TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Hoje eu acordei assim...

Zoom, zum, zum....

SOLIDARIEDADE aos alunos da Universidade Estadual de Maringá

VIA FACEBOOK

Patricia L. disse:

 Que horror! Botar polícia para investigar as ações de estudantes a reitoria faz... Queremos POLÍCIA para investigar quem ROUBOU os equipamentos de quatro BLOCOS da UEM. Cadê os equipamentos do Bloco I-12 e demais??? POLÍCIA É PARA LADRÃO!!!
Via FACEBOOK

From Brasil e planeta



Marta Bellini: Gente: é verdade que 8 estudantes da  querida ocupação foram indiciados pela Polícia Federal?

Saulo Testa: fomos intimados pra prestar esclarecimentos, Marta. por enquanto nada foi aberto, mas, a PF ligou na casa das famílias intimando. Os nomes dos "Eleitos" estavam em papel timbrado da UEM. A reitoria começa a não cumprir suas promessas, de não criminalizar o movimento. (E vocês acreditaram?)

há 8 horas · CurtirCurtir (desfazer) · 1 pessoaCarregando....Bruno Coga:  não Marta Bellini, tem eu sou funcionário, e também fui intimado.
há 8 horas · CurtirCurtir (desfazer).Saulo Testa: você tá em todas, Bruno

há 8 horas · CurtirCurtir (desfazer).Phill Natal Poxa, até eu rodei nessa. Mas já fui depor. Agora, marcamos segunda feira, às 14h, uma reunião com o reitor para cobrar que ele retire as acusações. Se forem mantidas, temos que pensar qual estratégia utilizaremos, desde moções, atos, etc...
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COMENTÁRIO:
 
Como eu dizia para vocês. A esquerda maioísta e a direita mostram as garras depois. Nas costas. Sou solidária a todos e todas estudantes! Vamos nos reunir, nós, professores, para ajudá-los!

Aos estudantes da Universidade Estadual de Maringá

"Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça”


(Romain Rolland, 1866-1944; novelista, biógrafo e músico francês).

Quem acredita em REI?

Estudantes olhando para o prédio onde o reitor estava. Setembro de 2011.
Foto de Andressa Modolo
Não acredite em quem tem mais de 30 anos, nem quem tem 32 dentes. O fato é que confirmei hoje que 8 estudantes da Universidade Estadual de Maringá foram indiciados pela Polícia Federal por terem "ocupado a Rádio Universitária" da universidade. Li no facebook de estudantes da UEM que a UEM foi obrigada (sic) a enviar para a Anatel um relatório e blá blá. Ora, todos conhecemos como a jurídica da UEM penaliza os dissidentes. É dissidente? Tá lascado! Punição. Dor. Documentos sem respostas. (se quiser o direito a resposta, conforme reza a Constituição de 1988, tem que ir à justiça externa, pagar para garantir sua defesa).

Eu mesma fui indiciada por uma Comissão de sindicância interna, que segundo uma das professoras da comissão, eles (da comissão) tinham que atender ao grupo de professoras que pediam a sindicância. Como tinham que atender o grupo (sic)? Os membros dessa comissão mandaram indiciamentos para todos os implicados na coisa. Foram indiciados vários professores, inclusives chefes meus. MAS, como em toda história tem um MAS, os chefes não passaram pela forca, pela correnteza da punição. Tiveram contato direto com a reitoria. Eu não. Nem respostas aos meus documentos obtive. Então .... fui buscar meus direitos fora da Universidade e os tive na sexta-feira passada, dia 23/10/2011. Depois de penoso périclo pelos circuitos da universidade, verei os documentos que me impingem punição. Ufa! direito é direito. Hoje não é 1964. É 2011.


Recomendo aos 8 estudantes a busca dos documentos que sairam da Universidade. Penso, imagino que ... terão surpresa. O reitor acordou na não punição dos estudantes. Cumpriu? Eu, hein! Já ouvi essa história antes. Mandar estudantes para a garganta da polícia ... humm.
A guarda pretoriana na porta da reitoria. O do choque está aí.

É interessante: o segurança que usou arma ilegal no Brasil, o segurança dos choques contra alunos, está livre e solto como um passarinho passeando pela UEM. Eu, hein! Onde andará seu aparelhinho de moldar estudantes? Na firma privada em que ele trabalha? Ou na UEM?
Para os amigos, olhos cegos. Para a oposição, a forca. MAS, como em toda história tem um MAS ... a gente luta mesmo contra a corrente. Contra a correnteza da punição, da incineração das verdades. E que os estudantes aprendam a votar. Uia, e não tínhamos candidatos. Sorry.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Nofa!

Do SOLDA

UIA! Atentado ao pudor na Má-ringa!

Se não parar a sessão, eu fico pelado”


29 setembro 2011 do Blog do Angelo Rigon aqui
O repórter Agnaldo Vieira, do Maringá Manchete, flagrou quando o vereador João Alves Correa (PMDB), ex-presidente da câmara, tirou a camiseta e ameaçava ficar pelado no plenário, durante a sessão desta terça-feira. O regimento interno tipifica a atitude como falta de decoro parlamentar, portanto, sujeita a penalidades.



E depois chamam os estudantes de baderneiros!

Do Roque Sponholz



29, setembro de 2011

O homem que tentou invadir o Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira, em Brasília, para entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff permaneceu cerca de uma hora armado na portaria da sede da Presidência da República. Após se render, Maycon Kuster Pinheiro, 31 anos, natural do Espírito Santo, foi interrogado por seguranças do Planalto e será encaminhado a uma delegacia da Polícia Federal (PF).

Sindigatos ...

Um país ocupado

Este texto de José Vítor Malheiros foi publicado anteontem no Público, mas transcrevo-o para quem não tenha tido a oportunidade de o ler.
do blog de JOANA LOPES ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA AQUI

 
«É espantoso como, no espaço de poucos meses tanta coisa mudou. Não só nas nossas expectativas mas principalmente nas nossas atitudes. Apesar de algum debate nos media, de algumas declarações politicas mais fogosas, de alguma indignação mais localizada, de alguns dirigentes sindicais mais aguerridos, aceitamos como inevitável esta crise e parecemos resignados a sofrê-la. Na esperança ténue, de que um dia passe. Enchemos bem o peito de ar, fechamos a boca com força e aceitamos que, durante os próximos anos, nos devemos resumir a tentar manter o nariz de fora de água, apenas o nariz, sem fazer ondas, sem fazer barulho, sem gritar, sem protestar, sem dar nas vistas, sem viver, ondulando ligeiramente os braços para nos mantermos à tona, sem olhar para o que está à nossa volta. A palavra de ordem é apenas respirar. Respirar e esperar. Até que passe. Ou até que nos habituemos. Respirar assim só é difícil nos primeiros tempos. Depois habituamo-nos. É uma questão de ritmo.
Não é que não queiramos, não é que não gostemos, mas sabemos que fomos vencidos. Não sabemos quando, nem como, nem por quem, mas sabemos que fomos vencidos. É verdade que sonhámos que não íamos ser vencidos mas hoje é evidente que esse sonho não fazia sentido. A derrota era inevitável. Toda a gente diz.

