TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

A ÚNICA NAVALHA QUE CORTA É AQUELA DA CARNE DOS POBRES



















O José Simão, da Folha de São Paulo sintetizou o senadores e os deputados brasileiros: I LOBBY YOU! Silêncio total dos políticos com honrosa exceção do deputado Jefferson Peres. Para começar o Siba Machado, do PT, foi para a Comissão de Ética. Ético o senador? Foi ele quem pediu anistia a todos os mensaleiros. Ele que pulava nas CPIs para telefonar, dar socorro aos mensaleiros. Siba, do PT, na Comissão de ética é como por a raposa para cuidar do galinheiro. Renan Calheiros, que faz beiços e caras, fica comentando sua vida privada não responde a pergunta. A pergunta que não quer calar: Por que enviou dinheiro à mãe de sua filha via Contijo, um lobista da Mendes Junior? Por que não teve recibo das contas que pagou? O senador Renan será protegido pelo Siba, um machado que corta a corrupção para debaixo do tapete do Lula.

ALGOZES E SUAS VÍTIMAS



Creio que foi Sartre que disse: Odeiam as vítimas que bajulam seus algozes. Nestes últimos dias da segunda eleição para o nosso sindicato dos docentes e funcionários vimos a defesa da CUT por duas chapas. Esta defesa passa pelo poder que esta central deteve desde 1980 aos dias de hoje. Em 1988 quando a Articulação, "ala" do PT, desmorou a CUT no fatídico II Congresso da Central em Belo Horizonte (eu estive presente como delegada de minha instituição) e a recriou com uma hierarquia que permitiu aos bajuladores mor instituirem uma hierarquia verticalizada, a CUT apodreceu. De 1988 para cá tudo foi uma montagem. MAS, por que o apego à CUT? A CUT hoje quer money dos sindicatos. Quer estabelecer junto com Lula uma central que vai tirar dos trabalhadores TODOS OS DIREITOS conquistados desde a República Velha. As vítimas, no entanto, gostam da CUT. Esta compra-as com churrascos, passeios em congressos na praia, em cidades "bacanas". As vítimas agradecem. São sindicalistas que comem nossa contribuição sindical, que não têm emprego fixo e penduram-se nas tetas da central do Lula. É enojante como atuam, como bajulam para comer as migalhas do banquete palaciano do Lula.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

FRIO


Em Maringá outono com 4 graus centígrados. As notícias do Brasil varonil ainda são as mesmas: os políticos em Brasília escondem a cabeça, mas fica o bolso e as mãos seguram os "mimos". Operação Navalha condena senadores, deputados, governadores, ministros ao silêncio. Ninguém diz nada. Brasília se contém. Este silêncio é sinal que todos têm a navalha na mão. Brinquedo perigoso para crianças que ainda não viraram adultos.


As universidades paulistas estão em greve, os servidores da Federal do Paraná estão em greve. As estaduais paranaenses e seu governador feudal estão berrando, mas todos temos medo dele, que está viajando pela França, EUA....
Fonte da imagem: Blog Cão com pulgas, de Portugal

terça-feira, 29 de maio de 2007

REAGE, BRASIL!






Fonte: Blog do Sponholz e Blog Panorama do Mário Araújo

IRMÃO DE RICARDO BARROS E PREFEITO DE MARINGÁ USA A MÃO DE FERRO E DEMITE 28 FUNCIONÁRIOS


Fonte da imagem: Blog do Rigon

A demissão dos 28 servidores públicos de Maringá mostra a sina da cidade: uma dinastia, a dos Barros, que usa e abusa dos chamados direitos do poder. O direito de não dar voz aos funcionários, o direito de calar a voz da dissidência, o direito de somente o poder ter o direito. Muitos acusam os funcionários demitidos de ir além dos limites. BOM, no Brasil só os trabalhadores são acusados de ir além dos limites (de greve, de negociação...). As 300 operações da Polícia Federal no Brasil (lembrar também dos políticos mensalões, os estelionatários) mostram que só a elite e seus subservientes políticos passam dos limites da razão, da moral, do roubo... Esses não são demitidos, pois se o fossem, o Brasil não teria elite. Faríamos uma revolução socialista sem guerra.

LISTA DOS POLÍTICOS PRESENTEADOS PELOS MIMOS DA GAUTAMA


Câncer, de Ronald Searle



Divulgada lista de parlamentares presenteados pela Gautama

Por: Badaueonline e Folha Online Data de Publicação: 29 de maio de 2007

Ao todo, a lista enumera 225 pessoas, algumas citadas apenas pelo primeiro nome. Exemplo: os governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos podem ser 35 ao todo, mas a Folha identificou 23.Para a PF, a simples menção na lista não significa que o nomeado seja suspeito. Trata-se apenas de um ponto de partida, que precisaria ser ligado a evidências, provas e depoimentos para ter valor na investigação.Há uma menção a um ministro da Saúde, mas não há citação de qual foi esse ministro ou do presente recebido. A PF avalia que a lista apreendida se refere ao final de 2006.Na opinião da PF, a lista é semelhante a elaboradas por empresas em festas de final de ano. A Folha apurou que, entre os brindes, haveria canetas, gravatas e bebidas, como uísque. O documento ao qual o jornal teve acesso não indica quais presentes foram dados aos listados.Também aparecem catalogados como deputados e senadores vários políticos que não conquistaram novo mandato ou que estão em outras posições hoje, caso do atual ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Geddel já disse não ter relação com Zuleido e que não tem controle sobre brindes que chegam ao gabinete no fim do ano. Os três ministros de Estado que estão na lista são Geddel, Alfredo Nascimento (Transportes) e Paulo Bernardo (Planejamento). Jaques Wagner aparece contabilizado como ministro de Estado. Ele chefiou a pasta das Relações Institucionais, mas é hoje governador da Bahia. O ex-ministro Silas Rondeau, que deixou o cargo na semana passado após suspeita de recebimento de propina, também consta da lista.Os ministros do TCU que integram a lista são: Walton Alencar Rodrigues (presidente), Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Guilherme Palmeira e Benjamin Zinler.A Folha optou por não publicar a lista com prenomes que não pôde identificar. Há diversas pessoas com apenas o primeiro nome que aparecem contabilizadas como secretários de Estado e assessores.

