TUCA PUC 1977
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011


Andreas perguntou-me se a Argentina que conheci é parecida com o Brasil. Não soube lhe dizer. Mas, uma coisa em minha percepção me diz que os argentinos são mais bravos, menos tolerantes. Ontem, em um café, o rapaz que atendia turistas brasileiros, argentinos encheu-se de tanta conversa e pôs ordem na casa. Botou todos em uma fila, bem educadinhos para que ele pudesse trabalhar sem se quedar nervioso. Ótimo.

Eu disse a Andreas que, nós, brasileiros, somos mais ingênuos, bobinhos (que guardam uma esperança esperta). Mais tolerantes, creio. Politicamente isso é um desastre. Ficamos a espera de um pai (de preferência bonito, elegante, branco, com curriculo bacana) para fazer aquilo que devemos, nós, realizar.

Lendo e vendo documentários sobre a Argentina vejo que os negros escravos traficados para cá, resistiram, lutaram, não cediam .... tanto que quase todos morreram. Os escravos índios do norte do país levados para Quilmes, a 30 km de Buenos Aires, eram indomáveis.

É claro que no Brasil todos os indomáveis foram mortos. Nas revoltas dos excluídos a forma cruel como todos eram assassinados, provocou um apagão na memória brasileira; tanto que o senador Sarney só encontrou um herói nacional, o Tiradentes. Pois eu digo, Tiradentes foi herói porque escolheu-se o mais baixo grau de gente da Inconfidência, o alferes Tiradentes. Era para matar um qualquer, que matemos o mais pobre dos alferes. Séculos depois, o governo republicano precisou de um herói. Fácil, encontrou um alferes, pobre, sem amigos na corte para que pudesse morrer (e dar uma boa lição aos brasileiros e foi-se para o torquete), o Tiradentes. Pintou-se um Tiradentes, reproduzido ad nauseum nos livros escolares, com um rosto parecido com o das pinturas de jesus Cristo. Os heróis da revolta dos Alfaiates, dos Beckman, dos Emboabas e outras são estudadas como um catalogo de coisas que não devemos fazer. Temos que ser mais tolerantes. Bonzinhos.

Vejo aqui em Buenos Aires - tomara que se mantenha - em cada Praça central, um grupo fazendo protesto. Indígenas, grupos de jovens denunciando a polícia que mata chicos mais pobres, mulheres, empregados da Telefónica que tiveram seus salários cortados ...

Que viva a intolerância com aqueles que brincam com a vida de la gente comum e incomum.

Uma conduta política que mais me enoja (no sentido português e espanhol) é gente submissa, puxa-saco, experta, mentirosa, espertinha.... e ingênua.


Esta semana deparei-me com dois textos da FSP/UOL que me espantaram tamanha ingenuidade maldosa: o de Josias de Souza disfarçadamente a favor de Dilma no quesito Previdência e o do Senador Sarney dando uma aulinha de herói a la brasileira. ASSIm NÃO DÁ.

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