TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

RECEBI E REPASSO...



Cheguei ...



... em casa, no final da tarde chuvosa, me sentindo assim... AZUL!

Street art

Amanhã será mais difícil fazer post. Mas, não abandonei o blog, não! Abraços!

E na Grécia....

Não sabemos para onde vamos, temos medo do futuro: É o que disse esse jovem na Grécia na manifestação dessa semana. Hoje, veio a notícia do parlamento: deputados gregos aprovam as medidas impostas pelo FMI. A Grécia tem um grau de corrupção terrível. Esses representantes dos corruptos matam os serviços públicos, estraçalham os salários, despedem funcionários. ...


Veja no BLOG da JOANA LOPES (donde tirei a foto) mais fotografias de jovens e o que eles dizem de seu país.

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Alguém aí sabe definir o que o FMI?

Mikis, 85 anos



Míkis Theodorákis

De: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Míkis Theodorákis, em grego Μίκης Θεοδωράκης, (Chios, 29 de julho de 1925) é um compositor e político grego mundialmente conhecido pela trilha (banda) sonora dos filmes hollywoodianos Zorba, o Grego (1964) e Serpico(1973). Em 1980-1982 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.

Theodorákis é também conhecido por sua posições políticas de esquerda, as quais expressa abertamente (incluindo durante o governo da junta militar que comandou a ditadura grega). Militou em diversas campanhas de direitos humanos, como o conflito do Chipre, as tensões entre a Turquia e a Grécia, os ataques da OTAN contra a Sérvia, o seqüestro de Abdullah Öcalan ou o conflito israelo-palestino. Recentemente, suas declarações contra George W. Bush e Ariel Sharon suscitaram diversas críticas.

Para lembrar os economistas:



Joana Lopes lembra:




«A democracia nasceu em Atenas quando Solon perdoou as dívidas dos pobres»

Quem o recorda é Mikis Théodorakis, num belíssimo texto de que falarei mais tarde.


Quanto à batalha de ontem em Atenas, nem vale a pena mostrar imagens, já que elas
alimentaram, largamente, televisões e jornais – o sangue vende.


Para já (hoje regressarei inevitavelmente ao tema), apenas uma chamada de atenção para um severo comunicado da Amnistia Internacional, que denuncia a desproporção dos meios utilizados pela polícia.


Com dedicatória para os que falam da barbárie dos gregos e se regozijam por nós, os portugueses, sermos mais mansos do que a nossa tia.


(Reminder: Solon aboliu a escravidão por dívidas e modificou o código de leis de Drácon, que já não era seguido por causa de sua excessiva severidade.)

Braziu

No país da impunidade. Tanto faz ser da ex-querda, como direita. Centro e coisa e tal. tanto faz no partido como em outras instituições...


Do Blog de Roberto Romano

O Globo


Vladimir Palmeira não aceita volta de Delúbio Soares ao PT e deixa o partido
Plantão Publicada em 28/06/2011 às 19h25m

O Globo (opais@oglobo.com.br)


RIO - Em carta entregue nesta segunda-feira ao presidente do Diretório Municipal do PT do Rio de Janeiro, Vladimir Palmeira comunicou o seu desligamento do partido. Ele cita a volta de Delúbio Soares - expulso em 2005 por envolvimento no escândalo do mensalão - como o motivo principal de sua saída. " (...) a volta ao partido de Delúbio Soares, justamente expulso no ano de 2005, me impede de continuar nele. Pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica. Pela questão moral porque é evidente que houve corrupção: Não se pode acreditar que um empresário qualquer começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido (...)", diz trecho da carta.

ESPECIAL: Políticos notáveis deixaram o PT em meio aos escândalos e crises

Vladimir lutou contra o regime militar e foi preso em duas ocasiões. Em setembro de 1969, ele foi trocado pelo embaixador americano, Charles Elbrick, sequestrado pelo grupo guerrilheiro de esquerda MR-8, com mais quatorze presos políticos.

Vladimir Palmeira é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e foi eleito deputado federal constituinte. Em 1993, foi líder da bancada do PT na Câmara. Em 2006, o então petista saiu candidato ao governo do estado do Rio, mas perdeu a eleição para Sérgio Cabral (PMDB).

Leia a carta de desfiliação de Vladimir Palmeira:

"Ao Diretório Muncipal do PT-R.J.

Meu caro Alberis,

Venho, por meio desta, me desfilar do PT. Não o faço por divergências políticas fundamentais, embora minha carreira minoritária seja de todos conhecida. Sempre me coloquei mais à esquerda da linha oficial, mas nada que, nas circunstâncias brasileiras, me levasse a deixar o partido. No entanto, a volta ao partido de Delúbio Soares, justamente expulso no ano de 2005, me impede de continuar nele. Pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica. Pela questão moral porque é evidente que houve corrupção: Não se pode acreditar que um empresário qualquer começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido. Exigiria retribuição, em que esfera fosse. O procurador federal alega que são recursos oriundos de empresas públicas, sendo matéria agora do STF. Mas alguma retribuição seria, ou a ordem do sistema capitalista estaria virada pelo avesso.

Pela questão política porque o PT assumiu um compromisso com a sociedade, quando apareceram as denúncias: o compromisso de punir. E sustentamos que punimos. Punição limitada, na opinião dos petistas do Rio de Janeiro, que por seu DR pediram mais dureza, ao mesmo tempo que apontavam o caminho da Constituinte exclusiva para a reforma política imprescindível. Punição limitada, repito, mas efetiva.

Pela questão orgânica, porque o ex-tesoureiro não só agiu ilegalmente com relação à sociedade, mas violou todas as normas de convivência partidária, ao agir à revelia da Executiva Nacional e do Diretório Nacional.

A volta de Delúbio faz com que todos se pareçam iguais e que, absolvendo-o, o DN esteja, de fato, se absolvendo. Ou, mais propriamente, se condenando, ao deixar transparecer que são todos iguais.

Não creio que o sejam.

Já tinha definido que sairia caso o ex-tesoureiro voltasse. Mas, em primeiro lugar, tive que advertir amigos e companheiros mais próximos, sob pena de lhes causar embaraços. Por outro lado, o governo Dilma entrou em crise, em função das acusações contra Palocci. Sanada a crise, comunicados os companheiros, posso, afinal, lhe entregar esta carta.

Mando um abraço para você e para todos os que, dentro do PT, lutam por uma sociedade mais justa.

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2011.

Vladimir Palmeira"



© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Postado por Roberto Romano às 17:24
Alguem de respeito. Fora do PT.


Vladimir Palmeira decide deixar PT após volta de Delúbio
Um dos fundadores da sigla, ex-deputado disse que partido 'renegou' decisão tomada há seis anos, quando o ex-tesoureiro foi expulso
29 de junho de 2011 18h 08
Bruno Boghossian, de O Estado de S.Paulo
RIO - O ex-deputado federal Vladimir Palmeira, um dos fundadores do PT, decidiu deixar a legenda em protesto contra a readmissão do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Palmeira, que atuou no movimento estudantil durante a ditadura militar, disse que se sentiu "logrado" pela executiva nacional petista, que havia expulsado Delúbio por seu envolvimento no escândalo do mensalão, mas aceitou seu retorno à sigla.

"O partido renegou o que havia decidido há seis anos. Nós fomos para a linha de frente para defender o partido, que havia decidido expulsá-lo. Agora, quando o partido volta atrás, você fica sem cara", disse Palmeira, que foi deputado federal constituinte e deputado federal, chegando a ser líder do PT na Câmara. Em 2006, candidatou-se ao governo do Rio de Janeiro e ficou em quarto lugar. No ano passado, disputou vaga de deputado federal, mas não se elegeu.

Palmeira se disse decepcionado com a mudança de postura do partido diante do escândalo, considerado um dos episódios mais graves de sua história. "Na prática, a expulsão do Delúbio virou uma suspensão. Fizeram jantares em homenagem a ele e, no fim das contas, ele sequer foi punido", avaliou.

Segundo Palmeira, que é economista e professor, o retorno do ex-tesoureiro "é uma demonstração de que o PT está evoluindo mal", o que teria tornado sua permanência na sigla insustentável. "Hoje, o partido não tem mais tendências políticas. Você tem uma divisão constante em grupos com interesses pontuais, que votam como bem entendem, como foi o caso do debate do Código Florestal", afirmou. "Acredito que esses problemas ainda vão se agravar e é por isso que eu estou saindo."

O ex-deputado disse que ainda não decidiu se vai se filiar a outra legenda, mas descartou retornar ao PT. Para ele, as divisões dentro da legenda prejudicam os projetos do governo da presidente Dilma Rousseff. "A falta de unidade do PT certamente prejudica o governo. Todo partido muda quando chega ao governo, mas nesse caso, a mudança foi institucional demais."

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E...



Sponholz

BNDES

Sponholz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Camaleão



Indignai-vos!

Torço para os que estão nas ruas da Grécia! Quisera estar lá!

Privatize-se...



Privatize-se
Por Joana Lopes, Portugal, Blog ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA AQUI


«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote

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CONTINUO....