Abaixo, segue a parte da lista com nomes identificados pelo jornal.

Deputados federais e ex-deputados
Benedito de Lyra (PP-AL),
Jonival Lucas Jr. (ex-deputado pelo PTB-BA)
Pedro Novaes (PMDB-MA),
Gastão Vieira (PMDB-MA),
Átila Lins (PSB-PI)
Jutahy Jr. (PSDB-BA),
Paulo Magalhães (DEM-BA),
Olavo Calheiros (PMDB-AL)
José Carlos Aleluia (DEM-BA),
Marinha Raupp (PMDB-RO)
Paulo Lima (ex-deputado pelo PMDB-SP)
Vicentinho (PT-SP)
Professor Luizinho (PT-SP) (o Cabo Anselmo da Reforma da Previdência de 2003)
Jorge Bittar (PT-RJ)
José Borba (PMDB-PR) ( o deputado absolvido por doença do coração)
Ricardo Barros (PP-PR) (o irmão do prefeito de Maringá que demitiu 28 funcionários públicos)
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Almerinda Carvalho (ex-deputada pelo PSB-RJ)
José Chaves (PTB-PE)
Luiz Piauhylino (ex-deputado pelo PDT de Pernambuco)
Maurício Quintela (PR-AL)
Eduardo Campos (PSB-CE)
Iberê Ferreira (ex-deputado federal pelo PSB-RN)
José Carlos Machado (DEM-SE)
Gervásio Oliveira (ex-deputado pelo PMDB-AP)
Milton Monte (PR-SP),
Humberto Michiles (ex-deputado pelo PL-AM)
Welington Roberto (PR-PB)
Ivan Paixão (ex-deputado federal do PPS-SE)
João Leão (PP-BA)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Celcita Pinheiro (ex-deputada do DEM-MT)
Osvaldo Reis (PMDB-TO)
Márcio Reinaldo (PP-MG)
ACM Neto (DEM-BA) (está tão caladinho agora)
Albano Franco (PSDB-SE)
Pedro Passos (deputado distrital do PMDB)
Carlos Wilson (PT-PE)
Senadores e ex-senadores José Sarney (PMDB-AP)
José Agripino (DEM-RN)
Teotônio Vilela (PSDB-AL)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Sérgio Guerra (PSDB-PE)
João Ribeiro (PFL-TO)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA)
Almeida Lima (PMDB-SE)
Fernando Bezerra (ex-senador pelo PTB-RN)
Waldir Raupp (PMDB-RO)
José Jorge (DEM-PE)
Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Jonas Pinheiro (DEM-MT)
Romeu Tuma (DEM-SP) ( ex-delegado)
João Tenório (PSDB-AL)

Ministros de Estado
Geddel Vieira Lima (Integração Nacional)
Alfredo Nascimento (Transportes)
Paulo Bernardo (Planejamento)
Ex-ministro Silas Rondeau, ex-ministro das Minas e Energia

Ministros do TCU
Walton Alencar Rodrigues (presidente da entidade)
Augusto Nardes
Aroldo Cedraz
Guilherme Palmeira
Benjamin Zinler

Governadores, ex-governadores, prefeitos e ex-prefeitos
Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador de Pernambuco e atual senadorMarcone Perillo (PSDB),ex-governador de Goiás
Ronaldo Lessa, ex-governador de Alagoas (PDT)
Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas (DEM)
Eduardo Braga (PMDB),governador do Amazonas
Paulo Souto, ex-governador da Bahia (DEM)
Eraldo Tinoco, ex-vice-governador da Bahia (DEM)
João Alves, ex-governador de Sergipe (DEM)
Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas (PT)
Luiz Caetano, prefeito de Camaçari (PT)
Marcelo Miranda (PMDB),governador de Tocantins
Joaquim Roriz (PMDB), ex-governador do Distrito Federal e hoje senadorJosé Reinaldo Tavares,
ex-govenador do MaranhãoAntonio Imbassahy,ex-prefeito de Salvador
Agripino Lima, prefeito de Presidente Prudente ( e dono de faculdades privadas)
Iris Rezende, ex-governador de Goiás
André Puccinelli, governador do Mato Grosso do Sul (PMDB)
Alcides Rodrigues, governador do Goiás (PP)
Waldez Góes, governador do Amapá (PDT)
Jackson Lago, governador do Maranhão (PDT)
Oswaldo Dias (PT), ex-prefeito de Mauá
Marcelo Déda, governador de Sergipe (PT)
Jaques Wagner, ex-ministro das Relações Institucionais e hoje governador da Bahia

Outros
Alexandra, ex-mulher do ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares
Comentário:
Mimos são dados aos políticos por cortesia. MAS, quem os pega, pega também a maldição. Como minha avó portuguesa Benedita dizia: Dinheiro e mimos fazem cócegas nas mãos de anjo. Imagine...

MÔNICA E POLÍCIA FEDERAL...SE NÃO FOSSEM ELES!


