Renangate terá dois relatórios no Conselho de Ética Do Blog de Josias de Souza
Grupo do senador articula a elaboração de um texto ‘paralelo’
Leonardo Wen/Folha
Grupo do senador articula a elaboração de um texto ‘paralelo’
Leonardo Wen/Folha
Renan Calheiros e os aliados que ainda lhe restam já farejam a derrota do presidente do Senado no Conselho de Ética. Ruminam, em privado, uma certeza: o relatório final do caso que apura o uso de verbas da Mendes Júnior no custeio da pensão à jornalista Mônica Veloso pedirá a cassação do mandato. Para “marcar posição”, a tropa de Renan decidiu apresentar um relatório paralelo, favorável ao arquivamento da denúncia.
O processo tem três relatores: Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). Em tese, a trinca deveria produzir um relatório único. Haverá, porém, dois: Casagrande e Serrano devem produzir o texto que vai propugnar a cassação do mandato de Renan. Almeida Lima fará o texto favorável à absolvição do senador.
Caberá aos membros do conselho decidir, por meio do voto, qual dos dois relatórios será adotado como oficial. Os próprios integrantes da milícia parlamentar do presidente do Senado já admitem, entre quatro paredes, que as chances de êxito de Renan são, a essa altura, mínimas. Num universo de 15 votos, contabilizam apenas cinco senadores pró-absolvição: além de Almeida Lima, constam da lista Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilvan Borges (PMDB-AP) e Fátima Cleide (PT-RO).
A relação de senadores que pedem para a crucificação de Renan inclui, além de Casagrande e Serrano os seguintes nomes: Augusto Botelho (PT-RR), Eduardo Suplicy (PT-SP), Jefferson Peres (PDT-AM), Marconi Perillo (PSDB-GO), Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI), Adelmir Santana (DEM-DF) e Romeu Tuma (DEM-SP).
A tropa de Renan ainda acalenta a expectativa de convencer os dois últimos (Adelmir Santana e Romeu Tuma) a migrar para o bloco da absolvição. Difícil. Mas, ainda que a virada de casaca se materializasse, o placar continuaria sendo adverso: a proposta de cassação prevaleceria com o apertado placar de oito a sete. O presidente do conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO) pende para Renan. Mas só votaria caso ocorresse um improvável empate.
O relatório de Renato Casagrande e Marisa Serrano será fundamentado com dados extraídos da perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Federal. Deveria ficar pronto nesta terça-feira (14). Mas haverá um atraso. Estima-se que chegue ao Conselho de Ética entre quinta (16) e sexta-feira (17). Informações preliminares repassadas pela PF ao conselho indicam que, embora os peritos não tenham conseguido responder afirmativamente a todas as 30 perguntas que lhes foram formuladas, o documento apontará inconsistência na defesa de Renan.
O passo seguinte será o encaminhamento de um convite a Renan, para que dê explicações, de viva voz, aos membros do conselho, já na próxima semana. Se quiser, ele pode recusar o convite, limitando-se a enviar uma última defesa, por escrito. A ausência, porém, tende a agravar sua situação política, que já é frágil. Prevê-se que a votação dos conselheiros ocorrerá no final de agosto.
Confirmando-se o resultado adverso no Conselho de Ética, Renan vai jogar todas as suas fichas no plenário do Senado, a quem cabe dar a palavra final num processo de cassação. A votação é secreta. Aos olhos de hoje, os líderes partidários avaliam que dificilmente o mandato de Renan seria cassado. Mas um placar apertado ofereceria munição à oposição para reforçar a campanha interna para que Renan abandone a presidência do Senado.
Ainda que o plenário o absolva neste primeiro processo, Renan ainda terá de lidar com outras duas representações: uma, do PSOL, é tratada com menoscabo. Acusa-o de fazer gestões em benefício da cervejaria Schincariol, devedora do INSS. Outra, patrocinada por DEM e PSDB, inspira medo. Trata da denúncia de que Renan adquiriu empresas de comunicação em Alagoas escondido atrás de “laranjas”, numa sociedade secreta com o usineiro João Lyra, que já admitiu publicamente o malfeito. Ou seja, a atmosfera do Senado ainda continuará envenenada por muito tempo.
