As 6:00. Liguei meu celular para ouvir Luz de Luna. A praça de Mado, Madrid, com Chavela, a praça com muita gente numa união poética de uma cantante de 90 anos e jovens. A celebração da vida. Como na Última ceia, Últimos sacramentos, última saída, última fronteira, o Juízo final, último adeus, última dança, últimas palavras... A praça contra o shopping (esse espaço privado, seco e frio, sem gente, sem excesso, sem cheiros). A praça dos encontros, das manifestações, da riqueza e miséria, das lutas, como a Praça de Tahir, no Cairo, plaza de Mayo, das Mães de Maio, praça da paz contra os ditadores chineses, a praça de Porto Ferreira em frente a igreja matriz, a praça da Má-ringa, a praça, a praça ... dos curisosos, das artes, dos berros, da sobrevivência.
Estamos cá, vivos, desfiando nossas "oportunidades": somos professores universitários, temos Unimed, temos casa própria, temos segurança, somos funcionários públicos, alguém nos banca na verdade e nas mentiras, damos conselhos aos nossos alunos (isso, estudem, publiquem, sejam ordeiros...façam seus currículos), publicamos (embora ninguém leia), ... estamos sendo empurrados para as estatísticas da imortalidade. Mas, existe a praça. , onde cada um de nós é um cada (William James) e esse cada um é intercambiável com qualquer outro. E a ideia de perdurar existe.
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