TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Desleixo..


Desleixo assassino
Eliane Cantanhêde, Folha de S. Paulo


Como mostrou ontem o repórter Evandro Spinelli na Folha, o risco de um desastre de grandes proporções na belíssima região de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo foi detectado há dois anos por um estudo técnico encomendado pelo próprio governo do Rio.


E o que o governo fez com o resultado? Largou às traças, deixou pegando poeira na burocracia, empurrou para a gaveta ou simplesmente jogou no lixo - junto com o dinheiro público que o pagou.


Horas antes, as autoridades tiveram nova chance de não dar asas ao azar: o novo radar da Prefeitura do Rio e o Instituto Nacional de Meteorologia identificaram previamente a formação da tempestade.
E o que foi feito? Nada. Os órgãos atuaram isoladamente, não como um sistema integrado, em que o alerta se reproduz entre as várias instâncias, tem consequências e salva vidas. Mas não. É como se o radar fosse de enfeite, e o Inmet, só para inglês ver.


Num ótimo artigo, o colega Marcos Sá Correa defendeu que o remédio é responsabilizar homens públicos -e não abstratamente o Estado - pelos crimes que cometem contra a vida. É crime dar levianamente alvará de construção e "habite-se" para imóveis em encostas, fechar os olhos para casas em áreas de risco, desprezar alertas de tempestades e de outras intempéries.

Para complementar a sugestão do Marcos, a Polícia Federal deveria investigar também esse tipo de crime que pode resultar em 500, 600 mortes, famílias inteiras destruídas, casas despedaçadas, bilhões de prejuízos aos bolsos particulares e aos cofres públicos.
Se não vai por bem, vai por mal - na base da ameaça. Mais ou menos como no caso do cinto de segurança: todo mundo só passou a usar depois de criada a multa.
No rastro da Satiagraha, da Sanguessuga, da Castelo de Areia, fica aí a sugestão para o novo diretor-geral da PF, Leandro Coimbra: a operação "Desleixo Assassino".

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Um comentário:

aurora boreal disse...

De há muito o Estado vive para si mesmo. E pouco importa se federal, estadual ou municipal. Cabe-nos alimentá-lo via impostos. Aqueles que podem contratar segurança particular, plano de saúde, ainda conseguem respirar. Mas basta que necessite de estrada, transporte decente e escola de qualidade para se dar conta de que o Estado inexiste. Diante de uma tragédia dessas somente um otimista pode imaginar que o Estado seja atuante. Ele não está preparado para administrar um país do tamanho e da importância do Brasil. O Estado é o responsável direto pelo baixo nível de crescimento em que nos encontramos. Somos o país do improviso. Fico pensando na Copa e nos jogos olímpicos. Que farra!!! A presidente Dilma sentirá na pele a tal herança bendita deixada por Lula. Ou ela mostra serviço ou excitará o machismo que está de olho na primeira mulher presidente do Brasil.

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