Domingo, 30.01.11
Bons auspícios
Palmira F. Silva do Blog JUGULAR, PORTUGAL AQUI
Há uns meses, a propósito de uma «guerra» da Igreja Copta em relação ao casamento de divorciados, foi claro que existia no Egipto uma faixa da população que, como explicou Hossam Baghat, director da Egyptian Initiative for Personal Rights, «fala contra interpretações religiosas que são discriminatórias». Essa faixa da população, em particular os jovens, foi a organizadora dos protestos contra o regime que varrem o Egipto e sobressaltam os líderes mundiais, que começaram, e se propagaram de forma viral, nas redes sociais e blogs (e o Egipto tem uma comunidade blogger muito forte - e muito perseguida, aliás o blogger egipcio mais conhecido, Kareem Amer foi libertado há pouco mais de 2 meses depois de passar 4 anos na prisão por criticar o Islão e o presidente do Egipto, Hosni Mubarak.
Os sobressaltos dos líderes dos países do Médio Oriente são facilmente entendíveis pelo medo do contágio mas quem, como eu, tenha ouvido os comentários dos líderes ocidentais, em particular de Obama, uma total desilusão, poderá ter ficado perplexo com o apoio a Mubarak implicita ou explicitamente declarado. As (não) reacções ocidentais devem-se ao facto de, como em todos os regimes ditatoriais, não existir oposição digna desse nome no Egipto a não ser a Irmandade Muçulmana, que não teve nada a ver com os protestos e só começou, timidamente, a apoiá-los, no 3º dia, e muitos recearem que o vácuo de poder que sempre se segue à queda de uma ditadura fosse ocupado por este grupo sinistro.
Hoje, no 6º dia de protestos, a colagem da Irmandade a este levantamento popular foi firmemente posta no lugar pela população. Aos seus cantos de Allah Akbar com que tentavam liderar os protestos a multidão respondeu mais alto: muçulmanos, cristãos, somos todos egipcios.
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Palmira F. Silva do Blog JUGULAR, PORTUGAL AQUI
Há uns meses, a propósito de uma «guerra» da Igreja Copta em relação ao casamento de divorciados, foi claro que existia no Egipto uma faixa da população que, como explicou Hossam Baghat, director da Egyptian Initiative for Personal Rights, «fala contra interpretações religiosas que são discriminatórias». Essa faixa da população, em particular os jovens, foi a organizadora dos protestos contra o regime que varrem o Egipto e sobressaltam os líderes mundiais, que começaram, e se propagaram de forma viral, nas redes sociais e blogs (e o Egipto tem uma comunidade blogger muito forte - e muito perseguida, aliás o blogger egipcio mais conhecido, Kareem Amer foi libertado há pouco mais de 2 meses depois de passar 4 anos na prisão por criticar o Islão e o presidente do Egipto, Hosni Mubarak.
Os sobressaltos dos líderes dos países do Médio Oriente são facilmente entendíveis pelo medo do contágio mas quem, como eu, tenha ouvido os comentários dos líderes ocidentais, em particular de Obama, uma total desilusão, poderá ter ficado perplexo com o apoio a Mubarak implicita ou explicitamente declarado. As (não) reacções ocidentais devem-se ao facto de, como em todos os regimes ditatoriais, não existir oposição digna desse nome no Egipto a não ser a Irmandade Muçulmana, que não teve nada a ver com os protestos e só começou, timidamente, a apoiá-los, no 3º dia, e muitos recearem que o vácuo de poder que sempre se segue à queda de uma ditadura fosse ocupado por este grupo sinistro.
Hoje, no 6º dia de protestos, a colagem da Irmandade a este levantamento popular foi firmemente posta no lugar pela população. Aos seus cantos de Allah Akbar com que tentavam liderar os protestos a multidão respondeu mais alto: muçulmanos, cristãos, somos todos egipcios.
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