E da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Aninha envia notícias para nós! Fala de nosso livro feito com muito carinho. E mostra que eu não fui, no pós em ecologia, uma professora arruaceira como dizem por aí.
AQUI
Notícias - Entrevistas
ANA CRISTINA PETRY
Doutorado em Ciências Ambientais
Universidade Estadual de Maringá/PR
Prof. Adjunta do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (NUPEM) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
1 – Como surgiu a ideia do livro "Ecólogos e suas Histórias: Um Olhar sobre a Construção das Ideias Ecológicas"?
A história desse livro difere um pouco das propostas e motivações que em geral permeiam a concretização de uma obra literária. Nas tardes de quintas-feiras de 2003, eu me reunia com colegas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) para as aulas da disciplina História da Ciência, ministrada pela professora Luzia Marta Bellini. Nesses encontros estudávamos a cronologia do pensamento científico partindo das contribuições dos pensadores da Grécia Antiga, passando pelos matemáticos da Idade Média, até chegar aos naturalistas e ecólogos da Idade Moderna, na ramificação cada vez mais intrincada e esplêndida da Ciência. O envolvimento dos alunos com a história de vida, as circunstâncias e o mérito das descobertas de alguns dos personagens estudados obedecia a simples regra da afinidade e do interesse individual.
Como um processo de avaliação de uma disciplina desse tipo é extremamente subjetivo, e inclusive não condizia com a proposta original, que era de efetivamente provocar reflexões acerca do papel dos cientistas a seu tempo (inclusive daqueles que estavam sendo formados na UEM!), a proposta da professora Marta para os alunos foi: traduzir em palavras a experiência de estudar a vida e a obra de cientistas que brilharam e também daqueles que foram ofuscados pela História da Ciência. Em uma turma formada essencialmente por Biólogos, foi natural que as atenções se voltassem aos cientistas que estudaram organismos e suas relações com o meio, porém foi interessante observar que, despropositadamente, os relatos individuais envolveram partes dos últimos 200 anos de história.
Para muitos desses alunos, o tempo dedicado ao "exame" em História da Ciência tomou um tempo desproporcional em suas vidas. Para alguns, é possível afirmar que as descobertas fizeram A diferença em suas teses e dissertações. Finalizada a disciplina, alunos e professora perceberam que o que tinham em mãos era um material valioso e que merecia ser compartilhado pelo maior número de interessados possíveis. Primeiramente na forma de palestras semanais no Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura da UEM e posteriormente, no ano de 2010, o produto da turna de alunos curiosos, ávidos leitores e dedicados aspirantes a pesquisadores é lançado pela Editora da Universidade Estadual de Maringá (EDUEM).
2 - Quem são os professores organizadores e os convidados?
Com exceção do capítulo 2, escrito por um colega e amigo, na época ainda doutorando em História das Ciências pela FIOCRUZ, todos os demais capítulos foram escritos pelos alunos da disciplina História da Ciência do PEA de 2003, além da Professora Luzia Marta Bellini. Em março de 2006, o Professor Fernando Antonio dos Santos Fernandez da UFRJ recebeu a primeira versão da obra e o convite para redigir o Prefácio. A exemplo de suas demais iniciativas, o texto do Professor Fernandez das páginas nove a 17 apresenta de forma esplêndida a essência de nossa proposta.
3 – Qual foi a principal intenção desta publicação?
A intenção dos autores é oferecer aos alunos de graduação em Ciências Biológicas e a todos os demais interessados em História da Ciência entretenimento e oportunidade de aprofundar seus conhecimentos a partir de um material acessível em língua portuguesa. Infelizmente, a despeito de sua importância na formação de nossos alunos, iniciativas como essas ainda são raras em nosso país.
4 - Pode citar um cientista que brilhou em sua época e outro que tenha tido sua vida e obra ofuscada pela História da Ciência?
Dentre os cientistas contemplados pelo livro recém lançado, destaco Edward Osborne Wilson, não tanto por brilhar, mas por representar o que considero um papel de destaque de um cientista na sociedade. Em seus 80 anos de vida, Wilson vem contribuindo enormemente para a ecologia teórica e aplicada, com artigos científicos e livros que tratam desde formigas, sociobiologia e as relações entre o tamanho de áreas e a quantidade de espécies encontradas nelas. Atualmente, ainda exerce as funções Professor e Curador de Entomologia no Museu de Zoologia da Universidade de Harward e é um articulador ativo de organizações não governamentais importantíssimas como The Nature Conservancy (TNC) e Conservation Iternational (CI). Este cientista sempre se preocupou em informar e atualizar a socidade da relevância e necessidade da conservação da diversidade no planeta e este é um exemplo que buscamos seguir. Diversos livros de sua autoria (e inclusive sua biografia!) são traduzidos para o português.
A História da Ciência poderia servir de roteiro para filmes e séries de sucesso de bilheteria, pois histórias inusitadas e tristes de pensadores injustiçados, alguns inclusive pagando o preço de suas ideias e ousadias com a própria vida, remontam dezenas de séculos da história da humanidade. Os esforços e a coragem de Henry Allan Gleason em questionar os principais paradigmas que envolviam a Ecologia no início do século XX nos oferecem a oportunidade de entender como muitas vezes ideias brilhantes levam décadas para serem reconhecidas. Na maioria das vezes, lamentavelmente, não em tempo de seus criadores terem seu justo reconhecimento.
