Cap-tirado do Blog de Roberto Romano texto da Helena Damião do Excelente Blog De Rerum Natura...
As (muitas) fraudes em trabalhos académicos – 2 Um texto anterior que escrevi sobre o tema para que aponta este título foi inspirado num artigo muito esclarecedor e completo da autoria de Teresa Guilherme, intitulado “O mundo das fraudes académicas” e publicado na revista Visão do dia 15 do corrente mês Setembro.
A jornalista aponta se não todas as vertentes do assunto, pelo menos as que estão mais directamente ligadas à cópia e ao plágio que (nisso parece haver um acordo) estão implantadas “de pedra e cal” nas instituições de ensino superior.De “de pedra e cal” porque, ao conhecimento que essas instituições não podem deixar de ter do assunto, junta-se uma estranha inércia para o enfrentar de modo eficaz. Por outro lado, não se pode negligenciar o facto de estarmos a falar de práticas que beneficiam de larga aceitação social, fazendo nascer e consolidar-se à sua volta múltiplas empresas, devidamente identificadas, que a alimentam de modo (aparentemente) impune.
No referido artigo de investigação põe-se a tónica no facto de os estudantes cometerem fraudes mas os professores também, sendo acrescida, naturalmente, a responsabilidade destes últimos em tal matéria; no facto de os estudantes, mesmo que já estejam em mestrado e doutoramento, desconhecerem que devem identificar as fontes consultadas para realizarem os trabalhos e como o devem fazer; na falta de controlo por parte dos professores, que, desdobramos em múltiplos afazeres burocráticos, não conseguem, mesmo que queiram, dar a devida atenção aos trabalhos que, obrigatoriamente, têm de solicitar às suas muitas dezenas ou centenas de estudantes; na corrida a graus académicos de quem tem um genuíno interesse pelo saber e de quem tem a ideia de que, por ter pago as propinas tem direito ao grau, independentemente do que apresentar para o obter.
Para os leitores que se interessam por este assunto deixamos a ligação para a entrevista realizada no âmbito do trabalho jornalístico em causa, a Isabel Capeloa Gil, directora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa: aqui.
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Comentário:
Noto que professores e seus orientandos no afã de produzir rápido e bastante, copiam as ideias de colegas. Ou como digo: tiram casquinhas de nosso trabalho. Gostam tanto da pesquisa do outro e resolvem fazer algo semelhante. Levantei, após um artigo meu de 2006 sobre o conceito de evolução em livros didáticos, na universidade onde trabalho, outros 3 artigos sobre evolução. Concepção em estudantes, visão blá blá... Nada contra ler o meu artigo e tirar de lá lições parta sua pesquisa. Mas reprisar a pesquisa é demais. Fast food acadêmico para entupir Lattes. Alunos publicam resenhas de trabalhos feitos em disciplinas sem muito cuidado. Copiam as ideias dos professores tratadas em sala de aula e publicam. E revistas publicam! Na segunda-feira fui assistir à palestra do querido e culto amigo Rodney Bassanezzi, professor aposentado da Unicamp e atual docente da UFABC. Lá esse relatou a síndrome da casquinha que muitos pesquisadores de outros países tiram de nossos artigos. A vida acadêmica está longe da santidade que propagamos.
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