Mas isto não é uma crise. Nem é uma simples derrota. Nem sequer é uma guerra. Isto é uma ocupação. Isto é uma ocupação.

Portugal é um país ocupado e não é o único. A presença do ocupante sente-se em cada rua, em cada esquina, em cada casa, em cada olhar. Os cartazes da propaganda do ocupante estão por todo o lado. O ocupante diz nos que estávamos enganados e que temos de pensar de uma outra forma. Que agimos mal e que temos de pensar de uma outra forma. Que estávamos enganados em pensar que tínhamos direitos e temos de abdicar deles porque esses direitos destroem a economia. Que estávamos enganados em pensar que os nossos filhos podiam viver numa sociedade de bem-estar e que temos de os desenganar. Que estávamos enganados em pensar que as desigualdades se iriam reduzindo e que a justiça social era o mais belo dos objectivos. Que estávamos enganados em pensar que a solidariedade era fonte de progresso, quando só a competição entre as pessoas garante o progresso. Que estávamos enganados em defender soluções colectivas, quando a vitória é sempre individual. Quando acreditámos que a saúde podia ser para todos. Quando pensámos que a democracia se exprime pelo voto e no espaço público quando na realidade o poder está no euro , no dólar e nas bolsas. Quando pensámos que as pessoas são mais importantes que o dinheiro. Quando pensámos que havia sempre alternativas.
Isto não é uma crise porque não estamos a corrigir nada do que nos trouxe até aqui. Isto não é uma crise porque não estamos a fazer um sacrifício em nome do futuro. Isto é algo que estamos a ser obrigados a reviver em nome do passado. Isto é apenas o regresso do passado, a vitória que julgávamos ter vencido mas que regressou da tumba. Esta é uma vingança do passado, por nos termos preocupado tanto com o presente que nos esquecemos do futuro. Isto é uma ocupação. Uma ocupação com mais colaboracionistas que resistentes, como todas as ocupações. Colaboracionistas maravilhados com a pujança do ocupante, com a sua filosofia hegemonista, com a sua musculada e sadia visão do mundo, com um mundo de eficiência e sem parasitas. Sem sindicatos e sem esquerdistas. Sem solidariedade e com total obediência aos chefes e ao serviço dos mais ricos.
Só que não é possível viver assim. E apesar de tudo há alternativas. A alternativa é procurar sempre e incansavelmente a alternativa, sem sacrificar nada do que nos é caro.»
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Comentários:

O texto me lembra as greves e as ocupações pela oposição aos governos do PMDB, PT e aliados no Brasil. Cadê os sindicalistas da CUT? O gato comeu. Estão nos gabinetes dos deputados da ex-querda. Dos senadores amigos. Nas instituições públicas. Cargos de presente. Greve dos professores em Belo Horizonte. Cadê os cutistas? Ocupação das reitorias das universidades federais e estaduais. Cadê os sindicalistas? Estão nas churrascarias aumentando o volume dos abdomens. Arredondando os glúteos. A postura dos sindicalistas parece a de hipopótamos (com perdão aos hipopótamos, adoro-os). Os sindicalistas sobrevivem vivem de nossos impostos sindicais. Lavam-se no dinheiro dos sindicalizados e não sindicalizados. É fácil viver assim. O dinheiro cai do céu. ôps, cai do nosso bolso graças à cumplicidade dos cutistas e cia com o governo Lula e Dilma. Imposto sindical. Churrascarias, carros, viagens. A vingança é a obesa barriga dos rapazes. Mas é vingança pouca. Eles gostam de ser feios.

Grécia: nós vamos ao café....

Atenas, onde se ri de desespero

do Blog de Joana Lopes, Entre as brumas da memória aqui
«Ela ri-se. Ainda se encontram pessoas que riem nos cafés. Muitos cafés estão cheios. Ir ao café é um acto de rebelião, contra estes dias que nos enlouquecem, contra estas manhãs em que sabemos, mal abrimos os olhos, que estamos um pouco mais enterrados no buraco em que sentimos aumentar o pânico. Estão sentados à frente de uma chávena de café ou de um copo de água, muitas vezes durante horas, o olhar preso a esta cidade que lhes é cada vez mais estranha e a este país que lhes escapa. “Vocês, os alemães, vão apanhar cogumelos para a floresta”, diz Ersi Georgiadou, “Nós vamos ao café. É a única coisa que nos resta”.»
(De uma reportagem publicada em Presseurop)

Hoje eu acordei assim...

Sou uma pergunta (Clarice Lispector)
(cap-tirada do e-mail da Isabela)

Rasgando o coração da coreografia do medo....

"Depois dos cinco anos no campo de trabalho eu vagava dia após dia pelo tumulto das ruas, ensaiando mentalmente as melhores frases para o caso de ser preso: PRESO EM FLAGRANTE - pensei em mais de mil desculpas e álibis para essa acusação. Levo comigo uma bagagem silenciosa. Fechei-me tão profundamente e por tanto tempo no silêncio que nunca consigo abrir-me através das palavras. Apenas me fecho de outras formas quando falo".


Frases de HERTA MÜLLER (nasceu em 1953), prêmio Nobel de Literatura em 2009. De origem romena, morando na Alemanha por ter se negado a participar da realpolitik assassina de Nicolae Ceausescu (1918-1989). Corajosa mulher. O livros que escreve mostram o tempo de mentira da Roménia: dias cinzentos de recordações atrozes onde a coreografia do medo não teve limite.



