Professores apaixonados por Antonio Ozai http://antonio-ozai.blogspot.com/ Professor da Universidade Estadual de Maringá e blogueiro
Fui à escola que minha filha estuda, Colégio Estadual Santa Maria Goretti, cumprir o dever de pai. Enquanto aguardava para receber o Boletim, observei o ambiente. Vi várias imagens coladas na parede da sala da diretoria. Aproximei-me para ler as palavras sobre as fotos. Era uma homenagem aos “professores apaixonados”. Não se tratava de namoro ou casamento, mas da paixão pelo próprio trabalho; professores que amam o que fazem. Felizmente, e apesar das dificuldades, ainda há os assumem apaixonadamente o papel de educadores.
Após a conversa de praxe sobre as notas e o desempenho escolar da minha filha, fui embora. Antes, porém, fiz questão de comentar e elogiar a iniciativa, mesmo sabendo que os “professores apaixonados” representam a minoria. Ser professor é uma profissão como outra qualquer e, como em todas áreas, há os que se identificam com o que fazem, e os que apenas cumprem a jornada. Nas condições da sociedade moderna, o trabalho, já dizia um filósofo alemão, é alienante. Portanto, é muito difícil sentir prazer ou apaixonar-se. Ponto para os que, mesmo nas condições de alienação do trabalho, se “apaixonam”.
Fiquei a pensar sobre o significado das palavras e imagens dos “professores apaixonados”. Dialeticamente, como se diz no bom sociologuês, em minhas reflexões mesclam-se o estudante e o professor; a criança, o adolescente e o adulto. Recordei, com carinho e saudade, da primeira professora. Lembrei que, ao completar 18 anos de idade, na época morava em São Paulo, retornei ao nordeste para rever a cidade da minha infância e conhecer a que nasci. Fui informado que a professora morava na periferia de São Paulo. Peguei o endereço e, ao retornar, fui visitá-la. Não sei se ela compreendeu o gesto, mas demonstrou contentamento. Foi o reconhecimento e gratidão a quem marcou a minha vida. Recordei também dos que me ensinaram os primeiros conceitos e teorias; dos que me apresentaram os rudimentos das línguas estrangeiras, em especial da minha professora de francês, no ginasial; lembrei do professor de matemática que me estimulou a aprender o jogo de xadrez – embora eu ainda seja péssimo xadrezista; do professor de história que me ensinou o significado didático da polêmica; recordei, ainda, da graduação e dos que, mais do que conteúdos, me ensinaram pelo exemplo. No mestrado, tive excelentes professores, em especial o meu orientador Maurício Tragtenberg. O mesmo no doutorado, em que convivi com professores experientes e tive a alegria de ser orientado pelo Nelson Piletti. Da infância ao doutorado, há os que marcaram a minha vida, os que fizeram a diferença, os que jamais esquecerei e a quem sou grato.“Professoras apaixonados” são os que fazem a diferença, os que marcam a vida dos seus alunos. Há também os que deixam marcas negativas e traumáticas. Em minha vida de professor, desde a época que trabalhei no ensino público em Diadema(SP) e no Guacuri (zona sul da capital paulistana), conheci estudantes que ficaram traumatizados devido à determinadas atitudes dos seus professores. Tenho dúvidas se, neste caso, gostam da profissão.Há, ainda, os professores apaixonados pelo conteúdo, pelas disciplinas que trabalham. Eles dão o exemplo do amor ao saber, mas pecam por darem mais importância às abstrações dos conceitos e teorias do que às relações humanas que se estabelecem na atividade docente.
Conclui que sou alguém de sorte. Faço o que gosto. Sou apaixonado pelo que faço. Agradeço aos meus professores e professoras e, também, aos discentes. Obrigado e parabéns aos professores, apaixonados ou não, pelo nosso dia!
Conclui que sou alguém de sorte. Faço o que gosto. Sou apaixonado pelo que faço. Agradeço aos meus professores e professoras e, também, aos discentes. Obrigado e parabéns aos professores, apaixonados ou não, pelo nosso dia!
Comentário: Ozaí, eu também me acho alguém de sorte. Faço o que amo! Amo meus alunos!No ensino fundamental e médio tive excelentes professores em Porto Ferreira, SP. A professora Bernardete Gatti, da PUC de SP, disse-me que meu ex-colégio de Porto ferreira é uma das cem escolas melhores do estado de São Paulo. Lembro-me do professor Vitor, de literatura, Getúlio, matemática e outros maravilhosos.
Na graduação tive também excelentes mestres. A USP de Ribeirão Preto era jovem quando fui para lá, mas com gente apaixonada. No pós mestrado e doutorado idem. Grande mestra, a Arakcy Martins Rodrigues! Eu amava esta mulher! Zélia Chiarottino... minha piagetiana! Conheci nesse caminho o Darcy Ribeiro, Florestan, Mauricio Tragtemberg....
Parabéns aos professores que honram essa nobre profissão. Um abraço ao Roberto Romano, que admiro pela coragem e cultura. Parabéns ao Mário, professor e blogueiro (Blog Panorama), à glória, ao Tambosi, ao Ozaí, ao Marcos Danhone, a todos os amigos Pat, Giuliano, Ednéia, Valeria, Carlos Mororó, Leandro, Patricia, Lilian, Clélia, Regina, Graça, às meninas do PDE e professoras Eliana e Selma.... Angela, Raymundo, Ana Cristina, Cristina... apaixonados....
7 comentários:
Gracias, Marta querida!
E posso dizer que sou testemunha de sua paixão pela docência e pelo saber. Parabéns!
Querida Marta,
Um grraaaaannnnnde abraço para você e um caminhão de beijinhos !!! (rs rs rs)
Todo dia é dia do professor !
Com carinho,
Leonor Cordeiro
Parabéns pela grande professora que você é.
Parabéns Marta pelo seu dia.
METADE DOS PROFESSORES DA UEM ACHAM QUE SÃO DEUSES E A OUTRA METADE SÃO DEUSES, INCLUINDO EU HEHEHEHEHEHE PARABÉNS.
Prof. Zeca.
Quero parabenizar(pelo dia dos professores) através do seu blog grandes professores que tive na UEM: Andreas, Sidney Munhoz, Isabel Cristina, Hudson, Davi de Paula, Evandir Codato, Hilda Pívaro, José Flavio, Renata Lopes, Sandra de Cássia, José Carlos Gimenes e muitos outros.
Ótimo texto do Ozai.
Luciana.
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