Privatize-se a escrita de nossos textos universitários (ditos de pesquisa) em revistas especializadas quantificadas por numerólogos privatistas que publicam ad nauseum para ninguém ler (porque estamos todos privatizados a cada dois anos). Privatize-se as consciências, as que ainda não estão privatizadas ... faz mal ter gente fora da casinha. Privatize a sua sala, seu corredor. Vigie os que não estão privatizados. Nada de conversas alegres. Nada de encontros na cantina, ela pode parecer pública. Não ria. Não converse, não se alegre. Estão chegando os putos, hijos de las putas.

Mada-kai?
















Madadayo: filme de Kurosawa. Lembrei-me dele ontem. Me perguntava, andando pelo Campus universitário, qual o sentido da vida de uma professora após mais de 26 anos de profissão, 34 anos de formada. A história de Madadayo ronda minha cabeça...

Em Madadayo (1993), todos os anos, um professor de literatura alemã aposentado, recebe a visita de seus antigos alunos para matar as saudades. Sentam-se com o professor como num ritual que o prepara para a morte, mas ao mesmo tempo, renova a vida. Bebendo e comendo juntos eles cantam: "Mada kai?" - pronto? - E o professor responde: "mada-dayo" - ainda não, eles terão que aguentá-lo por mais um ano.
Uma cena maravilhosa, para mim, é quando o gato do professor desaparece. Ele chora muito. Todos os alunos o ajudam a procurar o amigo gato. Sublime! Comovente ... A amizade do professor e seus alunos, a amizade com o gato formam a comunidade da vida.



O filme é baseado na história real do professor Uchida Hyakken, que se aposentou depois de 30 anos lecionando literatura alemã para se tornar escritor. Seu carisma e humor peculiar, conquistou o repeito e a amizade de seus alunos.


MADADAYO

Título Original: Madadayo
País de Origem: Japão
Ano: 1993
Duração: 134min
Diretor: Akira Kurosawa.
Elenco: Hisashi Igawa, Kyôko Kagawa , Tatsuo Matsumura, George Tokoro.

Che...



Guevara e Theroux
Publicado em História, Memória, Olhares a 29 de Junho de 2011 por RUI BEBIANO AQUI



Conta Pierre Kalfon, um dos seus mais importantes e razoavelmente isentos biógrafos, que numa tarde de Abril de 1964, durante uma brevíssima passagem por Paris, a caminho da União Soviética em missão diplomática da ainda jovem revolução cubana, Ernesto Guevara almoçou descontraidamente numa pizzaria da Boulevard Saint-Michel. Passeou depois, por uma boa meia hora, pelas movimentadas imediações do Collège de France e da Sorbonne. Relatará o próprio que de repente, na Rue des Écoles, um sujeito reparou no seu inconfundível aspecto – a barba rala e desalinhada, a boina preta estrelada e o dólman de caqui verde-oliva – comentando para a pessoa que o acompanhava: «Vê bem no atrevimento daquele tipo que ali vai, a tentar parecer-se com o Che Guevara!» Desde muito cedo, de facto, a figura do antigo estudante de medicina argentino viu-se colada ao ícone que excedia já o seu corpo físico, definindo-se muito para além do lugar datado e objectivo que a História lhe reservou.

De início, e durante bastantes anos, ela ganhou vida no espectro das crenças insurrectas que interpretavam as possibilidades de erguer, a contragosto da ordem estabelecida, um mundo melhor, mais igualitário e mais justo. Conquistado, se preciso fosse, a tiro de bazuca e de metralhadora. Esse é o vulto que alguns dos nossos contemporâneos, com sentido de missão ou necessidade de ratificação tribal – desde os suburbanos um tanto suspeitos da Cidade do México a alguns dos milicianos rebeldes da Líbia anti-Khadaffi –, ainda transportam, com vestígios de uma real ou imaginada insolência, em medalhas, colantes e t-shirts. Quase sem de tal se aperceberem, eles rompem porém as configurações da rebeldia e do desespero, associando-se a algo de mais amplo, mas não de imediatamente apreensível, que integra o conjunto de sinais dos quais servem habitualmente os imaginários de fuga. Aproximando-se do logótipo dos velhos cigarros Camel, do mapa irregular de uma ilha das Caraíbas gravado na publicidade colorida de uma marca de rum, das capas tentadoras dos livros de Bruce Chatwin ou de Paul Theroux. Para os quais olhamos sem grandes conjecturas, projectando a ideia da viagem, da partida, associada a uma vaga e errática noção de liberdade.

NOFA!



Bastidores do poder 29/06/2011 do BLOG DE JOSIAS DE SOUZA AQUI

WikiLeaks: Câmara de Brasília é ‘refúgio de canalhas’
Pública


Em telegrama enviado a Washington em agosto de 2004, a embaixada dos EUA no Brasil descreve a Câmara Distrital de Brasil em termos nada lisonjeiros.

Assina o documento John Danilovich, que respondeu pela embaixada até 2005. Ele descreve no texto a cassação do deputado distrital Carlos Xavier (PMDB).

Era a primeira vez que o legislativo brasiliense passava um mandato na lamina. “Um malandro a menos na galeria”, anotou Danilovich no título do telegrama.

Na opinião de Danilovich, tratava-se de uma providência alvissareira, “dada a notoriedade da Assembleia em ser um refúgio de canalhas”.

Carlos Xavier escalara o cadafalso nas pegadas do assassinato de um menor que trabalhara na campanha dele e mantivera um caso amoroso com sua mulher.

O embaixador americano enxergou a cassação com olhos de dúvida. Poderia ser o início de uma tendência anti-impunidade.

Ou “meramente serviu para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembléia Distrital”.

Deve-se a divulgação do documento à agência de jornalismo ‘Pública’. Em parceria com o WikiLeaks, a entidade divulga novo lote de papéis sobre o Brasil.

No caso da Câmara de Brasília, as palavras do embaixador Danilovich revelaram-se premonitórias.

O mensalão do DEM, escândalo subsequente, comprovaria à saciedade a existência de uma banda “canalha” no legislativo brasiliense.

Tomada pelos papéis já veiculados pela ‘Pública’, a diplomacia americana cultiva em relação ao Brasil interesses múltiplos.

O papelório enviado a Washington discorre sobre temas que vão de o reuniões com ministros às desavenças do PSDB. Há mais curiosidades que revelações.

Por exemplo: em telegrama datado de 5 de maio de 2008, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) é descrito como um privatista.

Apadrinhado por Sarney, Lobão acabara de ser nomeado por Lula. E a embaixada definiu-o assim: “Um amigo da indústria e a favor da privatização do setor elétrico”.

Ou assim: “Um ex-jornalista e político sem experiência na área de energia, em particular, que se comprometeu a se cercar de especialistas no assunto”.

A certa altura, o texto faz menção a um curioso telefonema “de cortesia” disparado pelo ministro ao embaixador Americano:

“Lobão se mostrou positivamente inclinado para formalizar negócios com os EUA”.

Noutro documento, de 16 de maio de 2008, afirma-se que o Brasil flertava com “apagões”…

…E critica-se o rigor ambiental que emperrava a concessão de licenças para a construção de hidrelétricas.

Antes de aproximar-se de Lobão, a embaixada achegara-se a uma de suas antecessoras na pasta: Dilma Rousseff.

Guindada ao cargo por Lula em 2003, alvorecer do primeiro mandato da Era petista, Dilma foi recebida na embaixada dos EUA por seis diplomatas.

O encontro virou um relatório, datado de 4 de setembro de 2003. Informa que Dilma discorreu sobre o modelo energético brasileiro e as mudanças que esboçava.

Discutia-se à época um novo marco regulatório para o setor, enviado posteriormente ao Congresso a bordo de duas medidas provisórias.

O texto não deixa dúvida quanto ao interesse dos EUA. A embaixada movia-se, informa o documento, na defesa de duas empresas americanas: NGR e Duke Energy.

Dilma mereceu bons adjetivos: “determinada”, “confiante” e “orgulhosa da transparência” que imprimira ao debate sobre a reformulação do setor energético.

Noutro documento, de outubro de 2009, a embaixada reproduz conversa da então encarregada de negócios Lisa Kubiske com um diretor da Vale.

Chama-se Guilherme Cavalcanti. Respondia pela diretoria de Finanças Corporativas da ex-estatal. Lero vai, lero vem falou de Lula.

Disse que o então presidente da República imiscuia-se na gestão da Vale, pressionando a empresa a investir em siderurgia e fertilizantes.

“Fomos pressionados pelo governo a produzir aço”, disse Cavalcanti, segundo o texto da embaixada.

“Mas eles parecem ter se apaziguado com nosso investimento de mais de US$ 1 bilhão em siderurgia.” Erro.

Sob Dilma, o governo mexeu-se para levar à bandeja o escalpo de Roger Agnelli, ex-mandachuva da Vale.

Cavalcante assiste aos resultados da intervenção a partir de outra cadeira. Hoje, responde pela diretoria de Finanças e Relações com Investidores.

- Em tempo: Aqui, você lê sobre documento que relata diálogos mantidos com Aécio Neves antes da campanha presidencial de 2010. Ele fala de José Serra…

…Aqui, um telegrama sobre o movimento Cansei, ironizado até por FHC. Aqui, texto sobre aborto.

…E aqui, relato produzido pela representação diplomática dos EUA no Vaticano em 2007, às vésperas da visita do papa Bento 16 ao Brasil.

