Texto da Carla Rodrigues, jornalista carioca
Maggie O’Farrell, a irlandesa que me conquistou
Foram poucos os livros de ficção que li esse ano. Tem sido assim por conta do trabalho. Mas a jovem Maggie O’Farrell foi uma exceção: dela, li primeiro O último ato de Esme Lennox, seu livro mais recente. Gostei tanto que embarquei imediatamente em Depois que você foi embora, seu livro de estréia. Os dois chegaram ao mercado pela Record ao mesmo tempo.
Seu tema principal são as famílias, suas implicações, complicações, angústias. Suas personagens femininas são bem construídas, tão reais que incomodam. Em Esme Lennox ela mostra como a loucura feminina é uma construção social que serviu para punir transgressões e manter as mulheres dentro de regras criadas pela sociedade patriarcal para limitar os “excessos” que sempre estiveram identificados com o feminino. O leitor vai se embrenhar no universo de Esme, uma adolescente sensível, disposta a levar adiante seus desejos, como estudar, não se casar, viajar e conhecer o mundo. É trancafiada em um hospício por excesso de sensibilidade, característica feminina capaz de assombrar uma sociedade pautada pela rigidez e pela objetividade da razão.
Para quem se interessar pela autora, sugiro leitura dessa entrevista publicada no Prosa online.
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