ATÉ QUE PROVEM O CONTRÁRIO... o senador Renan é calheiros






Renan Calheiros foi Ministro de Collor. Seguiu sua rota política. Fez parte de todos os governos. É uma dos Homo sapiens sabido (ou “çabio”). Muda governo, entra governo e ele lá, imutável político. Ontem, Renan Calheiros foi mais renan do que Calheiros. Fez a festa na mídia contando sua particular vida privada. Pergunto: o que nós temos a ver com a vida privada do deputado? O que conhecer a vida privada do Renan aumenta nossa capacidade crítica ou nossa inteligência? Noam Chomsky sempre pergunta: Discutir sobre futebol ou sobre o time que ganhou, dá a nós mais inteligência? NÃO! O Senhor Renan Calheiros fez isso ontem: ficou discutindo seu time, o dos homens públicos que não discutem DINHEIRO PÚBLICO, gestão pública, projetos públicos, Chorou, fez muxoxo, fez caras e bocas, MAS não disse porque seu portador de dinheiro (aliás, MUITO dinheiro) é o Contijo. Quando você, leitor, tem que pagar alguma conta você envia como seu portador algum empresário? Envia algum deputado? Envia algum vereador? Ou vai você mesmo? Pois é, no Brasil tem estas coisas: o homem público pensa que a vida privada dele esmorece os corações de brasileiros cansados de corrupção. Que feio, senador! Que chato! Que falta de decoro!


Enquanto isso mais notícias: até Ricardo Barros (deputado federal de Maringá, irmão do prefeito que demitiu 28 trabalhadores nestes dias) está na lista da Gautama. Até, mas segundo a Polícia Federal a lista é somente uma lista.
Imagens: do Blog do Josias

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O QUE FALAR QUER DIZER



Do Blog de Marcelo Tas


O governador baiano diz que não sabia que a lancha era do dono da Gautama.

O prefeito com R$ 450 mil em notas de dinheiro dentro de casa diz que "isso é coisa normal".

Renan Calheiros diz que deu uma força para aprovação de verbas e que "isso é coisa normal".

Renan Calheiros diz que, se seu irmão tem culpa no cartório, ele não tem nada a ver com seu irmão.

Os parlamentares reclamam que a Polícia Federal está trabalhando demais.

Os parlamentares reclamam que com "esse clima de terror" não dá para votar os projetos do governo.

O ministro Silas Rondeau se demite porque nunca foi tão ultrajado em sua vida.

Sarney e o incrível presidente do Senado Renan Calheiros decidem quem vai substituir o ministro envolvido no escândalo.


Ou seja, as mesmas raposas tomando conta do velho e sujo galinheiro.

REAGE, BRASIL!




Reage, Brasil!












BIODIVERSIDADE: 300 ANOS DE LINEU
















Do Blog Rerum Natura Imagens de Lineu e seu livro.

por Paulo Gama Mota

Vamos falar um pouco de ciências, esta desconhecida. No Brasil se conhece corrupção, violência ... mas podemos conhecer os conhecimentos...