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A pouca piedade de Herta Müller

Texto: Mário Rufino daqui

Em «Hoje preferia não me ter encontrado», Herta Müller interroga tudo, de forma dura e sem piedade, não se colocando no exterior do objecto de análise. Todos são vítimas e culpados da alienação da liberdade individual. Os vigiados também vigiam e os vigilantes têm medo de ser vigiados. O «eu» narrativo permite a aproximação dos acontecimentos narrados à dor e experiência própria da autora (romena e nascida numa comunidade de língua alemã, Herta Müller, Prémio Nobel 2009, esteve sob o regime fascista de Antonescu e, posteriormente, sobre o regime comunista de Estaline. A própria mãe da autora foi deportada, juntamente com cerca de 80 mil romenos de língua alemã, para um campo de trabalhos forçados).

«Não queria pensar em nada, porque mais nada sou, para além de intimada» (pág.47)
(Que frase parecida com o tempo vivido no local onde trabalho)
A narradora viaja sentada num eléctrico com destino a mais um interrogatório. Enquanto o eléctrico avança, a sua memória recua e revela segredos e recordações mais ou menos distantes.
No decorrer da leitura percorremos círculos concêntricos em torno de um sentimento de desagregação humana, seja na sua individualidade ou sociabilidade.
A beleza é deturpada e destruída: Albu, o interrogador, beija-a na mão deixando um rasto de cuspo enquanto lhe aperta os dedos até ela quase gritar de dor; na foto do casamento com Paul, os dois estão de cabeça encostada, num dia feliz, mas no presente mais lhe parecem as duas ameixas, símbolo da aguardente com que o marido diariamente se embebeda.
As ligações familiares incluem o seu ex-sogro, um «comunista perfumado», que deportou os avôs dela e nacionalizou os respectivos bens, o desejo erótico pelo seu pai e o decadente casamento com Paul que se autodestrói devido ao álcool.
O «comunista perfumado» afirma que o tempo em que os avós dela passaram dentro de uma campo de detenção já lá vai e que são somente desculpas para não terem vencido na vida. A ironia de se «ouvir» deste personagem uma frase baseada no «darwinismo social» e tão ligada ao capitalismo exemplifica a presença constante da ironia em «Hoje preferia não me ter encontrado».
O presente fecha qualquer esperança e tenta enterrar e branquear um passado de dor. A memória, essencial ao património cultural da sociedade e do indivíduo, é pressionada pelo esquecimento. Herta Müller luta pela manutenção da memória, contra a paranóia e a loucura.
Já divorciada do primeiro marido e em casa de Paul, ela pergunta-lhe o que é um comunista.
«Quem era suficientemente pobre tornava-se comunista. E também muitos ricos, que não queriam ir para os campos de trabalhos forçados. Agora o meu pai [fascista e, posteriormente, comunista] está morto e, tão verdade como o céu existir, lá em cima ele diz que é cristão» (pág. 173)
Ela e Paul são despedidos por práticas subversivas contra o Estado. A deterioração económica acentua-se.
«Aquilo de que precisam eles [os russos] mandam despachar para Moscovo e empanturram-se com o nosso cereal e a nossa carne. A fome e a porrada eles deixam para nós» (pág. 29)
Apesar de a desconfiança estar enraizada devido a questões histórico-políticas (fascismo e comunismo), alguns elos afectivos ainda prevalecem. Lilli, amiga e colega de trabalho da narradora, é a única pessoa, além de Paul, em quem ela confia. No entanto, ela é assassinada a tiro e esventrada pelos cães quando, motivada pelo amor a um homem, tenta ultrapassar a fronteira com a Hungria. A presença rara destas relações sublinha a substituição do afecto pela desconfiança e paranóia entre as pessoas.
A sociedade está dividida entre ostentação e pobreza, onde as classes sociais mais desfavorecidas sofrem com o flagelo do álcool, e a liberdade de expressão não passa de um conceito impraticável.
«O nosso socialismo até põe os seus trabalhadores a sair da indústria em pelota…» (pág. 86)
A vida, a rotina diária, é pesada e os dias arrastam-se uns atrás dos outros.
«Seria pedir de mais que as coisas a que me habituei me servissem de alguma coisa. Elas até servem de alguma coisa, mas não a mim. Quer dizer, servem quando muito à vida, a vencer o dia. Mas não se espere que elas nos encham a cabeça de felicidade» (pág. 24)
A redução do humano ao seu instinto animal é sublinhada no episódio da feira da ladra, dia em que conhece Paul, onde muita gente precisa de usar uma decrépita casa de banho pública. O polícia encostado à parede abdica de exercer autoridade perante a desordem. E a ansiedade domina as pessoas que esperam para entrar no pútrido cubículo. A avaliação da narradora é mordaz.
«Só lá fora voltei a ser um pedaço de esterco humano» (pág. 144)
«Hoje preferia não me ter encontrado» é um texto pleno de ironia, despido de auto-piedade e muito crítico em relação a ideologias, à sociedade dessa altura e ao próprio indivíduo. Herta Müller não poupa nada nem ninguém.
«Neste entardecer vermelho da cidade, o que agora se recomenda é a cegueira, há olhos de vidro para todos. Mas os pregos do caixão troam especialmente por aqueles que querem construir a sua felicidade dançando ao som de uma canção em que a gente se farta do mundo» (pág. 117)
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Comentários:
Semelhança com a vida no trabalho regida pelo kominter ...semelhança com a vida entre as mentiras, os escombros da academia. Semelhança com os burocratas que querem embutir o medo pela perseguição jurídica. Comunistas aliados da direita infantil? Interventores que param e olham ao léu com as pernas abertas como soldados da PM. Burocrata baixinho que estufa o peito quando me vê, peito de pombo? Mulheres burocratas que dão pulinho de falsa alegria em eventos? Riem como hienas nem desconfiando que parecem as primeiras neuróticas de Freud. Mulheres de salto altíssimo, saltos finos que dão o ar de cegonhas desengonçadas. Um olhar do burocrata mor. Olhar perdido querendo se achar no meio da pequena multidão. Lembro-me do ditador do Chaplin. Baixa estatura, brinca com a bola planeta.

Eu favoreço, tu ... eles

De ROBERTO ROMANO: O favor como essência cultural.

