Arthur Miller, no prefácio de sua peça A MORTE DO CAIXEIRO VIAJANTE, faz reveladores cmentários sobre a nossa falta de sentido trágico de nossos tempos. O personagem trágico, escreve, é aquele que está pronto a entregar sua vida, se preciso for, para garantir senso da própria dignidade. E o "o direito trágico é uma condição da vida, segundo a qual a personalidade humana é capaz de florescer e realizar-se". Tais condições existiam nos períodos da história ocidental em que grandes tragédias foram escritas. Basta considerar a Grécia do século V, quando Ésquilo e Sócrates produziram as vigorosas tragédias de Édipo, Agamenon e Orestes, ou na Inglaterra da época elisabetana, quando Shakespeare criou Lear, Hamlet e Macbeth.
Mas, em nossa era vazia as tragédias são relativamente raras.....
In: Rollo May. O homem a procura de si mesmo. Ed. Vozes, 1976. p. 63.
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Comentário: o livro é de 1953.
Ontem, assisti, com minha filha, um programa da TV Bandeirantes, em que jovens da periferia de São Paulo eram entrevistados. Explorando a tão nova vedete da questão - o bulling - e falando do jovem Welington que matou as 12 crianças na escola do Realengo, RJ, os entrevistadores espremiam pérolas dos jovens. A violência está banalizada. Foi a mensagem do programa. Eu concordo. Mas, por que banalizamo-la?
E não é somente na periferia das grandes cidades que jovens se atacam. E riem disso. Jovens de classe média fazem isso também. Nas instituições de ensino - quaisquer sejam elas - um ataca (simbolicamene) outro com mentiras, pelos pequenos poderes e se escondem atrás da suposta dignidade (de mercado).
Gosto do ditado do SOLDA: estamos em um tempo em que as pessoas comem bosta e rasgam dinheiro (é isso mesmo Solda, ou eu mudei?).
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