Hackers promovem maratona para cobrar governos por mais transparência
FERNANDO GALLO
FOLHA DE SÃO PAULO AQUI
Curioso para saber quais eram os deputados mais votados por zona eleitoral do Distrito Federal em 2006, o cyberativista Ricardo Poppi foi ao site do TSE e descobriu que teria que ver a votação de cada um deles em 17 zonas.
Seria um trabalho hercúleo para tentar verificar a informação de que haveria currais eleitorais em algumas partes de Brasília.
Poppi, que é hacker, passou cerca de 12 horas para conseguir baixar as informações do TSE e cruzá-las com o Yahoo Maps. Disso resultou o site Xerifes do DF, em que o se pode conseguir facilmente a informação que tanto custou a Poppi conseguir.
É um drama comum para jornalistas e pesquisadores. Informações que são públicas e estão disponíveis na web em sites de governos, são de difícil usabilidade: no mais das vezes não se pode cruzá-las e nem indexá-las. Não se pode resignificá-las.
Por esse motivo, centenas de pessoas se reúnem neste sábado (4), no Brasil e no mundo, na primeira maratona hacker em escala mundial cujo objetivo é cobrar dos governos que deem transparência e usabilidade a dados que são ou deveriam ser públicos.
Centenas de cidadãos de cerca de 30 países anunciaram no site do Open Data Day que vão participar. O evento é descentralizado e tem o objetivo de trocar informações e desenvolver aplicativos que possam fazer outros sites como o de Poppi.
"Pedimos aos governos que deem informação de um jeito estruturado. Em vez de mostrar um milhão de gráficos e tabelas, que eles permitam que a sociedade produza essas informações. Ela atribui valores diferentes", afirma Daniela Silva, uma das organizadoras da maratona.
"Todo mundo deve ter acesso à informação. É um direito fundamental e o Estado tem obrigação de fornecer essa informação de modo a que qualquer cidadão possa usar", diz Pedro Belasco, membro da comunidade Transparência Hacker.
Os cyberativistas brasileiros avaliam positivamente a transparência orçamentária do governo federal na web, mas afirmam que ela não deve se restringir à questão financeira, e sim se estender a qualquer dado sobre gestão.
E vão além: "Por que é possível declarar o Imposto de Renda pela internet, mas não é possível marcar uma consulta médica no SUS pela rede?", questiona Daniela.
FERNANDO GALLO
FOLHA DE SÃO PAULO AQUI
Curioso para saber quais eram os deputados mais votados por zona eleitoral do Distrito Federal em 2006, o cyberativista Ricardo Poppi foi ao site do TSE e descobriu que teria que ver a votação de cada um deles em 17 zonas.
Seria um trabalho hercúleo para tentar verificar a informação de que haveria currais eleitorais em algumas partes de Brasília.
Poppi, que é hacker, passou cerca de 12 horas para conseguir baixar as informações do TSE e cruzá-las com o Yahoo Maps. Disso resultou o site Xerifes do DF, em que o se pode conseguir facilmente a informação que tanto custou a Poppi conseguir.
É um drama comum para jornalistas e pesquisadores. Informações que são públicas e estão disponíveis na web em sites de governos, são de difícil usabilidade: no mais das vezes não se pode cruzá-las e nem indexá-las. Não se pode resignificá-las.
Por esse motivo, centenas de pessoas se reúnem neste sábado (4), no Brasil e no mundo, na primeira maratona hacker em escala mundial cujo objetivo é cobrar dos governos que deem transparência e usabilidade a dados que são ou deveriam ser públicos.
Centenas de cidadãos de cerca de 30 países anunciaram no site do Open Data Day que vão participar. O evento é descentralizado e tem o objetivo de trocar informações e desenvolver aplicativos que possam fazer outros sites como o de Poppi.
"Pedimos aos governos que deem informação de um jeito estruturado. Em vez de mostrar um milhão de gráficos e tabelas, que eles permitam que a sociedade produza essas informações. Ela atribui valores diferentes", afirma Daniela Silva, uma das organizadoras da maratona.
"Todo mundo deve ter acesso à informação. É um direito fundamental e o Estado tem obrigação de fornecer essa informação de modo a que qualquer cidadão possa usar", diz Pedro Belasco, membro da comunidade Transparência Hacker.
Os cyberativistas brasileiros avaliam positivamente a transparência orçamentária do governo federal na web, mas afirmam que ela não deve se restringir à questão financeira, e sim se estender a qualquer dado sobre gestão.
E vão além: "Por que é possível declarar o Imposto de Renda pela internet, mas não é possível marcar uma consulta médica no SUS pela rede?", questiona Daniela.
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