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ANA CRISTINA PETRY
Doutorado em Ciências Ambientais
Universidade Estadual de Maringá/PR
Prof. Adjunta do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (NUPEM) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
1 – Como surgiu a ideia do livro "Ecólogos e suas Histórias: Um Olhar sobre a Construção das Ideias Ecológicas"?
A história desse livro difere um pouco das propostas e motivações que em geral permeiam a concretização de uma obra literária. Nas tardes de quintas-feiras de 2003, eu me reunia com colegas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) para as aulas da disciplina História da Ciência, ministrada pela professora Luzia Marta Bellini. Nesses encontros estudávamos a cronologia do pensamento científico partindo das contribuições dos pensadores da Grécia Antiga, passando pelos matemáticos da Idade Média, até chegar aos naturalistas e ecólogos da Idade Moderna, na ramificação cada vez mais intrincada e esplêndida da Ciência. O envolvimento dos alunos com a história de vida, as circunstâncias e o mérito das descobertas de alguns dos personagens estudados obedecia a simples regra da afinidade e do interesse individual.
Como um processo de avaliação de uma disciplina desse tipo é extremamente subjetivo, e inclusive não condizia com a proposta original, que era de efetivamente provocar reflexões acerca do papel dos cientistas a seu tempo (inclusive daqueles que estavam sendo formados na UEM!), a proposta da professora Marta para os alunos foi: traduzir em palavras a experiência de estudar a vida e a obra de cientistas que brilharam e também daqueles que foram ofuscados pela História da Ciência. Em uma turma formada essencialmente por Biólogos, foi natural que as atenções se voltassem aos cientistas que estudaram organismos e suas relações com o meio, porém foi interessante observar que, despropositadamente, os relatos individuais envolveram partes dos últimos 200 anos de história.
Para muitos desses alunos, o tempo dedicado ao "exame" em História da Ciência tomou um tempo desproporcional em suas vidas. Para alguns, é possível afirmar que as descobertas fizeram A diferença em suas teses e dissertações. Finalizada a disciplina, alunos e professora perceberam que o que tinham em mãos era um material valioso e que merecia ser compartilhado pelo maior número de interessados possíveis. Primeiramente na forma de palestras semanais no Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura da UEM e posteriormente, no ano de 2010, o produto da turna de alunos curiosos, ávidos leitores e dedicados aspirantes a pesquisadores é lançado pela Editora da Universidade Estadual de Maringá (EDUEM).
2 - Quem são os professores organizadores e os convidados?
Com exceção do capítulo 2, escrito por um colega e amigo, na época ainda doutorando em História das Ciências pela FIOCRUZ, todos os demais capítulos foram escritos pelos alunos da disciplina História da Ciência do PEA de 2003, além da Professora Luzia Marta Bellini. Em março de 2006, o Professor Fernando Antonio dos Santos Fernandez da UFRJ recebeu a primeira versão da obra e o convite para redigir o Prefácio. A exemplo de suas demais iniciativas, o texto do Professor Fernandez das páginas nove a 17 apresenta de forma esplêndida a essência de nossa proposta.
3 – Qual foi a principal intenção desta publicação?
A intenção dos autores é oferecer aos alunos de graduação em Ciências Biológicas e a todos os demais interessados em História da Ciência entretenimento e oportunidade de aprofundar seus conhecimentos a partir de um material acessível em língua portuguesa. Infelizmente, a despeito de sua importância na formação de nossos alunos, iniciativas como essas ainda são raras em nosso país.
4 - Pode citar um cientista que brilhou em sua época e outro que tenha tido sua vida e obra ofuscada pela História da Ciência?
Dentre os cientistas contemplados pelo livro recém lançado, destaco Edward Osborne Wilson, não tanto por brilhar, mas por representar o que considero um papel de destaque de um cientista na sociedade. Em seus 80 anos de vida, Wilson vem contribuindo enormemente para a ecologia teórica e aplicada, com artigos científicos e livros que tratam desde formigas, sociobiologia e as relações entre o tamanho de áreas e a quantidade de espécies encontradas nelas. Atualmente, ainda exerce as funções Professor e Curador de Entomologia no Museu de Zoologia da Universidade de Harward e é um articulador ativo de organizações não governamentais importantíssimas como The Nature Conservancy (TNC) e Conservation Iternational (CI). Este cientista sempre se preocupou em informar e atualizar a socidade da relevância e necessidade da conservação da diversidade no planeta e este é um exemplo que buscamos seguir. Diversos livros de sua autoria (e inclusive sua biografia!) são traduzidos para o português.
A História da Ciência poderia servir de roteiro para filmes e séries de sucesso de bilheteria, pois histórias inusitadas e tristes de pensadores injustiçados, alguns inclusive pagando o preço de suas ideias e ousadias com a própria vida, remontam dezenas de séculos da história da humanidade. Os esforços e a coragem de Henry Allan Gleason em questionar os principais paradigmas que envolviam a Ecologia no início do século XX nos oferecem a oportunidade de entender como muitas vezes ideias brilhantes levam décadas para serem reconhecidas. Na maioria das vezes, lamentavelmente, não em tempo de seus criadores terem seu justo reconhecimento.
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