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Creche de terceira idade



Não podia ser pior, ou hilário, ou melodrama. O que nós quisermos. Mas eu penso mesmo é que na falta de melancia no pescoço e na falta de pudor (afinal, quem tem medo dos homossexuais, tem medo de seus desejos não heterossexuais), o deputado do grupo político do vice-presidente Michel Temer, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) protocolou na Câmara um projeto primário: quer que , por meio de lei, o “Dia Nacional do Orgulho Heterossexual” seja celebrado no terceiro domingo de dezembro. O dia do orgulho heterossexual vem sendo realizado todos os 365 do ano, há mais de 500 anos. Deputado que não lê, pensa que todos somos burros, analfabetos. Indico aos senhores deputados, ao Cunha emn particular, o livro de Foucault, A história da sexualidade. Nem precisa comprar. Tem em pdf na internet. Já não temos representantes políticos. Temos senhores velhos que brincam de políticos. Creche de terceira idade! XÔ!

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ditadura do Kassab



Scabini

Quanta mãos, barrigas e bolsos!



Clayton

Tucanos....



Jairo Grossi deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Memória do Paulo Renato ...":

Bem Marta, sou professor de escola PÚBLICA de São Paulo, e só posso dizer que Paulo Renato, com o total apoio de José Serra e da Assembleia Legislativa daqui, durante o Governo passado, também adotou o mesmo tratamento neoliberal, pernicioso para as escolas públicas. E Alckmin não está muito longe também. No começo deste ano, escolheu uma escola PARTICULAR (Dante Alighieri - mensalidade R$ 1.700,00) para dar aula inaugural. Bonito né, e sintomático também.

Não tem jeito. Parece que o descaso com o setor público, no que se refere à educação, segurança, transporte, e saúde está na veia destes tucanos.

Vai-se o político Paulo Renato, mas ficam as consequências .....

Sublime, professor. Infelizmente algo mudou: a ex-querda adotou o sistema Paulo Renato!

Imagem: do livro do Dante. Na porta do inferno.

texto de Roberto Romano





Nota
Quando se trata de seres humanos, todos mortais, a crítica deve ser mantida, mesmo após a ida da pessoa para os braços de Abraão. O costume nacional (hipócrita) exige que de falecidos só o elogio deve restar. Errado. Os vivos têm o direito e a obrigação de conhecer os fatos, os feitos, os ditos de quem deixou de ser. Mesmo os seus erros são uma riqueza que não lhes pertence, mas à humanidade. Quando eu deixar este vale de lágrimas (penso por no meu testamento) exigirei que ninguém da universidade compareça ao funeral. Os amigos estarão proibidos, porque desejo que retenham de mim o que em mim viam. E os inimigos, ah! não quero que eles me vejam morto, o seu desejo perene! Quanto ao que eu fiz, escrevi, disse, são coisas que já estão fora de meu domínio há muito tempo. Na verdade, assim que uma coisa é feita, dita, escrita, deixa de ser propriedade, torna-se domínio público. É por tal motivo, penso, que Pascal critica os que dizem "meu livro". Ele recomenda: "nosso livro". E tem razão, porque as criticas (sobretudo elas) integram o trabalho efetivado. Assim, quem critica impensadamente, ou por fanatismo, deveria lembrar o seguinte: os xingatórios, as análises enviezadas, os ataques sem base lógica ou empírica, serão comparados aos textos que o autor deixou. Os leitores poderão ter uma visão sinótica das teses e das antíteses. E aí...pode ficar ruim para os que seguem a ideologia, a crença, os partidos, etc.

RR

Postado por Roberto Romano às 08:41
Nada tenho a retirar da entrevista. Infelizmente.
Entrevista da Caros Amigos discute financiamento nas Universidades

Entrevista da Revista Caros Amigos com o professor de filosofia da Unicamp, Roberto Romano. Publicada na segunda edição da Caros Amigos Grandes Entrevistas.

O professor fala sobre órgãos de fomento, limitação da liberdade de pesquisa, corrupção nas Fundações e privatização das Universidades.

Para ver a entrevista na íntegra, clique aqui.

"O MINISTRO PAULO RENATO MENTE"

Este filósofo, professor da Unicamp, sabe e sente na pele o que está acontecendo com a universidade brasileira. O quadro é mais que comprometedor, ultrapassa o limite da falta de responsabilidade. E só não vê quem não quer.

Marina Amaral - O senhor tem sido um dos maiores críticos do ensino superior no Brasil e até usou a expressão "genocídio programado"...

Roberto Romano - O que aconteceu nestes últimos seis anos no Brasil foi um desmonte programado, intencional, racional, de todo um sistema de produção de saberes. O ministro Paulo Renato chegou a dizer na revista Exame que seria ótimo imitar a Coréia, não incentivar cursos de pós-graduação no país e mandar gente, por exemplo, para Harvard, porque era mais barato. Isso esconde o quê? Esconde o desmonte dos laboratórios, esconde a produção de remédios, esconde a pesquisa sobre AIDS, sobre o câncer, sobre uma série de coisas que estavam sendo feitas aqui. Há certos cientistas, nada radicais, como o senhor Ésper Cavalheiro, pró-reitor da Universidade Federal Paulista, que diz: "O dinheiro do Pronex (Programa Nacional de Excelência) não vem e eu tenho tecido cerebral apodrecendo no laboratório". Isso eu chamo de genocídio programado.

(...)

Roberto Romano - Então, nesse sentido, a ética intelligentsia brasileira é a ética de servir ao sinhozinho. Essa é a ética, a de produzir uma imagem de si como bastante radical para ter condições de negociar depois uma adesão retumbante.

Milton Santos - Não será também a ética da subserviência à intelligentsia forânea hegemônica?

Roberto Romano - Ah, sim, o senhor pôs o dedo na ferida: temos uma intelligentsia que coloca para si mesma o padrão internacional, e que vive aqui num eterno banzo de uma França não existente. Enquanto isso, convive muito bem com a casa-grande.

Roberto Romano
- ...fiz parte da avaliação da CAPES deste ano da Filosofia.

Milton Santos - Filosofia da USP ou do Brasil inteiro?

Roberto Romano - Do Brasil todo. Até agora, o comitê de avaliação era soberano. A partir deste ano, não, você tem acima dos avaliadores um conselho superior. E esse conselho superior estabeleceu determinados parâmetros do que é ciência, do que é pesquisa, do que não é etc. Antes, os avaliadores tinham sempre a possibilidade de se comunicar com os programas e dizer: "Olha, está faltando tal coisa, tal dado etc.".. Agora chegamos e estava tudo no computador, o que existia eram dados do computador. E antigamente as notas eram A, B, C, A+, também era uma bobagem, mas enfim... Aí recebemos a seguinte ordem: "A nota será numérica, de 0 a 7; 7 apenas aqueles programas que tenham condições de ‘concorrer internacionalmente’ (ri) em termos de produção científica".. E o que tínhamos eram os dados do computador. Não existiam pessoas, não existiam instituições, não existia nada, existiam números. Publicou cinqüenta artigos, foi a não sei quantos não sei o que etc. etc. e o peso específico. E um dos elementos que contam é o tempo de titulação dos alunos. Então, se um programa, por exemplo, levou em média quatro anos e meio, ele perde pontos. Note, não sou fanático da qualidade, acho que quantidade também tem um elemento muito importante. Mas você absolutamente recusa esse critério, a possibilidade do erro. Quer dizer, um menino vai fazer doutorado na área de biologia. Ele parte de um conhecimento, ele tem informes, ele tem um orientador que é uma pessoa responsável etc. etc. Mas ele não vai programar o sistema lógico restrito. Ele vai encontrar elementos que são imponderáveis, que podem inclusive colocar por terra todo o aparato intelectual que ele movimentou na produção do projeto. E vai ter de recomeçar, e muitas vezes é dessa maneira que se faz ciência. Você nega aquelas verdades estabelecidas ou mostra que aquelas verdades não abrangem todo o real. Ora, isso está negado, porque, se alguém ficar mais cinco meses revendo a sua tese, às vezes nem revendo hipóteses mas revendo a própria tese, o seu programa perde pontos. Havia um sistema de cooptação do número de bolsas com a nota da CAPES, que agora está desvinculado. Agora, você não tem mais relação entre a produção e a nota. E recursos. Antigamente, se um programa obtinha nota A, ganhava direito a determinado número de bolsas. Hoje, não, ele pode ter nota 7 e esse direito não está garantido, porque o conselho superior vai decidir.

Marina Amaral - E quem é esse conselho superior?

Roberto Romano - O conselho superior tem sumidades que me dispenso de dizer o nome, porque...

Marina Amaral - Mas são reitores, pessoas ligadas ao governo?

Roberto Romano - Que são ligadas ao governo, evidentemente. Mas que haja grande refinamento intelectual... Alguns até têm uma formação boa, é uma produção boa mas são de uma arrogância! Vou dar um exemplo: no caso da Filosofia, não demos nenhum 7, demos nota 6 para seis programas. Aí recebemos um papel assim, sem timbre, sem nada, onde uma das pessoas, que agora é assessora do Bresser Pereira no CNPq, redigia assim: "Senhor coordenador e membros. Não é possível que tais e tais programas - no caso, Federal do Rio Grande do Sul, Federal do Rio de Janeiro e PUC do Rio de Janeiro – sejam nota 6, porque não tem o número de publicações adequado. Providencie sobre isso". E nem assinado!

