Prosa & Política, Adriana Vandoni traz uma notícia antiga, mas oportuna e necessária.
A violência de Sarney
A violência de Sarney
O texto abaixo, trecho do livro “É tudo verdade. Memórias de um repórter”, do jornalista Ricardo Carvalho, que será lançado amanhã às 19:00, no Recife Antigo, comprova o que Lula disse sobre Sarney. De fato, ele tem história, como ter autorizado o Exército a sufocar uma greve, matando três trabalhadores. Bom para a PTcopatia que hoje enche a boca para defender Sarney.
10 de novembro de 1988. No dia anterior, o Exército invade a Siderúrgica Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, para retirar operários em greve. Entra atirando. Resultado: três operários mortos e quase uma centena de feridos. Tombaram mortos Carlos Alberto Barroso, 19 anos; Walmir Freire Monteiro, 27 anos, e William Fernando Leite, 22 anos.
10 de novembro de 1988. No dia anterior, o Exército invade a Siderúrgica Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, para retirar operários em greve. Entra atirando. Resultado: três operários mortos e quase uma centena de feridos. Tombaram mortos Carlos Alberto Barroso, 19 anos; Walmir Freire Monteiro, 27 anos, e William Fernando Leite, 22 anos.
A notícia chocou a todos na TV Viva, onde se produzia o Programa Político de Marcus Cunha (PMDB) à Prefeitura do Recife.
Numa reunião com Roberto Menezes e Marcílio Brandão, ficou decidido que teríamos um editorial, no programa da noite, comentando o fato. Convocamos o jornalista Homero Fonseca, assessor de Imprensa do prefeito Jarbas Vasconcelos, para redigir o documento, que, lido pelo locutor Fernando Freitas, dizia entre outras coisas:
“O Governo José Sarney assume postura autoritária diante do povo (...) com os operários das estatais, emprega a força, utilizando-se do Exército brasileiro para sufocar uma greve pacífica e legítima por aumento de salários...”.
O Editorial caiu como uma bomba. Foi o único Programa Eleitoral, em todo o país, a falar daquela violência. Logo após sua exibição, o telefone da TV Viva toca. Era o jornalista Ricardo Leitão, secretário de Imprensa do Governo Arraes, bastante irritado e querendo saber quem tinha autorizado aquele Editorial.
Minha resposta foi curta e grossa: “Leitão, vai à merda”. E desliguei o telefone. Era um desabafo, pelo total isolamento por que passamos ao longo da campanha. Naquela noite, tomamos uma cerveja no Bar do Cabela, ali em Olinda. E que noitada...
Um comentário:
Agora em coro: Leitão, vá a merda.
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