Do Blog de Ricardo Noblat - deu em o estado de s.paulo
Grampo mostra negociação de cargo via ato secreto
Agaciel nomeou namorado da neta de Sarney para vaga no Senado
De Rodrigo Rangel e Leandro Colon:
Nas gravações reunidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, bem antes de explodir a crise do Senado, existem elementos que remetem para os escândalos que têm assombrado o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). Dentre as centenas de horas gravadas pela PF com autorização judicial, há, por exemplo, telefonemas de Fernando Sarney para o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Há, também, referências diretas a nomeações de parentes e agregados do clã Sarney.
Uma sequência de conversas gravadas entre março e abril de 2008 detalha uma articulação que pode comprometer ainda mais a situação política do presidente da Casa. As gravações são a prova da ligação de Sarney com Agaciel Maia e com os atos secretos - revelados pelo Estado - editados pelo ex-diretor para atender a pedidos de seus superiores.
Tudo começa quando Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, filha de Fernando Sarney, telefona para o pai, interessada em nomear, no Senado, uma pessoa que, segundo a Polícia Federal, seria o namorado dela. A nomeação seria feita na vaga de um outro agregado do clã, Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Beatriz por parte de mãe, que já estava pendurado na folha de pagamento do Senado desde 2003 e tinha pedido demissão.
Com o argumento de que a vaga pertencia à família, a neta do presidente do Senado se articulou para colocar no lugar Henrique Dias Bernardes. Ela se mostrou esforçada. Depois de ligar para o pai, fez a conversa chegar ao gabinete do avô.
O próprio Sarney aparece nas conversas. Recebeu orientação para que enviasse o currículo de Henrique Bernardes a Agaciel. Deu certo. O meio-irmão de Beatriz fora exonerado em 25 de março de 2008. Em 10 de abril, saiu a nomeação de Bernardes - por meio de um ato secreto assinado por Agaciel.
Bernardes foi nomeado como assistente parlamentar 3 na Diretoria-Geral do Senado, mesma vaga na qual o meio-irmão da moça passou cinco anos recebendo R$ 2,7 mil. Ao Estado, Bernardes disse que faz serviços administrativos na área médica do Senado. Indagado sobre a maneira como conseguiu a vaga, ele mandou o repórter "perguntar na Secretaria de Recursos Humanos".
Em seguida, admitiu. "Cheguei através de indicação, mas não vou dar detalhes". Negou ser namorado de Beatriz. "Eu conheço a Bia por amizade, uma leve amizade." Leia mais em: Grampo mostra negociação de cargo via ato secreto
Grampo mostra negociação de cargo via ato secreto
Agaciel nomeou namorado da neta de Sarney para vaga no Senado
De Rodrigo Rangel e Leandro Colon:
Nas gravações reunidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, bem antes de explodir a crise do Senado, existem elementos que remetem para os escândalos que têm assombrado o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). Dentre as centenas de horas gravadas pela PF com autorização judicial, há, por exemplo, telefonemas de Fernando Sarney para o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Há, também, referências diretas a nomeações de parentes e agregados do clã Sarney.
Uma sequência de conversas gravadas entre março e abril de 2008 detalha uma articulação que pode comprometer ainda mais a situação política do presidente da Casa. As gravações são a prova da ligação de Sarney com Agaciel Maia e com os atos secretos - revelados pelo Estado - editados pelo ex-diretor para atender a pedidos de seus superiores.
Tudo começa quando Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, filha de Fernando Sarney, telefona para o pai, interessada em nomear, no Senado, uma pessoa que, segundo a Polícia Federal, seria o namorado dela. A nomeação seria feita na vaga de um outro agregado do clã, Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Beatriz por parte de mãe, que já estava pendurado na folha de pagamento do Senado desde 2003 e tinha pedido demissão.
Com o argumento de que a vaga pertencia à família, a neta do presidente do Senado se articulou para colocar no lugar Henrique Dias Bernardes. Ela se mostrou esforçada. Depois de ligar para o pai, fez a conversa chegar ao gabinete do avô.
O próprio Sarney aparece nas conversas. Recebeu orientação para que enviasse o currículo de Henrique Bernardes a Agaciel. Deu certo. O meio-irmão de Beatriz fora exonerado em 25 de março de 2008. Em 10 de abril, saiu a nomeação de Bernardes - por meio de um ato secreto assinado por Agaciel.
Bernardes foi nomeado como assistente parlamentar 3 na Diretoria-Geral do Senado, mesma vaga na qual o meio-irmão da moça passou cinco anos recebendo R$ 2,7 mil. Ao Estado, Bernardes disse que faz serviços administrativos na área médica do Senado. Indagado sobre a maneira como conseguiu a vaga, ele mandou o repórter "perguntar na Secretaria de Recursos Humanos".
Em seguida, admitiu. "Cheguei através de indicação, mas não vou dar detalhes". Negou ser namorado de Beatriz. "Eu conheço a Bia por amizade, uma leve amizade." Leia mais em: Grampo mostra negociação de cargo via ato secreto
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deu em o estado de s.paulo
Grupo queria sangrar cofres públicos, diz relatório
De Rodrigo Rangel:
Destinada originalmente a rastrear saques suspeitos às vésperas das eleições de 2006, a Operação Boi Barrica acabou por esbarrar no que, segundo a própria Polícia Federal, seria a prova de que o grupo do empresário Fernando Sarney se transformou numa "organização criminosa" instalada na estrutura da administração federal.
A partir de escutas telefônicas e documentos obtidos na quebra do sigilo eletrônico dos investigados, a polícia afirma ter chegado a provas de que o grupo usava o poder do sobrenome Sarney para ter acesso, por exemplo, ao Ministério das Minas e Energia e às estatais do setor elétrico, feudos de José Sarney. Outro nicho de atuação do grupo é a Valec, estatal encarregada da construção da Ferrovia Norte-Sul, onde o senador mantém apadrinhados.
Os relatórios da PF falam na influência de Fernando Sarney junto à cúpula do Ministério das Minas e Energia, ocupado por Edison Lobão (PMDB), indicado de Sarney. Há conversas dos investigados com Lobão e com seu antecessor, Silas Rondeau, outro apadrinhado do senador.
Rondeau figura entre os investigados, a exemplo do diretor de Engenharia da Valec, Ulisses Assad, colega de Fernando Sarney na Poli (Escola Politécnica) da USP. Outro integrante da turma que está entre os investigados é Astrogildo Quental, diretor da Eletrobrás. Leia mais em: Grupo queria sangrar cofres públicos, diz relatório
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