Milton Santos - Agora, os que são normais, desculpe a pergunta, não deveriam se recusar a comparecer nesses comitês? Há dez anos que não vou lá. A minha discordância com a sua observação de agora é o tempo, porque há dez anos que vi que é impossível estar lá, que esse processo já estava se delineando há dez anos. De indução, e agora de um consenso que permitiu que o senhor fosse lá, e que ao meu ver não deveria ter ido.

Marina Amaral - E essa CAPES é constituída como?

Roberto Romano
- Ela é uma instituição do Ministério da Educação, e teve como função inicial justamente melhorar o padrão de formação dos professores, dos pesquisadores.

Milton Santos - Foi o Anísio Teixeira que idealizou isso, não foi?

Roberto Romano - Anísio Teixeira. E pouco a pouco ela começou a assumir uma atitude de financiadora.

Milton Santos - De policiamento do trabalho.

Sérgio Pinto de Almeida
- De distribuição de verbas também.

Roberto Romano - Sim, sobretudo de distribuição de verbas. Bolsas de estudo, dinheiro para projetos, um projeto de curso, de trabalho etc.

Milton Santos - Me parece que dentro das universidades, talvez em função das novas condições de realização do trabalho acadêmico, é que essas pessoas que se renovam nos postos de comando, que distribuem as notas, que organizam o nosso trabalho impondo normas, inclusive prazos, constituem um grupo que tem uma certa autonomia de existência, e que se opõe à idéia da universidade. Isso é grave. E aí já engato com outra questão: será que estamos abdicando do dever da crítica interna, buscando só criticar o ministério, mais não sei o que, mais as agências, mas as próprias universidades recusam essa crítica interna? Acho que um dos objetos da crítica interna seria ver essa produção interna de buroprofessores. Quer dizer, são aqueles indivíduos que sai um, entra outro, mas é o mesmo grupo, que é inútil como esses pró-reitores quase todos, que são pessoas inúteis porque são intermediários dos quais não necessitamos na realidade, e que são um estorvo inclusive à produção intelectual.

Roberto Romano - A universidade não consegue autonomia por causa desses grupos.

Milton Santos - Que são internos a ela. E eles não deixam o debate se fazer.

Roberto Romano - Agora, tem outro elemento que é grave e que normalmente os universitários não gostam de conversar, que é o problema das fundações. Não vou nem falar da USP, porque sei que aquilo lá é um horror. Aquilo lá dá vários contos policiais e várias coisas mais. Na Unicamp tem a Funcamp, você tem uma série de "amps" lá dentro. Essas fundações são mantidas com dinheiro da universidade, ou com dinheiro da FAPESP, ou com dinheiro do CNPQ ou com o dinheiro da CAPES. Então são dinheiros públicos que estão ali.

Milton Santos
- Das empresas também.

Roberto Romano - Das empresas também. Tem um lá, chamado de Uniemp, que é uma beleza. Mas, na última reitoria, toda vez que a oposição queria, no conselho universitário, examinar as contas das fundações, o reitor retirava de pauta. E chegou-se a dizer que eram entidades com direito privado. É uma monstruosidade jurídica. Não existe. O que aconteceu? Essas fundações distribuem os dinheiros para pesquisa, para os grupos etc., evidentemente para quem é amigo do rei. Agora, no caso do funcionalismo, muitas nomeações eram feitas por ali. No caso do Baneser, também teve esse negócio. Publiquei um artigo na Folha de S. Paulo, que dizia: "É preciso furar esse tumor na universidade".

Marina Amaral
- Mesmo os projetos que são escolhidos pelas fundações para ser financiados, não é?

Roberto Romano - Exatamente. Agora, esse anonimato serve para você não prestar conta dos dinheiros, mas serve também para você cortar idéias, perseguir inimigos, "definir" um rumo definido do saber.

Sérgio Pinto de Almeida - E você aprova um tipo de pensamento.

(...)

Milton Santos - Vou fazer um adendo. Tomei nota de duas ou três questões que vou ter de fazer. Estou preocupado com a dificuldade de a escola privada realizar seus objetivos comuns e democráticos sem saber muito o que quer dizer, hoje. Mas o que é hoje a universidade pública? Será que as nossas ainda são? Será que a USP ou a Unicamp ainda são entidades públicas, ou a gente teria de redefinir?

Roberto Romano - Perfeito, porque o que eu ia começar a dizer é que a grande novidade que o pró-reitor de graduação da Unicamp anunciou, e foi festejado com página inteira da Folha de S. Paulo, foi que os cursos de graduação da Unicamp estariam voltados para o mercado. E, portanto, haveria uma flexibilização para que os nossos estudantes pudessem competir no mercado etc. etc. A uma universidade como a Unicamp, que tem um conjunto de doutores e de pesquisadores importantíssimo, o que significa essa decisão? Aí a pergunta: foi referendada pelo conjunto dos professores essa modificação? Ou esses professores assistem ao trabalho desses tecnoburocratas de tal modo que ficam infensos, na verdade executam ordens como se viessem de Deus todo-poderoso, e se dizem impotentes. Quer dizer, há um controle... Quando você tem um pró-reitor de graduação que propõe uma flexibilização da grade curricular para o mercado, você já tem então embutida toda uma decisão que vem da cúpula. Pouco importa se as pessoas que dão nome a isso são progressistas ou não. Agora, a questão da aposentadoria é outra coisa em que suscito muita antipatia no meio docente. Porque acho um escândalo moral um professor que recebeu dinheiro do Estado ou da sociedade, acho que é da sociedade, durante vinte anos, que fez uma universidade pública de alta qualidade, que foi muitas vezes para o estrangeiro, fez doutorado, voltou, recebeu verba da CAPES, do CNPq e da FAPESP, com 47 anos de idade ele se aposenta e vai se empregar, como é o caso do reitor da USP, Roberto Lobo, em Mogi das Cruzes, vendendo uma coisa que não é dele. Desculpe, o professor Milton é uma sumidade, mas o que ele sabe está vinculado ao que o povo brasileiro pôs nele em termos de aposta. Não é propriedade privada. A questão do público, acho que você tem toda razão, pensamos o nosso diploma, o nosso saber como propriedade privada, pequena propriedade privada, você vai lá e vende e tal. Só que nesse ponto a coisa está complicada, porque há uns quatro anos um professor titular que se aposentasse nas universidades paulistas e fosse trabalhar na universidade privada recebia uns 15.000 dólares e tal, e hoje está chegando aos 4.000.

Milton Santos - Está barateando...

Roberto Romano - Claro, é a lei do mercado: quanto mais oferta, diminui o salário. (risos)

Wagner Nabuco - Com esse quadro todo, qual a perspectiva?

Roberto Romano - Não venham os privatistas com a universidade privada. Porque aí a coisa é muito pior. O Conselho Federal de Educação foi fechado por corrupção explícita dos donos das universidades privadas. Fiz parte de uma comissão de reconhecimento de uma universidade pública do Paraná, a Unicentro. E nós, a comissão, nos demos três anos para fazer o parecer inicial. E vimos coisas espantosas. Por exemplo, havia um curso de informática. E só existiam dois computadores. (risos) O professor de matemática da Unicamp disse: "Não posso aprovar um curso de informática com dois computadores". Aí o reitor pro tempore, porque não podia ser reitor ainda, nos chamou e disse: "Tem um problema sério aqui. É que o Requião (que era governador do Estado) brigou com a Xerox e brigou com a IBM. Como ele não pode proibir este negócio, ele baixou uma norma interna, de boca a boca, que todos os órgãos públicos não irão utilizar produtos da IBM e da Xerox. Então, os dois computadores que estão aí foram comprados com o dinheiro da CAPES, que é federal, e isso vai nos dar um tempo. Esperem, por favor, porque ele está saindo para ser candidato e o vice-governador já nos disse que vai nos oferecer isso". Então esperamos mais seis meses, e o curso de informática teve os seus cinqüenta computadores necessários para funcionar. Quer dizer, é esse tipo de coisa que o Executivo nacional faz. Eu disse o Requião, mas podíamos colocar qualquer nome. Então, nessa linha levamos três anos para fazer o reconhecimento dessa universidade e, quando fizemos, sabíamos que ela tinha defeitos terríveis. Por exemplo, fiquei encarregado da biblioteca. Eles listavam como obra fundamental de teoria as obras do general Emílio Garrastazu Medici. Precisei explicar longamente que como documento talvez, mas como base teórica..., coisa nessa linha. Nesse ínterim, pipocou reconhecimento de universidades privadas no Estado do Paraná que era uma maravilha. Cursos de medicina, então, era um em cada esquina. Isso se faz à custa de dinheiro, dada essa corrupção na universidade privada, dada essa ideologia de privatização, essa pronunciada preferência da grande imprensa em relação a isso. O fato de o Roberto Lobo ter saído da USP e ido para Mogi da Cruzes deu esse charme, mas que pesquisa aquilo lá está fazendo? Que ensino? Eu estava numa mesa da SBPC, estava presente a doutora Eunice Durham (risos), e eu disse: "As universidades privadas de São Paulo funcionam ao ritmo de ‘O mundo gira e a Lusitana roda’, porque, quando vem uma inspeção do MEC, as bibliotecas são emprestadas umas para as outras". Aí a professora Eunice disse que eu estava fazendo uma caricatura. Mas, na Universidade Tibiriçá, a biblioteca fica atrás do caixa! E a biblioteca da faculdade tem isto aqui, (mostra um espaço mínimo) entre a Enciclopédia Barsa e não sei o que mais. Você só pega o livro se estiver em dia com o caixa, e a biblioteca é ridícula, não existe, aquilo não é laboratório coisa nenhuma! Então, não há motivo para ter medo de fazer crítica à universidade pública, porque efetivamente a privada tem coisas terríveis.

