Deus é brasileiro, mas não sabe onde fica o Pará Por Josias de Souza
Em cerimônia realizada nesta terça-feira (20), no Planalto, Lula repisou a velha máxima segundo a qual “Deus é brasileiro.” Pode ser. Mas, a julgar pelo drama que a polícia da governadora petista Ana Júlia Carepa impôs a uma jovem brasileira, o Todo-Poderoso não sabe onde fica o Pará. Leia abaixo o relato da repórter Sílvia Freire, da Folha (só assinantes):
"Uma jovem presa em flagrante por furto ficou detida em uma cela com cerca de 20 homens na delegacia de Abaetetuba, cidade a 137 km da capital Belém (PA), por pelo menos 26 dias.
Segundo o Conselho Tutelar do município, ela tem 15 anos e disse ter sido abusada sexualmente na prisão. A polícia, no entanto, diz que a jovem não tem 15, mas 19 anos.
O delegado Celso Viana, de Abaetetuba, justificou o fato de ela ter ficado presa com outros detentos porque a delegacia da cidade tem apenas uma cela. Apesar de Viana não ter feito o flagrante da jovem, disse que, ao ser presa, ela declarou que tinha 19 anos e que se chamava Lidiane da Silva Prestes.
O conselheiro José Maria Ribeiro Quaresma afirmou ter recebido uma denúncia anônima de que a garota dividia a cela com outros presos somente no último dia 14.Ainda de acordo com ele, a jovem tem 15 anos, conforme uma certidão de nascimento em poder do órgão, mas com registro do nome diferente, que não foi divulgado.
A presa, ainda de acordo com o Conselho Tutelar, apresentava hematomas e queimaduras de cigarros pelo corpo. Ela foi submetida a exame de corpo de delito, mas o relatório ainda não foi concluído.
Quando o conselheiro foi à carceragem, o delegado disse que retirou a jovem da cela e a colocou numa sala, de onde, logo em seguida, ela fugiu. A garota foi encontrada três dias depois na região do cais e, apesar de a polícia dizer que ela tem 19 anos, foi levada a um abrigo de jovens, em Belém.
O delegado afirmou não se lembrar da data da prisão da jovem. Mas alegou que o pedido de transferência foi feito ao Judiciário no dia seguinte. Contudo, ele afirma não ter recebido autorização do órgão.
‘A autorização para que fosse transferida nunca chegou aqui. O delegado não pode tomar uma medida desta natureza [transferir um preso] sem receber uma ordem judicial.’Sem queixa de abuso: Viana declarou também não acreditar que ela tenha sido submetida a abuso sexual, pois não fez nenhuma queixa aos agentes prisionais. Questionado se ela não teria tido medo de denunciar a agressão, ele disse que não.
No final da tarde, os juízes, promotores e defensores públicos de Abaetetuba divulgaram nota conjunta na qual afirmam que, pelos autos, Lidiane tem 19 anos e foi presa em 21 de outubro. Os integrantes do Conselho Tutelar não participaram dessa reunião.
Ainda segundo a nota, o pedido de remoção da jovem só foi encaminhado à Justiça no dia 7 de novembro, sem informar que ela dividia a cela com homens. Essa informação só foi levada ao Judiciário, ainda de acordo com a nota, pelo Conselho Tutelar no último dia 14.
A Secretaria da Segurança Pública do Pará determinou abertura de procedimento disciplinar às corregedorias da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário do Estado."
Em cerimônia realizada nesta terça-feira (20), no Planalto, Lula repisou a velha máxima segundo a qual “Deus é brasileiro.” Pode ser. Mas, a julgar pelo drama que a polícia da governadora petista Ana Júlia Carepa impôs a uma jovem brasileira, o Todo-Poderoso não sabe onde fica o Pará. Leia abaixo o relato da repórter Sílvia Freire, da Folha (só assinantes):
"Uma jovem presa em flagrante por furto ficou detida em uma cela com cerca de 20 homens na delegacia de Abaetetuba, cidade a 137 km da capital Belém (PA), por pelo menos 26 dias.
Segundo o Conselho Tutelar do município, ela tem 15 anos e disse ter sido abusada sexualmente na prisão. A polícia, no entanto, diz que a jovem não tem 15, mas 19 anos.
O delegado Celso Viana, de Abaetetuba, justificou o fato de ela ter ficado presa com outros detentos porque a delegacia da cidade tem apenas uma cela. Apesar de Viana não ter feito o flagrante da jovem, disse que, ao ser presa, ela declarou que tinha 19 anos e que se chamava Lidiane da Silva Prestes.
O conselheiro José Maria Ribeiro Quaresma afirmou ter recebido uma denúncia anônima de que a garota dividia a cela com outros presos somente no último dia 14.Ainda de acordo com ele, a jovem tem 15 anos, conforme uma certidão de nascimento em poder do órgão, mas com registro do nome diferente, que não foi divulgado.
A presa, ainda de acordo com o Conselho Tutelar, apresentava hematomas e queimaduras de cigarros pelo corpo. Ela foi submetida a exame de corpo de delito, mas o relatório ainda não foi concluído.
Quando o conselheiro foi à carceragem, o delegado disse que retirou a jovem da cela e a colocou numa sala, de onde, logo em seguida, ela fugiu. A garota foi encontrada três dias depois na região do cais e, apesar de a polícia dizer que ela tem 19 anos, foi levada a um abrigo de jovens, em Belém.
O delegado afirmou não se lembrar da data da prisão da jovem. Mas alegou que o pedido de transferência foi feito ao Judiciário no dia seguinte. Contudo, ele afirma não ter recebido autorização do órgão.
‘A autorização para que fosse transferida nunca chegou aqui. O delegado não pode tomar uma medida desta natureza [transferir um preso] sem receber uma ordem judicial.’Sem queixa de abuso: Viana declarou também não acreditar que ela tenha sido submetida a abuso sexual, pois não fez nenhuma queixa aos agentes prisionais. Questionado se ela não teria tido medo de denunciar a agressão, ele disse que não.
No final da tarde, os juízes, promotores e defensores públicos de Abaetetuba divulgaram nota conjunta na qual afirmam que, pelos autos, Lidiane tem 19 anos e foi presa em 21 de outubro. Os integrantes do Conselho Tutelar não participaram dessa reunião.
Ainda segundo a nota, o pedido de remoção da jovem só foi encaminhado à Justiça no dia 7 de novembro, sem informar que ela dividia a cela com homens. Essa informação só foi levada ao Judiciário, ainda de acordo com a nota, pelo Conselho Tutelar no último dia 14.
A Secretaria da Segurança Pública do Pará determinou abertura de procedimento disciplinar às corregedorias da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário do Estado."
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