... sou cria da década de 60/70 passando pela 80. Sou mais velha, até. Por isso quando vou às reuniões dos Conselhos ou colegiados da minha Universidade sinto-me um dinossauro. Nem pela idade, mas pelas idéias. Uma aluna do Curso de Graduação em Engenharia Química foi jubililada por passar dos 9 anos permitos para a conclusão do curso. Ela está doente. Depressão, síndrome do pânico. Entrou com recurso no Conselho de ensino. Alegação para a recusa à aluna: 1) os laudos preenchidos pelos sucessivos médicos psiquiatras, neurologistas e por uma psicóloga não estava em conformidade com as regras de preenchimento; 2) se ela voltar pode custar mais à Universidade do que já custou.
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O primeiro argumento é falso. Não preenchimento com TODAS as regras não é faltar com as próprias regras. É alegação de burocrata. Burocratas da ditadura faziam isso. O segundo argumento é dos governadores. Nós somos professores. Professores que ficam doentes e têm seus laudos preenchidos como o da aluna. Simples professores e não egos inflados. Uma metáfora para descrever a felicidade com que se vota contra alunos doentes (depressão) é conselho balão. É tão inflado o eguinho dos teachers que se chegarmos com uma agulha a um metro de distância tudo explode!
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Isso me deixou pensativa. Mais do que já estou. Além de indignada, é claro! "Fucei" minha estante e já vou reler o livro de Luigi Zoja, analista junguiano, da Editora Áxis Mundi. História da Arrogância. E como ela avança!
P.S. 64 professores votaram contra a aluna; 3 ficaram em cima do muro, 18 votaram a favor. Leiam: a psicologia das minorias ativas, de Moscovici.
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