Entre os documentos que a Fundação Sarney juntou à prestação de contas do patrocínio de R$ 1,3 milhão recebido da Petrobras, há uma nota fiscal inusitada.
Emitiu-a a empresa Sousa Premiere. Opera no ramo de artigos de vestuário e acessórios. Porém...
Porém, o varejista de roupas foi contratado pela fundação que leva o nome do presidente do Senado para ministrar um curso de arte.
No corpo da nota, o serviço é descrito assim: "Curso de capacitação em história da arte destinado a funcionários e estagiários do acervo museológico".
O “curso” custou à Fundação Sarney R$ 12 mil. Dinheiro provido pela Petrobras. Teriam comparecido às aulas 80 alunos.
Deve-se a nova revelação aos repórteres Rodrigo Rangel e Leandro Colon. Penduraram a notícia na manchete do Estadão.
A dupla é a mesma que, na semana passada, revelara que um pedaço do patrocínio petroleiro –R$ 500 mil—fora parar nas contas de empresas fictícias.
De acordo com os arquivos da Receita Federal, a Sousa Premiere é sediada num endereço da praia de Araçagi, em Paço do Lumiar.
A cidade fica a 35 minutos de São Luís, onde está assentada a fundação de Sarney. A rua onde supostamente funcionaria a empresa é de chão batido.
No endereço fornecido ao fisco, em vez de uma casa comercial há uma residência. Serve de abrigo para Adão de Jesus Sousa, o dono da Sousa Premiere.
Adão é filiado ao PSDB. No ano passado, tentou, sem sucesso, eleger-se vereador na cidade maranhense de Jatobá. Na Justiça Eleitoral, identificou-se como empresário.
Na semana passada, o advogado José Carlos Sousa Silva, presidente da Fundação Sarney, reagira à notícia sobre os malfeitos da entidade por meio de uma nota.
Foi duro no texto. Chamou de “leviana” a notícia de que a fundação desviara verbas da Petrobras para empresas de fancaria.
Ouvido sobre a contratação de um vendedor de roupas para dar lições de história da arte, José Carlos disse que não se recorda da logomarca Sousa Premiere.
"Não lembro todos os nomes de cabeça", disse o gestor da fundação. E quanto ao nome do dono da firma? "Adão de Jesus Sousa? Não conheço".
Na nota da semana passada, José Carlos dissera que a própria Petrobras atestara a lisura dos gastos. A estatal negou. Jogou a peteca para o Ministério da Cultura.
A pasta da Cultura, por sua vez, disse que ainda não perscrutou a prestação de contas da fundação.
Conforme noticiado aqui, a Fundação José Sarney levou ao balcão da Lei Rouanet nove projetos, dos quais cinco constam como “ativos”.
Incluindo-se o projeto da Petrobras, que visava a digitalização de documentos do tempo em que Sarney presidiu o Brasil, a coisa alça à casa dos R$ 3,4 milhões.
Além das aulas de "história da arte" ministradas pela firma de roupas inexistente, a prestação de contas da fundação menciona a realização de outro curso.
"Automação de acervos bibliográficos e museológicos", eis o título. Arrolaram-se 50 alunos que teriam comparecido às aulas técnicas.
A lista inclui uma sobrinha e uma cunhada de Sarney - Maria do Carmo Macieira e Shirley Araújo. Ambas contratadas por meio de atos secretos no Senado.
Inclui também uma servidora do gabinete de Sarney, Renata Ribeiro Costa Bezerra. Mais: uma funcionária do gabinete de Mauro Fecury, Ana Maria Coelho Ferreira.
Fecury (PMDB-MA) herdou a cadeira de Roseana Sarney, que teve de renunciar ao Senado para assumir o governo do Maranhão.
Sarney respondeu à aparência malcheirosa da gestão de sua fundação do mesmo modo como vem reagindo a todas as más notícias que o assediam. Virou o nariz.
Disse, em nota e em rápida manifestação no plenário, que não participa da administração da fundação.
Irregularidades? Se existem, disse ele, cabe ao TCU esquadrinhá-las. Os rivais de Sarney acham que cabe também à CPI da Petrobras, que ele mandou instalar.
