Foto sem crédito
de Dante Mendonça, cap-tirado do Blog do SOLDA aqui
Um gambá vesgo de Hollywood errou apenas uma de suas previsões para a cerimônia do Oscar, ao cravar o palpite em "127 Horas" como melhor filme. A estatueta ficou para o "O Discurso do Rei", mas de resto acertou nas vitórias de Natalie Portman como melhor atriz e de Colin Firth como melhor ator.
Sem repetir o sucesso do polvo Paul da Alemanha, o gambá vesgo do Oscar fez suas previsões durante o programa "Jimmy Kimmel Live!" e só não errou mais porque o filme “Lula, o filho do Brasil” foi barrado na Academia. Caso contrário, todos os vesgos de Hollywood iriam votar no filme chapa-branca da família Barreto.
Vesgo mas não tanto, o gambá também acertou que o único representante brasileiro, "Lixo extraordinário", não iria levar para casa o Oscar de melhor documentário. Como a maioria dos nossos cineastas são vesgos e nada modestos, o codiretor brasileiro João Jardim perdeu o Oscar mas não perdeu a pose: "Nosso filme chegou muito longe, a gente sabia que era difícil bater 'Inside job' pela sua relevância para os americanos". Caso João Jardim tivesse aparecido na plateia da Academia com aquela placa da galera de futebol “Eu já sabia!”, teria feito mais sucesso que o gambá vesgo.
Sem ser vesgo nem gambá (apesar de usar óculos e produzir grandes vinhos em Napa Valley), se fosse Francis Ford Coppola a julgar o que nos serviram na noite de domingo, diria que os vinhos californianos já foram melhores. Com exceção de “Toy Story”, o melhor longa de animação, já não se colhe mais uvas como o “Poderoso Chefão”. Para os consumidores de hoje, os melhores vinhos são aqueles com o rótulo de “A Origem”: com muitos efeitos especiais de bom gosto, mas ordinários na cepa.
Além de vesgos, os gambás precisam de muito fígado para engolir as altas doses de efeitos especiais de Hollywood. Mal comparando vinho com cinema (mesmo que ambos se harmonizem muito bem), Penélope Cruz e Javier Bardem devem concordar: as recentes safras argentinas, espanholas, italianas e francesas deixam as produções de Napa Valley, na Califórnia, com gosto de zurrapa. Do jeito que os gambás vesgos gostam.
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Para o Oscar do ano que vem, o Paraná será representado com a refilmagem do clássico “Sindicato de ladrões”. Com locações em Miami e Paraguai, o filme terá o seguinte roteiro adaptado: Brother é um graúdo que se torna pequeno ao entrar para a gangue do Porto de Paranaguá. Quando descobrem um armário abarrotado de dólares em sua casa, Brother sente-se culpado e começa a tentar consertar suas ações passadas entrando em choque com ex-companheiros do sindicato, sofrendo também as consequências.
Com Bruna Surfistinha ao lado, será um filme para nenhum gambá vesgo botar defeito.
Dante Mendonça (O Estado do Paraná/Tribuna do Paraná)
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