Nota: o texto abaixo é uma aula proferida no Curso de Filosofia (graduação) da Unicamp no primeiro semestre de 2011. Ele trata do favor, tal como aquela prática surge no Sobrinho de Rameau diderotiano. Mas para tal fim, recolhi brevemente a história do favor, tanto na sociedade romana, quanto na ordem do Antigo Regime. De passagem, toco no problema aqui, no Brasil. Como sabemos, nossa terra acolheu e fez prosperar o favor, de tal modo que ele é uma fonte inesgotável de poderes e riquezas, na sociedade, no Estado, nos campi (neles sobremodo). Quem tiver paciência e quiser entender as causas do predomínio de Sarney, hoje, e a covardia petista (ou adesão) diante do oligarca maranhense, pode ler com proveito as linhas que seguem. Na exata medida de nossa abjeção, pela prática do favor, podemos dizer que somos todos, mais ou menos inteligentes, sobrinhos de Rameau. Ou de Sarney... RR



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O favor como técnica de controle e dominação encontra-se no plano mais amplo do Sobrinho de Rameau. Os fios que unem a sociedade em que Jean François se move, com suas cambalhotas para agradar os mestres e seus preferidos, foram tecidos na sociedade política conhecida como Ancien Régime. E o tempo da tecitura data, pelo menos, de Felipe o Belo. Mas ela foi acelerada no Renascimento. A ordem dos favores impera na corte e nos elos entre nobres importantes e outros, menos poderosos. Ela segura em redes complexas de nepotismo, apadrinhamentos, interesses, o rei a todos e a cada um dos súditos. Não por acaso, o título monárquico é o de Pai. Projeta-se na ordem pública o que se determina na vida familiar.
Como enuncia Joël Cornette (1) “O reino é organizado como uma família mais ampla de início, na qual as ligações de sangue e proximidade são hegemônicas, onde o rei sempre é percebido sob os traços de pai benevolente, do pater familias, concedendo suas benesses aos seus e sabendo distinguir, entre seus próximos, os que as merecem. Henrique IV, chefe benfeitor de clã, permanece para sempre como o que fez dos franceses ‘irmãos ’, ‘primos’, ‘amigos’, um clã que tem sentido não quando ele está em guerra ou em paz, mas porque está reconciliado (...) Todas as famílias concomitantes e superpostas, de Versalhes até a mais humilde choupana, são dominadas pela família mística: o Pai, o Filho e o Rei da França. Pois a essência divina da monarquia, pensada, difundida, teorizada definitiva e eficazmente a partir da ressacralização de Henrique IV, confere a esta dimensão paterna da monarquia um valor sagrado. Segundo uma propaganda oficial, as famílias terrestres do reino francês apenas transcrevem a família celeste, dos santos, dos anjos, do povo de Deus.”
CONTINUE A LER AQUI
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Comentário:

Charge: Solda

FAVOR.  Verbo FAVORECER. Nunca vi esse verbo ser tão utilizado no país. No senado, congresso, ministérios, universidades ....


 

Fé?

Roberto Romano disse:
Marta Bellini...

Marta Bellini. Cara amiga: uma pessoa muito chegada a mim, das mais importantes intelectuais do país, recebeu a seguinte resposta quando falou algo sobre a bula de um remédio que lhe destruía o corpo : "A senhora não tem de ficar lendo bulas de remédio, mas deve ter fé em seu médico que estudou para cuidar da senhora". A pessoa assim atacada por uma conhecida médica paulista, se levantou em protesto contra a grosseria e autoritarismo da médica.
Foucault falou pouco sobre a máfia de branco. Sempre que cito o caso, os de avental imaculado tentam, primeiro, duvidar do fato. Depois, dizem que, "na hipótese", haveria falta de ética da esculápia. Um detalhe: o consultório da referida mais parecia um salão de beleza, ela mesma estava vestida segundo a moda perua. Ou seja...a falta de ética não se deu apenas com o autoritarismo idiota, e corporativista. Ele abrange outros setores do besteirol humano. Ah! Como é bom reler Bouvard et Pécuchet nestes tempos brasileiros! RR
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Fé no médico?
Fé mesmo? Nofa!
Imagem: Banksy

Uia!


A reação aos comentários da juíza foi mais violenta do que as longas histórias sobre a corrupção no Brasil. Está certo que sempre temos que apresentar PROVAS. Mas a juíza não está falando de um ou outro juiz, está falando dos costumes. E pelo visto isto é crime.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pensamentos insensatos...

Assisti a abertura de um evento na Universidade onde trabalho na segunda-feira a noite. Até chegar o horário da palestra ouvi os representantes da administração. Nada a declarar. porque se fosse declarar algo seria expelida pelo sistema. Mas dá para dizer algo. Por que temos que cantar o hino nacional com amão no peito diante das bandeiras em postura solene? Nada mais brega que botar a mão no peito e brandar frases de nosso longo hinofazendo de conta que estamos emocionados. Cansa-me os neurônios os discursos dos governantes. somos a maior universidade do estado. 21 no brasil varonil. eu me diverto diante de tanto orgulhodos colegas. mas nao posso falar nada e aguardei ansiosamente a palestra do professor. Enquanto isso fiz uma análise reichiana dos corpos. minhamente pululava de cinismo. cada vez menos tolero discursos de burocratas. Dá vontade de levantar e falar em alto e bom som: chega! Mas nem sair da sala pude. estava de salto alto e nao tenho treinamento para andar com essa parafernália.

Na Má-ringa


Do Blog do Angelo Rigon aqui E aí, véio, viajando com no$$o dim dim. E os hospitais da Má-ringa? As escolas? Eita, meninu!

Dia fuzzy!

O Blog ficou assim assim esse final de semana e começo. Recomeço hoje. Boa notícia foi a palestra do Professor Rodney Bassanezi, docente aposentado da Unicamp e hoje na Universidade Federal do ABC. Matemático culto. Importante adjetivo. Rodney é de uma simpatia incomum em gente que é docente e publica em revistas do mundo todo. O sucesso não lhe subiu ao intestino. Continua Rodney. Nasceu em Tambaú, SP (perto de onde nasci). Foi coroinha do padre Donizeti. Trabalhou na Universidade de Brasília, época da ditadura. Homem inteligente, sensível, bem humorado. Ontem conversamos boa parte de uma linda tarde. Fiquei mais inteligente, cheguei em casa de bom humor. Matemática e biologia. Biomatemática. Lógica fuzzy. Uma tarde fuzzy. Fuzzy e feliz!

Rodney é precursor brasileiro no uso da modelagem ou construção de modelos matemáticos para fenômenos biológicos, médicos, sociais e pasmem! adora sala de aula. Foi o  principal disseminador da modelagem matemática pois, ao adotá-la em suas práticas de sala aula (graduação, pós-graduação lato e stricto sensu e cursos de formação continuada) conquistou número significativo de adeptos por todo o Brasil. Além do mais, repito, é bem humorado, é culto. É gente!