O processo tem três relatores: Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). Em tese, a trinca deveria produzir um relatório único. Haverá, porém, dois: Casagrande e Serrano devem produzir o texto que vai propugnar a cassação do mandato de Renan. Almeida Lima fará o texto favorável à absolvição do senador.
Caberá aos membros do conselho decidir, por meio do voto, qual dos dois relatórios será adotado como oficial. Os próprios integrantes da milícia parlamentar do presidente do Senado já admitem, entre quatro paredes, que as chances de êxito de Renan são, a essa altura, mínimas. Num universo de 15 votos, contabilizam apenas cinco senadores pró-absolvição: além de Almeida Lima, constam da lista Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilvan Borges (PMDB-AP) e Fátima Cleide (PT-RO).
A relação de senadores que pedem para a crucificação de Renan inclui, além de Casagrande e Serrano os seguintes nomes: Augusto Botelho (PT-RR), Eduardo Suplicy (PT-SP), Jefferson Peres (PDT-AM), Marconi Perillo (PSDB-GO), Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI), Adelmir Santana (DEM-DF) e Romeu Tuma (DEM-SP).
A tropa de Renan ainda acalenta a expectativa de convencer os dois últimos (Adelmir Santana e Romeu Tuma) a migrar para o bloco da absolvição. Difícil. Mas, ainda que a virada de casaca se materializasse, o placar continuaria sendo adverso: a proposta de cassação prevaleceria com o apertado placar de oito a sete. O presidente do conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO) pende para Renan. Mas só votaria caso ocorresse um improvável empate.
O relatório de Renato Casagrande e Marisa Serrano será fundamentado com dados extraídos da perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Federal. Deveria ficar pronto nesta terça-feira (14). Mas haverá um atraso. Estima-se que chegue ao Conselho de Ética entre quinta (16) e sexta-feira (17). Informações preliminares repassadas pela PF ao conselho indicam que, embora os peritos não tenham conseguido responder afirmativamente a todas as 30 perguntas que lhes foram formuladas, o documento apontará inconsistência na defesa de Renan.
O passo seguinte será o encaminhamento de um convite a Renan, para que dê explicações, de viva voz, aos membros do conselho, já na próxima semana. Se quiser, ele pode recusar o convite, limitando-se a enviar uma última defesa, por escrito. A ausência, porém, tende a agravar sua situação política, que já é frágil. Prevê-se que a votação dos conselheiros ocorrerá no final de agosto.
Confirmando-se o resultado adverso no Conselho de Ética, Renan vai jogar todas as suas fichas no plenário do Senado, a quem cabe dar a palavra final num processo de cassação. A votação é secreta. Aos olhos de hoje, os líderes partidários avaliam que dificilmente o mandato de Renan seria cassado. Mas um placar apertado ofereceria munição à oposição para reforçar a campanha interna para que Renan abandone a presidência do Senado.
Ainda que o plenário o absolva neste primeiro processo, Renan ainda terá de lidar com outras duas representações: uma, do PSOL, é tratada com menoscabo. Acusa-o de fazer gestões em benefício da cervejaria Schincariol, devedora do INSS. Outra, patrocinada por DEM e PSDB, inspira medo. Trata da denúncia de que Renan adquiriu empresas de comunicação em Alagoas escondido atrás de “laranjas”, numa sociedade secreta com o usineiro João Lyra, que já admitiu publicamente o malfeito. Ou seja, a atmosfera do Senado ainda continuará envenenada por muito tempo.
PS.: Note que há um link associado ao nome de cada um dos membros do Conselho de Ética. Ele conduz aos e-mails dos senadores. Se quiser, exerça a sua pressão democrática, seja para recomendar a condenação, seja para pedir a absolvição. A título de bônus, o repórter acomodou um link também sobre o nome de Renan Calheiros. Pode ser que você queira endereçar meia dúzia de palavras de conforto ao presidente do Senado.
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