Marina Amaral - São duas coisas diferentes a universidade privada e a pública?

Roberto Romano - Por definição, o que é privado tende a formar elementos para, no caso da luta social, garantir os interesses de quem é privado. Agora, tem uma coisa também, que venho dizendo há bom tempo e que as pessoas não levam muito em conta. É um pouco falácia dizer que a universidade brasileira forma as grandes elites econômicas. Filho de rico, mesmo, não de classe média, estuda na GV ou estuda em Harvard, Cambridge etc. Não estuda na USP. Existem levantamentos na própria USP dizendo que o nível salarial de boa parte dos pais dos estudantes não é lá muito elevado. Tem esse aspecto. É preciso tomar um pouco de cuidado, o mal, no meu entender, não é tanto o fato de existir gente rica nas escolas públicas, porque o problema é anterior, data da luta social e da luta econômica. O problema é que a universidade está financiando sistematicamente essa classe média que tem como horizonte a si mesma, a sua pequena propriedade. Nessa linha, não vejo saída, sou um pouco religioso, e digo: "É necessário que haja uma metanóia por boa parte da universidade". Quer dizer, uma conversão da mente. Porque, se continuarmos pensando dessa maneira, a defesa da universidade pública gratuita etc., sem outros bemóis no seu interior, vamos caminhar para o suicídio, porque a classe média vai procurar a sua saída, não existe nenhum mecanismo possível nessa linha, não vejo uma forma de obrigar a pessoa a devolver o dinheiro que foi aplicado nela. Se os professores não se sentem compromissados, se se aposentam com 47 anos de idade, é um escândalo, se os próprios professores fazem isso...

Sérgio de Souza - Ou vão fazer assessoria.

Roberto Romano - Vão fazer assessoria, vão ganhar dinheiro, vão fazer parceria com a iniciativa privada. E agora, nesse projeto de reforma da universidade, esse negócio das organizações sociais que estão planejando, as universidades seriam transformadas em organizações que não seriam do Estado e também não seriam propriamente empresas, seriam "organizações sociais". Mais ou menos isso, o picaretol sempre começa por aí. E essas organizações sociais teriam determinada quantidade de dinheiro, básica, e procurariam junto ao próprio Estado ou à iniciativa privada os meios que faltam.

Marina Amaral - Essa é ruim.

Roberto Romano - Já há várias. O CNPq é uma organização social. Essas coisas estão sendo feitas.

Roberto Freire - Mas o dinheiro vem do Estado, não é? Do CNPq, por exemplo?

Roberto Romano - O elemento básico é o seguinte: o Estado coloca o dinheiro, e aí teremos a parceria com a iniciativa privada.

Wagner Nabuco - Eleva a produção...

Roberto Romano - Eleva a produção, tira a universidade da crise – são receitas miraculosas, fantásticas!!

Milton Santos - Poder pagar corretamente...

Roberto Romano - Pagar bem seus professores... professor Milton, já existe uma coisa que é monstruosa: foram reunidas as nove universidades ditas de pesquisa do país.

Sérgio Pinto de Almeida - Quais são, professor?

Roberto Romano - Unicamp, USP, UFRGS, Unesp, UFMG, UFRJ, UnB, Unicesp (federal de São Paulo), PUC-RJ. Elas já se reuniram mais de dez vezes, reitores, pró-reitores, todos, e já definiram um plano de salvação delas. E dentro desse plano você tem a terceirização de serviços, tem a privatização de serviços etc. etc., e o que os reitores dizem quando são criticados é: "Bom, mas preciso pagar melhor os meus professores, senão os perco, eles vão para o exterior". Até quando? Sempre digo, não é o corpo docente inteiro da UFMG ou da USP etc., mas a sua direção decretou que essas nove são mais excelentes que todas as outras. E que, se as outras forem destruídas, tudo bem, porque elas estão salvas. Isso é uma coisa horrorosa. E essas universidades não terão os entraves burocráticos das outras. Que de fato são entraves e são burocráticos. Agora, você não vai resolver isso colocando a universidade na beira da esquina do mercado. Se você acha que é isso, você está perdido.



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Professor Romano!



Sublime entrevista. Tirando a data, fica do Paulo Renato para a geração petista que está na frente (atrás e do lado) a estratégia utilizada pelos conselheiros da Capes e cia. São colegas de outras universidades(que foram de esquerda) que pisam e cospem na nossa cara. ADORAM PONTUAR. Pontuam como ninguém. Varrem a autonomia das universidades públicas porque seus servos, os administradores das universidades, lambem essas pontuações como lambem as botas dos generais e pisam na cabeça da gente. O que se ouve na universidade é: Cuidado com a Capes, ela tira pontos. Parecemos colegiais (MEDROSOS) de 14 anos falando de nossas professorinhas do passado: elas tiram pontos. Velhos, semi velhos, pró-reitores, diretores ... parecem um grupo de adolescentes com medo dos rapazes da Capes! E põe coisa embaixo do tapete! Ano passado uma comissão da Capes (contra a qual iniciei um processo judicial ainda que me valha nunca mais trabalhar em pós-graduação) me ensinaram o que é escárnio, humilhação e coisas assim. Dois professores e um coordenador de área que, de longe, ficou nos bastidores. Um deles fez o desdém de questionar a avaliação que eu disse que dava aos alunos. Isso porque, me explicava o professor, NA UNIVERSIDADE DELE, no PÓS, ELE NÃO DAVA AVALIAÇÃO . Imagine, nós, da comissão, não damos prova aos alunos. E eu com isso?




O relatório final - uma festa de subjetividade experta. Nem merece o nome de subjetivo, o tal do relatório, que irá entrar no capitulo de um livro que escrevo, intitulkado: MENTIR MENTIR MENTIR ATÉ QUE TUDO PAREÇA VERDADE. Bem ao estilo Goebbels.

Venus negra




Fotos e texto de Luciano Ramos, do Blog Programa Cinema falado aqui


"Venus Negra": aprimoramento estético de uma forma inaugurada nos anos de 1960

"Venus Negra" é aquilo que podemos chamar de um docudrama em primeira pessoa, isto é, a dramatização dos fatos documentados de uma determinada biografia, a partir do ponto de vista do biografado. Mais ou menos, como um aprimoramento estético na forma como trabalhava Roberto Rosselini nas obras desse gênero que dirigiu para a TV italiana entre 1966 e 1976: menos investimento na descrição no ambiente histórico do que na abordagem conceitual do tema. A protagonista se acha presente em todas as cenas, mesmo na inicial em que vemos apenas um pedaço de seu corpo preservado em formol e observamos a sua aparência física registrada em desenhos e num molde de gesso. E na penúltima em que seu corpo é dissecado no Instituto de História Natural de Paris, em 1815. Porque a última, de caráter documental e contemporâneo, mostra o presidente da África do Sul recebendo festivamente os restos mortais de Saartjes Baartman − o verdadeiro nome da personagem conhecida como Venus Hotentote. Em 1808 ela era apresentada em Londres, como atração de circo: uma mulher-fera de nádegas descomunais.
A sociedade britânica processou o empresário e este se mudou para Paris, onde o espetáculo desandou e ela foi obrigada a se prostituir para sobreviver. Essa dolorosa narrativa se estende por 180 minutos, dividida em longas sequencias − como o espetáculo londrino e o julgamento, filmadas quase em tempo real. Por vezes, a ligação entre elas não se faz de modo aristotélico, ou seja, em termos de uma linha dramática. As coisas mudam de repente e sem explicações no diálogo, como por exemplo, o seu ingresso na prostituição. De fato, o que unifica todas as cenas é o rosto da atriz Yahima Torres, quase sempre exprimindo tristeza, desânimo e um constante estupor alcoólico. Mesmo quando sai às compras, bem vestida e acompanhada por dois valetes a seu serviço. No único momento em que verbaliza contrariedade, ela diz que sente falta de beleza naquilo que faz e exprime essa revolta cantando uma canção de sua terra.
Saartjes bebe demais porque não consegue de adaptar ao mundo europeu e nem sonha em voltar para o seu país porque todos os seus parentes estão mortos e, provavelmente, os valores da cultura abandonada já não fazem sentido. Estamos falando, no entanto, de uma construção cinematográfica e não da Saartjes real, sepultada no século XIX. Na passagem do julgamento, se percebe a astúcia do diretor Abdellatif Kechiche (“O Segredo do Grão” - 2007) ao enfatizar o procedimento de encenação, produzindo um efeito equivalente àquilo que Bertolt Brecht chamava de “afastamento”. A personagem afirma que não é uma escrava e recebe salário. Aquilo que parece um ato de degradação é, na realidade, uma farsa que ela interpreta para ganhar dinheiro.


