TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sábado, 26 de maio de 2007

RENAN CALHEIROS ENCALHA E NÃO QUER FALAR




Do BLOG do JOSIAS (aqui)




(Folha, Sérgio Lima)

Foto de Mônica, a jornalista mãe. de L. Marques

Há sete dias que o senador Renan Calheiros não faz senão explicar a amizade que o une a Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama e estrela da Operação Navalha. Pois uma reportagem da revista Veja (assinantes) desta semana informa que o presidente do Congresso tem vínculos ainda mais estreitos com uma outra empresa, a Mendes Júnior, uma das maiores empreiteiras do país.

Segundo a reportagem de Veja, escrita pelo repórter Policarpo Jr., um lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, exerce em Brasília o inusitado papel de “mantenedor” de Renan Calheiros. Paga-lhe parte das contas. Por exemplo:

• O lobista põe à disposição do presidente do Congresso um flat num dos melhores e mais caros hotéis de Brasília, o Blue Tree. O flat, número 2.018, usado para compromissos que exijam discrição, está em nome de Cláudio Gontijo.

• Gontijo também pagou, até março passado, o aluguel de R$ 4.400 mensais de um apartamento residencial, em Brasília. O imóvel tem quatro quartos e fica em uma área nobre da Capital. Nele morava, até recentemente, a jornalista Mônica Veloso, com quem, segundo a revista, Renan tem uma filha de três anos. No contrato de locação, o lobista assina como fiador.

Gontijo também pagava R$ 12 mil mensais de pensão para a filha do senador com a jornalista. A pensão foi bancada pelo lobista da Mendes Jr. de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado.

• O lobista, de resto, ajuda nas campanhas do senador Renan Calheiros e nas de sua família. Já ajudou o próprio senador, seu filho e seu irmão.

Levantaram-se detalhes dos repasses que, a pedido de Renan, o lobista da empreiteira fazia para Mônica Veloso: “Todos os meses, a jornalista ia ao escritório da Mendes Júnior, no 11º andar do Edifício OAB, situado na Asa Sul, onde pegava um envelope branco, timbrado, com o endereço, os telefones e o nome de Cláudio Gontijo. O envelope era identificado com suas iniciais – MV. Dentro havia sempre R$ 16.500. Era o aluguel mais a pensão de R$ 12 mil para a criança.”

Ouvida, a Mendes Júnior diz que isso tudo é "questão pessoal" de Gontijo. Alegou desconhecer os pagamentos. Depois da publicação da reportagem, reiterou que, de seu caixa, o dinheiro para Renan não saiu. Mônica Veloso preferiu não se manifestar. O lobista reconheceu que conhece o presidente do Congresso. "Ele é meu amigo, nada mais". Admite que entregava dinheiro para quitar as despesas de Mônica Veloso. Diz, porém, que os recursos não eram nem dele da empreiteira. De quem era? "Só posso dizer que não era meu."

Procurado por Veja, Renan Calheiros disse: "O dinheiro era meu", afirmou. Se era assim, por que o lobista fazia a intermediação? O presidente do Congresso afirmou que não trataria de um tema que se encontra sob segredo de Justiça. Aos pouquinhos o presidente do Senado vai se tornando um personagem obrigatório de uma CPI que, por dever regimental, talvez tenha de instalar. Aliás, embora tenha insinuado, há dois dias, que assinatira o requerimento da comissão, Renan não assinou.

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