TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Carta aos senadores


Carta Aberta aos Senadores Desonrosos, Covardes e Patifes.

Nasci na Itália e apesar de ter vivido 50 anos no Brasil (dos dois aos 52 anos), jamais troquei de nacionalidade, isso não impediu nem diminuiu a amor pela minha terra de adoção. Amo a Itália como se ama u’a mãe, e o Brasil com a louca paixão com que se ama a mulher de nossa vida.

Sempre tive orgulho de tudo que fosse brasileiro. Lembro que em 1993, fiz a primeira viagem a Itália de onde tinha saído em 1946. Cheguei à Roma e tomando o trem do aeroporto até a cidade, por acaso encontrei dois brasileiros, nossa conversa foi sobre Fernando Henrique Cardoso e sua recente nomeação como ministro da Fazenda, a esperança que tínhamos de que ele conseguisse eliminar a inflação endêmica que assolava o país há décadas.

Era um domingo de maio, quando tomei um táxi que me levaria ao hotel, comecei a conversar com o motorista contei-lhe a minha história brasileira, em fim almoçamos juntos e ele me levou a conhecer Roma. Quando cheguei ao hotel, além de ter bebido bastante, estava muito cansado e fui dormir.

No dia seguinte era segunda feira e sai para tomar café num bar, ouvia dois italianos que conversavam sobre o prêmio de fórmula 1 que havia sido corrido no domingo. Perguntei quem tinha vencido, um dos italianos olhou-me e com um sorriso de satisfação respondeu:
- Il brasiliano Senna (o brasileiro Senna).
- Anche io sono brasiliano! –(eu também sou brasileiro) disse com o peito estufado e cheio de orgulho.

Voltei ao Brasil, passados três anos voltei à Itália para resolver um problema e fiquei até hoje. Não pude acompanhar a reeleição de Fernando Henrique, pois nem tinha Internet. Mas alguns tempos depois pude acompanhar a eleição do ex torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, que parecia trazer todas as esperanças ao povo brasileiro, todavia o que trouxe foi a trufa e a mentira, como provaram todos os escândalos acontecidos com pessoas de seu governo e que o acompanham desde a fundação do partido dos trabalhadores.

Mas o fato acontecido hoje, a absolvição do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que para tal valeu-se de métodos que dariam inveja, aos responsáveis pelos anos de chumbo da ditadura militar, me deixa acabrunhado.

Perdia a conta das vezes que chorava, junto ao rádio, com a cruel saudade que a musica brasileira me invadia. Hoje para chorar não preciso de rádio, choro de desespero por ver o que acabou de ser perpetrado contra a dignado dos cidadãos. Choro ao ver Ideli Salvati e Aloísio Mercadante, como uma cortesã e um alcoviteiro a cabalar votos para o ladravaz Renan Calheiros. Choro porque tenho meus filhos e meus netos que vivem num país que é governado por um amoral da jaez de Luiz Inácio Lula da Silva. Choro porque fui afetado no parte mais íntima de meu sentimento: o amor incomensurável a este país cujo comando atual está nas mãos de covardes, mofinos, aéticos governantes e seus asseclas.

Hoje, 12 de setembro de 2007, os senadores assassinaram perfidamente o Ayrton Senna que ainda pulsava no meu peito.Por que Renan será absolvido com louvor

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