Ela repete várias vezes que é uma atriz e está interpretando, de modo a que isso fique bem claro – para os demais personagens e para nós, que nos compadecemos da moça e somos levados a condenar todos os que no filme a exploram como aberração da humanidade. Não apenas os responsáveis pelo show, mas também os cientistas que a utilizam para – décadas antes de Darwin publicar a teoria da evolução – apontar semelhanças corporais mais marcantes entre os humanos e os símios. Sabiamente o cineasta se exime de julgar aquelas figuras do passado. Talvez porque, além de ser esta uma tarefa inútil, ele esteja mais interessado em que façamos a nossa própria assimilação do que revelou, e encontremos as possíveis ligações entre a exclusão tal como era há dois séculos e as formas pelas quais se manifesta atualmente.

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VÊNUS NEGRA
Vénus Noire
Bélgica/França/Itália, 2010, 164 min, 16 anos
estreia 17 06 2011
gênero docudrama / história
Distribuição Imovision
Direção Abdellatif Kechiche
Com Yahima Torres, Andre Jacobs,
Olivier Gourmet, Elina Löwensohn
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

Marché!

Da Marcha das vadias

Bispo de Guarulhos

Fotos do Blog da Lola



Da Lola no Blog Escrevalolaescreva aqui
segunda-feira, 27 de junho de 2011
ENTÃO O MUNDO TÁ CHEIO DE PSICOPATAS

Segunda passada publiquei post sobre o terrível caso da cheerleader estuprada por um atleta. Ele, quando finalmente foi condenado (não por estupro, mas por um crime menor), não só não foi preso como teve que pagar uma fiança de 2,500 dólares. Expulsa da equipe por se recusar a torcer pelo estuprador, a vítima processou a escola. A justiça americana não só não lhe deu ganho de causa, como considerou o processo fajuto, e a multou em 45 mil dólares. Ou seja, quando a gente fala que vive numa cultura de estupro, está se referindo a todo um sistema que insiste em manter o estupro impune, a um mundo que vende imagens de estupro como se fossem glamurosas e desejáveis, e a uma sociedade que culpa a vítima, sempre. Escreva um texto sobre estupro, qualquer um. Pode ser o estupro mais escabroso possível, que sempre vai aparecer alguém pra dizer que a mulher é que quis e que é errado culpar o cara. É um paradoxo: apesar de vivermos num mundo em que um terço das mulheres já sofreu algum tipo de abuso sexual, muitas pessoas (homens principalmente) juram que estupro não existe. Quando muito, que é coisa de psicopata.

O problema é que não é
. Se fosse apenas um grupinho, não seria tão difícil brecar a violência sexual. Não é o estuprador individual que é um psicopata ― é a sociedade. Veja só esses dois casos que citei do Texas, esse da cheerleader e outro de uma menina de 11 anos estuprada por dezoito rapazes. A maior parte de nós, olhando aqui de longe, imediatamente empatiza com as vítimas, certo? Mas nas cidades onde esses estupros ocorreram o que mais se ouve é “Vocês não sabem o que aconteceu, e nós sabemos. Vocês não conhecem a história toda”. E qual é a “história toda”? É que a cheerleader de 16 anos estava bêbada e já tinha beijado duas pessoas naquela festa. É que a menina de 11 se vestia como uma mulher de 20 e não era mais virgem. Essa, gente, é a história toda. Por isso essas garotas foram estupradas. Por isso nas várias Marchas das Vadias que fizemos e estamos fazendo por todo o mundo alguns slogans incluem “Beber não é crime. Estuprar é”, e “Minha roupa não é um convite para ser estuprada”.
No sábado retrasado aconteceu de novo. Um funcionário de uma boate em SP foi acusado de estuprar uma moça de 20 anos. Ela, que comemorava a formatura da irmã, estava bêbada. O estupro aconteceu no ambulatório da boate. O funcionário confirma o sexo, mas diz que foi consensual. Aí fica a dúvida: como que uma pessoa caindo de bêbada pode consentir alguma coisa? Penetrar uma mulher que está dormindo não é estupro? Que tal uma paciente em coma?
Quer dizer, essa questão do consentimento é uma das dúvidas. A outra é: imagina só que você vê uma pessoa bêbada passando mal, precisando de ajuda, que a muito custo se arrasta até um ambulatório. O que você faz? a) Você ajuda a pessoa? b) Você a estupra?
Se estupro é uma palavra muito forte, vamos imaginar que uma pessoa de repente passe mal na rua. Assim, do nada, uma pessoa desmaia na sua frente. Você a ajuda ou você aproveita para roubar-lhe os pertences? (Eu não gosto muito dessas comparações porque estupro não tem nada a ver com roubo. Estupro é um dos crimes mais hediondos que existem, e a sociedade sabe muito bem disso — tanto que é uma tática comum nas guerras).
A frequência com que mulheres bêbadas são estupradas (é um dos casos mais típicos em festas universitárias) mostra que, bem, tem muito cara que não vê mal nenhum em se aproveitar, ao invés de ajudar, uma pessoa passando mal. Todos esses caras são psicopatas? E esses aqui, que tirei (tudo sic) dos comentários da matéria do jornal online?

- “Não aconteceu nada demais! A mulher é MAIOR DE IDADE, portanto plenamente capaz, bebeu por livre e espontanea vontade, foi pra gandaia e depois facilitou as coisas abrindo a guarda e depois de arrependeu. Agora querem prejudicar o funcionário. O único erro do cara foi ter feito isso num ambiente de trabalho. No máximo um mal procedimento.”
- “isso é classico, esquentam os caras e depois querem sair fora...”
- “desde quando ter conjunção carnal com uma moça de 20 anos é ESTUPRO DE VULNERÁVEL?”
- “È adequado uma jovem embriagar-se em simples festa de formatura da irmã? É adequado um empregado do estabelecimento descontrolar-se com isso a ponto de consumar uma violação?”
- “Tudo deve ser apurado mas muito me parece q a garota ficou doidona, ficou com vontade de dar e depois se arrependeu ...”
- “Ei, esta garota viu a novela da GROBO, 21:00, a mocinha que colocava chifre no noivo com um segurança do shopping. Era a fantasia da garota fazer o mesmo. Coitado do cara.”
- “Existe um ditado popular que diz: C... de bêbado não tem dono. Quem bebe deve sempre pensar nisso”.
- “ela bebeu e alega ter sido estuprada? pra mim parece desculpa esfarrapada dela!”
- “O IMPORTANTE É SABER se ela disse, em algum momento, NÃO (OU FEZ MENÇÃO QUE NÃO QUERIA). Caso contrário, o bombeiro está sendo acusado INJUSTAMENTE!”

Esses rapazes que comentam são todos psicopatas? Ou representam um modo de pensar que está impregnado no nosso mundo? Sabe, esse mesmo mundo em que dizem que o feminismo não tem mais razão de ser?
Pra essa gente, fazer sexo com uma mulher incapaz de consentir não é estupro. É uma oportunidade (assine a petição contra a piada rafística!). Afinal, a julgar pelo número de passadas de mão e grosserias a que uma mulher (sóbria!) está sujeita sempre que sai à rua, o corpo de uma mulher já é público. Se ela beber, então... Quem manda ela beber, não é mesmo?
Esses pensadores não estão sozinhos. Uns dez dias atrás tivemos as declarações do bispo de Guarulhos, um que acha misturar religião e política seu dever divino. Dom Luiz Bergonzini é outro que não acredita em estupro, como narra a entrevista que ele deu ao Valor:

"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim, do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.

O bispo é um psicopata também? Ok, não responda
! Qualquer um que use o exemplo da caneta com uma pobre repórter revela total falta de empatia. Mas psicopatia é isso mesmo: é não sentir empatia pelas vítimas. Então talvez o pessoal que prega que estupro é obra de psicopata tenha razão: só psicopata estupra, e só psicopata justifica estupro. Mas como existem psicopatas neste mundo, hein?

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COMENTÁRIO:


Tenho que concordar com a Lola. Tá bem, o cara que assedia sexualmente é um psicopata ou não? E as pessoas que encobrem seu assédio são o quê? Conheço um caso, já prescrito, em que mulheres fizeram a defesa do assediador. E aí? Como é que fica? Eu que volto a pensar na militância feminista, da qual tinha me afastado, não sei como pensar mulheres defendendo o pênis do assediador. Não sei mesmo!

Memória ...

Sábado faleceu o ex-ministro da Educação do governo FHC. Nada que se possa dizer de diferente à sua obra. No governo de FHC promoveu a luta mais encarniçada pela privatização das Universidades Federais. As universidades federais, a despeito de nossas críticas a alguns bolsões, quase foram extintas. Paulo Renato inventou estratégias interessantes para barrar o ensino público no Brasil. Tocou - com os ideais neoliberais - o ponto nevrálgico das Universidades Públicas, a AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA. Prevista na Constituição de 1988 (sobretudo pela luta de Florestan Fernandes), a autonomia universitária está contida no Artigo 207 da Constituição federal e no Artigo 180 da Constutuição Estadual do Paraná.

Mas, o sr Paulo Renato nem deu bola à constituição. Mandou ver - com auxílio dos tucanos inteletualizados como Bresser Pereira - um novo modo de funcionamento e organização das universidades que previa a venda de cursos, empréstimos de laboratórios a faculdades privadas (aluguel) e um desmonte - aos poucos, mas eficiente - de tudo quanto era ensino público no Brasil.