Hoje eu acordei assim...

Siga!

José de Arimathéia disse:

A imprensa NÃO usou o verbo seguir? Usou continuar?


INÉDITO!!!
Seis continuam internados após intoxicação em navio da Petrobras (Folha.com)

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Eu e o Zé temos uma lista de termos usados pelos jornalistas. O verbo SEGUIR ganha.
 
Hoje seguirá chovendo. (continuará)
As mulheres seguem fazendo trabalho com menos salário.
Os alunos seguem a ocupação na reitoria.
O reitor segue sem negociar.
A vida segue sem graça.
A imprensa segue seguindo o verbo seguir. Chato, não?

Burla, ôps bula de remédios ...

Meu EX- médico há mais de 4 anos receitou-me crestor. Tomei. Minha colega de trabalho desisitiu de tomar o Crestor após intensas dores musculares. Na burla abaixo isso é chamado de mialgia. Na fisiologia é chamado de dissolução de músculos que provoca dores terríveis no corpo. MAS entre o aviso da minha colega e a ciência médica de meu EX-médico, vacilei. Vacilei e as dores de meu corpo foram chamadas pela reumatologista de fibromialgia. E um ciclo de remédios caros atormentou minha conta bancária. Músculos distorcidos, dinheiro jogado fora e um bom tempo para desintoxicação. Merde!

Efeitos Colaterais de Crestor - Bula

Crestor é geralmente bem tolerado. Os eventos adversos observados com Crestor são geralmente leves e transitórios.(Leves? Transitórias?) Em estudos clínicos controlados, menos de 4% dos pacientes tratados com Crestor foram retirados dos estudos devido a eventos adversos. Esta taxa de retirada foi comparável à relatada em pacientes recebendo placebo. - Comum (>=1/100, < 1/10) Cefaléia, mialgia, astenia, constipação, vertigem, náusea e dor abdominal. - Incomum (>=1/1000, <1/100) Prurido, exantema e urticária. - Raro (>=1/10.000, <1/1000) Miopatia (incluindo miosite), reações de hipersensibilidade (incluindo angioedema), rabdomiólise e pancreatite. Como ocorre com outros inibidores da HMG-CoA redutase, a incidência de reações adversas ao fármaco tende a aumentar com a elevação da dose. Efeitos músculo-esqueléticos: raros casos de rabdomiólise os quais foram ocasionalmente associados com dano da função renal, foram relatados com rosuvastatina e com outras estatinas. Efeitos laboratoriais: como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, foi observado um aumento relacionado à dose das transaminases hepáticas e da CK em um pequeno número de pacientes em tratamento com rosuvastatina (o que que é isto?). Foram observados testes de análise de urina anormais (teste de fita reagente positivo para proteinúria) em um pequeno número de pacientes tomando Crestor e outros inibidores da HMG-CoA redutase. A proteína detectada foi principalmente de origem tubular. Na maioria dos casos, a proteinúria diminui ou desaparece espontaneamente com a continuação do tratamento e ela não é um indicativo de doença renal aguda ou progressiva DOENÇA RENAL? Ai, Meu Deus!. Outros efeitos: em um estudo clínico controlado de longo prazo, Crestor mostrou não ter efeitos nocivos ao cristalino (não mostrou ai Meu Deus!). Nos pacientes tratados com Crestor, não houve danos na função adrenocortical. Experiência pós-comercialização As seguintes reações adversas têm sido relatadas durante a pós-comercialização de Crestor: Efeitos músculo-esqueléticos Muito raras: artralgia. Como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, a frequência relatada para rabdomiólise no uso pós-comercialização é maior com as doses mais altas administradas. Efeitos hepatobiliares Muito raras: icterícia e hepatite; Rara: aumento das transaminases hepáticas. Efeitos do sistema nervoso Muito raras: perda de memória. ATENÇÃO: este é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis para comercialização, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Neste caso, informe seu médico. Informe seu médico? Eu informei e ele disse que a dose era pequena, era outra coisa.

Este post foi escrito com letras de bula.

Dissidiando...

Via facebook
João Vicente Nascimento Lins
27 de setembro de 2011 22:09
DISSIDÊNCIA OU A ARTE DE DISSIDIAR
Há hora de somar
E hora de dividir.
Há tempo de esperar
E tempo de decidir.
Tempos de resistir.
Tempos de explodir.
Tempo de criar asas, romper as cascas
Porque é tempo de partir.
Partir partido,
Parir futuros,
Partilhar amanheceres
Há tanto tempo esquecidos.
Lá no passado tínhamos um futuro
Lá no futuro tem um presente
Pronto pra nascer
Só esperando você se decidir.
Porque são tempos de decidir,
Dissidiar, dissuadir,
Tempos de dizer
Que não são tempos de esperar
Tempos de dizer:
Não mais em nosso nome!
Se não pode se vestir com nossos sonhos
Não fale em nosso nome.
Não mais construir casas
Para que os ricos morem.
Não mais fazer o pão
Que o explorador come.
Não mais em nosso nome!
Não mais nosso suor, o teu descanso.
Não mais nosso sangue, tua vida.
Não mais nossa miséria, tua riqueza.
Tempos de dizer
Que não são tempos de calar
Diante da injustiça e da mentira.
É tempo de lutar
É tempo de festa, tempo de cantar
As velhas canções e as que ainda vamos inventar.
Tempos de criar, tempos de escolher.
Tempos de plantar os tempos que iremos colher.
É tempo de dar nome aos bois,
De levantar a cabeça
Acima da boiada,
Porque é tempo de tudo ou nada.
É tempo de rebeldia.
São tempos de rebelião.
É tempo de dissidência.
Já é tempo dos corações pularem fora do peito
Em passeata, em multidão
Porque é tempo de dissidência
É tempo de revolução.
(Mauro Luis Iasi)

Uia!

Minha amiga Lucinea Resende da Universidade Estadual de Londrina ... seu livro foi indicado ao JABUTI.

Parabéns, Lu!

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Recebi a grata notícia (abaixo) que um livro em que tenho o artigo: "Leitura, visão de mundo, indisciplina e violência: enlaçamentos", organizado pelas profas. Leoni e Maria Luísa, foi indicado ao Jabuti, prêmio de relevância no âmbito da leitura no Brasil.
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Prezados Autores do livro "Violência, indisciplina e educação"


É com imensa satisfação que, a pedido da Diretora da Editora da Universidade Estadual de Londrina - EDUEL, venho comunicá-los que o livro para o qual cada um dos senhores colaborou com um belo capítulo, está classificado como finalista do Premio Jabuti-Educação 2011. Conforme o e-mail abaixo, concordamos com a Diretora da Editora, que afirma já a sua alegria por esta classificação.
Sem mais, para o momento, quero cumprimentá-los a cada um dos senhores que, de forma tão competente, contribui para a realização deste projeto
Saudações cordiais a todos,
Leoni

Mulheres fortes!


