TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

República dos sindicalistas quer terceiro mandato

Foto: capturada do Josias, o sorridente sindicalista.... que deseja manter a teta estatal

Em público, Lula diz que não deseja disputar a re-reeleição em 2010. Desautoriza os aliados que tramam abrir na Constituição uma janela para o terceiro mandato. Entre quatro paredes, porém, o presidente não se anima a censurar a iniciativa. Teve a oportunidade de fazê-lo há uma semana. Mas preferiu o silêncio.

Lula encontrou-se na quinta-feira da semana passada com o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um velho amigo do sindicalismo do ABC. É de Devanir a idéia que mais irrita a oposição, em especial o PSDB. Ele anuncia a intenção de protocolar na Câmara proposta que dá poderes ao presidente para convocar plebiscitos. O povo seria consultado diretamente sobre qualquer assunto, inclusive o terceiro mandato.

Cara a cara com Devanir, que foi ao Planalto para cumprimentar o amigo pela passagem do aniversário de 62 anos, Lula só tratou de amenidades. Nada de reprimendas ou admoestações. “Ele perguntou da minha família. Eu perguntei da dele. Coisa nossa. Pessoal”, relata Devanir, em entrevista ao blog.
- Por que propõe o plebiscito?
Hoje, só o Congresso pode convocar plebiscitos. Creio que o presidente da República também deveria ter esse direito. Não é para o Lula. É para qualquer presidente. E pode ser estendido aos governadores e aos prefeitos. O chefe do Executivo tem que ter esse instrumento na mão. Já temos uma democracia consolidada. Ele tem direito de convocar plebiscitos, para ouvir o povo sobre questões relevantes: o aborto, por exemplo. Ou a Constituinte exclusiva para fazer a reforma política A mídia fala em terceiro mandato, compara com a Venezuela. O Brasil não é Venezuela. O plebiscito serviria para saber o que o povo quer para o país.
- A proposta está pronta?
Ela está rascunhada. Estou esperando a oportunidade. Agora, fui procurado pelo [deputado] Carlos Willian. Ele me disse que pretendia apresentar a emenda autorizando as reeleições. Eu disse: quero dar ao presidente o instrumento do plebiscito, mas essa história de terceiro mandato fica por conta de vocês. Eu não estou falando nisso.
- Acha que, uma vez autorizado, o presidente poderia convocar um plebiscito sobre o terceiro mandato?
Acho que ele poderia consultar. Defendo a tese. Mas depende dele. Se tem um governo com um projeto, sete anos de mandato, as pesquisas dizendo que ele tem boa aceitação, faz uma consulta. O povo que o reelegeu pode dizer: continue. É lógico que, ao regulamentar o instituto do plebiscito, várias coisas teriam que ser consideradas. Se o presidente da república, o governador ou o prefeito estiver com x% de aceitação, tem o direito de fazer a consulta. Tem que ter um limite. Não é simplesmente o presidente tirar o plebiscito da cartola e convocar. Acho o seguinte: se o presidente tem 80%, 75%, 70% de aprovação, vale a pena. Se o povo está aceitando, por que não continuar?
- Já falou com o Lula sobre o assunto?
Conheço bem o presidente, ele é um democrata, acha que a alternância de poder é salutar. Mas ele nunca me consultou sobre isso.
- Encontram-se com freqüência?
Sim, sempre que possível ou quando é necessário. Temos uma amizade antiga.
- Quando foi a última vez que esteve com Lula?
Conversei com ele na quinta-feira (25) da semana passada, na véspera do aniversário dele.
- Foi no Alvorada?
Fui ao Planalto. Ele estava saindo para um evento. Conversamos rapidamente. Amenidades. Somos amigos de família. Ele perguntou da minha família. Eu perguntei da dele. Coisa nossa. Pessoal.
- Nada sobre plebiscito e terceiro mandato?
Não.

