Foto sem crédito.
Observando atentamente, o retrato de Jocelito Canto nos leva a pensar se o deputado seria um mocinho ou um bandido, o médico ou o monstro, o vivaldino ou o ingênuo, um sábio ou um parvo, sincero ou hipócrita? Da própria boca sabe-se apenas que ele não é nenhum “santo”, como declarou ao se confessar usuário de Caixa 2.
Seja lá qual for a opção escolhida, pela fotogenia em plenário o deputado Jocelito Canto merece um estudo baseado na antropologia criminal do médico italiano Cesare Lombroso.
Nascido em Verona, desde moço Lombroso demonstrava interesse pelo estudo da loucura. Depois de estudar medicina em Gênova e Viena, o médico dirigiu um manicômio em Pádua e passou a analisar as possíveis influências do meio sobre a mente. Suas obras abrangem diversas áreas, como antropologia, sociologia criminal, psicologia, criminologia, filosofia e medicina. Os estudos por ele realizados ficaram conhecidos como antropologia criminal. As ideias defendidas por Lombroso acerca do "criminoso nato" preconizavam que, pela feição do rosto, seria possível antever aqueles indivíduos que se voltariam para o crime.
“Mostra-me a fotografia daqueles com quem andas que te direi quem és”, ou, “Tragam o álbum de retratos para prendermos os suspeitos de sempre”, diziam seus adeptos. “Quem vê cara não vê coração”, mas o fato é que Lombroso exerceu por muito tempo importante influência no Direito Penal, sendo dos primeiros a defender a implantação de medidas preventivas ao crime, tais como a educação, a iluminação pública, o policiamento ostensivo, além de outras tantas ideias inovadoras referentes à aplicação das penas. Muitas mudanças adotadas por legisladores criminais de todo o mundo derivaram dos estudos de Lombroso, que tinha seguidores como Émile Zola e Anatole France, mas as “teorias lombrosianas” no contexto de hoje só servem para analisar com ironia algum tipo com as feições do deputado Jocelito Canto.
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“Eu não sou santo”, reconheceu o radialista Jocelito Canto ao confessar que é usuário da Caixa 2. Assim, se ainda não foi canonizado pelos ouvintes de Ponta Grossa, ao se declarar usuário de Caixa 2, nos convenceu de que tem uma vida profana tão pavorosa que devia ter sido algemado no momento seguinte à confissão. Pelo twitter, jogou poeira no ar condicionado da Assembleia: “A grande maioria das pessoas tem um caixa 2. Quem nunca comprou algo sem nota?”. Pelo microfone do plenário, perguntou: “Quem é que não tem caixa 2? Vamos ser sinceros!”. Sincero ou hipócrita, o retrato de Jocelito nos leva a reconsiderar as “teorias lombrosianas”.
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Durante muitos anos Cesare Lombroso (1835/1909) negou os fenômenos espirituais,considerando-os pura charlatanice. Porém, após assistir a algumas sessões mediúnicas realizadas por Eusápia Paladino, em julho de 1891 foi publicada uma carta onde declarou sua rendição aos credos espirituais.
Lombroso ficaria encantado com o álbum de retratos da Assembleia Legislativa do Paraná. Especialmente com as fichas funcionais dos fantasmas.
Dante Mendonça/16/4/2010) O Estado do Paraná.
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COMENTÁRIO: Ui! Sempre que olho as fotos dos noços parlamentares ...
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