Emitiu-a a empresa Sousa Premiere. Opera no ramo de artigos de vestuário e acessórios. Porém...
Porém, o varejista de roupas foi contratado pela fundação que leva o nome do presidente do Senado para ministrar um curso de arte.
No corpo da nota, o serviço é descrito assim: "Curso de capacitação em história da arte destinado a funcionários e estagiários do acervo museológico".
O “curso” custou à Fundação Sarney R$ 12 mil. Dinheiro provido pela Petrobras. Teriam comparecido às aulas 80 alunos.
Deve-se a nova revelação aos repórteres Rodrigo Rangel e Leandro Colon. Penduraram a notícia na manchete do Estadão.
A dupla é a mesma que, na semana passada, revelara que um pedaço do patrocínio petroleiro –R$ 500 mil—fora parar nas contas de empresas fictícias.
De acordo com os arquivos da Receita Federal, a Sousa Premiere é sediada num endereço da praia de Araçagi, em Paço do Lumiar.
A cidade fica a 35 minutos de São Luís, onde está assentada a fundação de Sarney. A rua onde supostamente funcionaria a empresa é de chão batido.
No endereço fornecido ao fisco, em vez de uma casa comercial há uma residência. Serve de abrigo para Adão de Jesus Sousa, o dono da Sousa Premiere.
Adão é filiado ao PSDB. No ano passado, tentou, sem sucesso, eleger-se vereador na cidade maranhense de Jatobá. Na Justiça Eleitoral, identificou-se como empresário.
Na semana passada, o advogado José Carlos Sousa Silva, presidente da Fundação Sarney, reagira à notícia sobre os malfeitos da entidade por meio de uma nota.
Foi duro no texto. Chamou de “leviana” a notícia de que a fundação desviara verbas da Petrobras para empresas de fancaria.
Ouvido sobre a contratação de um vendedor de roupas para dar lições de história da arte, José Carlos disse que não se recorda da logomarca Sousa Premiere.
"Não lembro todos os nomes de cabeça", disse o gestor da fundação. E quanto ao nome do dono da firma? "Adão de Jesus Sousa? Não conheço".
Na nota da semana passada, José Carlos dissera que a própria Petrobras atestara a lisura dos gastos. A estatal negou. Jogou a peteca para o Ministério da Cultura.
A pasta da Cultura, por sua vez, disse que ainda não perscrutou a prestação de contas da fundação.
Conforme noticiado aqui, a Fundação José Sarney levou ao balcão da Lei Rouanet nove projetos, dos quais cinco constam como “ativos”.
Incluindo-se o projeto da Petrobras, que visava a digitalização de documentos do tempo em que Sarney presidiu o Brasil, a coisa alça à casa dos R$ 3,4 milhões.
Além das aulas de "história da arte" ministradas pela firma de roupas inexistente, a prestação de contas da fundação menciona a realização de outro curso.
"Automação de acervos bibliográficos e museológicos", eis o título. Arrolaram-se 50 alunos que teriam comparecido às aulas técnicas.
A lista inclui uma sobrinha e uma cunhada de Sarney - Maria do Carmo Macieira e Shirley Araújo. Ambas contratadas por meio de atos secretos no Senado.
Inclui também uma servidora do gabinete de Sarney, Renata Ribeiro Costa Bezerra. Mais: uma funcionária do gabinete de Mauro Fecury, Ana Maria Coelho Ferreira.
Fecury (PMDB-MA) herdou a cadeira de Roseana Sarney, que teve de renunciar ao Senado para assumir o governo do Maranhão.
Sarney respondeu à aparência malcheirosa da gestão de sua fundação do mesmo modo como vem reagindo a todas as más notícias que o assediam. Virou o nariz.
Disse, em nota e em rápida manifestação no plenário, que não participa da administração da fundação.
Irregularidades? Se existem, disse ele, cabe ao TCU esquadrinhá-las. Os rivais de Sarney acham que cabe também à CPI da Petrobras, que ele mandou instalar.
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COMENTÁRIO: Mas confecção de roupas tem tudo afinado com arte. Ou não?
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