No dia 23 de Maio de 1707 nascia, numa província do sul da Suécia, Carl Linnaeus, um dos mais importantes naturalistas do Séc. XVIII. É hoje recordado por ter inventado e implementado o sistema binomial de designação das espécies, ou nome científico, na sua obra de referência Systema Naturae (1758). Nós somos Homo sapiens, o pardal Passer domesticus, a margarida Bellis sylvestris. Designações latinizadas e escritas em itálico que permitiram a utilização internacional de um código de designação da variedade do mundo vivo. Os biólogos tendem a ser muito aborrecidos e ciosos sobre os detalhes dos nomes, dizendo que o nome genérico se escreve com maiúscula e o designativo específico em minúsculas, ou referindo um erro qualquer numa letra a mais ou a menos – e alguns nomes são complicados, como Luscinia megarhynchos, o rouxinol – porque a identificação inequívoca de uma espécie é fundamental. A latinização dos nomes era óbvia: tratava-se de superar as barreiras linguísticas de cada nação de naturalistas.
A proposta de Lineu teve o grande mérito de garantir a sistematização da informação recolhida por muitos naturalistas, que, até então, não utilizavam critérios uniformes, o que dificultava enormemente a troca de informação entre eles. Assim, a acumulação de informação que se realizou nos séculos seguintes deve muito ao trabalho de sistematização desenvolvido por Lineu. E não deixa de ser significativo que o sistema binomial de nomes científicos se tenha mantido inalterado até hoje, mais de 250 anos depois. Mas, Lineu fez muito mais do que limitar-se a propor um sistema de classificação. Foi um esforçado naturalista, que designou e descreveu cerca de 4400 espécies animais e 7700 espécies vegetais. Realizou inúmeras expedições científicas, nomeadamente a sua famosa viagem à Lapónia e incentivou e estimulou muitos outros naturalistas e curiosos a realizarem expedições com vista a um melhor conhecimento da natureza, mantendo com eles uma correspondência regular e sistematizando toda a informação que lhe era enviada. Manteve um grupo extenso de colaboradores que realizaram recolhas para essa monumental e enciclopédica tarefa. Algumas das suas obras mais importantes foram: Systema Naturae (10ª ed, 1758), Genera Plantarum (1737), Species Plantarum (1753), Hortus Cliffortianus (1737), Flora Laponica (1737), Fauna Svecica (1746), Systema Vegetabilium (1774).
Um dos seus correspondentes foi Domingos Vandelli, primeiro director do Gabinete de História Natural e do Laboratorio Chimico da Universidade de Coimbra que adoptou o sistema de classificação de Lineu para sistematizar o seu gabinete de história natural. Podemos observar hoje no edifício do Laboratorio, onde se encontra o Museu da Ciência, um conjunto de sete potes com as designações sistemáticas de classes de plantas propostas por Lineu, mandados construiu por Vandelli. A classificação proposta por Lineu incluía 24 classes, com designações como Monândria, ou Tetradynamia, ou Diadelphia, que se baseava na configuração das partes reprodutoras das plantas, particularmente da posição e número dos estames - a parte masculina. Deste modo, Tetradynamia significava 4 estames longos e dois curtos.
Na realidade o sistema de classificação das plantas acabou por ser abandonado. Mas, teve o mérito de apontar para uma parte relevante da sua classificação que tem a ver com a configuração dos órgãos reprodutores. O ‘sistema sexual’ proposto por Lineu usava extensivamente a metáfora. Ele concebeu o Reino vegetal como o templo da deusa Flora, sendo a flor um casamento de maridos e mulheres em grande liberdade. Deste modo Monandria corresponde a ‘um marido num casamento’, enquanto que Polyandria ‘a vinte maridos ou mais na mesma cama com a mulher’. As exposições de Lineu divertiram uns e escandalizaram outros dos seus contemporâneos. Lineu, que tinha uma verdadeira obsessão pela ordem, propôs níveis taxonômicos superiores para agrupar os organismos. Além da Espécie e do Gênero, propôs a Ordem, a Classe e o Reino, níveis taxonômicos que ainda hoje se utilizam, complementados por outros, entretanto propostos como o Filo ou a família.
O fantástico trabalho de sistematização de Lineu tinha por base uma lógica de organizar e sistematizar o mundo vivo. Mas, as classificações eram assumidamente arbitrárias. Hoje a nossa interpretação da classificação taxonômica é diferente. O maior parentesco entre as espécies reflecte a sua história evolutiva passada e a partilha de antepassados num dado momento da história da vida no planeta. Por isso, desde 1859, é muito mais fácil decidir da classificação dos organismos, por o critério ser o da sua evolução e não um critério mais ou menos arbitrário. Com o advento da biologia molecular passamos a poder ler diretamente o código de instruções de produção de um organismo. E, naturalmente, organismos mais próximos evolutivamente partilham mais instruções. Por exemplo, nós partilhamos cerca de 98% desse código com os chimpanzés, os nossos parentes vivos mais próximos. A análise de seqüências do DNA permite atualmente abrir uma janela sobre o passado evolutivo das espécies que os taxonomistas não imaginavam possível há 50 anos atrás.
E as descobertas neste domínio vão continuar.
Por outro lado, o trabalho de classificação e identificação das espécies é fundamental para avaliarmos o que está a acontecer à biodiversidade no planeta. Devido à fragmentação de habitats e à sua destruição estamos a assistir à maior extinção em massa dos últimos milhões de anos. Um estudo publicado na Nature em 2004 estima que, sob efeito do aquecimento global do planeta, entre 15 e 37% de todas as espécies existentes actualmente estarão extintas por volta de 2050, dependendo da sua capacidade de se deslocarem!Aproveitando os 300 anos do nascimento de Lineu, importa que desenvolvamos ações para limitar a catástrofe.

TODO MUNDO GRITA E NINGUÉM TEM RAZÃO


AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA? Quando? Como?

E os reitores? Sindicatos? Estudantes?
DO BLOG DE ROBERTO ROMANO





Roberto Romano: professor titular de Filosofia da Unicamp'Todo mundo grita, ninguém tem razão'EntrevistaPara filósofo, está na hora de o governo reunir representantes dos 3 poderes e chamar universidades para discutir a autonomiaSimone Iwasso.


Um grande palco, com diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas com os holofotes apontando excessivamente para um pequeno trecho de cada vez. Sem enxergar o contexto, o restante que pode explicar e ser contrapeso ao que está sendo ressaltado fica de fora. Assim, todos estão dizendo a verdade e todos estão mentindo, já que cada recorte só fica verdadeiro se visto em ligação com o todo. A alegoria, retirada de um livro do alemão Erich Auerbach, é usada pelo filósofo Roberto Romano, professor titular de Filosofia da Unicamp, para analisar o impasse que se instaurou na USP desde o início do ano com o debate sobre a autonomia, motivado por decretos do governador José Serra (PSDB). Para entender a situação, o professor retoma a Constituição de 88, que garantiu a autonomia universitária, e a falta de regulamentação que se seguiu após sua promulgação - responsabilidade, segundo ele, dos sucessivos governos, ministros, parlamentares, reitores, professores e movimentos estudantis.

O senhor considera que a autonomia universitária está em risco?

RR: É evidente que há risco. Os decretos em cascata do governo definem padrões de administração. Dissolver a estrutura do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e colocar o secretário de Ensino Superior como presidente quando havia um mandato em vigência foi uma espécie de demissão sem cerimônia da reitora. Depois veio uma série de decretos que seriam aparentemente uma prestação de contas, mas que também são mudanças estruturais de alocação de recursos. Universidade tem departamentos, setores, conselhos. As pesquisas são feitas não de maneira sincrônica, mas cada uma com um tempo e necessidade; uma demanda mais material, outra menos. Uma coisa é prestar contas, outra é passar sob a égide do governador.O governo devolveu a presidência do Cruesp aos reitores e afirmou que os decretos são para todos os setores do funcionalismo, mas não atingem as universidades.


