BRASÍLIA – O DEM e o PSDB passaram meses reclamando, com razão, do uso indevido e ilegal que o PT fez de propagandas partidárias para patrocinar a candidatura da petista Dilma Rousseff ao Planalto.
Nesta semana, o DEM teve seus dez minutos no rádio e na TV. Usou esse tempo para promover José Serra, pré-candidato do PSDB a presidente. O PT reagiu. Foi à Justiça pedir punição ao Democratas.
Esse comportamento dos partidos políticos na atual campanha eleitoral chegou ao paroxismo quando se trata de desrespeitar a lei. Todos reclamam. Mas todos infringem as regras. É um escárnio completo.
A lei dá aos partidos, a cada seis meses, a oportunidade de falar no rádio e na TV sobre atividades das legendas. Em ano eleitoral, é raro encontrar uma sigla usando o benefício de forma correta. A praxe é fazer propaganda eleitoral fora do prazo legal estipulado.
Trata-se de uma grande disfuncionalidade da democracia brasileira. A começar pelo tempo determinado de campanha. Os políticos precisam fingir não ser candidatos. De repente, na data certa, a partir do primeiro minuto da madrugada, passam então todos a ser postulantes a um cargo público.
A regra foi inventada pela ditadura militar (1964-85). Não interessava aos autocratas o debate eleitoral constante. Na democracia, os políticos enxergaram conveniência no modelo. Podem fugir da mídia e de perguntas indigestas sob a desculpa de não serem candidatos.
No caso dos programas partidários semestrais, a lei tem outra anomalia: obriga políticos na TV a não demonstrarem interesse pelo poder (não podem pedir apoio).
Tudo considerado, os programas eleitorais disfarçados indicam haver esclerose avançada no modelo de exposição dos políticos na TV. O descumprimento da lei é sistemático. Como em 2011 não haverá eleição, o assunto será esquecido. Voltaremos todos ao tema em 2012.
(*) Fernando Rodrigues, Folha de São Paulo.
Nesta semana, o DEM teve seus dez minutos no rádio e na TV. Usou esse tempo para promover José Serra, pré-candidato do PSDB a presidente. O PT reagiu. Foi à Justiça pedir punição ao Democratas.
Esse comportamento dos partidos políticos na atual campanha eleitoral chegou ao paroxismo quando se trata de desrespeitar a lei. Todos reclamam. Mas todos infringem as regras. É um escárnio completo.
A lei dá aos partidos, a cada seis meses, a oportunidade de falar no rádio e na TV sobre atividades das legendas. Em ano eleitoral, é raro encontrar uma sigla usando o benefício de forma correta. A praxe é fazer propaganda eleitoral fora do prazo legal estipulado.
Trata-se de uma grande disfuncionalidade da democracia brasileira. A começar pelo tempo determinado de campanha. Os políticos precisam fingir não ser candidatos. De repente, na data certa, a partir do primeiro minuto da madrugada, passam então todos a ser postulantes a um cargo público.
A regra foi inventada pela ditadura militar (1964-85). Não interessava aos autocratas o debate eleitoral constante. Na democracia, os políticos enxergaram conveniência no modelo. Podem fugir da mídia e de perguntas indigestas sob a desculpa de não serem candidatos.
No caso dos programas partidários semestrais, a lei tem outra anomalia: obriga políticos na TV a não demonstrarem interesse pelo poder (não podem pedir apoio).
Tudo considerado, os programas eleitorais disfarçados indicam haver esclerose avançada no modelo de exposição dos políticos na TV. O descumprimento da lei é sistemático. Como em 2011 não haverá eleição, o assunto será esquecido. Voltaremos todos ao tema em 2012.
(*) Fernando Rodrigues, Folha de São Paulo.
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