Na Má-ringa! Projeto PAC de desfavelamento em área desfavelizada! UAU!

Do Blog do Rigon, blogueiro e jornalista de Maringá

Mídia ainda ignora caso Santa Felicidade
Como um leitor questionou, aproveito a deixa: na reunião, realizada na quadra coberta do Santa Felicidade, compareceram três jornalistas - os blogueiros Ângelo Rigon (mais conhecido por mim como sendo eu mesmo), Messias Mendes e Marcelo Bulgarelli, este último na condição de repórter da Gazeta do Povo. Havia uma razão. Os moradores, numa reunião realizada no meio da semana, me convidaram porque fui o primeiro a divulgar o lance do desfavelamento numa área desfavelada; o Messias, porque, como blogueiro, também divulgou com ênfase o assunto.

Os moradores fizeram questão de não deixar o convite aberto para nenhum político, pois o movimento é deles, é apolítico. Ao final, aceitei fazer parte do chamado grupo de apoio à comissão, na área de imprensa. A iniciativa foi da ONG Mães de Vítimas da Violência, que nasceu naquele bairro. Na foto, a advogada da ONG, Jacheline Batista Pereira, e atrás dela, à esq., Ana Lúcia Rodrigues, do Observatório das Metrópoles, que também compareceu.

Aliás, a mídia tradicional até agora não divulgou o fato - que envolve milhões de reais, mexe com centenas de famílias e milhares de pessoas. Este é mais um evento em que a internet teve papel importantíssimo, e único - aí incluo Cláudio Humberto, que noticiou e ampliou a liberação de dinheiro do PAC para desfavelamento numa cidade sem favela. Blogs e jornais de outros estados repercutiram o assunto, mas em Maringá e no Paraná, infelizmente, ainda não. Mas tudo é questão de tempo.
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Se havia desconfiança de que as fotografias de casebres entregues pela Prefeitura Municipal de Maringá ao Ministério das Cidades não eram de casas do Conjunto Santa Felicidade, para que o município pudesse viabilizar uma verba de R$ 20 milhões do PAC, ela agora é real.Pelo menos uma das casas comprovadamente não é do Santa Felicidade. A casa, de apenas um cômodo, pertence a Antonia do Vale, 57 anos, e fica na área de fundo de vale do Jardim Alvorada III, onde há sete anos ela mora com o filho; os dois vivem de um salário mínimo que recebem do governo e catam recicláveis. Em fevereiro do ano passado a habitação de dona Antonia foi mostrada numa reportagem de mais de meia página de O Diário, feita por Elaine Tsunomiya.

A reportagem diz que ela ocupará uma das 34 casas de 32 metros quadrados a serem construídas na Gleba Ribeirão Maringá. Essas casas serão entregues no decorrer deste ano, provavelmente em março e setembro, próximo às eleições.

Resta agora a expectativa em relação às outras três casas, que, segundo a prefeitura informou ao governo federal, seriam do Santa Felicidade. Os moradores do bairro reúnem-se amanhã à tarde para discutir a proposta da prefeitura de retirá-los do local, que fica em área que vem tendo alta valorização imobiliária, por causa da construção do Centro Cívico e de vários condomínios residenciais.

Nas fotos aparecem pontos que identificam ser a casa de dona Antonia a mesma apresentada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Planejamento e Habitação ao governo federal como se fosse do Santa Felicidade, mostrado no projeto como se fosse favela. O Santa Felicidade é justamente resultado de um projeto de desfavelamento realizado há 30 anos.

Aqui, o documento com as fotos que estão no Ministério das Cidades.Aqui, o link para o jornal de fevereiro de 2007, onde aparece a casa no Alvorada III.
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Nofa, Rigon! e eu achando que em Porto Ferreira, SP, a coisa tava feia!