TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

É bom ler ...


Veja a entrevista de Roberto Romano para a TV Cultura S. Paulo. AQUI


Paulo Markun: Boa noite! No Brasil a corrupção custa um bilhão e quinhentos milhões de reais por ano, só em perdas indiretas. Em cada real desviado, um real a menos em obras públicas, saneamento básico, educação e outras tantas ações que poderiam melhorar a qualidade de vida da população. Escândalos sucessivos pioram a avaliação do país no exterior e os negócios sofrem com a falta de credibilidade. A ausência de transparência nos três poderes é apontada como um dos principais entraves no combate à corrupção no Brasil. Para o convidado desta noite do Roda Viva a solução para o final da corrupção está em uma mudança radical na estrutura do Estado brasileiro. Para debater este assunto o Roda Viva recebe Roberto Romano, professor de ética e filosofia política da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas em São Paulo. O Roda Viva começa em instantes.

[intervalo]

Paulo Markun: A máxima de sempre levar vantagens custa caro aos cofres públicos brasileiros. O chamado jeitinho brasileiro atrapalha os negócios e é apresentado como um dos principais culpados pela corrupção no país. A lista de personagens é imensa e cresce a cada dia. Os mais recentes surgiram a partir da nova operação da polícia federal apelidada de “Navalha”. Uma coisa é certa, esta não será a última, outros casos de corrupção estão aparecendo e ainda irão acontecer.

[Comentarista]: Um levantamento feito pela ONG Transparência Internacional deixou claro que o Brasil não aplica recursos devidamente e ainda desperdiça verbas. Pelo índice de percepção de corrupção, divulgado no ano passado, Finlândia, Islândia e Nova Zelândia lideram o ranking como os países mais honestos numa medida que vai de zero a dez. O Brasil caiu oito posições e ocupa agora a posição número setenta com uma pontuação de apenas 3,3 pontos. O Haiti está na última colocação com 1,8 pontos. O brasileiro ficaria 23% mais rico se o país conseguisse equiparar nosso índice de corrupção ao do Chile, a nação menos corrupta da América Latina, constatou a FIESP. Parte da opinião pública só enxerga corrupção nos poderes do Estado, mas há desvios em muitas áreas. Ao pagar propina, contratar serviços sem notas e com desconto, subornar o guarda da esquina, estamos todos auxiliando a máquina da corrupção. O entrevistado do Roda Viva desta noite é o professor de ética e filosofia política da Unicamp, Roberto Romano. Ele é autor de inúmeros artigos sobre ética, democracia e direitos humanos e participou de conferências e palestras no país e no exterior sobre o tema. Romano defende alteração na estrutura do Estado para combater a corrupção. Para Romano, as mudanças deveriam começar pelo foro privilegiado para políticos. Roberto Romano considera também que a estrutura dos partidos políticos precisa mudar, já que, segundo ele, eles são fracos e altamente oligartizados.

Paulo Markun: Para entrevistar o filósofo e professor da Unicamp, Roberto Romano, nós convidamos Carlos Marchi, repórter e analista de política do jornal O Estado de S. Paulo; Alon Feuerwerker, editor de política do jornal Correio Brasiliense; Alexandre Machado, diretor de jornalismo da TV Cultura; Tereza Cruvinel, colunista do jornal O Globo; Fernando Rodrigues, colunista e repórter do jornal Folha de S Paulo em Brasília; e Carlos Graieb, editor executivo da revista Veja. Também temos a participação do cartunista Paulo Caruso, registrando com seus desenhos os principais momentos e os flagrantes do programa. O programa Roda Viva é transmitido em rede nacional de TV pela TV pública para todo o Brasil. Boa noite, Roberto Romano.

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