TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

domingo, 23 de setembro de 2007

Uma família não miserável no Brasiu

Foto de Rafael Andrade, Folha
Você deve ter ouvido falar que as famílias brasileiras migraram da miséria para a não miséria. Leia abaixo o que é uma FAMÍLIA NÃO MISERÁVEL. E, depois, tenho que ouvir de um cutista capa preta (para quem não sabe capa preta é o mandante) que nosso salário mínimo está bom.
SERGIO TORRE, SENVIADO ESPECIAL A PARACAMBI (RJ), na Folha de São Paulo
As crianças não têm o que calçar, vestem-se todos os dias com as mesmas roupas, comem carne, quando muito, uma vez por semana, dormem no chão sem piso de um casebre sem banheiro e brincam em um riacho de esgoto.
Mesmo assim, não são miseráveis, segundo metodologia da FGV. Os cinco filhos (Jéssica, 16, Wanderson, 13, Taís, 11, Tainá, 8, e Jonatan, 4) e o neto Gabriel, de 8 meses, de Nilcéia de Lurdes da Silva, 35, vivem com ela e o companheiro Aílton de Oliveira, 34, em barraco pendurado em uma encosta no bairro Quilombo, próximo ao centro de Paracambi, município que, a 75 km do Rio, separa a Baixada Fluminense da região centro-sul do Estado.
Somada, a renda familiar chega a R$ 1.000 por mês, o que dá R$ 125 por pessoa, exatamente a quantia estipulada pela FGV para diferenciar o miserável do pobre. Nilcéia ganha R$ 800 mensais, trabalhando do início da manhã ao início da noite em um lixão, onde recolhe plásticos, papéis e metais vendidos para uma firma de reciclagem.
Há dois meses, deixou de receber o Bolsa Família, sem saber a razão. Desempregado, Oliveira faz biscates que lhe rendem os R$ 200 que garantem a retirada da família da miséria, conforme a pesquisa.Na prática, a diferença fixada pela estatística não existe. Embora Nilcéia diga ter melhorado de vida nos últimos meses, mesmo que -mais uma vez- não saiba o motivo, suas crianças continuam na situação miserável que as acompanha desde a nascença. Na última sexta, não comeram nada de manhã. O barraco da família não tem água. A luz é clandestina, puxada do poste da rua. O esgoto, uma vala negra que corre no quintal. As crianças só andam descalças. Pisam nos dejetos sem dar importância. É o chão delas, afinal.Para trabalhar, o casal deixa as crianças aos cuidados da filha de 11 anos. Às vezes, uma amiga de Jéssica, Sheila da Silva, 16, vai lá para dar comida aos pequenos. Quando não vai, Taís faz a comida. Quando não tem, roda o comércio para "pedir favor", como diz.

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