Pode ser um filme interessante. Enviada pela PAT. Grata!

'Borboletas Negras' reconstrói vida de poeta africana suicida
CÁSSIO STARLING CARLOS

CRÍTICO DA FOLHA
Muita gente costuma crer na ideia de que a própria vida daria um livro.

Roteiristas tendem a reagir assim também às biografias, imaginando que haja ali material para um filme. Grande artista somado a uma vida de sofrimentos é igual a obra de sucesso, supõe a fórmula.

Esse automatismo se reconhece de cara em "Borboletas Negras", que reconstitui a existência da poeta sul-africana Ingrid Jonker sob a faceta artística e política.

Após se suicidar, aos 31 anos, ela tornou-se um ícone do processo histórico de redemocratização da África do Sul. O líder negro Nelson Mandela leu um de seus poemas na abertura do Congresso em 1994.

Mulher de personalidade libertária, Jonker cresceu sob os rigores de um pai partidário da supremacia branca e indignou-se contra a divisão social racista de seu país.

De um lado, essa figura paterna, construída de maneira monocromática pelo sumido Rutger Hauer, representa o aspecto conservador e repressor que ela rebate com a sua poesia.

O fato de ele ser um parlamentar responsável pela censura reforça o enfoque sobre os efeitos destrutivos que a coerção pode causar. De outro lado, o estímulo à expressão junto ao acolhimento afetivo aparece associado ao personagem de Jack Cope, escritor mais velho que assume a função de tutela.

Mas o personagem mostra-se incapaz de conviver com a sexualidade transbordante da mulher que ama. Em contraste com essas marcadas imagens masculinas, a artista ganha todos os contornos da mártir romântica: reprimida, abandonada, anulada, torturada e, por fim, suicida.

ATUAÇÃO

A ótima Carice van Houten (de "A Espiã") entrega-se mais uma vez com toda força ao seu papel, mas é levada a retribuir com uma atuação excessiva.

Para alcançar um retrato que se impõe com base na reação emocional de seu público, a direção da holandesa Paula van der Oest ignora as vantagens da linguagem poética e simplesmente converte a personagem na principal vítima do filme.

 
BORBOLETAS NEGRAS

PRODUÇÃO Holanda, 2011

DIREÇÃO Paula van der Oest

COM Rutger Hauer, Carice van Houten e Liam Cunningham

ONDE Espaço Unibanco Augusta, Reserva Cultural e circuito

CLASSIFICAÇÃO 14 anos

Contra o medo!

MIA COUTO: o medo sempre foi o meu mestre que mais me fez desaprender... nesse mundo há menos coisas más do que as que o medo propaga...
Cap-tirado do Blog de Joana Lopes.
Fantástico texto.
Lembra-me a construção do medo que é a construção do terror. Medo do diabo quando criança. Medo do inferno. Mais tarde, medo dos comunistas. Depois medos diversos. Medo, medo, medo. Hoje tenho medo dos burocratas (vulgo administradores), mas não me rendo a esse medo. Eles também têm medo de nós.

 ROBERTO ROMANO: Se existisse nos campi o que os gregos chamam "aidós", não seria preciso código.

Fapesp lança Código para disseminar cultura de integridade ética na ciência

[27/9/2011]
O crescimento da pesquisa e o consequente aparecimento de casos de más condutas nas atividades científicas motivaram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) a lançar um código para disseminar a cultura de integridade ética na ciência. O Código de Boas Práticas Científicas, lançado pela Fapesp na manhã desta terça-feira (27), estabelece normas e diretrizes no sentido de educar, orientar e, eventualmente, punir pesquisadores, instituições e periódicos científicos que recebam bolsas, auxílios e apoios da Fundação.

O Código é um documento referencial para a ciência brasileira e, certamente, servirá como modelo para outras instituições de fomento à pesquisa, sinalizou Celso Lafer, presidente da Fapesp. “É difícil dizer se este Código é o primeiro ou não no país. Mas sem dúvida nenhuma é o primeiro que terá repercussão e ressonância pela importância que tem a Fapesp como instituição de apoio à pesquisa”, ressalvou.[

Lafer apresentou o documento à imprensa na sede da Fapesp, em São Paulo. Ainda de acordo com ele, o Código foi formulado a partir de diagnóstico da experiência internacional em pesquisa conduzida por Luiz Henrique Lopes dos Santos, membro da diretoria científica da Fundação.

No Estudo, intitulado Sobre a Integridade Ética da Pesquisa, Lopes dos Santos afirma que estatísticas internacionais apontam que 72% de pesquisadores consultados declararam já ter observado a prática de conduta eticamente questionável por seus pares. “2% confessaram já ter praticado má conduta grave e 33% confessaram já ter praticado conduta ao menos eticamente questionável”, escreveu. O levantamento, segundo ele, analisa estatísticas realizadas entre 1987 e 2005.

Com base na experiência internacional, a Fapesp estabeleceu no Código um conjunto de estratégias assentado sobre três pilares, explicou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fundação. “O primeiro pilar é o da educação, de educar a comunidade científica, especialmente os jovens cientistas. Tem o pilar da prevenção, que é uma atividade relacionada com a orientação aos pesquisadores quando houver dúvida. E tem um terceiro pilar que é o da investigação e sanção justa e rigorosa”, disse.

A Fundação, segundo ele, irá requerer que as instituições de pesquisa organizem, periodicamente, treinamentos e cursos sobre boas práticas nas atividades científicas. E, além disso, criem serviços internos para oferecer orientação em casos de dúvidas sobre a integridade ética de suas atividades.

Exemplares do Código, que pode ser consultado no site da Fapesp, serão encaminhados para pesquisadores, bolsistas e instituições de pesquisa apoiadas pela Fundação. A formulação do documento foi discutida com as Universidades Estaduais Paulistas (Unicamp, USP e Unesp) e avaliada em conjunto com outras instâncias da comunidade científica, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciência (ABC). “O cientista que quer que a ciência tenha um valor no mundo entenderá o que estamos propondo”, afirmou Brito Cruz.
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Comentário:

Não acredito em iniciativas desse tipo quando sabemos que o mal é outro. Está no modelo fast food que aplicamos. A corrupção dos costumes é tanta que um professor/pesquisador encobre o outro, quando não a própria Universidade encobre tudo.


