amiga imaginária," que sempre "estava lá quieta, serena e com grande sabedoria para me confortar." Ao saber que Blixen gostaria de conhecer Marilyn Monroe, McCullers ligou para Arthur Miller, então marido da atriz, e marcou o almoço.
Monroe tinha 33 anos e não conhecia nem nunca lera McCullers nem Blixen. Tinha acabado de filmar "Quanto Mais Quente Melhor" e chegou atrasada para o almoço. Usava um vestido preto com uma grande gola de pele e um decote profundo. Blixen vestia um conjunto cinza e um turbante que ela chamava de "Verdade Sombria"! Esta mulher devia ser bárbara! As três se entenderam às mil maravilhas, embora Arthur Miller diga que é lenda a história de que as três dançaram juntas sobre a mesa de jantar de mármore de Carson McCullers. McCullers disse que foi a melhor festa que deu na vida; todo mundo adorou quando Marilyn contou que certa vez tentara acabar de cozinhar macarrão usando um secador de cabelo; e Blixen disse que Marilyn era "quase que inacreditavelmente bonita," cheia de "uma vitalidade ilimitada" e de "uma inocência incrível" -- "Vi a mesma coisa num filhote de leão que os meus empregados me mostraram na África. Eu não quis ficar com ele."
Karen Blixen e Marilyn Monroe morreram alguns anos depois deste insólito almoço, em 1962 de inanição e overdose, respectivamente; Carson McCullers morreu em 1967, de um derrame.
Um comentário:
Marta, também amei a hitória, assisti aos sensacionais filmes "A Festa de Babette" e "Out of Africa", só não conhecia as autoras que por sinal você novamente me inspirou a postar no meu blog (Cor de Rosa Choque) onde escrevo sobre grandes mulheres que marcaram épocas, passa lá. Parabéns pela postagem e pela dica...
Beijos e até sempre.
Postar um comentário