FFHH VÊ O PERIGO DE UMA GUERRA POR NADA
FFHH ficou famoso pela Teoria da Dependência, mas deveria ser estudado por conta da Teoria da Causa Inexistente. Sua idéia é de que certas crises acontecem sem motivo algum. Nem econômico nem social, nada. O melhor exemplo de crise sem causa seria a da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961. Jânio resolveu deixar o governo, os ministros militares decidiram não empossar o vice-presidente, e o país chegou à beira da guerra civil. Tudo isso por nada.
FFHH ficou famoso pela Teoria da Dependência, mas deveria ser estudado por conta da Teoria da Causa Inexistente. Sua idéia é de que certas crises acontecem sem motivo algum. Nem econômico nem social, nada. O melhor exemplo de crise sem causa seria a da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961. Jânio resolveu deixar o governo, os ministros militares decidiram não empossar o vice-presidente, e o país chegou à beira da guerra civil. Tudo isso por nada.
Agora FFHH transpôs a Teoria da Causa Inexistente para o cenário mundial. Ele teme que, por nada, o mundo possa assistir a uma guerra de proporções imprevisíveis. Coisa parecida com o que aconteceu em 1914, quando 9 milhões de pessoas morreram sem que se saiba por quê.O Irã caminha para fabricar sua bomba atômica e seu governo de Teerã não se cansa de repetir que está disposto a bombardear Israel. (Por enquanto, com armas convencionais.) Israel tem um estoque de pelo menos 50 bombas atômicas. Pergunta: Os israelenses vão deixar o Irã montar o artefato?Então Israel ataca o Irã para destruir sua bomba, ou para impedir que ele a monte. Pode ser o contrário: o Irã, tendo conseguido montar uma bomba, ataca Israel porque acha que será bombardeado. Quando chegar a hora de contar por que a guerra começou vai-se cair na explicação do sujeito que entrou no tiroteio porque saiu de casa armado.
VIDENTE
O relatório de 172 páginas do delegado Luís Flávio Zampronha de Oliveira descrevendo as maracutaias do tucanato durante a campanha de Eduardo Azeredo em 1998 deverá ser julgado pelas autoridades competentes, mas um detalhe do texto revela perigosa desatenção. O documento está datado de "4 de julho de 1998". Nessa ocasião a maioria dos fatos denunciados nem sequer tinha ocorrido.
RECORDAR É VIVER O tucanato fica devendo uma à patuléia. Quando surgiram as primeiras denúncias de que as arcas de Marcos Valério começaram a funcionar na campanha de Eduardo Azeredo, a argumentação dos doutores girava em torno de um ponto: pode ter havido caixa dois, mas não houve desvio de dinheiro público.O relatório do delegado Zampronha mostra a saída de dinheiro de quatro caixas da Viúva para custear patrocínios publicitários superfaturados. A saber: Cemig, Copasa, Bemge e Comig. Coisa de pelo menos R$ 5 milhões. Parte desse dinheiro foi rastreado até os bolsos de uns 30 tucanos. Meteram o bico até em recursos da companhia de saneamento.
Quando esse processo chegar ao STF, fará a alegria do ministro Cezar Peluso, que divertiu o país mostrando o absurdo da história dos emissários que iam buscar grandes quantidades de dinheiro vivo em agências bancárias da avenida Paulista.
Há um ex-policial, motorista de táxi, que disse ter recebido R$ 1.000 de um passageiro para sacar um cheque de R$ 375 mil no Banco Rural. O cidadão pediu a gentileza porque "havia esquecido o documento de identidade".
MADAME NATASHA
Madame Natasha adora Mônaco, onde tem boas amigas. Ela gostaria de ser convidada para rever o texto da versão francesa do memorial do governo brasileiro pedindo a extradição de Salvatore Cacciola. Prosseguindo na sua defesa do idioma, renovou a bolsa de estudos do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, pelo seguinte comentário a respeito de sua decisão de mandar libertar o finório, em 2000: "Da mesma forma como tenho implementado outras, quando entendo que não assiste ao ato que implicou a prisão o que temos de considerar é que a liminar foi deferida quando ele era um simples acusado, não havendo ainda a sentença condenatória".
Natasha acredita que ele quis dizer o seguinte: "Achei que o rapaz deveria ser solto. Ele não estava condenado".
NÓS, QUEM?
D. Pedro 2º chegou à maioridade com 14 anos. Nosso Guia demorou um pouco mais e atingiu-a aos 57, quando entrou no Palácio do Planalto. Só então descobriu as virtudes da estabilidade da moeda, da responsabilidade fiscal, da CPMF e dos biocombustíveis. Seguindo uma escrita dos inquilinos da Viúva, adquiriu a capacidade de falar mal de um ente abstrato chamado "os brasileiros", ou um vago "nós" que, por definição, não o inclui. Um exemplo, de quinta-feira passada: "Fiquei meditando porque no Brasil trabalhamos com pessimismo e não conseguimos ter visão tal como as coisas acontecem. (...) O Brasil não pode aceitar os discursos que nós fazemos diminuindo o Brasil".
Basta que faça menos discursos.
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