RR: Tudo isso vêm na forma de procedimento habitual do Executivo nacional - federal, estadual ou municipal. Primeiro ele faz o que deseja e depois pede desculpas. Não consulta, não fala, não discute. Reitores foram tomados de surpresa, apenas comunicados. Pinotti foi reitor da Unicamp, Serra foi professor. Mas, quando agem como o Executivo, deixam a prudência de lado e mesmo idéias boas são totalmente mal recebidas porque jogadas de surpresa. Nesse caso, existe um propósito teoricamente bom que é a prestação de contas, mas não houve negociação.


É possível dizer que alguém está com mais razão nesse debate?

RR: Vou usar uma imagem do Erich Auerbach, no livro Mimeses, quando ele fala da técnica das luzes, do efeito holofote. Você tem um grande palco, onde diversas coisas acontecem sincronicamente. Na hora da luta, você ilumina somente um ponto do palco. Aquilo que você ilumina é verdadeiro, mas, ao focar a luz em só um ponto, fica falso. O que estamos vendo é que estudantes colocam o holofote num pedaço do palco e o governo coloca em outro. Os dois estão dizendo a verdade e os dois estão mentindo. É preciso tempo e paciência para iluminar todo o palco.


Qual é então a situação da autonomia?

RR: A autonomia universitária não foi regulamentada no plano federal até hoje. É um mandamento sem nenhum corpo, uma idéia sem ossatura. Ela foi colocada na Constituição pelo Florestan Fernandes, que estava preocupado com as instituições de pesquisa. E segue o princípio da Constituição, que é a autonomia dos Estados, dos municípios, dos poderes. Veja o Ministério Público, quanta coisa se fez a partir da autonomia. Ela andou lentamente, mas andou - tanto que os últimos retoques nesse ponto foram dados no ano passado. No caso das universidades, nada foi feito. É necessária uma regulamentação que estabeleça normas, e a falta disso é culpa dos sucessivos governos federais, dos ministros da Educação, dos parlamentares e dos reitores das universidades federais, porque não interessou, nesses anos todos, discutir seriamente a autonomia. Eles preferiram manter a garantia de liberar recursos batendo na porta, usando influência junto a ministros.


O Estado de São Paulo, em 1989, fez um decreto sobre a autonomia. Não foi um começo?

RR: Qualquer decreto para as estaduais se empalidece se não é baseado na autonomia das federais. Ninguém levou a sério a regulamentação e a implementação da autonomia universitária. Ficou um princípio morto, que não traz nenhum benefício para ninguém. O decreto de São Paulo, de 1989, do então governador Orestes Quércia, não traz garantias, até porque pode ser revogado a qualquer momento. Na época do Fleury, o governo repassava menos verba para as estaduais e os reitores não reclamavam porque sabiam que dependiam de um decreto que podia ser revogado. Na Constituição do Estado, a Fapesp tem garantida sua autonomia de recursos, um processo encaminhado pelo Montoro. Para as universidades, não há isso. E aí entra a culpa dos sucessivos governos, reitores, professores e movimento estudantil. Não é possível dizer que os docentes são inocentes, que essa questão caiu do céu agora. Basta um pouco de boa-fé e conhecimento jurídico para saber.


Ações judiciais questionando os decretos seriam alternativa?

RR: Não adianta discutir o princípio da autonomia porque ele já está na Constituição. Mas também ninguém pode cobrar do Estado o respeito absoluto a isso, porque não há nada resolvido. Na hora da briga, sempre aparece alguém querendo ter toda a razão. É a imagem dos holofotes. Não há nenhum entendimento no lado docente, nem no dos estudantes, nem nas cúpulas das universidades. Também não há entendimento na Assembléia e no governo. Quanto a essa questão, a única esperança seria a Constituição federal, mas ainda não há essa regulamentação. Se você entra na Justiça, como vai agir uma casa como o Supremo Tribunal Federal (STF)? Ele terá de dizer que os decretos operam nessa franja, nesse vácuo. Repito, a falta de responsabilidade sobre a situação é de todo mundo. Outro exemplo: até hoje as estaduais não encaminharam uma solução para a aposentadoria dos professores, não se criou um fundo de pensão. Isso é uma maneira de ficar na mão do governo.


A academia estaria disposta a retomar essa discussão?

RR: As pessoas falam do governo, dos estudantes, dos professores como se fosse um monobloco. E isso não é verdadeiro. Você tem o secretário com sua opinião, o governador que ainda não manifestou claramente o que pensa sobre a essência da questão e a base parlamentar. Do lado docente e estudantil, também não é monobloco. Temos desde esses grupos que agem como fascistas para impor sua opinião até pessoas sérias, que não concordam com essa invasão da reitoria, não concordam com essa maneira de protestar, mas que estão realmente preocupadas com a autonomia. É preciso colocar os holofotes em todos os cantos do palco.


Esse momento muito heterogêneo de discussão seria uma oportunidade para propor uma debate sobre a regulamentação?

RR: Está na hora de o governo reunir representantes dos três poderes e chamar universidades, especialistas em ciência e tecnologia para elaborar um plano com base em estudos jurídicos. Se vão abrir um clube, fazem estudos jurídicos, discutem com a sociedade. Agora, para uma coisa tão séria quanto a autonomia das universidades, ou se discute em praça pública ou fechado em gabinetes.


Existe também o fato de outras reivindicações entrarem no protesto de alunos, professores e funcionários.

