Julio Cortazar divide os seres humanos em cronópios e famas. Os famas são os do tipo certinhos. Viajam e marcam data, hora e clima para chegar ao destino. Não gastam muito (a não ser que o dinheiro seja dos outros), pão-duros, seguros de sua insegurança, irritam pelo excesso de zelo e de trabalho. Os cronópios são desajeitados. Quando, nas férias, chegam à praia, está chovendo e não encontram vagas no hotel. Ficam na chuva e a vida continua linda. Saul Bellow divide os humanos em: os beers e os becomers. Beers, são "os que são" e becomers, "os que serão". Os beers não querem mudar; já chega o que são, previsíveis, seguros. Becomers são inseguros, incertos, nômades.
Bacana, não!? No mundo de hoje eu não consigo identificar essas duas raças. Ou melhor, tipos. Há muitos famas com cabelos compridos, tatuados e discursos arrojados. Há muito beers que se mostram nômades, inseguros, mas após dez anos convivendo com um beer desse, você nota que se enganou redondamente. O beer tava camuflado de cronópio. Mas num pio vira beer.
Minha classificação nova: a) pastéis (aqueles que tanto faz o recheio que se põem neles); b) famas2 (aqueles que apreciam as suas fotografias); c) beers2 (primos dos famas2,); d) malucos beleza (meus amigos do humor, das charges); e) os indesejáveis. Incluo-me nesse grupo. Sobretudo ultimamente. Detestaria ser um beer camuflado. Quando eu fizer uma tatuagem, vai ser para valer. E não para me fantasiar de moderno. De cronópio. Uia, que nojo dos fantasmas.
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Temos também a classificação de Jorge Luis Borges. Linda!
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