Ikepng, os “exilados” do Xingu cap-tirado do Blog de Roberto Romano aqui
por Nilton Fukuda
por Nilton Fukuda
No ano que vem, o Parque Indígena do Xingu, no nordeste no Mato Grosso, completa 50 anos de histórias e mitos. Com 2,6 milhões de hectares, a área foi desbravada pelos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Boas. O Estado visitou no início de dezembro a aldeia Moygu, dos Ikpeng, na região central do parque.
Contactados em 1964 pelos Villas Boas na região do Rio Jatobá, fora do parque, os Ikpeng foram levados para dentro da terra indígena porque corriam risco de extinção. Naquela época eram apenas 50. Hoje são cerca de 400 índios que buscam uma reparação: querem reaver a área do Jatobá, onde seus ancestrais nasceram e morreram. Lá, dizem os índios, estão suas “placentas”. Leia matéria. Assista o vídeo.
Texto e fotos: Roberto Almeida
Um comentário:
Os Villas Boas tentaram nos mostrar uma civilização superiora a nossa em muitos quesitos. Que parece estar longe de nós, e na realidade está no meio de nós, porque está no “BRAZIU” e a cegueira não nos deixa vê-la como é de fato. Os que não vestem roupas iguais à sociedade de consumo são taxados como pobres e execrados como se fossem os porões da evolução. Será? Visão tosca no meu modesto entender, porque há outras realidades que o mundo dito civilizado não consegue avaliar. Desapropria-se qualquer idéia boa, sem direito de defesa, quando é diferente do sistema de consumo auto intitulado civilizado. Bizarra a imagem (foto muito bem tirada) do cacique usando guarda-chuva e chinelo na mata onde mora (taba). Grato pela postagem da matéria, Marta, a qual mostra que existe luta para protegê-los (eles foram os maiores lutadores) e ao mesmo tempo revela o incômodo pensamento de volta às origens, ou seja, à “placenta”, o que significa mais conflito social. Como resolver conflitos de terras, de culturas, eu não sei. Apenas sei que o passado não volta mais e as coisas deturpadas vão ficar assim mesmo. A vida hoje nos encurralou na individualidade e esta é a única esperança de crescer como pessoa, mesmo sem ser individualista. É difícil crer em “proteção” aos índios, quando já destruíram seus valores, contaminando-os com quinquilharias, ou corrompendo seus chefes (alguns) conforme denunciado na imprensa, com fortunas e objetos caros do mundo civilizado. Hoje, luta-se para proteger tudo, porque há muito que reparar. Tenta-se juntar os cacos sociais, porque somos uma sociedade fragmentada. Enfim, se a vida nos dá um limão, vamos tentar fazer dele uma limonada. É o jeito...
Um abraço, Marta.
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