RR: Um elemento que me deixa muito irritado é o oportunismo de alguns setores. Autonomia é uma coisa gravíssima, política, social, científica e tecnológica. Não dá para misturar com 3% de aumento. É oportunismo atroz. Parece que está se comparando autonomia com aporte de R$ 200 nos salários. Se a gente diz que o governo está errado, você é elogiado. Se fala que os reitores estão errados, aí é vaiado. A impressão que passa é a de que a universidade é muito competente e eficiente na hora de estudar as situações da sociedade, mas, quando se trata de temas internos, há uma grande dificuldade.RR: Eu disse uma coisa semelhante em uma reunião do conselho de graduação da Unicamp. Está na hora de a universidade começar a tratar seus assuntos internos com o mesmo rigor e exigência que dispensa para a física, a lógica, a química, a matemática, as ciências de maneira geral. Ela trata de suas questões, até hoje, empiricamente. Todo mundo grita, ninguém tem razão.


Quem é:Roberto RomanoParanaense, 61 anos, leciona História da Filosofia Moderna na graduação do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e Ética e Filosofia na pós do mesmo instituto Autor de Conservadorismo Romântico (Ed. Unesp) e Caldeirão de Medéia (Ed. Perspectiva)

Foi vice-diretor da Faculdade de Educação da Unicamp


Comnetário: participei 2 anos de uma comissão chamada Comissão de Autonomia na Universidade Estadual de Maringá. Na troca de reitores, de governador...o Conselho Universitário abandonou nossos estudos. Eu o tenho em casa. Será que minha universidade guardou uma cópia? Sabe, Deus!

sábado, 26 de maio de 2007

A JUSTIÇA É CEGA

Batman olhando Gothan City Brasília
































RENAN CALHEIROS ENCALHA E NÃO QUER FALAR




Do BLOG do JOSIAS (aqui)




(Folha, Sérgio Lima)

Foto de Mônica, a jornalista mãe. de L. Marques

Há sete dias que o senador Renan Calheiros não faz senão explicar a amizade que o une a Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama e estrela da Operação Navalha. Pois uma reportagem da revista Veja (assinantes) desta semana informa que o presidente do Congresso tem vínculos ainda mais estreitos com uma outra empresa, a Mendes Júnior, uma das maiores empreiteiras do país.

Segundo a reportagem de Veja, escrita pelo repórter Policarpo Jr., um lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, exerce em Brasília o inusitado papel de “mantenedor” de Renan Calheiros. Paga-lhe parte das contas. Por exemplo:

• O lobista põe à disposição do presidente do Congresso um flat num dos melhores e mais caros hotéis de Brasília, o Blue Tree. O flat, número 2.018, usado para compromissos que exijam discrição, está em nome de Cláudio Gontijo.

• Gontijo também pagou, até março passado, o aluguel de R$ 4.400 mensais de um apartamento residencial, em Brasília. O imóvel tem quatro quartos e fica em uma área nobre da Capital. Nele morava, até recentemente, a jornalista Mônica Veloso, com quem, segundo a revista, Renan tem uma filha de três anos. No contrato de locação, o lobista assina como fiador.

Gontijo também pagava R$ 12 mil mensais de pensão para a filha do senador com a jornalista. A pensão foi bancada pelo lobista da Mendes Jr. de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado.

• O lobista, de resto, ajuda nas campanhas do senador Renan Calheiros e nas de sua família. Já ajudou o próprio senador, seu filho e seu irmão.

Levantaram-se detalhes dos repasses que, a pedido de Renan, o lobista da empreiteira fazia para Mônica Veloso: “Todos os meses, a jornalista ia ao escritório da Mendes Júnior, no 11º andar do Edifício OAB, situado na Asa Sul, onde pegava um envelope branco, timbrado, com o endereço, os telefones e o nome de Cláudio Gontijo. O envelope era identificado com suas iniciais – MV. Dentro havia sempre R$ 16.500. Era o aluguel mais a pensão de R$ 12 mil para a criança.”

Ouvida, a Mendes Júnior diz que isso tudo é "questão pessoal" de Gontijo. Alegou desconhecer os pagamentos. Depois da publicação da reportagem, reiterou que, de seu caixa, o dinheiro para Renan não saiu. Mônica Veloso preferiu não se manifestar. O lobista reconheceu que conhece o presidente do Congresso. "Ele é meu amigo, nada mais". Admite que entregava dinheiro para quitar as despesas de Mônica Veloso. Diz, porém, que os recursos não eram nem dele da empreiteira. De quem era? "Só posso dizer que não era meu."

Procurado por Veja, Renan Calheiros disse: "O dinheiro era meu", afirmou. Se era assim, por que o lobista fazia a intermediação? O presidente do Congresso afirmou que não trataria de um tema que se encontra sob segredo de Justiça. Aos pouquinhos o presidente do Senado vai se tornando um personagem obrigatório de uma CPI que, por dever regimental, talvez tenha de instalar. Aliás, embora tenha insinuado, há dois dias, que assinatira o requerimento da comissão, Renan não assinou.

CARAS, COALIZAÇÃO E CAPTAÇÃO DE RECURSOS ALHEIOS





















Fonte das imagens: blog do Roberto Romano, Josias e outros...

Perguntas aos psicanalistas:
1 - Por que os políticos - senadores, ministros, deputados e vereadores - têm uma necessidade tão grande de ganhar "mimos" (relógios, carros, casas, pagamento de escola da filha, passagens aéreas, granas mil)?

2 - Por que os políticos brasileiros gostam de puxar o saco do poder?
3 - Por que os políticos brasileiros gostam de passear na lancha dos empreiteiros, de pescar com os donos de frigoríficos, de pagar aluguéis de pavilhões de eventos de empresários?
4 - Por que os polícos brasileiros não gostam de estudar? De ler bons livros? Por que falam tão errado? Por que desdenham os professores?
5 - Por que os políticos brasileiros fazem caras e cenas patéticas (engrossam a voz, gritam, descabelam...)?
6 - Por que os políticos brasileiros gostam TANTO de dinheiro?
7- Por que os ministros do Lula estão caindo como dominó empilhado?

