TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

domingo, 29 de maio de 2011

Feminicídio na Guatemala

Imagem: Dali

Guatemala
Organizações constatam aumento da violência contra mulheres
Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital AQUI
O aumento da violência contra as mulheres na Guatemala é motivo de preocupação por parte de diversas organizações sociais. De acordo com um informe do Grupo de Apoio Mútuo (GAM), publicado no início deste mês, os casos de feminicídio aumentaram entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010.

Registrou-se 167 mortes femininas nos quatro primeiros meses de 2011, um aumento de 11,3%, já que em 2010 houve 150 feminicídios no mesmo período. O GAM cita dados do Instituto Nacional de Ciências Forenses (Inacif), que registrou 608 mulheres mortas pela violência em 2010.

No último dia 12, a Anistia Internacional (AI) divulgou um informe sobre os direitos humanos na Guatemala, em que destacou a brutal incidência do feminicídio. O documento cita dados da Procuradoria dos Direitos Humanos: 695 mulheres foram assassinadas de forma violenta em 2010. Contabilizando as mortes desde 2004, o número se eleva a quase 4.400 vítimas de feminicídio.

Apesar de uma lei contra o feminicídio ter sido aprovada em 2008, a impunidade é quase total. Em um informe apresentado em abril, a comissionada presidencial contra o feminicídio, Alba Trejo, alertou que 98% dos casos não são solucionados na justiça.

Que o diga Jorge Velásquez Durán, há mais de cinco anos lutando para saber quem matou sua filha, Claudina, com um tiro na cabeça, na Cidade de Guatemala, capital do país. Pela mesma situação de impunidades passa o caso da jovem Mindi Rodas. Ela foi atacada brutalmente pelo marido em 2009, tendo o rosto desfigurado e, em dezembro do ano passado, foi assassinada. O esposo foi sentenciado, mas nunca chegou a ser preso.

Para a Anistia Internacional, o fato se deve a uma "cultura de impunidade” herdada da guerra civil que marcou o país entre 1960 e 1996. "Altos níveis de violência e uma falta de vontade política somados a antecedentes de impunidade significam que as autoridades são a incapazes de processar os autores, ou não lhes importa. Os autores sabem que não serão castigados”, diz.

Feminicídio como "mensagem”

As organizações de direitos humanos e feministas destacam uma peculiaridade da Guatemala e outros países da América Central: feminicídios cometidos por gangues ligadas ao crime organizado e ao narcotráfico.

Nestes casos, a violência contra as mulheres não ocorre por motivos passionais, mas para demonstrar poder sobre um território e superioridade frente aos rivais. Na maioria das vezes, as vítimas nem sequer têm alguma relação com os criminosos.

O texto Feminicídio na Guatemala: Cronologia da Impunidade, produzido pelo site Feminicidio.net, analisa este fato. "Os corpos das mulheres são destruídos e exibidos como um mecanismo de diálogo entre os destinatários – diretos e indiretos – das zonas em disputa, das mensagens enviadas por meio da letalidade e da misoginia imputadas e demonstradas pelo autor ou autores destes delitos contra as mulheres”, esclarece.

Segundo a imprensa local, somente nos últimos três dias foram registrados seis casos do tipo. Duas mulheres foram decapitadas e suas cabeças foram encontradas em uma mala, na porta de uma fábrica de sapatos. No último dia 25, o corpo desmembrado de uma mulher foi encontrado em uma sacola de nylon.

Com informações de agências e feminicidio.net

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