TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

domingo, 14 de outubro de 2007

Todo dia é dia do professor...

Imagem: Alek Sevsvinkin
Professores apaixonados por Antonio Ozai http://antonio-ozai.blogspot.com/ Professor da Universidade Estadual de Maringá e blogueiro


Fui à escola que minha filha estuda, Colégio Estadual Santa Maria Goretti, cumprir o dever de pai. Enquanto aguardava para receber o Boletim, observei o ambiente. Vi várias imagens coladas na parede da sala da diretoria. Aproximei-me para ler as palavras sobre as fotos. Era uma homenagem aos “professores apaixonados”. Não se tratava de namoro ou casamento, mas da paixão pelo próprio trabalho; professores que amam o que fazem. Felizmente, e apesar das dificuldades, ainda há os assumem apaixonadamente o papel de educadores.

Após a conversa de praxe sobre as notas e o desempenho escolar da minha filha, fui embora. Antes, porém, fiz questão de comentar e elogiar a iniciativa, mesmo sabendo que os “professores apaixonados” representam a minoria. Ser professor é uma profissão como outra qualquer e, como em todas áreas, há os que se identificam com o que fazem, e os que apenas cumprem a jornada. Nas condições da sociedade moderna, o trabalho, já dizia um filósofo alemão, é alienante. Portanto, é muito difícil sentir prazer ou apaixonar-se. Ponto para os que, mesmo nas condições de alienação do trabalho, se “apaixonam”.

Fiquei a pensar sobre o significado das palavras e imagens dos “professores apaixonados”. Dialeticamente, como se diz no bom sociologuês, em minhas reflexões mesclam-se o estudante e o professor; a criança, o adolescente e o adulto. Recordei, com carinho e saudade, da primeira professora. Lembrei que, ao completar 18 anos de idade, na época morava em São Paulo, retornei ao nordeste para rever a cidade da minha infância e conhecer a que nasci. Fui informado que a professora morava na periferia de São Paulo. Peguei o endereço e, ao retornar, fui visitá-la. Não sei se ela compreendeu o gesto, mas demonstrou contentamento. Foi o reconhecimento e gratidão a quem marcou a minha vida. Recordei também dos que me ensinaram os primeiros conceitos e teorias; dos que me apresentaram os rudimentos das línguas estrangeiras, em especial da minha professora de francês, no ginasial; lembrei do professor de matemática que me estimulou a aprender o jogo de xadrez – embora eu ainda seja péssimo xadrezista; do professor de história que me ensinou o significado didático da polêmica; recordei, ainda, da graduação e dos que, mais do que conteúdos, me ensinaram pelo exemplo. No mestrado, tive excelentes professores, em especial o meu orientador Maurício Tragtenberg. O mesmo no doutorado, em que convivi com professores experientes e tive a alegria de ser orientado pelo Nelson Piletti. Da infância ao doutorado, há os que marcaram a minha vida, os que fizeram a diferença, os que jamais esquecerei e a quem sou grato.“Professoras apaixonados” são os que fazem a diferença, os que marcam a vida dos seus alunos. Há também os que deixam marcas negativas e traumáticas. Em minha vida de professor, desde a época que trabalhei no ensino público em Diadema(SP) e no Guacuri (zona sul da capital paulistana), conheci estudantes que ficaram traumatizados devido à determinadas atitudes dos seus professores. Tenho dúvidas se, neste caso, gostam da profissão.Há, ainda, os professores apaixonados pelo conteúdo, pelas disciplinas que trabalham. Eles dão o exemplo do amor ao saber, mas pecam por darem mais importância às abstrações dos conceitos e teorias do que às relações humanas que se estabelecem na atividade docente.
Conclui que sou alguém de sorte. Faço o que gosto. Sou apaixonado pelo que faço. Agradeço aos meus professores e professoras e, também, aos discentes. Obrigado e parabéns aos professores, apaixonados ou não, pelo nosso dia!


Comentário: Ozaí, eu também me acho alguém de sorte. Faço o que amo! Amo meus alunos!No ensino fundamental e médio tive excelentes professores em Porto Ferreira, SP. A professora Bernardete Gatti, da PUC de SP, disse-me que meu ex-colégio de Porto ferreira é uma das cem escolas melhores do estado de São Paulo. Lembro-me do professor Vitor, de literatura, Getúlio, matemática e outros maravilhosos.

Na graduação tive também excelentes mestres. A USP de Ribeirão Preto era jovem quando fui para lá, mas com gente apaixonada. No pós mestrado e doutorado idem. Grande mestra, a Arakcy Martins Rodrigues! Eu amava esta mulher! Zélia Chiarottino... minha piagetiana! Conheci nesse caminho o Darcy Ribeiro, Florestan, Mauricio Tragtemberg....

Parabéns aos professores que honram essa nobre profissão. Um abraço ao Roberto Romano, que admiro pela coragem e cultura. Parabéns ao Mário, professor e blogueiro (Blog Panorama), à glória, ao Tambosi, ao Ozaí, ao Marcos Danhone, a todos os amigos Pat, Giuliano, Ednéia, Valeria, Carlos Mororó, Leandro, Patricia, Lilian, Clélia, Regina, Graça, às meninas do PDE e professoras Eliana e Selma.... Angela, Raymundo, Ana Cristina, Cristina... apaixonados....

7 comentários:

Val disse...

Gracias, Marta querida!
E posso dizer que sou testemunha de sua paixão pela docência e pelo saber. Parabéns!

Anônimo disse...

Querida Marta,
Um grraaaaannnnnde abraço para você e um caminhão de beijinhos !!! (rs rs rs)
Todo dia é dia do professor !
Com carinho,
Leonor Cordeiro

Anônimo disse...

Parabéns pela grande professora que você é.

Anônimo disse...

Parabéns Marta pelo seu dia.

Anônimo disse...

METADE DOS PROFESSORES DA UEM ACHAM QUE SÃO DEUSES E A OUTRA METADE SÃO DEUSES, INCLUINDO EU HEHEHEHEHEHE PARABÉNS.
Prof. Zeca.

Anônimo disse...

Quero parabenizar(pelo dia dos professores) através do seu blog grandes professores que tive na UEM: Andreas, Sidney Munhoz, Isabel Cristina, Hudson, Davi de Paula, Evandir Codato, Hilda Pívaro, José Flavio, Renata Lopes, Sandra de Cássia, José Carlos Gimenes e muitos outros.

Anônimo disse...

Ótimo texto do Ozai.
Luciana.

Braziu!

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