8- POR QUE SORRIEM TANTO?

ALÔ, senador Renan, qual é a tua?

COM QUE CARA, COM QUE CARA, EU VOU AO SAMBA QUE VOCÊ QUE ME CONVIDOU?


Ronald Searle



O senador Renan está embrulhado no papel da coalização, mas a Polícia Federal desatou um fio do pacote lulês. Lula disse que a Polícia Federal está exagerando. Pois é, desse jeito a coalização toda será pega com as mãos na propina. Quem não recebeu propina nesse governo Lulista? O que nos diz a oposição? Sr Aécio? Sr José Serra? Os candidatíssmos à presidência desta República propinesca?






Oposição e situação: qual é a sua cara?









sexta-feira, 25 de maio de 2007

DEPUTADOS PARANAENSES QUEREM AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS ESTADUAIS FORA DO PÁREO

La Chasse, de Ronald Searle, chargista inglês, 87 anos. Mora na França.
Enviado pelo Guz, também chargista e mineiro.

QUANDO OS BARROS SE REPETEM










A família Barros chegou a Maringá e instalou-se como cacique local. O pai foi prefeito, o filho Ricardo também, e o filho Silvio é prefeito. Um tipo de mandonismo local apoiado pelo empresariado. O irmão de Silvio, Ricardo, outrora inimigo do PT, agora é um dos “manda-chuva” em exercício em Gothan City (quero dizer, um aliado) vulgo Brasília, capital das Operações Policiais e do país, infelizmente. Silvio, empresário em outro estado, veio, viu e venceu as eleições em Maringá. Tomou a cidade, desmanchou o Hospital Municipal, deixou a cidade esburacada, deixou o corte de árvores nas mãos de uma ONG amiga, uma rede de cargos comissionados apareceu na prefeitura, uma escola falece às minguas, diretoras foram indicadas pelo dedo-mor, provocou uma greve de funcionários públicos (havia prometido aumento salarial em seu programa de candidato), alguns secretários foram pegos usando tratores públicos para serviços privados (o último foi o Sidnei Telles, da Renovação Carismática e político local)...

Li no Blog do Ângelo Rigon que pagou R$6 mil por dia de aluguel ao Parque de Exposição, na famosa festa de bois, carneiros, vacas leiteiras ... uma festa de ricos (Sociedade Rural de Maringá) financiada por pobres (já que o ingresso é caro e o dinheiro do aluguel é nosso). POIS com tudo isso o prefeito empresário do PP (partido “progreçista”, que apóia o PAC da Dilma Roussef e do Lula) DEMITIU 28 professores que fizeram greve em 2006. a mão do prefeito é suave com o amigos empresários, mas pesada com trabalhadores. MAS, para alguém que segue o pai e o irmão, nada mal. Mal para os 28 trabalhadores. O irmão também arrasou a cidade. Há males que se repetem.


Meu APOIO aos trabalhadores que agüentam os míseros salários enquanto somos obrigados a tolerar o rio de CCs, aluguéis de R$6 mil reais POR DIA ...ÊTA, Barros!




PARANÁ: TRISTE TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO


Ontem postei duas MÁS notícias no meu blog da UOL. No Paraná todos se sentem livres para BOTAR suas mãos nada leves nas Universidades Estaduais Públicas. Mãos vorazes, mãos que matam, mãos que mancham. Na gestão LERNER, considerado um governador erudito, culto (afinal é arquiteto), as Universidades quase foram vendidas via famoso Projeto 32/2002. Os empresários da cidade agitaram-se como moscas presas em teias de aranhas. Eufóricos ficaram. AGORA na segunda gestão do governador do PBMD, Reiquião, a repetição de faz: estamos presos a um conjunto de deputados que querem marcar as datas dos vestibulares das universidades públicas. MAIS: o governador PROIBIU AOS PROFESSORES a saída para outros estados em eventos, bancas...feudalismo? A lei pode-se chamar ODE AOS PROFESSORES! O governador ODEIA intelectual. Que bom! Sinal de que somos diferentes dele.





Segue comentário muito emocionante do professor Roberto Romano. Abri este novo BLOG para deixar o comentário completo, coisa que em meu Blog da UOl fica impossível. Doravante, passo a escrever aqui. MEDUSA seria outro nome para o BLOG.