No Paraná, nos mesmos anos, de 1998 a 2002, nós, professores das estaduais, ficamos 6 meses em greve, sob o governo de Jaime Lerner, com a mesma estratégia do paulo renato. Lerner, mais realista do que o rei, ou seja, mesmo o Paulo Renato tendo sido derrotado em Brasília, por uma greve de 3 meses das federais, continuou a aplicar aqui no Paraná, a linha Paulo Renato. Encomendou a um professor da federal de Santa Catarina, um projeto de AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA, o famigerado PROJETO 32, de 2002. Quase privatizou as universidades estaduais do Paraná com os olhos benevolentes do Paulo Renato e Bresser Pereira, os detendores da verdade neoliberal no Brasil para o ensino público universitário. QUE NÃO ESQUEÇAMOS O CARÁTER DESTRUTIVO DO PROJETO DO PAULO RENATO.

Na Má-ringá!



Akino Maringá, colaborador do Blog de Angelo RIGON aqui



Ao vereador Paulo Soni
Por que Vossa Excelência pediu o arquivamento deste requerimento?
“REQ 301 2009 – Requer à Mesa se oficie ao prefeito municipal solicitando ao mesmo que informe a esta casa de leis, para fins de esclarecimento público, relativamente ao corte e poda de árvores existentes no municípQual a empresa responsável pelo corte e poda de árvores e qual o valor cobrado pelos serviços; 2) Qual a destinada dada à madeira ÁRVORES E QUAL O VALOR COBRADO das árvores cortadas; 3) Se a madeira for vendida, declinar onde são aplicados os valores arrecadados com a comercialização. Autor: Paulo Soni. Localização Atual: Arquivo. Situação: Retirado de Pauta para arquivamento. Última Ação: Requerimento retirado de pauta para arquivamento. Norma Jurídica Vinculada: Não há.

Meu comentário: Se o senhor tivesse exercido o papel de fiscalizador, para o qual foi eleito, talvez prejuízos tivessem sido evitados, pois passados dois anos muita coisa pode ter acontecido. Não conseguimos entender porque o senhor pediu o arquivamento. Não nos lembramos das razões, salvo engano, o senhor não as apresentou na época. Agora, passados mais de dois anos talvez possa fazê-lo. Que tal na sessão desta terça-feira?

Akino Maringá, colaborador

...

Gui CastroFelga, Portugal, aqui

a teoria económica liberal não tem ponta por onde se lhe pegue.

será que o capitalismo implode? os meninos dos fatinhos responsáveis andaram a brincar com os produtos financeiros derivados mais variados, perderam o fio à meada e agora ninguém sabe o que acontece se um dos pontos da rede financeira cair.
... e, afinal, parece que não são só os povos preguiçosos e corruptos do sul da europa que estão em risco de default - PIGS R US?

Bombeiros no Rio de Janeiro, professores e policiais...

Do blog de Roberto Romano

Bombeiros fazem manifestação na manhã de domingo (26), ontem, na praia do Flamengo, Rio de Janeiro Alexandre Durão/UOL

domingo, 26 de junho de 2011

Mais ratos...



Dalcio

Genial!




DUKE




Genial! E quando o bicho fica adulto arranja mais mães. Como essa.

Uia!



Clayton...

Fantástico!



AROEIRA

Batendo nos bombeiros e guiado pelo Eike. UIA, sempre desconfiei dos exagerados!

Tá consumado!




Arnaldo Antunes ...

Hoje acordei assim...



Piove. Maringá com 10 graus. Levanta-se mais devagar.


(foto cap-tirada do Blog de Rui Bebiano, não tenho os créditos).

Festa Junina em Brasólia...

do SOLDA

Banana pra você, vencedor!



do Solda e cia

E como vai!



Do Blog do SOLDA, é claro!

....



do SOLDA AQUI

Uma doença incurável chamada consciência....



Dostoievski nas nuvens por RUI BEBIANO, Portugal, Blog A terceira noite aqui
Publicado em Livros & Leituras, Olhares, Pensamento a 25 de Junho de 2011


Dostoievski pintado por Ernesto Sábato
Uma das avaliações póstumas de Dostoievski condenou-o a um novo exílio siberiano. Até 1953, os manuais universitários em vigor no seu país ajuizavam-lhe a obra como «expressão da ideologia reaccionária burguesa individualista». O fundamento da acusação e da condenação liminar não se encontrava tanto nos enredos dos seus romances ou na evocação neles contida de valores caducos próprios de um tempo que a revolução bolchevique pretendera superar, mas sim na tipologia dos seus heróis, preocupados com a fidelidade aos princípios e aos objectivos mesmo quando as circunstâncias os faziam vacilar. O próprio autor comentou um dia que o seu mal, o seu tormento, provinha de «uma doença incurável chamada consciência», enfermidade própria de quem tinha pouco sentido prático e preferia viver nas nuvens, como um sonhador. «E vocês sabem o que é um sonhador, cavalheiros?», deixou-nos nos Escritos Ocasionais, «é um pecado personificado, uma tragédia misteriosa, escura e selvagem, com todos os seus horrores frenéticos, catástrofes, devaneios e fins infelizes». Depois continua: «Um sonhador é sempre um tipo difícil de pessoa porque é enormemente imprevisível: umas vezes muito alegre, outras vezes muito triste, às vezes rude, noutras ainda terno e compreensivo, num momento um egoísta e noutro capaz dos mais honrados sentimentos (…). Não é uma vida assim uma tragédia? Não é isto um pecado, um horror? Não é uma caricatura?». A noção da tensão entre aquilo que se é e o que profundamente se deseja ser faz parte da matriz dos heróis dostoievskianos, e é ela que os torna inextinguíveis. No Mito de Sísifo, Camus comentou que todos eles se interrogam sobre o sentido da vida, sem excessivo pragmatismo, vincando que «é nisso que são modernos: não temem o ridículo». Não pode existir melhor elogio à grandeza de viver de absolutos, combatendo sempre por ser-se melhor do que aquilo que se é.

sábado, 25 de junho de 2011

Roberto Romano



Um artigo antigo. Ex-querda e direita atacam quem vai contra seus fanatismos. É assim, e nada mais.
Qua, 08 de Julho de 2009
Sobre a Consciência
Roberto Romano


La Boétie não condena nem desanda a rir da consciência: percebe o seu perigo quando enjaulada nas crenças rígidas da sua época.

Como informei, uma entrevista dada por mim ao jornal O Globo (sobre o Blog da Petrobras) gerou comentários que tentaram me desqualificar como acadêmico e ser humano. O crítico, seguindo o modelo fascista, indicou meus títulos entre aspas. E afirmou rir às escâncaras com a recomendação de que os jornalistas deveriam ouvir os administradores da empresa. Se estes repetissem a técnica intimidatória (ao expor as reportagens, antes da sua publicação) importava obedecer à própria consciência e redigir algo fiel aos fatos (objetividade absoluta só na essência divina, os redatores da Petrobras estão longe de atingir o ser divino).

A palavra “consciência” causou hilaridade no crítico. E nele gerou um sofisma digno das práticas demagógicas, algo que envergonha intelectuais rigorosos. “Mengele também tinha consciência”. Se alguém usa de modo errado um dom (natural ou divino) cuja função é respeitar os valores éticos, não implica (é a lógica honesta) em desqualificar o uso correto. Aquele dom leva o ente racional a se colocar um passo adiante das feras. Se Mengele moveu seu intelecto e vontade para destruir os fracos, é ainda mais vital empregar a consciência para impedir que os atuais governantes dela façam um instrumento de pavor, contra os oposicionistas.

O crítico ignora o que gera o seu riso. O termo para nomear a consciência é “syneidesis”, autorreflexão sem aspectos morais, tanto nos textos platônicos quanto nos estoicos. A palavra, no Testamento Novo, aparece trinta vezes. Jesus prefere a forma judaica, “coração”, fonte de remorso e luz, de onde saem pensamentos pervertidos, assassinatos, roubos, falsos testemunhos, difamações. (Mateus, XV, 10, 17-20).

Mesmo que o cristão, diz Paulo, tenha certeza de seguir normas justas, ele não tem o direito de usar, contra os infiéis, a força física ou constrangimento moral. (J. Lecler: Histoire de la Tolérance au siècle de la Réforme, Paris, Aubier/Montaigne, 1952; também Eckstein, H-J.: Der Begriff Syneidesis bei Paulus, Tübingen, J.C. Mohr, 1983). Todos têm o direito de pensar de acordo com a consciência. Rousseau exclama sem gargalhadas: “Consciência! Consciência! Instinto divino, imortal et celeste voz; guia seguro de um ser ignorante e limitado, mas inteligente e livre; juiz infalível do bem e do mal, tu realizas a excelência de sua natureza e a moralidade de suas ações”. (Emílio).

Para I. Kant, um pavoroso espetáculo surge no exame de consciência. “Nenhum homem desejará ter ocasião de o experimentar, nem desejará viver numa tal circunstância. (...) é insuportável ser indigno de viver diante dos próprios olhos” (Kritik der Praktischen Vernunft, Ed. Felix Meiner, 1972, p. 103; comento a doutrina em Corpo e Cristal, Marx Romântico, RJ, Ed. Guanabara, 1985).

A consciência pode ser usada como instrumento de engano e autoengano, pode ser pervertida. E aí, não existe motivo de risos. Franz Stangl, nazista igual a Mengele, ficou famoso ao proclamar: “Minha consciência é clara. Eu apenas cumpri o meu dever”. Mesma desculpa de C. Schmitt em Nuremberg: Hitler era governante legalmente estabelecido... Tais perversões da consciência a fazem rígida como o granito.