O REI-nado dos $arneis

Fraudes...

Cap-tirado do Blog de Roberto Romano texto da Helena Damião do Excelente Blog De Rerum Natura...
As (muitas) fraudes em trabalhos académicos – 2

Um texto anterior que escrevi sobre o tema para que aponta este título foi inspirado num artigo muito esclarecedor e completo da autoria de Teresa Guilherme, intitulado “O mundo das fraudes académicas” e publicado na revista Visão do dia 15 do corrente mês Setembro.
A jornalista aponta se não todas as vertentes do assunto, pelo menos as que estão mais directamente ligadas à cópia e ao plágio que (nisso parece haver um acordo) estão implantadas “de pedra e cal” nas instituições de ensino superior.

De “de pedra e cal” porque, ao conhecimento que essas instituições não podem deixar de ter do assunto, junta-se uma estranha inércia para o enfrentar de modo eficaz. Por outro lado, não se pode negligenciar o facto de estarmos a falar de práticas que beneficiam de larga aceitação social, fazendo nascer e consolidar-se à sua volta múltiplas empresas, devidamente identificadas, que a alimentam de modo (aparentemente) impune.
No referido artigo de investigação põe-se a tónica no facto de os estudantes cometerem fraudes mas os professores também, sendo acrescida, naturalmente, a responsabilidade destes últimos em tal matéria; no facto de os estudantes, mesmo que já estejam em mestrado e doutoramento, desconhecerem que devem identificar as fontes consultadas para realizarem os trabalhos e como o devem fazer; na falta de controlo por parte dos professores, que, desdobramos em múltiplos afazeres burocráticos, não conseguem, mesmo que queiram, dar a devida atenção aos trabalhos que, obrigatoriamente, têm de solicitar às suas muitas dezenas ou centenas de estudantes; na corrida a graus académicos de quem tem um genuíno interesse pelo saber e de quem tem a ideia de que, por ter pago as propinas tem direito ao grau, independentemente do que apresentar para o obter.

Para os leitores que se interessam por este assunto deixamos a ligação para a entrevista realizada no âmbito do trabalho jornalístico em causa, a Isabel Capeloa Gil, directora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa: aqui.
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Comentário:

Noto que professores e seus orientandos no afã de produzir rápido e bastante, copiam as ideias de colegas. Ou como digo: tiram casquinhas de nosso trabalho. Gostam tanto da pesquisa do outro e resolvem fazer algo semelhante. Levantei, após um artigo meu de 2006 sobre o conceito de evolução em livros didáticos, na universidade onde trabalho, outros 3 artigos sobre evolução. Concepção em estudantes, visão blá blá... Nada contra ler o meu artigo e tirar de lá lições parta sua pesquisa. Mas reprisar a pesquisa é demais. Fast food acadêmico para entupir Lattes. Alunos publicam resenhas de trabalhos feitos em disciplinas sem muito cuidado. Copiam as ideias dos professores tratadas em sala de aula e publicam. E revistas publicam! Na segunda-feira fui assistir à palestra do querido e culto amigo Rodney Bassanezzi, professor aposentado da Unicamp e atual docente da UFABC. Lá esse relatou a síndrome da casquinha que muitos pesquisadores de outros países tiram de nossos artigos. A vida acadêmica está longe da santidade que propagamos.  

domingo, 25 de setembro de 2011

Solda

Exquerda, direita e centro

Cap-tirado do Blog do Rigon
Direção da Câmara defende sessão da CCJ que aprovou 118 projetos em 3 minutos
Integração Brasil
- Texto do O Globo -

A presidência da Câmara saiu nesta sexta-feira em defesa da sessão-fantasma que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) realizou na quinta-feira, aprovando simbolicamente 118 projetos em três minutos e com a presença de apenas um deputado, Luiz Couto (PT-PB), além do parlamentar que presidiu o trabalho, Cesar Colnago (PSDB-ES).

A justificativa dada é que o regimento não proíbe que isso ocorra.
A sessão foi toda filmada pelo repórter do GLOBO Evandro Éboli, e o vídeo, divulgado no site do jornal , mostra que os deputados debochavam da situação. Assista:

O presidente titular da CCJ, João Paulo Cunha (PT-SP), também referendou a prática, em entrevista à Rádio CBN. Ele afirmou que quando há acordo sobre as matérias a serem votadas é praxe a votação sem muitos parlamentares presentes. Segundo ele, era este o caso dos 118 projetos aprovados na última sessão da comissão.
Para deputado, há problema ético

Colnago, deputado em primeiro mandato e a quem sobrou, como terceiro vice-presidente da CCJ, comandar a votação, disse que há um problema "ético" em votações sem a presença física dos deputados e sem debate. Ainda que, segundo o Regimento Interno, a prática não seja ilegal.

"Eu estava cumprindo o meu dever. Estava presente. A Casa funciona por consenso, se tem acordo podemos votar simbolicamente. Quando não tem, vai a voto nominal. Mas isso precisa ser mudado. Tinha quórum, os deputados assinaram. Se eu dissesse que não teria sessão estaria agindo errado. Mas entendo que é um rito que não é ético - admite Colnago.

Naquela sessão da CCJ, 35 deputados registraram presença, número superior ao mínimo exigido. A sessão estava marcada para as 10h de quinta-feira, dia em que o Congresso fica esvaziado, com a maior parte dos parlamentares retornando às suas bases.

O que aconteceu foi que os membros da CCJ assinaram presença e foram embora da Casa, ou lá permaneceram cuidando de outros assuntos, sem retornar à comissão para votar.

A votação só foi possível porque o Regimento diz que não é preciso que todos os deputados que registraram presença estejam fisicamente na hora da votação. A CCJ tem 61 membros titulares, e são necessárias 31 presenças.

Errei como todos os que não estavam presentes. Assinando o livro, tem que estar presente à votação. Acho que o João Paulo vai decidir pela anulação.

 
Deputado que assinou a presença mas faltou à votação, Edson Silva (PSB-CE) disse estar arrependido:

- Não foi correto votar esses projetos com apenas dois deputados decidindo. Deveria ter uma quantidade razoável de deputados. Errei como todos os que não estavam presentes. Assinando o livro, tem que estar presente à votação. Acho que o João Paulo vai decidir pela anulação - disse.

