Do dia 25 de junho, por Ricardo Kotscho.
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Instituto Herzog abre hoje em defesa da vida
Algumas pessoas cruzam a vida a passeio, outras deixam marcas por seu trabalho, mas há aqueles cuja história de vida sobrevive à própria morte pelo simbolismo e servem de exemplo e estímulo para os que ficam.
No terceiro caso está Vladimir Herzog, o jornalista assassinado pela ditadura militar, nos cárceres do DOI-CODI, em 1975, cuja morte acabou se transformando num divisor de águas da nossa história recente, um marco da luta pelo fim da ditadura.
Por isto, esta noite, a família e os amigos abrem oficialmente o Instituto Vladimir Herzog, com a missão de “contribuir para a reflexão e produção de informação voltada ao Direito à Justiça e ao Direito à vida”.
Foram justamente os direitos negados a Vlado, como era chamado pelos colegas este jornalista que dedicou a carreira a fazer do seu ofício não mero meio de ganhar a vida, mas instrumento de transformação para que todos pudessem ter uma vida melhor, mais digna, mais justa, mais livre.
Tive o privilégio de ser seu contemporâneo numa época em que os jornalistas exerceram um importante papel na resistência à ditadura militar e na denúncia das suas mazelas, mas, por um feliz acaso para mim, nunca trabalhamos juntos.
Pouco antes da sua prisão e morte, Vlado tinha me convidado para trabalhar com ele na TV Cultura, onde estava fazendo um belo trabalho. Como tinha viagem marcada para fazer uma reportagem pelo Estadão, onde eu trabalhava, ficamos de conversar na volta.
Neste meio tempo, a repressão começou a prender um grupo de jornalistas ligados a Vlado, e acabou não danto tempo de conversarmos novamente sobre o convite que me fez.
Sua morte e as circunstâncias trágicas em que aconteceu acabaram deflagrando um grande movimento do que mais tarde se viria a chamar de sociedade civil, provocando a abertura e, por fim, a derrocada do antigo regime, uma década depois.
Vlado faria 72 anos no próximo sábado. A melhor forma de homenageá-lo é resgatar sua obra, o que vem sendo feito com muita dedicação pela viúva Clarice e seu filho Ivo, que estão organizando todas as informações sobre o trabalho e a vida do jornalista, que o IVH vai abrir para estudantes e pequisadores.
Além disso, a sede do instituto, na rua Bela Cintra, 409 (fone: 2894 6650), vai abrigar debates sobre o papel do jornalista diante das mudanças ocorridas na profissão com o advento das novas mídias.
No evento de abertura do instituto hoje à noite, a partir das 19h30, na Cinemateca Brasileira (rua Senador Cardoso, 207, Vila Clementino), serão homenageados o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo James Whrigt (in memoriam), responsáveis pelo culto ecumênico celebrado na Catebral da Sé logo após a morte de Vlado.
Para maiores informações sobre o Instituto Vladimir Herzog:
www.vladimirherzog.org
e-mail: contato@vladimirherzog.org
Instituto Herzog abre hoje em defesa da vida
Algumas pessoas cruzam a vida a passeio, outras deixam marcas por seu trabalho, mas há aqueles cuja história de vida sobrevive à própria morte pelo simbolismo e servem de exemplo e estímulo para os que ficam.
No terceiro caso está Vladimir Herzog, o jornalista assassinado pela ditadura militar, nos cárceres do DOI-CODI, em 1975, cuja morte acabou se transformando num divisor de águas da nossa história recente, um marco da luta pelo fim da ditadura.
Por isto, esta noite, a família e os amigos abrem oficialmente o Instituto Vladimir Herzog, com a missão de “contribuir para a reflexão e produção de informação voltada ao Direito à Justiça e ao Direito à vida”.
Foram justamente os direitos negados a Vlado, como era chamado pelos colegas este jornalista que dedicou a carreira a fazer do seu ofício não mero meio de ganhar a vida, mas instrumento de transformação para que todos pudessem ter uma vida melhor, mais digna, mais justa, mais livre.
Tive o privilégio de ser seu contemporâneo numa época em que os jornalistas exerceram um importante papel na resistência à ditadura militar e na denúncia das suas mazelas, mas, por um feliz acaso para mim, nunca trabalhamos juntos.
Pouco antes da sua prisão e morte, Vlado tinha me convidado para trabalhar com ele na TV Cultura, onde estava fazendo um belo trabalho. Como tinha viagem marcada para fazer uma reportagem pelo Estadão, onde eu trabalhava, ficamos de conversar na volta.
Neste meio tempo, a repressão começou a prender um grupo de jornalistas ligados a Vlado, e acabou não danto tempo de conversarmos novamente sobre o convite que me fez.
Sua morte e as circunstâncias trágicas em que aconteceu acabaram deflagrando um grande movimento do que mais tarde se viria a chamar de sociedade civil, provocando a abertura e, por fim, a derrocada do antigo regime, uma década depois.
Vlado faria 72 anos no próximo sábado. A melhor forma de homenageá-lo é resgatar sua obra, o que vem sendo feito com muita dedicação pela viúva Clarice e seu filho Ivo, que estão organizando todas as informações sobre o trabalho e a vida do jornalista, que o IVH vai abrir para estudantes e pequisadores.
Além disso, a sede do instituto, na rua Bela Cintra, 409 (fone: 2894 6650), vai abrigar debates sobre o papel do jornalista diante das mudanças ocorridas na profissão com o advento das novas mídias.
No evento de abertura do instituto hoje à noite, a partir das 19h30, na Cinemateca Brasileira (rua Senador Cardoso, 207, Vila Clementino), serão homenageados o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo James Whrigt (in memoriam), responsáveis pelo culto ecumênico celebrado na Catebral da Sé logo após a morte de Vlado.
Para maiores informações sobre o Instituto Vladimir Herzog:
www.vladimirherzog.org
e-mail: contato@vladimirherzog.org
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