La Boétie (Mémoires de nos troubles sur l´Édit de janvier 1562), contrário às guerras religiosas, afirma que “o povo aprende a desobedecer voluntariamente deixando-se conduzir pelas iscas da liberdade, ou melhor, licença, o mais doce e agradável veneno do mundo. (…) Nada é mais justo nem mais conforme às leis do que a consciência de um homem religioso temente a Deus, probo e prudente, nada é mais louco, mais tolo e mais monstruoso do que a consciência e a superstição da massa indiscreta”.

La Boétie não condena nem desanda a rir da consciência: percebe o seu perigo quando enjaulada nas crenças rígidas da sua época. Jornalistas e adeptos da Petrobras têm consciência. Ambos devem ouvir a sua voz. Rir de seu aviso é cair na bestialidade fanática das hienas do espírito. Nada mais.

Publicar ou não publicar....



do Blog de Roberto Romano


Professor, também passei algumas horas pensando neste texto. E vou discordar dele.
São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011
TENDÊNCIAS/DEBATES

Contra o mérito!

FLÁVIO SACCO DOS ANJOS
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É visível e patético o ocaso da Associação Nacional de Docentes de Nível Superior; hoje, ela é uma trincheira de partidos políticos minoritários
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Especialistas em cienciometria indicam que a produção científica brasileira aumentou 56% entre 2007 e 2008, situando-a na 13ª posição no ranking mundial de artigos publicados em revistas especializadas. É no bojo desse processo que se constata o avanço substancial do sistema brasileiro de pós-graduação, com um incremento notável no número de programas destinados a formar recursos humanos em todos os campos do conhecimento.

Há, entretanto, um aspecto que é crucial para entender a mecânica dessa transformação de nosso país na última década.

Refiro-me, sobretudo, ao fortalecimento de sistemas de avaliação centrados na perspectiva do mérito científico e acadêmico, traduzido no neologismo, já consagrado nas hostes universitárias, como o regime da meritocracia.

Sob sua égide, a missão de aprovar um projeto e de conseguir recursos para financiar suas pesquisas tornou-se o centro de uma acirrada disputa que se instala entre os membros de uma comunidade científica, sagrando-se vencedor aquele que mais publica em revistas qualificadas.

Essa dinâmica alimenta complexo sistema, em que a transparência e a veracidade das informações são asseguradas por instrumentos como a plataforma Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico).

Qualquer pessoa acessa a base de dados de currículos e conhece a trajetória de todo e qualquer pesquisador, do ponto de vista de sua produção intelectual.

Não é à toa que os salários dos docentes de nível superior das instituições federais de ensino incluem gratificações cujo pagamento está atrelado ao cumprimento de índices de desempenho.

Lamentavelmente, tal imperativo vem sendo reiteradamente rechaçado pela Associação Nacional de Docentes de Nível Superior (Andes). Fugindo de seus propósitos, essa instituição se converteu numa trincheira de partidos políticos minoritários ou em local para abrigar verdadeiras nulidades, que, por sua total incompetência e despreparo, não encontrariam espaço para trabalhar em qualquer instituição respeitável de ensino deste e de qualquer outro país do planeta.

O ocaso da Andes é visível e patético. Assembleias de docentes são recorrentemente minúsculas, em que um número reduzido de professores decide pelos demais, propondo a deflagração de greves que só contam com o apoio da militância de plantão, que se locupleta de vantagens para financiar suas viagens ao planalto central e a outros locais do país, onde realizam congressos cujas teses são cada vez mais absurdas e distantes do cotidiano das universidades.

Não me parece um exagero afirmar que a Andes se converteu numa sinecura mantida com os salários dos demais e ao arrepio de qualquer princípio de legitimidade.

Basta olhar o currículo dos membros que compõem a diretoria da Andes para entender essa espúria realidade. Há docentes que jamais orientaram um só aluno de pós-graduação ou publicaram um único artigo científico em toda a sua vida.

Evidentemente, esse tipo de excrescência não representa a regra, mas, sim, a exceção.

A maior parte dos professores tem seu dia a dia marcado por jornadas intermináveis de aulas, orientações de alunos ou elaboração de novos projetos.
Mas o aspecto paradoxal é que são essas as pessoas que se consideram aptas para falar em nome dos demais, sendo a expressão última de flagrante crise de representatividade que se negam a enfrentar, porque, tomando as rédeas do debate, cairiam no ridículo, expondo as vísceras desse ingente paradoxo.

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FLÁVIO SACCO DOS ANJOS, 49, é sociólogo, professor da Universidade Federal de Pelotas e pesquisador do CNPq.



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O QUE FALAR QUER DIZER:


Marta Bellini


Começo dizendo que o autor apresenta suas credenciais: é PESQUISADOR DO CNPq. É uma poderosa credencial. É sociólogo. Poderosa rubrica também. Faltou acrescentar: é professor. Trabalha TAMBÉM em sala de aula. Ah, essa credencial, atualmente, não conta em nossas carreiras acadêmicas. Ano passado quando uma comissão da Capes, esteve em minha universidade, deu a rubrica de pesquisador a um professor. E os outros? Professores. Ah, bahh, professores apenas.


Eu e mais duas colegas estamos em um projeto da CAPES e nunca trabalhamos nesse projeto. Nem sabemos dele. Somos o que? Otárias. Expertas? Espertas? Já escrevi à Capes perguntando o que sou. Não obtive resposta até hoje. Sigilo?


As universidades públicas são diferentes das privadas pelo incentivo à pesquisa. Isso não quer dizer que somos pesquisadores. Somos professores e pesquisadores. Também estamos em projetos de extensão e ensino. Cada vez menos, é claro. A extensão sempre foi o patinho feio das universidades públicas. Agora, é feio e excluído. Temos que ter pesquisa. E as salas de aula? Melhoraram depois que nos tornamos pesquisadores? Creio que sim. Mas apenas em alguns bolsões em que a qualidade de pesquisador alia-se à qualidade de bom professor. Entenda-se aqui bom professor, aquele que dá aulas, aquele que dá boas aulas, aquele que procura pensar a dinâmica das aulas e das avaliações em um mundo em que os jovens estão em contato com novas tecnologias. Aquele fala a língua culta. Não é fácil ser professor. É uma das profissões mais difícies que conheço.


Sempre fui a favor do mérito na Universidade. Vim trabalhar há 25 anos em uma Universidade pública em que o mérito não existia. Era um sistema burocrático baseado em tempo de serviço. Hoje é por mérito. Mas, o mérito de transformou em burocracia do produtivismo. Conta-se o número de artigos no Lattes (eu também era a favor da trnsparência do Lattes, agora acho que essa transparência, se por lado traz a publicidade do que fazemos na Universidade, por outro, é uma cortina que camufla a hipocrisia, a rapidez, o fast food acadêmico) mas não a CONTA A PERMANÊNCIA DAS IDEIAS, DAS TEORIAS.. . Por exemplo, um livro como FOLCLORE E MUDANÇA SOCIAL NA CIDADE DE SÃO PAULO, teria validade de DOIS anos pela estrutura do CNPq e Capes. Mas esse livro é de 1961 e é LEITURA PERMANENTE na vida intelectual dos estudantes brasileiros. O livro HOMENS LIVRES NA SOCIEDADE ESCRAVOCRATA, de Maria Sylvia Carvalho Franco é outro clássico. Vale dois anos? Não! Vale sempre. Faz parte das grandes obras do pensamento brasileiro.


Fui ao Wikipedia ver quantos livros o professor Florestan escreveu em sua longa e dura vida. Em 40 anos, suas principais obras contam 10 livros. Livros que mudaram a cabeça de muitos brasileiros. Se estivesse sob a batuta do CNPq e Capes, estaria em apuros. Hoje em poucos 10 anos há muitos publicando 20 livros. QUE TAL ENTRARMOS NA ESFERA DE ANALISAR ESSAS OBRAS?


O Professor Flávio Sacco provavelmente estudou os livros de Florestan e os recomendaria aos seus alunos, sociólogo que é. Por outro lado, há livros atuais que nem eu, nem o Professor Flávio Sacco recomendaria aos alunos. Li um livreto de um aluno recém mestre. Era sobre e contra DEWEY. Em dois anos o autor publicou uma obra contra DEWEY. DOIS ANOS! É de uma arrogância de brejo!


Empreender uma luta ideológica contra os sindicalistas da ANDES não justifica dizer que eles não publicam. É de uma arrogância louca. É dar mãos às cabeças produtivistas que nós temos. Afirmar que eu publico e eles não (e ainda são contra!) não faz de nossas publicações as melhores do país, do mundo. Aliar-se ao fast food das publicações não quer dizer que quem não escreve está errado. Aliás, a instância sindical é diferente da acadêmica, mas não quer dizer que a última está coberta de razão.


E, por fim, falar em representatividade de poucos sobre muitos é o dilema de toda democracia. Em qualquer instância. No senado, no congresso, etc. Dizer que são grupos minoritários que estão lá... é esquisito para um sociólogo. Sempre grupos minoritários estarão em algum lugar, sobretudo, de esquerda. Vide o que o sociólogo Moscovici diz em Psicologia das Minorias ativas.

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