Pós-feministas fazem de cabelos grisalhos seu libelo
DENYSE GODOY, DE NOVA YORK, Folha de São Paulo
Desde 1968, quando, reza o mito, queimaram sutiãs em praça pública, as mulheres americanas da geração "baby boom" contabilizam muitas conquistas. Desbravaram o mercado de trabalho, assumiram sua sexualidade, tomaram as rédeas da sua vida amorosa.
DENYSE GODOY, DE NOVA YORK, Folha de São Paulo
Desde 1968, quando, reza o mito, queimaram sutiãs em praça pública, as mulheres americanas da geração "baby boom" contabilizam muitas conquistas. Desbravaram o mercado de trabalho, assumiram sua sexualidade, tomaram as rédeas da sua vida amorosa.
Em 2008, uma representante dessa fatia da população poderá chegar à Presidência dos EUA -a democrata Hillary Clinton tem aparecido como favorita entre os pré-candidatos de seu partido. Mas ainda há um campo onde a batalha está só começando: os cabelos. Ao chegarem à maturidade, as "baby boomers" estão deixando de tingir os fios para ostentá-los grisalhos ou brancos. Para elas, essa é uma forma de se libertar da exigência de parecer infalivelmente jovem e sedutora e começar a botar abaixo os padrões estéticos que lhes são impostos pela sociedade.
A escritora Anne Kreamer, 51, não empunhava bandeiras feministas, porém sempre foi exemplo de modernidade e sucesso como profissional -chegou a diretora criativa mundial do canal de TV infantil Nickelodeon-, esposa e mãe. "Uma amiga me mandou uma foto em que estávamos eu, ela e minha filha Katherine, de 16 anos. Vi a imagem e me dei conta de que não estava enganando ninguém sobre minha idade. Eu era uma senhora de 49 anos que tingia demais os cabelos."A revelação deu origem a uma jornada de pesquisas sobre o assunto que culminou no livro "Going Gray: What I Learned About Beauty, Sex, Work, Motherhood, Authenticity and Everything Else That Really Matters" (ficando grisalha: o que eu aprendi sobre beleza, sexo, trabalho, maternidade, autenticidade e todo o resto que realmente importa), lançado neste mês nos EUA e sem previsão de chegada ao Brasil.Anne resolveu averiguar se a cor do cabelo realmente faz diferença na maneira como as mulheres são vistas. E teve uma surpresa. Cadastrou dois perfis num site de relacionamentos: um com foto na qual aparecia de fios castanhos e outro com foto deles brancos. "O segundo recebeu três vezes mais propostas de encontro", diz. "Talvez, ao verem que eu estava sendo honesta sobre a cor do meu cabelo, os homens me tenham achado mais acessível."
Comentário: quando comecei a cortar os cabelos tintos, ouvi uma série de reclamações. Minhas colegas disseram que minha identidade estava sendo perdida (cabelos vermelhos, marca de rebeldia). Mas, encorajei-me e os brancos marcam nova fase. Não é fácil, mas o que me deixou convicta foi que os cabelos tintos, depois de um tempo, ficam amarelos. E todas nós, mulheres tintas, ficamos da mesma cor. Então, preferi os brancos.
7 comentários:
Confesso que achava o antigo cabelo muito cult, mas, agora ficou bem melhor, você esta linda.
A professora é casada?, tem namorado?
LINDA,CULTA,MARAVILHOSA.
Já passou da hora da nossa UEM ter uma reitora de cabelos brancos.
Marta, eu também venho há tempos querendo deixar o cabelo branco, ainda mais que detesto aquele cheiro da tinta e os 45 minutos parados, já que tenho de tirar os óculus e não posso fazer nada...Mas as filhas e outros mais reclamam, me deixo convencer... Agora, com sua força, vou bater pé: cabelo branco e pronto.
Marta, os homens que me perdoem, mas cabelos pintados só ficam bem em mulheres mesmo, de qual idade sejam. Porém, aquelas que ousam deixá-los naturalmente grisalhos, igualmente ousam mostrar ao mundo a cor de sua alma. Continue assim. Aliás, olha aí os comentários; eles não mentem.
Marta,
Quando voce se mostra, sua beleza exterior seja de cabelos vermelhos - que lhe caia muito bem - ou branco - melhor ainda - sempre causa um frenesi entre seus admiradores.
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