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EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mulheres fortes!


Pode ser um filme interessante. Enviada pela PAT. Grata!

'Borboletas Negras' reconstrói vida de poeta africana suicida
CÁSSIO STARLING CARLOS

CRÍTICO DA FOLHA
Muita gente costuma crer na ideia de que a própria vida daria um livro.

Roteiristas tendem a reagir assim também às biografias, imaginando que haja ali material para um filme. Grande artista somado a uma vida de sofrimentos é igual a obra de sucesso, supõe a fórmula.

Esse automatismo se reconhece de cara em "Borboletas Negras", que reconstitui a existência da poeta sul-africana Ingrid Jonker sob a faceta artística e política.

Após se suicidar, aos 31 anos, ela tornou-se um ícone do processo histórico de redemocratização da África do Sul. O líder negro Nelson Mandela leu um de seus poemas na abertura do Congresso em 1994.

Mulher de personalidade libertária, Jonker cresceu sob os rigores de um pai partidário da supremacia branca e indignou-se contra a divisão social racista de seu país.

De um lado, essa figura paterna, construída de maneira monocromática pelo sumido Rutger Hauer, representa o aspecto conservador e repressor que ela rebate com a sua poesia.

O fato de ele ser um parlamentar responsável pela censura reforça o enfoque sobre os efeitos destrutivos que a coerção pode causar. De outro lado, o estímulo à expressão junto ao acolhimento afetivo aparece associado ao personagem de Jack Cope, escritor mais velho que assume a função de tutela.

Mas o personagem mostra-se incapaz de conviver com a sexualidade transbordante da mulher que ama. Em contraste com essas marcadas imagens masculinas, a artista ganha todos os contornos da mártir romântica: reprimida, abandonada, anulada, torturada e, por fim, suicida.

ATUAÇÃO

A ótima Carice van Houten (de "A Espiã") entrega-se mais uma vez com toda força ao seu papel, mas é levada a retribuir com uma atuação excessiva.

Para alcançar um retrato que se impõe com base na reação emocional de seu público, a direção da holandesa Paula van der Oest ignora as vantagens da linguagem poética e simplesmente converte a personagem na principal vítima do filme.

 
BORBOLETAS NEGRAS

PRODUÇÃO Holanda, 2011

DIREÇÃO Paula van der Oest

COM Rutger Hauer, Carice van Houten e Liam Cunningham

ONDE Espaço Unibanco Augusta, Reserva Cultural e circuito

CLASSIFICAÇÃO 14 anos

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