Comentário do Professor Romano:
Paranaense, não raro sinto vergonha do Estado onde nasci. Na infância, Lupion. Minha mãe professora, escolas modernas, imitando o estilo de Brasilia, aulas sem retribuição de salário, sem materiais escolares, sem merenda. O alvo uniforme dos alunos, mal escondia o desânimo dos mestres, que além de tudo ensinavam à noite o beabá aos adultos analfabetos. Estradas poeirentas ou enlamaçadas, como símbolo da política. Depois, no poder do Estado uma série de nulidades ou de indivíduos sérios, mas sem mudar as regras medíocres do tacão, a marca registrada de toda oligarquia. O servilismo dos funcionários, sua prepotência contra os cidadãos. Andejei pelo norte paranaense de Londrina a Nova Esperança (antiga Capelinha). Deserto de gente, de liberdade, de cultura. Parte de minha familia voltou para São Paulo, em Marilia. Nas idas e vindas entre Marilia e Londrina, a estrada asfaltada paulista, a de terra e barro (mais valetas) no Paraná. A balsa que atravessava o rio, os ônibus (Viação Marilia-Iepê) que patinavam na lama, empurrados por todos os homens, mesmo os de 12 anos. O rosto marcado pela poeira, como triste máscara de um teatro sem nenhum sentido. Em toda porta de casa pobre ou mediana, um facão para limpar os pés que recolhiam barro das ruas, como se fossem um segundo pé, espécie de peso a prender cada um e todos ao atraso. Os facões limpavam os pés, mas não as almas. Um tanto antes, guerra de bandoleiros, a serviço da grilagem, doenças estranhas, falta do mínimo vital. E Londrina que crescia impiedosa, correndo em busca de ouro, verde ou de qualquer outra cor da desgraça travestida de esperança. E o Cine Ouro Verde, luxuoso como a elite, inútil como ela. Servilismo, servilismo. Na volta ao Paraná, décadas após...servilismo. Integrei a Comissão de Reconhecimento da Unicentro, Guarapuava. Um mes antes, fui convidado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro para participar de Encontro nacional de universidades estaduais e municipais. Chegando ao saguão do encontro, dou uma gargalhada imensa. Em mesas adrede preparadas, jornais das universidades todas. Em cada um dos pasquins, a mesma seqüência. Na primeira página, o reitor concede medalha à vaca vencedora do concurso de pecuária, segunda página o reitor entrega medalhas ao time de basquete, na terceira página o reitor faz um discurso ao inaugurar a cantina do campus, terceira página....(não, leitor, não direi uma inverdade, mas com certeza a seqüência real seria que na terceira página o reitor sentado no troninho pensando da única maneira acessível a ele). Sempre o reitor, o Benefactor tiranete populista. Ao me dirigir à sala da palestra, sou informado que um dos participantes fora substituído por outro, que em princípio só falaria no dia seguinte. Normal. Mas também me disseram o motivo: o substituto era reitor de uma universidade do Nordeste, e seu nome (nome!) terminava com "inho". E ele queria "prestar contas" de sua administração uns dias antes de terminar o seu mandato. E o dia era aquele, fatídico. Ouvimos uma longa e tediosa exposição, molhada com lágrimas, sobre os grandes feitos da pessoa: instalou um serviço de saúde, asfaltou algumas ruas, deu uma festa junina, esteve no palácio do governador tantas vezes....No final da arenga, lágrimas e muitas palmas dos seus colegas reitores. Emocionante. Quase duas horas depois, começa o seminário. Ou melhor, foi tentado o começo do seminário. Segundo o que me foi pedido, levei uma palestra escrita sobre o conceito de democracia em Rousseau (o tema do congresso era a revisão constitucional). Enquanto tentava ler o meu texto, um grupo grande de reitores se reuniu nas portas da sala, rindo e contando piadas indecentes em voz altíssima. Lembrei o enterro recente de um tio: na beira do caixão, gente chorosa, um pouco mais longe, conversas animadas. E na porta, piadas pornográficas ouvidas alto e bom som por quem estava ao lado do ataúde...Enquanto eu buscava ler o texto, o barulho dos alegres reitores aumentava. Cortei metade do que tinha a dizer e encerrei. Acabou o seminário. Dirigi-me propositalmente ao grupo que estava na porta, rindo às bandeiras soltas. Fui informado de que todos eles eram...do Paraná. Fiquei tão furioso que cancelei duas outras apresentações, a serem feitas no dia seguinte. Subi ao lugar onde guardei a bagagem e desci para tomar o táxi. No elevador, encontro dois dos reitores gargalhantes. Um deles, com arrogância e grosseria disse na lata :"sabe, professor, não me interessa o bla-bla-bla filosófico" (comentário Marta Bellini: creio que sei quem é esta antalógica). Retruquei que o tema da revisão constitucional exigia, das pessoas honestas intelectualmente, análises da gênese do conceito de cidadania, república, etc. Mais risos e caçoadas.Até aqui, a parte menos grave. Passo à que representa a espinha paranaense (SALVO, SALVO, SALVO AS EXCEÇÕES, RARÍSSIMAS). Fui nomeado, como disse, para integrar a Comissão de Reconhecimento da Unicentro um mês depois das cenas deprimentes no Rio de Janeiro. Tomo o avião da TAM e desço no aeroporto onde sou recepcionado pelo Professor Ubaldo Puppi, presidente do Conselho Estadual de Educação e, just for the record, meu padrinho de crisma. Conhecia o Dr. Puppi desde a minha adolescência em Marilia. Dele recebi as primeiras lições de filosofia. Ele, que fora secretário em Paris de Jacques Maritain, foi perseguido em 1964, precisando comer o diabo que o pão amassou nas mãos da direita mariliense. Tratava-se de uma inteligência superior em alma boníssima. Passada a emoção de um re-encontro, após anos de distância, quem vejo ao meu lado, vermelho, confuso, não sabendo onde enfiar os pés e as mãos? Um dos reitores gargalhantes e arrogantes. "Desculpe, professor, eu não sabia...". Frase terrível. Ele não sabia que, um mes depois da sua alegre participação em seminário que deveria ser sério, o suposto palhaço poderia julgar sua universidade, dando-lhe permissão ou negando a sua continuidade. Ele não sabia que o idiota poderia ser...poderoso, pelo menos momentâneamente. Esta parte causou-me maior dor de estomago, para não dizer ansia de vômito, do que a das piadas. Paraná....Enfim, cara Marta Bellini, entendo a lógica dos deputados e do governador paranaense: eles mandam, tem o poder. E só existe para eles quem for poderoso, explicitamente poderoso. O resto é escravo. E, tristeza, eles têm razão! Paraná....

Receba, cara professora, com os seus colegas que se levantam contra a tirania habitual paranaense, o meu abraço.

Roberto Romano

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