Josias de souza apresenta toda trama de do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS. Vela lá a pilantropia brasileira
Advogado de filantrópicas vira ‘19º conselheiro’
Vão abaixo outros extratos de diálogos telefônicos obtidos pela Polícia Federal e levados ao processo que corre na Justiça Federal de Brasília.
O signatário do blog esclarece que, em depoimentos já ouvidos pela PF e em manifestações públicas, os personagens cujas vozes emergem dos grampos negam os malfeitos insinuados nas conversas.
Caberá à polícia e ao Ministério Público, na segunda fase da investigação, transformar em provas aquilo que, por ora, figura nos autos como indícios.
16 de outubro de 2006, 11h57
Diálogo do advogado com Luiz Vicente Dutra com o conselheiro do CNAS Sílvio Iung.
Luiz Vicente Dutra tem escritório em Porto Alegre. Advoga para filantrópicas. A PF refere-se a ele no relatório sigiloso obtido pelo blog como “um dos mentores da quadrilha” desbaratada no CNAS.
Na prática, segundo a PF, Dutra funciona como um conselheiro extra no colegiado de 18 membros –metade indicada por entidades filantrópicas e outra metade pelo governo.
“O que ocorre é que Luiz Vicente Dutra se vê, e o colegiado do CNAS também, como um 19º Conselheiro”, anotam os delegados no relatório sigiloso.
Nesse diálogo, o interlocutor do advogado é Sílvio Iung. Foi ao CNAS por indicação do ISAEC (Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura).
A entidade controla uma rede de escolas ligada à Igreja Luterana. Na época em que o grampo telefônico foi feito, Sílvio era nada menos que presidente do CNAS. Licenciou-se em março, depois que o escândalo foi pendurado nas manchetes.
Na conversa gravada pela polícia, a dupla Dutra-Iung fala sobre o processo de um hospital privado de Joinville (SC). Chama-se Dona Helena.
O time de técnicos do CNAS recomendara a rejeição do pedido de concessão do certificado de filantropia ao hospital.
Relator do processo, Sílvio endossara o parecer contrário às pretensões do hospital. Mas mudaria o seu voto. Estava tudo combinado. Eis o diálogo:
Dutra: Você pediu o deferimento, né?
Sílvio: Não, eu acompanhei a equipe de análise, lembra que nós fizemos isso como estratégia e o Ademar [de Oliveira Marques, então conselheiro do CNAS indicado pelo Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua] esse sim, ele pegou aquele voto e mudou o voto. O pedido de vista dele já é pelo deferimento. O que vai acabar acontecendo agora é o seguinte: eles vão me perguntar se eu acompanho o voto de pedido de vistas, e é isso que eu fazer.
Dutra estranha o fato de Sílvio ter endossado o parecer da equipe técnica, contrário à entidade. Segue-se a resposta esclarecedora:
Sílvio: Não, agora, com o pedido de vistas, eu mudo meu voto.
Dutra: Ah tá!
Sílvio: Entendeu? Esse é o procedimento. Tem um pedido de vistas e aí é perguntado ao relator original se ele mantém o voto ou modifica. Evidentemente eu vou modificar.
Dutra: Claro, até porque tu teve a participação naquele caso de Curitiba, né.
Sílvio: Isso, exatamente. Tá tudo dentro da estratégia.
Dutra: Agora eu tô entendendo, eu não me lembrava do teu acompanhamento...
17 de outubro de 2006, 12h26
Diálogo do advogado Luiz Vicente Dutra com o conselheiro do CNAS Ademar de Oliveira Marques, representante da entidade de meninos e meninas de rua.
Conversam sobre um processo envolvendo o Colégio Batista Santos Dumont, de Fortaleza (CE). A entidade estava sob risco de perder o certificado de filantropia.
Para contornar o infortúnio, Dutra sugere a Ademar a encomenda de uma “diligência” de fiscais do INSS na instituição, “para esclarecer algumas coisas que não ficaram claras no processo.”
Dutra: Pode ser?
Ademar: Claro.
No curso do telefonema, o advogado faz menção ao caso do Hospital Dona Helena. O conselheiro o tranqüiliza. Diz, segundo a PF, que, “com isso nem se preocupa.”
O advogado Dutra alcançou Ademar por meio do celular do então presidente do CNAS, Sílvio Iung. Estavam juntos. Preparavam-se para embarcar num avião. E Sílvio repassa o telefone para Ademar.
O diálogo da trinca revela o grau de intimidade que permeava as relações do advogado Dutra, o defensor de filantrópicas, com os membros do conselho que rege a filantropia no país.
Sílvio: Tu quer falar com ele, né? Nós tamo embarcando aqui no avião. Eu vou te passar ele, tá bom? Um abraço!
Dutra: Tu visse? Agora eu tenho secretário, héin!
Ademar: É... tô vendo! Tá forte, héin!
Dutra: ... primeiro passo pro secretário.