Quando há dúvidas sobre o quórum, um deputado pode requerer que a votação seja feita nominalmente, modalidade em que todos os presentes são chamados um a um. Outra forma de verificação de quórum é possível após a votação de uma matéria. Quando algum parlamentar tem dúvidas sobre o resultado, pode pedir uma verificação do resultado e a votação é repetida, desta vez de forma nominal.

Você não pode aprovar mais de 100 projetos sem debate, sem discussão. Está faltando disciplina à Câmara. Há muitos deputados voltando para os seus estados na quarta à noite.
- Acho, honestamente, uma temeridade. Você não pode aprovar mais de 100 projetos sem debate, sem discussão. Regimental é permitido, mas não é correto aprovar 120 projetos com dois deputados presentes. As sessões de quinta-feira sempre foram esvaziadas, o que é ruim. Está faltando disciplina à Câmara. Há muitos deputados voltando para os seus estados na quarta à noite - apontou o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA).

Regimento interno diz que não pode haver sessões simultâneas

O Regimento diz que a sessão de uma comissão não pode coincidir com a ordem do dia da sessão ordinária ou extraordinária no plenário. No dia 22, o que aconteceu é que a ordem do dia começou às 10h48m e foi até 11h44m. Nove minutos depois, às 11h53m, a CCJ iniciou votação, que durou três minutos, até as 11h56m.



Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara informou que tudo o que foi aprovado já havia sido objeto de debate anterior dos deputados. E que, ao contrário do que se possa imaginar, os deputados que registraram presença não estavam gazeteando, e sim presentes no plenário da Câmara, onde 12 propostas foram aprovadas.

 
"A votação teve como base acordo de lideranças e obedeceu às normas do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. A pauta já havia sido divulgada anteriormente. Destaque-se que os 34 deputados que registraram presença na Comissão de Constituição e Justiça participaram da sessão do Plenário", diz a nota da assessoria da presidência da Câmara.

Fui um dos primeiros a assinar o livro e não sabia nem que ia dar quórum. Estava no meu gabinete. Se tivesse sido avisado, teria ido à sessão.



Outro deputado que assinou o livro de presenças da CCJ logo que a sessão foi aberta e não voltou mais, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que ele já foi presidente da comissão e na época tinha o hábito de ligar para os gabinetes dos deputados para avisá-los que o quórum mínimo para votação havia sido atingido e a sessão ia começar.

- Fui um dos primeiros a assinar o livro e não sabia nem que ia dar quórum. Estava no meu gabinete. Se tivesse sido avisado, teria ido à sessão.
Confira a lista dos deputados que assinaram presença na sessão-relâmpago da CCJ

Na quinta-feira, numa sessão relâmpago de três minutos , foram aprovados 118 projetos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). A sessão foi presidida pelo terceiro vice-presidente da CCJ, deputado Cesar Colnago (PSDB-ES), e o único parlamentar em plenário era o deputado Luiz Couto (PT-PB).

VOTAÇÃO-RELÂMPAGO : Deputado João Paulo Cunha, presidente da CCJ, diz que é praxe votação sem a presença de parlamentares

Para abrir uma sessão da CCJ são necessárias 31 assinaturas. Na sessão, 35 parlamentares assinaram a lista de presença, mas 33 assinaram e foram embora, como ocorre às quintas-feiras.

Confira a lista:

Estavam na sessão:

Cesar Colnago (PSDB-ES)

Luiz Couto (PT-PB)

Registraram presença e saíram:

Anthony Garotinho (PR-RJ)

Antonio Bulhões (PRB-SP)

Bonifácio de Andrada (PSDB-MG)

Brizola Neto (PDT-RJ)

Delegado Protógenes (PCdoB-SP)

Dimas Fabiano (PP-MG)

Dr. Grilo (PSL-MG)

Edson Silva (PSB-CE)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Efraim Filho (DEM-PB)

Fábio Ramalho (PV-MG)

Fabio Trad (PMDB-MS)

Félix Mendonça Júnior (PDT-BA)

Jilmar Tatto (PT-SP)

João Paulo Lima (PT-PE)

Marçal Filho (PMDB-MS)

Marcos Medrado (PDT-BA)

Maurício Quintella Lessa (PR-AL)

Mauro Benevides (PMDB-CE)

Nelson Pellegrino (PT-BA)

Odair Cunha (PT-MG)

Roberto Freire (PPS-SP)

Ronaldo Fonseca (PR-DF)

Valtenir Pereira (PSB-MT)

Suplentes:

Alexandre Leite (DEM-SP)

Assis Carvalho (PT-PI)

Cida Borghetti (PP-PR)

Hugo Leal (PSC-RJ)

João Lyra (PTB-AL)

José Carlos Araújo (PDT-BA)

Leandro Vilela (PMDB-GO)

Pedro Uczai (PT-SC)

Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA)

Não registraram presença:

Alessandro Molon (PT-RJ)

Almeida Lima (PMDB-SE)

André Dias (PSDB-PA)

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA)

Carlos Bezerra (PMDB-MT)

Danilo Forte (PMDB-CE)

Eliseu Padilha (PMDB-RS)

Esperidião Amin (PP-SC)

Evandro Milhomen (PCdoB-AP)

Felipe Maia ( DEM-RN)

Henrique Oliveira (PR-AM)

João Campos (PSDB-GO)

João Paulo Cunha (PT-SP)

Jorginho Mello (PSDB-SC)

José Mentor (PT-SP)

Jutahy Junior (PSDB-BA)

Mendonça Filho (DEM-PE)

Mendonça Prado (DEM-SE)

Onyx Lorenzoni (DEM-RS)

Osmar Serraglio (PMDB-PR)

Paes Landim (PTB-PI)

Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)

Paulo Maluf (PP-SP)

Ricardo Berzoini (PT-SP)

Roberto Teixeira (PP-PE)

Rubens Otoni (PT-GO)

Sandra Rosado (PSB-RN)

Solange Almeida (PMDB-RJ)

Vicente Arruda (PR-CE)

Vicente Candido (PT-SP)

Vieira da Cunha (PDT-RS)

Vilson Covatti (PP-RS)

Wilson Filho (PMDB-PB)

Justificou a ausência:

Luiz Carlos (PSDB-AP)



- Por Catarina Alencastro (catarina.alencastro@bsb.oglobo.com.br) Isabel Braga (isabraga@bsb.oglobo.com.br) -



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