- Nunca lhe ocorreu perguntara Lula o que ele pensa da sua proposta?
Não. Acho que há separação de poderes. Somos amigos, do mesmo partido, somos companheiros. Mas política é política. Cada um pode ter a sua posição. Ele respeita a minha e eu respeito a dele.
- Se o amigo Lula lhe disser: ‘Devanir, desiste dessa história.’ Desistiria?
Não. Ele é o presidente da República. Com todo o respeito que eu tenho por ele, que é grande, não posso condicionar minha atitude à vontade do Executivo. Tenho que ouvir é a minha bancada, o meu partido. Um pedido dele não me demoveria.
- Alguém do PT o procurou para tratar do assunto?
o Eduardo Suplicy. Ele me ligou ontem [quarta-feira]. Disse que queria conversar na próxima semana. É só me convidar que eu vou. Estou à disposição.
- Acha que o momento é oportuno para esse tipo de debate?
As pessoas dizem que não é o momento. Eu pergunto: qual é o momento? Bons projetos sempre são polêmicos. Veja o bafafá que é a reforma tributária. Ninguém quer perder nada. Mas todos sabem que é preciso fazer a reforma tributária.
- Como deputado, julga-se no direito de apresentar a proposta?
Isso mesmo. Quero apresentar e fazer o debate. Não há questão fechada contra. Nem do meu partido nem da minha bancada. Sou uma pessoa de partido. Partido está acima de mim. Meu mandato pertence ao meu partido. Devo obediência ao meu partido.
- Só uma deliberação do PT o impediria de apresentar o projeto?
Isso mesmo. Numa discussão como essa, nunca vou ter 100%. Mas se tiver 60%, 51% não custa nada. Digamos que eu perca, mas tenha 40% do diretório. Se não houver fechamento de questão, posso avançar com a idéia.
- O debate teria de ocorrer no diretório nacional?
Inclusive. Sou membro do diretório.
- Uma vez autorizado, quando apresentaria a proposta?
Meu cronograma é o ano que vem. Entraríamos num período mais tranqüilo
- Seria em fevereiro?
Por aí.
- Passa na Câmara?
Acho que na Câmara nós temos o ambiente. O Grande problema nosso é o Senado, para tudo. Estão dizendo que não aprovam CPMF porque tem o debate do terceiro turno. Agora enveredaram até para o questionamento da TV pública. O Senado, numa reforma política, deveria ser colocado no seu devido lugar. Não pode ser uma câmara revisora. Nunca vi minoria mandar em maioria. Você aprova um projeto com 513 deputados e 81 senadores embananam tudo.
- Há um entendimento seu com o deputado Carlos Willian (PTC-MG)?
Ele me procurou para dizer que também estava pensando nisso [a re-reeleição do presidente]. Eu disse que quero dar o plebiscito como instrumento para o presidente, que ele usará quanto e como quiser. Terceiro mandato, só se houver interesse e respaldo da sociedade. Como sou pessoa de partido, já falei com o meu líder [Luiz Sérgio, PT-RJ] que ele tem que convocar uma reunião da bancada e colocar esse tema como um item da pauta.
- E quanto ao deputado Fernando Ferro (PT-PE)?
Ele acha a idéia saudável. Soube de um projeto antigo do [ex-deputado] Inaldo Leitão e resgatou a proposta [prevê a reeleição infinita]. Disse que está solidário com o meu projeto. Vamos discutir.
- Acha mais fácil atrelar o plebiscito à emenda resgatada por Fernando Ferro?
Falei com ele rapidamente na terça-feira. Voltaremos a conversar. Acredito que, como a proposta já está tramitando, pode ser mais rápido.

Um comentário:

Anônimo disse...

chega de república dos sindicalistas.

Braziu!

Braziu!

Arquivo do blog

Marcadores

Eu

Eu

1859-2009

1859-2009
150 anos de A ORIGEM DAS ESPÉCIES

Assim caminha Darwin

Assim caminha Darwin

Esperando

Esperando

Google Analytics