Vão abaixo outros extratos de diálogos telefônicos obtidos pela Polícia Federal e levados ao processo que corre na Justiça Federal de Brasília.
O signatário do blog esclarece que, em depoimentos já ouvidos pela PF e em manifestações públicas, os personagens cujas vozes emergem dos grampos negam os malfeitos insinuados nas conversas.
Caberá à polícia e ao Ministério Público, na segunda fase da investigação, transformar em provas aquilo que, por ora, figura nos autos como indícios.
16 de outubro de 2006, 11h57
Diálogo do advogado com Luiz Vicente Dutra com o conselheiro do CNAS Sílvio Iung.
Luiz Vicente Dutra tem escritório em Porto Alegre. Advoga para filantrópicas. A PF refere-se a ele no relatório sigiloso obtido pelo blog como “um dos mentores da quadrilha” desbaratada no CNAS.
Na prática, segundo a PF, Dutra funciona como um conselheiro extra no colegiado de 18 membros –metade indicada por entidades filantrópicas e outra metade pelo governo.
“O que ocorre é que Luiz Vicente Dutra se vê, e o colegiado do CNAS também, como um 19º Conselheiro”, anotam os delegados no relatório sigiloso.
Nesse diálogo, o interlocutor do advogado é Sílvio Iung. Foi ao CNAS por indicação do ISAEC (Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura).
A entidade controla uma rede de escolas ligada à Igreja Luterana. Na época em que o grampo telefônico foi feito, Sílvio era nada menos que presidente do CNAS. Licenciou-se em março, depois que o escândalo foi pendurado nas manchetes.
Na conversa gravada pela polícia, a dupla Dutra-Iung fala sobre o processo de um hospital privado de Joinville (SC). Chama-se Dona Helena.
O time de técnicos do CNAS recomendara a rejeição do pedido de concessão do certificado de filantropia ao hospital.
Relator do processo, Sílvio endossara o parecer contrário às pretensões do hospital. Mas mudaria o seu voto. Estava tudo combinado. Eis o diálogo:
Dutra: Você pediu o deferimento, né?
Sílvio: Não, eu acompanhei a equipe de análise, lembra que nós fizemos isso como estratégia e o Ademar [de Oliveira Marques, então conselheiro do CNAS indicado pelo Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua] esse sim, ele pegou aquele voto e mudou o voto. O pedido de vista dele já é pelo deferimento. O que vai acabar acontecendo agora é o seguinte: eles vão me perguntar se eu acompanho o voto de pedido de vistas, e é isso que eu fazer.
Dutra estranha o fato de Sílvio ter endossado o parecer da equipe técnica, contrário à entidade. Segue-se a resposta esclarecedora:
Sílvio: Não, agora, com o pedido de vistas, eu mudo meu voto.
Dutra: Ah tá!
Sílvio: Entendeu? Esse é o procedimento. Tem um pedido de vistas e aí é perguntado ao relator original se ele mantém o voto ou modifica. Evidentemente eu vou modificar.
Dutra: Claro, até porque tu teve a participação naquele caso de Curitiba, né.
Sílvio: Isso, exatamente. Tá tudo dentro da estratégia.
Dutra: Agora eu tô entendendo, eu não me lembrava do teu acompanhamento...
17 de outubro de 2006, 12h26
Diálogo do advogado Luiz Vicente Dutra com o conselheiro do CNAS Ademar de Oliveira Marques, representante da entidade de meninos e meninas de rua.
Conversam sobre um processo envolvendo o Colégio Batista Santos Dumont, de Fortaleza (CE). A entidade estava sob risco de perder o certificado de filantropia.
Para contornar o infortúnio, Dutra sugere a Ademar a encomenda de uma “diligência” de fiscais do INSS na instituição, “para esclarecer algumas coisas que não ficaram claras no processo.”
Dutra: Pode ser?
Ademar: Claro.
No curso do telefonema, o advogado faz menção ao caso do Hospital Dona Helena. O conselheiro o tranqüiliza. Diz, segundo a PF, que, “com isso nem se preocupa.”
O advogado Dutra alcançou Ademar por meio do celular do então presidente do CNAS, Sílvio Iung. Estavam juntos. Preparavam-se para embarcar num avião. E Sílvio repassa o telefone para Ademar.
O diálogo da trinca revela o grau de intimidade que permeava as relações do advogado Dutra, o defensor de filantrópicas, com os membros do conselho que rege a filantropia no país.
Sílvio: Tu quer falar com ele, né? Nós tamo embarcando aqui no avião. Eu vou te passar ele, tá bom? Um abraço!
Dutra: Tu visse? Agora eu tenho secretário, héin!
Ademar: É... tô vendo! Tá forte, héin!
Dutra: ... primeiro passo pro secretário.
Ademar: Tô percebendo. Tá bem assim!
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Comentário: e por aí vai a putaria nacional.
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